Entre as recentes eleições em todo o mundo, a do Peru tem um relacionamento da América do Sul com a Ásia, na medida em que no segundo turno realizado hoje, 5 de junho, disputaram Ollanta Humata, considerado de posição mais popular, e Keiko Fujimori, considerada mais conservadora. Ambos passaram para o segundo turno derrotando o preferido do atual presidente Alan Garcia, que conseguiu um desenvolvimento razoável durante a sua gestão. Segundo informações da TV Globo News, as pesquisas de boca-de-urna indicam que Ollanta Humata deverá ser o eleito.
Observa-se, em todo o mundo, uma tendência para a renovação, com o aumento da aspiração das novas classes em ascensão, com a intensa utilização dos atuais meios de comunicação eletrônica, que teriam sido mais intensamente utilizados pelos partidários de Humata. Segundo um artigo publicado pelo site do BBC Brasil, que enviou a jornalista Mariana Della Barba para Lima, a candidatura de Keiko Fujimori deve inaugurar nova fase dos nipo-peruanos na política.
A internauta Ana Paula dos Santos Silva, tendo visto uma matéria divulgada pelo site da BBC do Brasil, sugeriu-nos elaborar uma nota sobre o assunto que deve interessar a todos. Cerca de 200 voluntários, veteranos de trabalhos efetuados nas usinas como de Fukushima, está se oferecendo para ajudar a resolver os problemas existentes. Aguarda a aceitação do governo para entrar em ação imediatamente, com seus uniformes já preparados.
O argumento utilizado por eles é que os trabalhos devem demandar muitos meses e os jovens funcionários estão mais sujeitos às radiações, que devem ter efeito depois de muitos anos. Os veteranos declaram que não são “kamikases”, suicidas, mas por já contarem com mais de 70 anos, e estarem fisicamente aptos para o trabalho, eles, que contam com uma expectativa de vida de mais 20 anos no máximo, poderão ser afetados por um câncer, por exemplo, quando estiverem encerrando suas existências ou depois do falecimento por outras causas. Afirmam que estão dentro do espírito japonês de se dedicarem pelo bem da comunidade.
O importante jornal japonês Yomiuri, cuja tiragem diária supera aos 10 milhões de exemplares, continua publicando sua série de artigos sobre a educação e o papel dos professores denominados de saúde, que cuidam tanto dos problemas físicos como psicológicos, pois no Japão não existe a função do orientador educacional. Os chocantes relatos de uma professora, Kyoko Uzawa, de uma escola do secundário pré-universitário público (japanese high school) da província de Chiba, mostram que os problemas dos estudantes são idênticos aos dos países de menor nível econômico e cultural. Nas salas destas professoras de saúde, os estudantes estão dando seus sinais de SOS, segundo ela.
A professora Uzawa relata o caso de uma aluna que faltou alguns dias de aulas, e que passava horas na companhia do seu namorado, na residência dele. Apareceu um dia na sua sala, e ela perguntou à aluna porque não gostava de voltar à sua casa. Depois de certa hesitação, ela informou que tinha medo de seu pai, que eventualmente ele tinha abusado fisicamente dela. Informando o diretor da escola, ela foi encaminhada para um centro local de consulta às crianças que sofriam de abusos.
Alunos da escola secundária de Kitoshima. Não é onde a professora Kyoko Uzawa trabalha
Segundo o jornal japonês Nikkei, o Instituto de Estratégias Urbanas efetuou um levantamento internacional elaborando uma escala de cidades considerando um raio de cinco quilômetros e de 10 quilômetros, onde Tóquio aparece em segundo lugar, depois de Paris. Enquanto a capital japonesa é considerada a globalmente mais competitiva, ela é muito distante dos aeroportos internacionais.
Este Instituto já vem efetuando levantamentos desde 2008, mas agora só considerou o centro das cidades, considerando 20 fatores como determinantes para seu poder competitivo. Entre eles, o número de grandes empresas e de estações de trens. Paris conseguiu o primeiro lugar pelo número de escolas internacionais, teatros e salas de concerto, e hotéis de cinco estrelas.
O jornal econômico Nikkei publicou um artigo informando que um grupo de empresas japonesas anunciou que o foco de seus negócios está na onda verde. Ele pretende construir cidades limpas, inteligentes, utilizando tecnologias sofisticadas voltadas à preservação do meio ambiente. Estas cidades amigas da ecologia utilizarão redes inteligentes e outras tecnologias para o uso eficiente da energia, reduzindo os impactos ambientais das comunidades de residências.
Fazem parte deste grupo de empresas a Panasonic, a Nippon Steel e a Toyota, entre outras. A Panasonic construirá um conjunto de mil casas numa área onde se localizava uma de suas unidades industriais. A Nippon Steel e a Toyota também iniciaram projetos para construir cidades inteligentes, amigas do meio ambiente, em cooperação com outras empresas e industriais.
Smart Town da Panasonic e oito outras empresas em Fujisawa, na Prefeitura de Kanagawa
Enquanto o custo das manutenções das forças de segurança norte-americanas na Ásia está se elevando, notadamente na manutenção das rotas de transporte de importantes matérias-primas, veiculam-se notícias sobre o estabelecimento de bases navais chinesas no Paquistão. Ao mesmo tempo, o Viêt Nam News lança o seu protesto pela quebra de sua soberania do seu mar territorial, quando navios chineses interromperam cabos de embarcações da PetroVietnam que efetuavam estudos de prospecções na plataforma continental daquele país.
O conflito de interesses dos Estados Unidos e seus aliados na Ásia com a China emergente, que tem uma necessidade de maciços abastecimentos de matérias-primas, principalmente energéticos, tornam as rotas marítimas dos mares que cercam a Ásia áreas estratégicas de grande importância como zonas de elevado risco.
A Folha de S.Paulo publica hoje com destaque notícias que os idosos brasileiros não se preparam para a aposentadoria, num artigo do jornalista Paulo Muzzolin. Informa em outra matéria de Érica Fraga que, apesar da falta de planejamento, só 17% deles se mostram preocupados com a situação, baseado numa pesquisa da HSBC em muitos países, percentual que se iguala com o da China. Isto mesmo que a previdência social seja insuficiente para manter o mesmo padrão de vida dos aposentados, fazendo com que um terço deles continue trabalhando de uma forma qualquer, recebendo alguma remuneração.
O que vem acontecendo em todo o mundo é que a previdência social é insuficiente para manter o padrão de vida dos aposentados. Assim, nos países com o Japão, a população em idade útil poupa uma parcela do que ganha para atender suas necessidades futuras, contando com um patrimônio para tanto. Noutros, os investimentos são feitos em previdências privadas, para assegurar uma aposentadoria complementar.
Um interessante artigo de Charles Kenny, do Foreign Policy, pede: “More People, Please” (tradução livre, Mais População, Por Favor), informando que muitas notícias estão sendo divulgadas baseadas em previsões malthusianas, estimando que no final do século XXI o mundo estará com mais de 10 bilhões de habitantes, prevendo-se dificuldades. Mas o artigo mostra que o crescimento do nível de bem-estar está se elevando em todo o mundo, com todos desejando viver por mais tempo. Os estudos das Nações Unidas informam que atual expectativa média de vida de 68 anos passará para 81 em 2100.
O autor informa que muitas mulheres no mundo não possuem a liberdade de escolher quantos filhos desejam, como nos Estados Unidos, Europa ou Japão, onde estão consumindo de forma que comprometem a sustentabilidade. Mas o autor acha que chegar a sete bilhões de habitantes brevemente deve ser saudado e não lamentado.
O The Economist destaca duas notícias interessantes sobre a China mostrando que seu atrativo mercado atrai muitos grupos internacionais, mas são os internos que ainda dominam o cenário. O primeiro artigo refere-se às cadeias de varejo na China onde aparecem multinacionais como a Carrefour, Walmart e Tesco, mas são as Huaren Wanjia, Honggongshang, Haoyouduo e Wimart que dominam. Suas aparências não podem ser as melhores, mas seus preços são extremamente baixos.
O segundo artigo noticia sobre os cassinos de Macau, o antigo enclave português na China, que se transformou na Las Vegas daquele país. É o único lugar, por acidente histórico, onde o jogo se tornou legal.
O Brasil está se tornando um foco de atenção internacional diante da melhoria do padrão de vida de parte substancial de sua população que até agora era considerada desfavorecida. O The New York Times dedica um artigo elaborado por Alexei Barrionuevo relatando o que já está acontecendo com algumas empregadas domésticas. O The Economist publica um artigo sobre o desenvolvimento do Nordeste brasileiro, uma das regiões que era considerada pouco desenvolvida e que passa por uma profunda modificação. São constantes os artigos encontrados na imprensa internacional reportando mudanças importantes que estão ocorrendo, mas que parte da imprensa brasileira contrária ao atual governo procura não admitir.
O artigo do The New York Times trata de alguns casos concretos mostrando que as tradicionais empregadas domésticas que ganhavam pouco e trabalhavam quase sem folgas semanais é coisa do passado, como está sendo constatado por um grande número de famílias brasileiras. Cita o caso da babá Andreia Soares, 39 anos, que ganha atualmente o correspondente a US$ 3.100 para cuidar de uma menina de 10 meses, tendo já adquirido um apartamento de dois quartos para a sua mãe, um pedaço de terra para seu irmão e está com bolsa Louis Vuitton, de Paris, no seu armário, com muito orgulho.