22 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: aceitações difíceis, consagrados nas provas cegas, empenho de longa data dos japoneses, noticia do Bloomberg sobre os single malts japoneses
Sempre que se fala que os whiskies single malt japoneses estão superando os escoceses, naturalmente as notícias são recebidas com alguns risos denotando dúvidas, notadamente dos apreciadores tradicionais destas bebidas. Um artigo está publicado no site da Bloomberg, escrito por Elin McCoy, informando que em provas cegas estas bebidas japonesas estão conseguindo resultados surpreendentes, o que já vem acontecendo há alguns anos. Em 2012, o Yamazaki, de 25 anos de envelhecimento, bateu 300 concorrentes do mundo numa prova cega internacional. Já existem bares nos Estados Unidos, no Reino Unido e em Hong Kong que contam com estas bebidas, com preços que dispararam no mercado.
O artigo informa o que já é conhecido dos que acompanham estas evoluções. Em 1918, um químico japonês viajou para a Escócia para estudar a sua produção, e voltando para o Japão associou-se com o empresário Shinjiro Torii, fundador da Suntory, que recentemente adquiriu o controle do Beam, fabricante do consagrado Bourbon Jim Beam dos Estados Unidos. Mas também existem outros produtores japoneses que estão evoluindo na produção de whisky de qualidade, como a Nikka. Todos sabem que os japoneses estão entre os grandes consumidores destas bebidas, ao lado dos tradicionais do Japão como o Shotchu e o saquê.
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22 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: diferenças, família de políticos no Japão, política externa do Gaimusho, posições políticas do governo
Todos sabem que existem famílias de políticos com longa tradição em diversos países do mundo. No Japão, o atual primeiro-ministro Shinzo Abe é sobrinho neto do famoso primeiro-ministro Nobusuke Kishi, que teve importância fundamental no pós-guerra, e o seu pai Shintaro Abe também foi importante ministro dos Negócios Estrangeiros, todos tradicionais no atual LDP – Partido Liberal Democrata. E o seu irmão mais novo, Nobuo Kishi, é o atual vice-ministro de Negócios Estrangeiro, o famoso Gaimusho, que estabelece a política externa no Japão, contando com quadros competentes de carreira. Ele declarou que o nacionalismo japonês não está em crescimento na política externa daquele país, apesar da declaração de muitos políticos expressando estas posições, conforme artigo no site da Bloomberg.
É preciso compreender que no Japão a burocracia é muito forte e composta de funcionários de carreira, e ainda que os políticos façam declarações que sejam importantes eleitoralmente, a política externa é do Estado, pouco dependente do governo que esteja no poder no momento. Como muitas declarações dos políticos japoneses provocaram tensões com os seus vizinhos chineses e coreanos, exigindo até um pedido de moderação dos Estados Unidos, os diplomatas japoneses estão fazendo um esforço no sentido de minimizar os estragos que foram efetuados na opinião pública, principalmente regional. A entrevista concedida no Gaimusho pelo vice-ministro Nobuo Kishi procura consolidar a política do Japão, como Estado.
Shinzo Abe Nobuo Kishi
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19 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigos da Bloomberg sobre a Softbank e a Alibaba, astronômicas estimativas de analistas, histórias bem elaboradas, lançamentos de papeis em Nova Iorque, semelhanças com alguns projetos brasileiros privados | 2 Comentários »
É evidente que não pode haver preconceitos com jovens empresários orientais que são extremamente ousados nas suas iniciativas, como Masayoshi Son, 56, um japonês de ascendência coreana, líder do grupo Softbank criado em 1981 no Japão. Ou Jack Ma, 49, um chinês líder do grupo Alibaba, criado em 1999 para operar em e-commerce. Em poucos anos, chegaram ao sofisticado mercado norte-americano, inclusive no mercado de capitais como o de Nova Iorque, depois de uma carreira impressionante que não se resume somente ao Japão ou a China, estando globalizados em todo o mundo. Mas, é natural que seus negócios hoje avaliados por analistas de mercado em muitas dezenas de bilhões de dólares (o Softbank em US$ 99 bilhões e o Alibaba em US$ 153 bilhões) sejam observados com cuidados por alguns segmentos mais cautelosos, ao lado do entusiasmo inusitado por parte dos operadores mais ousados. Hoje, uma parte dos seus interesses está interlaçado pelos fundos que aplicam em projetos ousados.
Dois artigos publicados no site da Bloomberg, um elaborado por Makoto Yasu sobre a Softbank e outro de Barry Ritholtz sobre a Alibaba, fornecem um quadro bastante esclarecedor sobre estas empresas. A Softbank que começou com celulares no mercado japonês desbancou as duas de origem oficiais, a Docomo que opera a telefonia celular e tem origem na NTT – Nippon Telegraph and Telephone, que era a monopolista oficial da telefonia fixa no Japão, e a KDDI que nasceu oficial e monopolizava a telefonia interurbana no Japão. A Alibaba começou com o comércio pela internet na China, superando hoje o movimento como o da Amazon e eBay somados e está lançando seus papeis no mercado de Nova Iorque, tendo atuação em todo o mundo.
Masayoshi Son Jack Ma
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18 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: artigo publicado pela Bloomberg, assunto sempre controvertido, os efeitos da cafeína sobre Parkison e Demência
Um dos produtos que nas últimas décadas vêm provocando uma intensa discussão é a cafeína, que acaba envolvendo inevitavelmente o café, ainda que cerca de 60 outras plantas contenha a cafeína de forma natural. Um artigo publicado por Kristen Hallam na Bloomberg informa que pesquisas estão sendo efetuadas por cientistas de diversos países, visando o tratamento de Parkinson e Alzheimer. Brincava-se no Japão que havia um instituto que oferecia pareceres técnicos ao gosto do freguês, metade a favor e outra metade contra o café. O que está se descobrindo é que a cafeína faz mais do que manter as pessoas acordadas. Ela tem sido associada à melhoria na memória e parece proteger contra a destruição de células do cérebro. A um estudo é atribuído que as pessoas que bebiam duas ou mais xícaras de café por dia tiveram um risco 40 por cento menores de desenvolver Parkinson.
Uma empresa farmacêutica japonesa, a Kyowa Hakko Kirin, recebeu a aprovação japonesa no ano passado por um produto e começou a efetuar os testes norte-americanos. O desafio é conseguir um produto mais potente para o cérebro, sem efeitos colaterais, como dores de cabeça, irritabilidade e nervosismo. Um professor de neurologia e farmacologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Boston, Jiang Fan Chen, afirmou que seria um benefício real potencial que deve ser examinado a séio. A cafeína interage com a adenosina, um produto que atua como um sistema de travagem sobre o cérebro. Ao bloquear os sites e frustrar adenosina, a cafeína cria um choque de claridade que fez do café uma das bebidas mais populares do mundo.
Professor Jiang Fan Chen, (ao centro)
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17 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ampliação de suas capacidades de investimentos, ampliação dos investimentos no exterior, artigos do Nikkei Asian Review relatam mudanças, empresas japonesas tomando recursos
A nova política econômica do governo japonês está conseguindo com que as empresas do Japão se tornem mais agressivas na ampliação de suas atividades. No chamado Abeconomics, com uma política de expansão dos créditos, conseguiu-se uma desvalorização cambial que está voltando a tornar as empresas japonesas competitivas nos mercados externos. Muitas estão captando recursos no mercado e contraindo empréstimos para ampliar suas atividades, ao mesmo tempo em que promovem aumentos dos salários pagos, bem como dividendos aos seus acionistas. Depois de décadas de deflação e pouco entusiasmo nas suas expansões, estão com planos mais agressivos, notadamente na ampliação de suas capacidades de produção no exterior. Estas notícias estão sendo divulgadas pelo Nikkei Asian Review, ajudando na formação de uma opinião pública favorável para estas expansões.
Reporta-se que ampliaram suas dívidas em 2013 em US$ 185 bilhões, algo como 10% com relação ao ano anterior, sendo que os recursos estão sendo canalizados para novas fábricas e equipamentos. Pelos dados compilados pelo The Nikkei entre 1.700 empresas listadas na bolsa, excluindo as de instituições financeiras e de energia elétrica, 40% das empresas aumentaram suas dívidas no ano passado. Há uma evidente mudança do clima, e os empresários demonstram a mudança de sua confiança, esperando aumento das vendas e dos seus lucros.
Publicado no Nikkei Asian Review
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17 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: artigo no The New York Times sobre o assunto, artigo similar do Isto É, vergonha que precisa ser superada
Depois de mais de três anos dos desastres que atingiram o nordeste do Japão, com um violento terremoto seguido do tsunami, os danos na usina de Fukushima e a contaminação radioativa, apesar dos esforços efetuados por muitos com o uso de bilhões de dólares, os resultados não podem orgulhar os japoneses. Pelo contrário, a perspectiva atual continua sendo de um trabalho que vai exigir ainda cerca de quatro décadas, não conseguindo resolver sequelas graves que estão sendo deixadas às populações atingidas como sobre a região. Parece que há necessidade de separar o problema da usina em si, bem como toda a região que foi afetada nos seus arredores, além das populações que, mesmo com os seus esforços, continuarão com sequelas como as deixadas pelos bombardeios atômicos sobre Hiroshima e Nagasaki. O Japão necessita transformar este desastre em algo que contribua positivamente para o futuro da humanidade, como o que aconteceu em 1945.
Os artigos publicados no jornal The New York Times, num texto elaborado por Hiroko Tabuchi, e na revista IstoÉ, escrito por Luiza Purchio, centram-se nos problemas dos recursos humanos utilizados na limpeza da usina de Fukushima, que deve mais aguda, exigindo uma solução diferente da que vem sendo adotada. As informações divulgadas são de trabalhadores modestos, sem preparo adequado, que estão sendo explorados, inclusive pela yakuza, para execução de tarefas em condições inaceitáveis, com remunerações que não correspondem aos riscos de radiação a que estão sendo submetidos, acima do recomendável, mencionando-se a possibilidade de serem afetados pelo câncer. Sabe-se que os japoneses contam com tecnologias de robótica para o desempenho destas tarefas, não se compreendendo porque não estão sendo utilizadas, além de uma solução definitiva para a contenção da radiação que continua ocorrendo.
Usina de Fukushima e mapa da região nordeste do Japão
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15 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a irracionalidade de Putin, as dificuldades venezuelanas, as tarifas energéticas no Brasil, os problemas argentinos
Fica-se com a impressão que o mundo está sofrendo uma forte praga de aumento da irracionalidade. A Argentina que, na virada do século XIX para XX, já apresentava um nível de renda invejável para os melhores países europeus, e que foi beneficiada pelos seus fornecimentos para os aliados como para o Eixo durante a Segunda Guerra Mundial acumulando uma impressionante reserva internacional ao seu término, com o populismo inaugurado por Juan Domingo Perón e aprofundado pelos seus seguidores caminha para uma situação difícil de ser imaginada. A Venezuela contando com sua respeitável reserva de petróleo, sofrendo da famosa doença holandesa agravada pelos sonhos de Hugo Chávez, está se aproximando do caos com as ingenuidades e despreparos de Nicolás Maduro.
Vladimir Putin com sua política para a Criméia e a Ucrânia chega ao ponto da Angela Merkel considerá-lo se estaria fora da realidade, num quadro em que a Rússia agrava o seu processo de decadência que se acentuou com a dissolução da antiga União Soviética, como está colocado no artigo de Sergei Guriev, professor do New Economic School da Rússia, divulgado pelo Project Syndicate. E o governo brasileiro entende que deve postergar o impacto dos custos energéticos, tanto de energia elétrica como de derivados de petróleo, para os consumidores, cobrindo com recursos de diversas origens as grandes empresas que estão sendo fortemente afetadas por estas manobras, que vão a sentido contrário do que precisaria ser executado pelas indicações do sistema de mercado.
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14 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as colocações recentes do Premiê Li Keqiang, evitando uma derrocada, o default ocorrido e futuros
Ainda que muitos analistas e operadores no mercado internacional apreciassem que a economia chinesa continuasse a ser excepcional, as decisões recentes mostram que se faz um esforço razoavelmente controlado para tender a ser normal. O default ocorrido no pequeno produtor de equipamentos de energia solar, Chaori Solar, mostra que as autoridades daquele país estão determinadas a utilizar, de forma controlada, os mecanismos normais de uma economia de mercado, não assegurando a qualquer custo que empreendimentos inviáveis tivessem a garantia do governo. Se isto continuasse a ser feito, os que investissem ou emprestassem a empreendimentos mal administrados usufruiriam resultados expressivos com os juros pagos, totalmente fora das regras de mercado. Muitos meios de comunicação social do mundo anunciaram tal decisão por intermédio da declaração do premiê Li Keqiang.
Ainda que seja esperado que outros e pequenos empreendimentos tenham destinos semelhantes, não se pode esperar que as autoridades chinesas permitissem uma brusca e descontrolada redução do crescimento da economia da China, pois se persegue uma meta de 7,5%, representando uma desaceleração do tipo que pode ser considerado um “soft landing”. Os muitos instrumentos disponíveis naquela economia, que sempre sofreu uma intervenção governamental mais acentuada do que na maioria das economias ocidentais, permitem visualizar esta possibilidade. Se até nos Estados Unidos as medidas do chamado “easing monetary policy” estão sendo reduzidas paulatinamente, de forma cautelosa para não agravar a incipiente recuperação que se processa na economia mundial, não se poderia esperar senão uma atitude sensata também na China, mesmo que tais dosagens apresentem sempre dificuldades de uma sintonia fina.
Primeiro-ministro chinês Li Keqiang
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12 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a questão do salário mínimo recebe apoio, pequenas amostras e assuntos abordados, resultados contraditórios do Wall Street Journal
Não é somente no Brasil que pesquisas e artigos são publicados visando efeitos eleitorais. O The Wall Street Journal/NBC News Poll divulga os resultados de uma pesquisa telefônica bastante modesta de 1.000 adultos em todos os Estados Unidos, incluindo 300 que utilizam apenas um telefone celular, entre 5 a 9 de março, efetuada pelas organizações de pesquisas Bill McInturff em Estratégias de Opinião Pública e Fred Yang at Hart Research Associates. Eles contrariam os obtidos pela Bloomberg National Poll e divulgados pelo site da Bloomberg ainda que apresentem os mesmos resultados nas questões relacionadas ao aumento do salário mínimo proposto pelo presidente Barack Obama para os próximos três anos.
Segundo o artigo divulgado por Patrick O’Connor no site do WSJ, a aprovação de Barack Obama teria atingido um novo mínimo, chegando a 41% de aprovação, quando em janeiro era de 43%, ainda que esteja no intervalo de confiança da pesquisa. 54% dos pesquisados desaprovariam o trabalho que está sendo efetuado pelo presidente, com destaque no assunto relacionado com a saúde. Também a política externa dos Estados Unidos estaria sendo condenada. Como a eleição de novembro próximo refere-se aos parlamentares, o artigo informa que ele poderá ajudar pouco os seus colegionários.
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11 de março de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: consequências para a região e o mundo, é preciso expressar algumas opiniões, persistência dentro de um quadro difícil
Ainda que não se possa contribuir muito falando do quadro em que as dificuldades persistem no terceiro aniversário de um dos dos maiores desastres que afetaram o Japão, os fatos gritantes não nos permitem ficar calados. Há uma necessidade de prestar solidariedade a quase vinte mil vidas que se perderam ou desapareceram, com 400 mil casas que foram danificadas com toda a infraestrutura que as suportava, 470 mil pessoas que tiveram que se deslocar da região afetada e ainda hoje mais de 100 mil vivem em alojamentos temporários. Os sofrimentos dos sobreviventes são imensuráveis, difíceis de serem avaliados à distância. Precisamos aprender com todo este sofrimento, pois o mundo ainda acompanha o que os japoneses continuam fazendo para a sua reconstrução, mas é ainda pouco o que se conseguiu. Muitos no mundo são obrigados a continuar morando até mesmo onde as condições naturais são adversas, encontrando mecanismos para a convivência com elas, usando-as como desafios para aperfeiçoamentos à nossa forma de viver de forma melhor possível. É preciso transformar limão em limonada, como se conseguiu em Hiroshima e Nagasaki.
O site Nikkei Asian Review faz um balanço com três artigos, um sobre a dimensão da devastação, como se tenta superar a adversidade com a produção possível e finalmente sobre dois caminhos possíveis para o futuro. Mas, podem-se acrescentar às duras lições que estão sendo deixadas, como as necessidades de fontes de energia menos perigosas, as construções que possam resistir aos fortes terremotos seguidos de tsunami, como extrair das adversidades forças para o futuro, aprendendo com o único pinheiro que resistiu ao maremoto, cujo DNA continua sendo multiplicado para criar novas florestas.
Ilustração da Nikkei Asian Review
O site informa que a reconstrução está entrando em nova fase, não se contando com a certeza da população que não abandonará a região definitivamente, até porque não se conseguiu ainda estancar a radiação que continua ocorrendo da usina afetada. Tudo indica que haverá necessidade de uma solução próxima a que foi adotada em Chernobyl, mesmo que não seja a ideal. Ou seja, uma estrutura de concreto que a isolaria totalmente, inclusive nos seus vazamentos pelo subsolo, com a paulatina retirada dos combustíveis nucleares restantes, para o que terá se desenvolver uma tecnologia especial.
Há até uma proposta para se desenvolver uma tecnologia para desativação de muitas usinas que estão se tornando obsoletas em todo o mundo, e que exigem soluções mais racionais. Existem algumas iniciativas que trazem de outras regiões do Japão, como da proximidade de Tsukiji, o grande mercado de frutos do mar de Tóquio. Ensina-se aos locais a desenvolverem atividades para aproveitamento das matérias primas da região, mostrando que produtos semielaborados acabam sendo mais valorizados que os peixes em si. Também salmões defumados estão sendo preparados por cooperativas de produtores locais.
Frutas, como morangos de qualidade, estão sendo produzidas com métodos hidropônicos, com alto teor de açúcar, como as apreciadas nos mercados da Capital, Tóquio. Alguns produtos do Sudeste Asiático estão sendo adaptados para a produção local. Procura-se colocar o pessoal nativo no comando destes projetos, para estimular a autoestima, inclusive com introdução de novos designs. Mas a grande dificuldade é que tudo está sendo feito com idosos que permanecem na região, pois muitos jovens preferiram migrar para outras regiões do Japão.
Muitas novas residências definitivas estão sendo concluídas na região, mas muitos desistiram de voltar. As lojas estão sendo construídas em terrenos mais elevados, e as técnicas de construção estão preparadas para resistirem aos terremotos mais violentos. Com a redução da população da região, os consumidores são em menor número, acabando por transmitir uma ideia de uma região decadente. A ideia da reconstrução acaba sendo abalada, com as incertezas do futuro. Parece que há necessidade do governo nacional providenciar para que toda esta região se torne uma Zona Especial, suficiente para voltar a contar com o dinamismo tanto para a integração com a economia nacional como internacional, para reduzir a sua falta de competitividade atual.
Se existem resistências ao uso de energia nuclear, há que se estimular a geração de energias outras, como a solar, a eólica e mesmo as diferenças de marés, ou as que aproveitam as energias vulcânicas. Pode-se lembrar de que o Japão obteve sucesso em Tsukuba, que era uma das regiões menos desenvolvidas nas proximidades de Tóquio, com a criação de uma cidade científica, que se tornou também um grande centro universitário.
Tudo indica que somente com esforços habituais os problemas do nordeste do Japão não serão superados, havendo uma necessidade de uma programação nacional, dentro do esforço geral de recuperação da economia japonesa, diante dos desastres a que a população foi submetida e sensibilizaram todo o mundo.