O Centro de Ajuda Voluntária de Tóquio, em Shinjuku, visando gente que trabalha em seus afazeres normais, mas almeja poder fazer trabalhos voluntários, abriu inscrição para 200 pessoas interessadas em se engajar no feriado do Golden Week (que emenda alguns feriados japoneses). A tarefa principal é para ajudar na remoção de escombros e lama em cidades do litoral leste atingidas pelo tsunami. O anúncio, colocado na internet do dia 20 último, teve 600 inscrições nos primeiros 10 minutos, o que levou o Centro a interromper as inscrições para fazer uma primeira seleção. As condições básicas desejáveis são: ter tido experiência de ajuda voluntária em desastres naturais; ter carteira de motorista; ter condições de saúde para enfrentar jornada dura.
Os brasileiros deram uma grande demonstração de solidariedade com o povo japonês no jantar beneficente de ontem à noite. Foi um evento ímpar, surpreendente, de onde todos saíram extremamente satisfeitos, tendo o cônsul geral do Japão recebido o valor das arrecadações que será entregue à Cruz Vermelha japonesa. Ele manifestou o seu agradecimento, emocionado com a demonstração feita por brasileiros, japoneses residentes no Brasil e principalmente pelos nipo-brasileiros, bem como até autoridades de outros países.
Ainda que seja secundário, envolver os mais consagrados chefs que atuam no Brasil, num jantar para mais de 500 pessoas, pode parecer difícil, comprometendo a sua qualidade. Mas, surpreendentemente, com o empenho de todos nesta demonstração de solidariedade, os cinco sofisticados pratos do cardápio estavam excepcionais em sua qualidade. Foi uma soberba manifestação do preparo dos profissionais envolvidos.
Os chefs que se doaram para o evento. Monja Coen (ao centro). Cônsul geral do Japão recebendo o cheque simbólico. Público lotou o salão do Hotel Unique. Emoção da apresentadora Marília Gabriela
O clima que se sentiu no evento contagiou a todos havendo um grande congraçamento de brasileiros e japoneses, e deverá ser um marco importante na intensificação do intercâmbio entre os dois países, que não se efetua somente no campo econômico-comercial.
O “oniguiri”, simples bolinho de arroz, era o símbolo desta solidariedade, e Marília Gabriela que fez a apresentação inicial e geral chegou a se emocionar, apesar de sua longa experiência. Mas o jantar, extremamente sofisticado mesmo nos mais elevados padrões internacionais, com um prato da cozinha contemporânea, um japonês, um italiano, um brasileiro e uma sobremesa francesa, contou com equipes formadas de chefs de diversos restaurantes. Foram acompanhados por vinhos que se compatibilizavam com os pratos de requintada elaboração, mesmo com a elevada quantidade pessoas que compareceu.
As instalações do Hotel Unique ajudaram na criação do clima adequado, com decoração discreta, mas elegante. Foi leiloada uma gravura da Tomie Ohtake, de tiragem limitada, que alcançou um valor surpreendente, como gesto de solidariedade.
O sofrido povo japonês, com os eventos recentes, como com as dificuldades de controle das usinas de Fukushima Daiichi, deve sentir os fortes sentimentos de solidariedade dos brasileiros, não pelo valor das doações, mas pelo espírito expresso no evento.
Mesmo as pessoas mais experientes com eventos desta natureza ficaram emocionadas com este jantar beneficente de ontem à noite, não só pela sua qualidade, mas pelo clima que foi criado, com a colaboração de todos, chefs, autoridades, participantes, contribuintes e muitos trabalhos voluntários. A monja zen budista Coen também abrilhantou o evento, assim como o ex-ministro brasileiro das relações exteriores, Celso Lafer. Personalidades raras em jantares, como grandes empresários nipo-brasileiros, também marcaram a sua presença.
Este jantar beneficente ficará fortemente marcado nas mentes de todos que participaram, pois estas experiências são raras, para uma causa meritória. Que ela tenha consequências estreitando os laços de amizade que unem os dois povos, brasileiros e japoneses.
A Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, convida estudiosos, admiradores e alumni (ex-alunos) para a última aula que o professor emérito de cultura japonesa Donald Keene profere na sexta feira, dia 15 de abril, no Kent Hall, Campus Morningside. Com apoio da Fundação Japão – Nova Iorque, o evento faz parte do simpósio “Os Legados de Donald Keene”, que é realizado em homenagem aos cinquenta anos de contribuição do professor aos estudos japoneses.
Formado em literatura com Ph.D. pelas Universidades de Colúmbia e Cambridge, é conhecido por alunos de literatura japonesa fora do Japão, com dezenas de livros de ensaios, críticas, traduções e história sobre a cultura e literatura do país. Donald Keene recebeu também inúmeros prêmios e menções honrosas. Para citar os principais: Prêmio Kikuchi Kan Para o Avanço da Cultura Japonesa (1962), Ordem do Sol Nascente- 3ª classe (1975) e 2ª Classe (1993), Bunka Koro-sha (Pessoa de Mérito Cultural, do governo japonês – 2002), Bunka Kunsho (Ordem da Cultura, que o governo japonês concede a quem contribuiu excepcionalmente para a arte, literatura e cultura; o professor Keene foi o primeiro estrangeiro a receber este prêmio – 2008). Dentre as suas obras, além das críticas sobre poetas e escritores japoneses, destacam-se os volumes sobre o teatro Nô, e a biografia do Imperador Meiji – best seller em 2002. Publicações do professor no Japão incluem obras suas traduzidas do inglês, e também de originais escritas diretamente em japonês.
Com a reunião dos chefes de Estado e de Governo do Brasil, Rússia, Índia, China e agora também da África do Sul, que passou a se chamar BRICS (ou seja, acrescentando o South Africa), em Sanya, na China, divulgou-se um comunicado conjunto que registra as decisões que foram tomadas. Esta reunião foi precedida por outra de ministros que chegaram ao tema: “Visão Ampla, Prosperidade Compartilhada” para os BRICS, que procurarão pelo fortalecimento da multipolaridade, pela globalização econômica e pela crescente interdependência.
Presidentes de Índia, Rússia, China, Brasil e África do Sul participam de encontro em Sanya, na China. Foto de How Hwee Young
Eles se manifestaram a favor da reforma do Conselho de Segurança da ONU, bem como do FMI, para que tenham maior eficácia, eficiência e representatividade, aumentando a presença de representantes dos países emergentes.
Repassam as discussões sobre os problemas atuais, como os que afetam os países árabes, manifestaram condolências ao povo japonês e decidiram intensificar a colaboração recíproca para procurar uma regulamentação financeira internacional, preocupados que estão com os fluxos financeiros que podem prejudicar os emergentes. Também estão preocupados com a elevação dos preços das commodities, como energia e alimentos, procurando ampliar a sua oferta.
Mostram-se preocupados com o desenvolvimento sustentado, com o uso de energias renováveis, admitindo que ainda precisem da energia nuclear. Combinaram atuações conjuntas para reduzir as restrições ao comércio internacional, inclusive com o ingresso da Rússia na OMC.
Colaborarão no incremento dos esportes nestes países, bem como na ciência, tecnologia e inovações. Estabeleceram uma agenda das próximas reuniões em diversos níveis, para intensificar a troca de ideias e posições. Estabeleceram que novas cooperações fossem efetuadas na área das cidades irmãs, saúde, pesquisas conjuntas sobre economias, como atualizar a bibliografia dos BRICS.
Como novas propostas, resolveram cooperar na área cultural, esportiva e desenvolvimento verde. Vão promover reuniões de altos funcionários para promover a cooperação científica, tecnológica e de inovações no âmbito dos BRICS.
Como as autoridades japonesas aumentaram o risco das radiações das usinas de Fukushima para o nível 7, equivalente ao desastre ocorrido em Chernobyl, todos se mostram preocupados com o assunto, naturalmente. Muitos veículos de comunicação respeitáveis estão dando elementos para uma avaliação mais clara, inclusive pelos leigos. A revista inglesa The Economist elaborou uma escala dos principais desastres atômicos, informando que esta escala da INES (International Nuclear and Radiological Event Scale) é subjetiva, classificando os incidentes como arte do que como ciência, sendo que a de Fukushima é significantemente menor ao meio ambiente do que a de Chernobyl, ainda que esteja no mesmo nível 7. A lista dos incidentes mais graves é a seguinte:
Nível 7 – 1986 – Chernobyl – houve uma explosão no centro do reator; 2011 – Fukushima – houve um derretimento num depósito de combustível provocando radiações flutuantes nas imediações da usina;
Nível 6: 1957 – Kyshtym – falha no resfriamento provocou uma explosão no tanque de lixo radioativo;
Nível 5: 1957 – Windscale – houve um incêndio no centro do reator, e sua fumaça depositou radioatividade nos arredores; 1979 – Three Mile Island – uma falha numa válvula provocou um derretimento na planta nuclear; 1987 – Goiânia – o roubo de uma cápsula radioativa de césio de um hospital abandonado expôs muitas pessoas à radiação.
O The Economist explica ainda que esta escala seja logarítmica, e em algum sentido, por exemplo, o 6 é dezenas de vezes mais danoso que o 5.
Procurando esclarecer o assunto segue também um vídeo de uma filmagem feita pela IPC TV, repetidora da TV Globo no Japão, com a especialista em radiação dra. Emico Okuno, que procura explicar o assunto de forma didática, esclarecendo que a radiação está presente até nas coisas mais banais, ainda que num nível baixo, que pode ser encontrado no: http://bit.ly/eopff5.
Está se noticiando amplamente que as autoridades japonesas elevaram o grau de risco atômico na região das usinas de Fukushima Daiichi, que foram atingidas novamente por fortes terremotos, providenciando a ampliação das zonas de segurança da população, ainda que não se registre agravamento. O grau 7 é equivalente ao que ocorreu na usina de Chernobyl, ainda que a atual radiação em Fukushima seja inferior a dela. Lá ocorreu uma explosão atômica na usina da Ucrânia, diferente da japonesa, onde a explosão foi provocada pelos gases.
Ainda assim, os residentes no Japão, inclusive alguns brasileiros, informam que está ocorrendo uma banalização dos terremotos, e dos seus danos, dada a elevada quantidade dos tremores que estão ocorrendo acima de 6 graus na escala Richter. Mesmo que estes abalos estejam causando estragos materiais nas residências, bem como afetando o estado psicológico dos estrangeiros, não acostumados com o mesmo treinamento e cultura sobre os terremotos como os japoneses. Os indivíduos são desiguais e o medo não pode ser explicado pela lógica.
Presidente da Tepco Masataka Shimizu. Novos tremores causam danos em residências
O concerto de lançamento do SOS Japão na Sala São Paulo, com a especial participação do Coro da OSESP, regida pela maestrina Naomi Munakata, e da Orquestra de Cordas da mesma orquestra, regida por Wagner Polistchuk, transcorreu conforme o programado pelos seus organizadores. Começou com o triste Réquiem, de Toru Takemitsu, três peças de Heitor Villa-Lobos e uma interessante Suíte Borboleta, de Yoshinao Nakata, que ficou restrita em dois movimentos.
A surpresa acabou sendo a fala da Monja Coen, que vai postada a seguir:
A vida continua no Japão e no mundo, mas há que se destacar os dramas das famílias daqueles que continuam trabalhando nas usinas de Fukushima, com elevados riscos para suas vidas, decorrente da irresponsabilidade dos dirigentes da TEPCO, empresa de energia elétrica proprietária delas. Os que se ficaram conhecidos como os funcionários samurais estão conscientes das suas responsabilidades e dos riscos que suas vidas correm, merecendo a mais profunda solidariedade de todos, principalmente de seus familiares.
O site do Daily Yomiuri Online relata alguns casos dos dramas por que estas famílias estão passando. Há um relato de uma esposa que faz parte dos membros removidos para fora dos limites de 20 quilômetros estabelecidos pelas autoridades, cujo marido continua trabalhando na usina. Estão casados há 20 anos, com um filho universitário e uma filha no nível colegial. Seu marido tem orgulho do trabalho que vem fazendo, e num jantar revelou à família que no dia seguinte seguiria para o trabalho, tendo a esposa providenciado roupas e meias para uma semana. Ela gostaria de dizer: “Você precisa ir?”, mas respondeu somente, “Sei…”. No dia seguinte, ela informou à filha: “O pai escolheu ir por causa do seu senso de responsabilidade, e ele está trabalhando pelos outros”. A filha respondeu: “Meu pai é brilhante, ele é um herói”.
Alguns dias depois, o marido retornou para casa e disse a ela: “Eu trabalhei num lugar onde o nível de radiação era elevado”, e dormiu até o meio-dia, e ela entendeu que seu trabalho foi extremamente duro. Os parentes a criticavam por não fazer nada para impedir o seu marido a continuar trabalhando, mas ela informou que pensar nisto poderia destruir seus nervos. “É meu trabalho como esposa pensar que ele está a salvo e esperar a sua volta após um trabalho arriscando a sua vida”.
Outros casos semelhantes estão relatados no artigo do Yomiuri, informando que todos os trabalhadores estão cansados, cientes que estão trabalhando em áreas de alta radiação, mas sentem a responsabilidade que pesa sobre eles. Alguns são de empresas subcontratadas que efetuam outros serviços na usina. Suas famílias procuram dar o suporte que eles necessitam procurando não criticar suas atitudes.
Apesar de poderem utilizar os telefones celulares, procuram não incomodá-los enquanto estão trabalhando, enviando somente mensagens escritas. Acompanham pelo noticiário da televisão o que está acontecendo. Estes ombros amigos são vitais para os que estão trabalhando, com o espírito do bushido, o código de honra dos samurais, pensando na coletividade.
Mas também os seus familiares, principalmente as esposas que ficaram com todos os encargos de continuar a administrar os seus lares, cuidando dos filhos, resistindo às pressões dos parentes. O desgaste físico e psicológico delas deve ser sobre-humano, mas se apoiam na cultura dos japoneses, que lhes impôs responsabilidades difíceis de serem avaliadas pelos ocidentais.
Muitos ainda possuem a imagem de que as mulheres japonesas são submissas, caminhando na rua atrás dos seus maridos. Na realidade, as decisões fundamentais da família e da sociedade japonesa dependem delas, tanto na administração do seu patrimônio, que significa também os investimentos do país, e educação dos filhos que é a continuidade da família e do Japão.
Se os trabalhadores das usinas podem ser considerados samurais, elas são as heroínas que continuam sustentando o país, que certamente emergirá mais forte, diante das duras provas por que estão passando.
O verdadeiro tsunami de informações sobre a China que está ocorrendo com a visita da presidente Dilma Rousseff àquele país dificulta a seleção das notícias mais relevantes. Muitas informações originárias de jornais internacionais, mesmo tentando ser isentos, sempre apresentam vieses ideológicos e naturais interesses de outras potências, como o exagero dos assuntos relacionados aos direitos humanos, ainda que eles sejam importantes e possam ser mencionados genericamente nos comunicados conjuntos.
O Brasil tem uma melhor consciência do que é de seu interesse nacional, como o relacionamento de longo prazo com a atual economia mais dinâmica no mundo. O que interessa é estabelecer bases sólidas para um intercâmbio como o de tecnologias, onde ambos os países possuem avanços em determinados setores, podendo interessar uma parceria para a sua evolução. Os chineses, pela estrutura do Partido Comunista Chinês, presente em todas as organizações relevantes e com uma estratégia profundamente estudada de longo prazo, sabe exatamente o que pode obter de interessante no intercâmbio com o Brasil.
1. Presidente Dilma Rousseff desembarca na China. Foto Frederic J. Brown – AFP.
2. Capa do suplemento espcial do Valor Econômico
O jornal Valor Econômico inclui na edição de hoje um suplemento especial referindo-se às oportunidades e desafios nas relações bilaterais, com alguns textos resumidos em inglês. Como operação de consequências imediatas, noticia que será anunciada durante a visita a compra de 35 jatos BEM-190 da Embraer, com capacidade para 114 passageiros, pelas empresas chinesas, dentro da linha de aumentar as exportações brasileiras de produtos de maior valor agregado. E noticia a possibilidade de produzir na joint venture que mantém naquele país os jatos executivos do tipo Legacy 600.
A grande comitiva que acompanha a presidente Dilma Rousseff poderá colher alguns resultados interessantes, mas a sua finalidade básica deve ser aumentar o conhecimento recíproco para identificar as oportunidades de negócios interessantes, principalmente que tenham conteúdo tecnológico mais avançado.
É preciso entender que a China é um país e uma economia complexos, com longa história e vasta cultura, com diversidades pelas suas muitas regiões. Com o rápido crescimento por que vem passando nas últimas décadas, desenvolveu tecnologias avançadas em muitos setores, como o da construção civil e infraestrutura, dispondo de elevada capacidade de investimentos. No entanto, só nos interessam na medida em que não exijam a utilização de seus recursos humanos, que são abundantes, em obras locais, como estão fazendo em países de menor nível de desenvolvimento. O Brasil já conta com um complexo industrial, agrícola e de serviços, mais avançado do que o normal para economias do mesmo nível de renda.
Sendo o Brasil um país relativamente jovem, com história ainda recente, e uma elevada miscigenação étnica e cultural, contando com uma invejável disponibilidade de recursos naturais, uma biodiversidade impar no mundo, tem todas as condições para discutir de igual para igual, como já fez com os Estados Unidos. Mas, como todos os jovens, algumas vezes somos mais ousados e muitos dos nossos empresários procuram resultados de curto prazo.
Os interesses nacionais brasileiros devem ser colocados acima de tudo, como os chineses também os fazem. Há mais interesses comuns do que aspectos que nos separam. Vamos procurar tirar o máximo proveito desta oportuna viagem da presidente Dilma Rousseff que será relativamente longa, até a reunião de cúpula do BRICs que deverá ocorrer na próxima quinta feira.
Dentro da programação beneficente do SOS Japão, os seus organizadores utilizam diversos meios para arrecadar recursos para serem doados às vitimas dos terremotos e tsunami de 11 de março último no Japão, ao mesmo tempo em que demonstram a sua solidariedade.
Já noticiamos um concerto beneficente da Osesp e reconhecidos artistas nipo-brasileiros na Sala São Paulo no próximo dia 11 de abril, segunda-feira. Um jantar beneficente no Palácio Bandeirantes já está com a adesão esgotada.
No próximo dia 17 de abril, os mais importantes chefs de São Paulo e do Brasil apresentarão os seus trabalhos no Hotel Unique, projetado pelo consagrado arquiteto Ruy Ohtake, conforme consta do convite abaixo. Solicita-se a adesão dos que puderem colaborar.
ADRIANO KANASHIRO ALEX ATALA BEL COELHO
BELLA MASANO CLAUDE TROIGROS E THOMAS TROIGROS
EMMANUEL BASSOLEIL ERICK JACQUIN FELIPE BRONZE
HELENA RIZZO E DANIEL REDONDO JANAÍNA E JEFFERSON RUEDA
JUN SAKAMOTO LAURENT SUADEAU MAZZÔ FRANÇA PINTO
MORENA LEITE TSUYOSHI MURAKAMI ROBERTA SUDBRACK
RODRIGO OLIVEIRA RODRIGO QUEIROZ SALVATORE LOI SHIN KOIKE