17 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: continuidade com mudanças, Lei de Diretrizes Orçamentárias, possibilidades indicadas pelo Valor Econômico
O Valor Econômico conta com os melhores quadros em Brasília para colher os indícios relevantes do governo Dilma Rousseff para a eventualidade de obter o segundo mandato nas próximas eleições presidenciais. A equipe constituída por Ribamar Oliveira, Raymundo Costa e Claudia Safatle elaborou os artigos que explicitam estas informações. As orientações que estão sendo estabelecidas para a Lei de Diretrizes Orçamentárias permitem esclarecer o que será perseguido em 2015. Seria proposta a meta de um superávit do setor público mais realista de 2,5% do PIB, mais baixa que os 3,1% que vigoraram desde 2010, mas seria assegurado um superávit primário mínimo de 2% do PIB, com o governo federal garantindo este percentual mesmo que Estados e Municípios não consigam atingir a suas cotas. São dados que podem ser avaliados objetivamente pelas agências de rating bem como analistas brasileiros de diversos setores, na esperança que possam influir na opinião pública.
Mais relevante que estes dados econômicos parecem os indícios que o controvertido secretário do Tesouro, Arno Augustin, que gera incertezas com suas tendências de contabilidade criativas, não esteja participando das decisões. Isto pode ajudar no restabelecimento de confiança de parte dos empresários e especialistas em economia no governo. Ao mesmo tempo em que se reforça a ideia que o ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda Nelson Barbosa possa ser um dos responsáveis pela orientação do governo, ele que goza de um bom conceito nos meios especializados.
Nelson Barbosa, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda
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15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a atração das atividades financeiras, artigo do Financial Times reproduzido no Valor Econômico, comércio como comunicações
A elevada rentabilidade das atividades financeiras faz com que empresas dos mais variados setores procurem usufruir resultados relacionados com elas. Um artigo publicado por Sally Davies, Ducan Robinson e Hannah Kuchler no Financial Times, republicado em português no Valor Econômico, informa que o Facebook procura autorização na Irlanda para poder operar também neste segmento. Seria para prestar serviços de remessa de valores pela internet, quando tais recursos acabam ficando por um período com a organização até serem entregues aos destinatários. Também existem recursos que são destinados para o pagamento das operações de e-commerce. Mesmo que estas operações não sejam remuneradas com taxas, a simples permanência destes ativos permitem aplicações que resultarão em bons resultados.
O artigo explica como, em função da penetração da Facebook em vários países, existem oportunidades para que se tenham condições de usufruir das atividades financeiras, que no seu conjunto acabarão representando cifras substanciais, mesmo que sejam montantes pequenos em cada uma das operações. Segundo informações enviadas à SEC – Securities and Exchange Commission dos Estados Unidos em 2013, a Facebook teria transferido cerca de US$ 2,1 bilhões nestas transações.
Mark Zuckerberg, criador do Facebook
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15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no site da Bloomberg, redução de crescimento da economia chinesa, seus efeitos no mundo
Havia no passado uma afirmação que uma tosse nos Estados Unidos provocava uma gripe no Brasil. Agora, quando o mundo se preocupa com a redução do crescimento da economia chinesa, como descrito num artigo publicado pelo site da Bloomberg, ainda que a estimativa para o ano se mantenha acima dos 7% ao ano, todos se preocupam com o seu impacto no resto do mundo. Notadamente em economias emergentes como a brasileira, que dependem muito das exportações para a China. O primeiro-ministro Li Keqiang já revelou suas preocupações, mostrando que as autoridades daquele país procuram tomar medidas adicionais para que esta desaceleração não seja muito expressiva, até porque o resto do mundo também não apresenta um crescimento robusto, capaz de compensar a redução chinesa.
As informações disponíveis mostram que no primeiro trimestre o crescimento teria sido estimado em 1,5%, quando a previsão anterior seria de 1,8%. Para os padrões mundiais, ainda são percentuais elevados, mas como se encontram num processo de reforma para dependerem mais do próprio mercado interno, que não é fácil, todos se preocupam que não consigam um soft landing. No caso brasileiro, também as indicações são de um crescimento que era mais robusto no primeiro trimestre, mas já no mês de abril nota-se um ânimo menor, principalmente dos consumidores. Como o quadro se apresenta cada vez mais complicado para o resto do ano, ainda que exista a Copa do Mundo, mas com o governo sofrendo crescentes pressões num ano eleitoral, as preocupações com um quadro externo mais difícil não injetam otimismo.
Li Keqiang
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15 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: além do sushi e do sashimi, boa qualidade e barata, uso do porco
Duas notícias publicadas no Japão informam sobre a nova onda de disseminação do uso da carne de porco na culinária popular, afastando a imagem de que não é saudável e é comprovadamente de custo mais baixo quando comparado com os concorrentes, principalmente quando aquele país é atingido novamente pela praga da gripe aviária. Uma vez fui consultado por uma jornalista brasileira que passaria um período no Japão e ela que apreciava a culinária japonesa estava preocupada com o elevado custo do sushi e do sashimi, como se fossem de consumo cotidiano. Ficou aliviada quando descobriu que existiam ótimos pratos, mais baratos, que são consumidos nos almoços mais leves da maioria dos japoneses.
Um muito apreciado é o tonkatsu, uma costeleta de porco apresentada numa forma semelhante a da milanesa, de fritura profunda, mas leve, servido normalmente com um pouco de repolho cru picado, que ajuda a neutralizar sua gordura. Com uma tigela de arroz, um missogiru (sopa de soja) e um oshinko (conserva) completa uma boa refeição. Um artigo publicado por Robbie Swinnerton no The Japan Times informa que também existem estabelecimentos que os servem em elevada qualidade, até de um porco especial, que também pode ser apreciado no jantar.
Pigging out: The tonkatsu teishoku set at Butagumi Dining. | ROBBIE SWINNERTON
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14 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: caso da Ucrânia, caso dos pequenos países, Lee Hsien Loog, os problemas com os japoneses, visão de Cingapura para o mundo
Uma entrevista-almoço em Londres de uma importante figura asiática como o primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong, não explicita tudo nem mesmo para Gideon Rachman, o chefe de assuntos estrangeiros da Financial Times, evidentemente muito experiente. Há muito o que se interpretar nas entrelinhas do que foi discutido, como o uso de expressões faciais e risos do entrevistado. Ainda que ele já seja o herdeiro de um pai que já foi primeiro-ministro em Cingapura e tenha feito o curso universitário em Cambridge, como parte de sua preparação para exercer o elevado cargo no seu país. Ele cursou matemática e computação, com distinção, considerado como não tendo sequer um osso frívolo e um tecnocrata cerebral. Completou o seu currículo com o título de general brigadeiro no seu país. O ideal é que os leitores o leiam a rica matéria na íntegra, diante das muitas nuances que a integra no: http://www.ft.com/intl/cms/s/2/4511f092-bf2c-11e3-8683-00144feabdc0.html#axzz2ytIZSfQp .
Os assuntos abordados foram amplos, como a crise na Ucrânia que gera preocupações separatistas até para a China, acabando sendo relevante para a Ásia. Como a afirmação nacionalista do Japão que preocupa os vizinhos diante das lamentáveis experiências que ocorreram na Segunda Guerra Mundial, que chegaram até Cingapura. A entrevista ocorreu dentro de uma programação intensa do primeiro-ministro Lee Hsien Loong na Inglaterra, e ainda que não admitido decorra dentro de um regime forte, considerado democrático pela eleição formal, num país que praticamente conta somente com um partido político de fato. O tema é considerado tabu, não sendo explicitado na entrevista. Separado da Malásia, Cingapura é um país-cidade de 5,3 milhões de habitantes, consagrou-se com uma espécie de capital regional do Sudeste Asiático, notadamente no setor financeiro, tendo atingido um invejável nível de renda per capita, um dos mais elevados do mundo, dentro de uma disciplina que beira a ditadura. Equilibra-se entre os Estados Unidos e a China, ainda que hoje 60% de sua população seja de origem chinesa.
Primeiro-ministro de Cingapura, Lee Hsien Loong
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13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento do subsolo em Tóquio, artigo no The Japan Times, ativação da construção pesada
Na maioria das economias no mundo utiliza-se a construção civil para ajudar a recuperar a economia. No Japão, além da constante renovação de edifícios que para o padrão brasileiro ainda seriam considerados relativamente novos, está se planejamento o maior aproveitamento do subsolo na região metropolitana de Tóquio. Eles estão projetando verdadeiras avenidas do tipo de Champs-Elysées em Paris, com arborizações e tudo o mais, no subsolo da Capital, como no túnel que vai de Tsukiji (famoso pelo consagrado mercado de peixe) até Toranomon, próximo ao setor governamental daquela cidade. O que até agora ia até 40 metros de profundidade, com alguns andares subterrâneos visando principalmente o sistema metroviário e todas as lojas que procuram aproveitar o grande fluxo de pessoas, agora estão indo mais abaixo, dentro do que o Escritório de Desenvolvimento Urbano da Região Metropolitana do governo japonês está coordenando.
Estas vias de transporte subterrâneas estão separadas somente por 30 centímetros por onde passam os sistemas elétricos, que estão operando em conjunto com as empresas de gás, água e telecomunicações que correm por galerias. Para os turistas que não conhecem que existe uma verdadeira cidade abaixo da superfície, cheias de lojas, restaurantes e os mais variados estabelecimentos para atender as necessidades de alimentação e bebidas da população. As estações de metrô costumam contar com vias diretas para as grandes lojas de departamento, bem como edifícios de escritórios onde trabalham milhares de pessoas.
at Tokyo Station in August 2009. | REUTERS
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13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Nikkei Asian Review, necessidade de mais prazo para atendê-los, surpreendentes volumes de encomendas
Algumas medidas de política econômica que vieram sendo adotadas dentro da chamada Abeconomics estão resultando em mudanças surpreendentes. A construção naval japonesa, que era competitiva no pós-guerra, diante da política cambial imposta aos japoneses pelo chamado G-7 que manteve sua moeda valorizada, ficou estagnada com relação aos seus concorrentes coreanos e chineses por muitas décadas. Agora, com a easing monetary policy que vem sendo adotada pelo Bank of Japan, provocou-se a desvalorização do yen a tal ponto que ela está recebendo encomendas nos últimos anos que não consegue atender no prazo desejado. Estas indústrias pesadas não contam com flexibilidade para aumentar a sua capacidade rapidamente, mas com o tempo, diante da disponibilidade de tecnologia, vai acabar mais competitiva que seus concorrentes internacionais.
O artigo de Yuta Takashima publicado no Nikkei Asian Review informa sobre estas mudanças importantes que estão ocorrendo. É evidente que não se trata somente da situação cambial, mas da disponibilidade de tecnologia da indústria de construção naval do Japão que tem uma longa tradição. Uma parte inicial das encomendas nasceu da capacidade japonesa para a produção de navios destinados à liquidificação do gás e seus transportes às grandes distâncias. Com a mudança cambial, outras encomendas, em nível surpreendente, começaram a chegar a muitas indústrias japonesas do setor, que, além de enxugarem seus custos, vem como provocando fusões que aproveitavam as sinergias possíveis de muitas empresas.
Mitsui Engineering’s Chiba Woks constante no Nikkei Asian Review
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13 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: JR Tokai oferece tecnologia do Maglev, ligação de Washington-Baltimore-Boston, noticia no Nikkei Asian Review
Uma notícia publicada pela Nikkei Asian Review informa que JR Tokai, operadora que está construindo no Japão o novo sistema de transporte rápido Maglev, que liga Tóquio a Nagoya, paralelo ao Shinkansen, propõe-se a fornecer sem custo a tecnologia destes trens de levitação magnética quando em velocidade para os Estados Unidos se for escolhida para a sua construção. O projeto norte-americano visa ligar inicialmente Washington a Baltimore, com 60 quilômetros de distância como primeira fase, para chegar a Boston finalmente com 730 quilômetros. O custo de sua construção está estimado em US$ 19,5 bilhões, sendo que metade deste montante seria financiada pelo JBIC – Japan Bank for International Cooperation.
A tecnologia da JR Tokai mantém o trem elevado a cerca de 10 centímetros no ar com a força magnética de imãs supercondutores a bordo dos vagões e bobinas junto aos trilhos. Isto permite uma incrível estabilidade a uma velocidade de 500 quilômetros por hora. O primeiro trem desta natureza foi construído do aeroporto de Xangai à proximidade do centro urbano, com tecnologia dos alemães. Em poucos minutos, o trem está a uma velocidade superior a 200 quilômetros, e como não tem contato com os trilhos não apresenta nenhuma trepidação. Na experiência do seu uso, notamos que mal se sente a sua aceleração.
Trem Maglev da JR Tokai, que pode correr a 500 quilômetros por hora, correndo numa pista para teste. Foto publicada no Nikkei Asian
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12 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Peter Singer no Project Syndicate, discussões somente de interesses políticos partidários, o interesse nacional, o quadro brasileiro de carência de estadistas
Acompanhando a discussão recente do que ocorre na política brasileira, acaba se reconhecendo a importância do que Peter Singer, filósofo e professor da Universidade de Princeton, expressa no seu artigo recente divulgado no site do Project Syndicate, que chama a atenção à lacuna que se forma com a insuficiência de um conhecimento humanístico. Não se deve confundir este problema com a insuficiência da educação formal, pois a sabedoria de um estadista pode ser decorrente da reflexão sobre os problemas existentes que é o campo de onde é possível extrair conhecimentos fundamentais. Certamente, o filósofo Sócrates não poderia dispor de um curso acadêmico, mas acabou sendo acusado de corromper a juventude por ensinar a pensar.
Peter Singer parte da constatação da redução de candidatos para os cursos de bacharelado em humanismo mesmo nas grandes universidades como Harvard. Mas, ele apressa-se em confessar que não tem consciência por que isto vem ocorrendo, humildade que é vital para qualquer intelectual. A ignorância decorrente da pretensão de saber é que parece facilitar afirmações chocantes que existem entre muitos pretensos donos da verdade, que não facilitam as discussões para a procura de medidas que possam sanar alguns graves problemas brasileiros. Claudia Safatle, na sua coluna semanal do Valor Econômico, refere-se à infeliz entrevista de um ex-presidente aos bloguistas, que tanto chocou os que são simpáticos a sua volta ao poder, expressando o entendimento de uma ação nefasta da imprensa tradicional na formação de uma concepção negativa do governo e do Brasil do momento.
Peter Singer
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11 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: mudança na política argentina, negociações com a União Europeia, prosseguimento das negociações
Quando os demais membros efetivos do Mercosul, Brasil, Uruguai, Paraguai já estavam dispostos a apresentar uma proposta para um acordo de comércio com a União Europeia sem a participação da Argentina houve uma surpreendente mudança. Na reunião realizada em Montevidéu na última quarta-feira, a Argentina, possivelmente temendo o seu isolamento completo, apresentou a sua concordância para a proposta que pode eliminar as tarifas de 87 a 90% dos produtos comercializados com a Europa, como haviam decididos os demais países membros do Mercosul. O assunto está relatado num artigo elaborado por Denise Neumann, Daniel Rittner e Catherine Vieira, publicado no Valor Econômico, baseado nas informações fornecidas pelo ministro brasileiro Mauro Borges, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.
A Argentina, lamentavelmente, já vinha adotando posições pouco racionais que dificultava o adequado funcionamento do Mercosul, bloqueando as possibilidades dos seus parceiros estabelecerem acordos de livre comércio que estão proliferando em todo o mundo, diante das dificuldades de acordos gerais no âmbito da OMC – Organização Mundial do Comércio. Suas dificuldades políticas internas já chegam à beira da desagregação, preocupando a todos. E a existência do Mercosulinibia os demais países membros efetivos do acordo regional que ficavam constrangidos nas tentativas de criar condições para a continuidade de sua integração na economia mundial globalizada. Se concluído o acordo com a União Europeia, seria um primeiro e importante passo para evitar a sua marginalização.
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