24 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: empresas do Oriente Médio como Qatar e Etihad, oferta de passagens aéreas promocionais do Brasil para a Ásia, outras taxas, problemas de vistos, também Delta e United
Se existe um setor extremamente sensível às demandas, este é o setor de companhias aéreas que, diante da capacidade ociosa em seus voos, acabam promovendo substanciais descontos nas passagens de alguns deles, mesmo na alta temporada. Com o que está acontecendo atualmente, tudo indica que o relativo desaquecimento da demanda de voos do Brasil para a Ásia, tanto o Japão como a China, superaram as programações efetuadas dos voos, e para garantirem uma lotação mínima muitas empresas estão oferecendo grandes promoções. As primeiras foram das empresas do Oriente Médio, como a Qatar, do país do mesmo nome, e a Etihad, de Abu Dhabi. Mas, chegaram até as tradicionais companhias norte-americanas, como a Delta e United, que contam com alguns voos.
Por menos de US$ 1.000 estão sendo oferecidos muitos voos, de idas e voltas marcadas compreendendo duas semanas, até maio próximo, que é de plena primavera no Japão e na China. O destino é Tóquio, no Japão, ou Beijing e Hong Kong, na China. Estas viagens, evidentemente em classe turista, exigem vistos nos passaportes nos Estados Unidos e no Japão, e implicam também em taxas de embarque, quando as conexões passam por aeroportos norte-americanos, que contam com uma alfândega e mesmo trânsito exigentes em seguranças. Os inícios dos voos costumam ser de São Paulo, mas existem empresas que mantêm acordo com as locais para incluírem outras origens.
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24 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: concorrências locais, menores crescimentos, problemas em muitas partes do mundo, The Economist aponta que a China está perdendo seu fascínio
Quando os crescimentos econômicos deixam de ser espantosos passando para níveis mais baixos, ainda que elevados, os problemas começam a surgir, principalmente quando os custos de produção começam a se elevar. O The Economist, na edição da próxima semana, indica que o fenômeno começa a se observar até na China, que passou de um crescimento de dois dígitos para 7,7% no ano passado, estimando-se que seja de 7,5% ou menos neste e nos próximos anos. Este fenômeno parece que ocorrer também em outros países, mostrando que a recuperação da economia é mais difícil do que se imaginava, com os Estados Unidos registrando menos do que se esperava, as dificuldades europeias continuam importantes, o mesmo acontecendo com o Japão e os emergentes, inclusive o Brasil.
Os custos de produção, notadamente dos salários que acabam sendo os mais importantes, mostram que as multinacionais que estavam entusiasmadas com a China já acusam seus problemas, com o aumento das concorrências das empresas locais. Já não se trata do paraíso onde os problemas naturalmente enfrentados ficavam camuflados pelos resultados excepcionais, que todos esperavam se manter por longos períodos. As reformas a serem executadas na China não podem serem subestimadas nas suas dificuldades, além das elevadas corrupções que continuam difíceis de serem controladas, mesmo no regime autoritário. E persistem os problemas de poluição, não permitindo que o xisto forneça condições competitivas como as que estão se observando nos Estados Unidos.
A poluição na China preocupa
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23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: erros de avaliação, ganhos obtidos no passado recente com baixos riscos, mudanças das condições com intervenções governamentais, pressões externas sobre o Brasil
Quando a economia brasileira deixa de ser o “queridinho do mercado mundial”, por apresentar um crescimento econômico mais baixo, aumento das pressões inflacionárias, dificuldade para a geração dos superávits fiscais desejáveis, falta de competitividade, manifestações populares de insatisfações, incertezas eleitorais, entre outros fatores, também os interesses dos investidores parecem pressionar no sentido de garantias mais amplas. No passado, o Brasil classificado entre os BRICS com maior potencial atraiu muitos investimentos diretos procurando aproveitar as oportunidades da ampliação do mercado interno, mesmo depois das grandes turbulências provocadas pelos problemas mundiais de 2007/2008. O Banco Central brasileiro indicava uma tendência clara de valorização do câmbio e muitos financiamentos se dirigiram para o Brasil na procura de remunerações acima dos possíveis em outros mercados, minimizando os riscos existentes, a ponto de deixar a faixa recomendada pelas cautelas naturais.
Agora, um exemplo deste tipo de pressão está no artigo publicado pelo Financial Times, de autoria de Jonatham Wheatley, falando dos investimentos feitos no Brasil e as criações e destruições de valores, que apresenta aspectos que merecem considerações, pois também as autoridades brasileiras não primam pelas decisões mais corretas. Atribui parte das dificuldades pela queda do entusiasmo com o Brasil pelas exageradas intervenções governamentais, como afetando os resultados da Petrobras, da Vale, bem como ações do setor elétrico, que contribuíram para má performance do setor de bolsas, ao lado de erros de avaliação de grupos como o de Eike Batista. Num momento estratégico como da reunião de Davos.
Sede do Banco Central em Brasília
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23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aplicações nos paraísos fiscais, casos de parentes de autoridades poderosas, investigações de jornalistas, tradição chinesa
Desde o período das Rotas da Seda, os chineses desenvolveram habilidades comerciais nos relacionamentos com outros países. E todos sabem que os comerciantes, em qualquer país do mundo, procuram reduzir os tributos que pagam para as autoridades. Como na China houve muitos períodos de guerras internas, consolidou-se uma perigosa cultura para evitar os pagamentos de impostos que para eles não seria moralmente condenável. Há naquele país uma ideia que “os senhores feudais efetuam as guerras e tomam os bens da população, e os governos atuais os fazem pelos tributos; evitar estes confiscos seria um meio de defesa da população”. Muito antes do comunismo de Mao, já havia na China uma tradição da população se defender do governo nestas apropriações, preferindo ativos que poderiam ser escondidos e mais facilmente transportados, quando necessários.
Uma matéria longa e ainda em elaboração por um grupo de jornalistas como Marina Walker Guevara, Gerard Ryle, Alexa Olesen, Mar Cabra, Michael Hudson e Chistoph Geisen mostra que os registros que vazaram naquele país e fora dele revelam ativos da elite chinesa nos paraísos fiscais. Foi divulgada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (The International Consortium of Investigative Journalists) recentemente, envolvendo suspeitas sobre funcionários do governo chinês e seus familiares, associados com a China e diversos outros países, adotando o uso de empresas e contas bancárias secretas entre chineses espalhados por eles. Sabe-se que muitos grandes bancos internacionais atuavam para oferecer seus serviços visando aplicá-los em paraísos fiscais, como as Ilhas Virgens Britânicas, contratando parentes de líderes influentes.
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23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: modestos paralelos, o livro de Sônia Bridi Laowai, relatos da experiência de vida de uma correspondente da TV Globo na China
Apesar dos meus interesses sobre as experiências de vida de estrangeiros na China, principalmente de brasileiros, só tive conhecimento do livro “Laowai”, de Sônia Bridi, que relata a sua experiência muito tardiamente, ao encontrá-lo por acaso numa livraria em São Paulo, já na sua 6ª edição, de 2008, publicado pela Editora Letras Brasileiras de Florianópolis. Ela foi morar em Beijing em 2005 para lá se instalar como a primeira correspondente da TV Globo para a Ásia, na companhia do seu marido Paulo Zero, mais experiente em coberturas jornalísticas no exterior, que lhe dava também o respaldo técnico para as transmissões para o Brasil, além de cuidar da fotografia e filmagens. Ela estava na China acompanhada de um filho de três anos, o Pedro. Ela ficou instalada na China por dois anos, sofrendo os problemas do cotidiano de uma jornalista estrangeira num país muito diferente, conhecendo o país, experimentando sua rica culinária, tendo que enfrentar a sua burocracia para efetuar as reportagens agendadas. Ela já tinha experiências internacionais em Londres e Nova Iorque, tendo efetuado algumas reportagens anteriores na China para cobrir viagens do presidente brasileiro naquele país. No livro, ela cita a sua rica experiência de se instalar oficialmente naquele país tão estranho, com uma cultura bem diferente da Ocidental.
Minhas modestas experiências na China são um pouco anteriores, de 1986, com a instalação de um escritório de uma trading brasileira na mesma cidade de Beijing, que tinha menores complicações que as instalações de uma correspondente de TV. Ao mesmo tempo em que eu supervisionava escritórios instalados em Cingapura, Kuala Lumpur, Seul e Tóquio, que tinha ajudado a instalar também. Minha experiência anterior de vida era de um ano em Tóquio com a família, mas falando o idioma local, ainda que não perfeitamente. Também aproveitei para conhecer a China com a família, com algumas viagens pelo seu interior, inclusive com objetivos turísticos.
Beijing, Praça Tiananmen, Cidade Proibida e Muralha da China
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23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: notícias no Nikkei Asian Review, pesquisas com colaborações privadas e públicas internacionais, resultados animadores, tendências de elevação, uma das doenças que mais afetam populações mundiais, vacina para a malária
Já noticiamos neste site que a malária é uma das doenças que mais afetaram os seres humanos ao longo de sua história, e continua sendo a mais danosa recentemente ao lado do HIV e da tuberculose, principalmente na África e em alguns países da Ásia. A tendência atual é aumentar a proliferação dos mosquitos transmissores, com a elevação do calor, maior ocupação das áreas sujeitas a elas e surgimento de variedades resistentes aos medicamentos para o seu combate. O governo japonês, numa cooperação com empresas privadas e a Bill & Melinda Gates Foundation, incentiva as pesquisas que estão sendo efetuadas na Ehme University e na Osaka University na área da malária, com resultados promissores.
O artigo publicado no Nikkei Asian Review informa que o Centro Proteo-Science da Universidade de Ehime está utilizando o seu sistema recém-desenvolvido de síntese de proteína livre de células de gérmen de trigo. Irá sintetizar proteínas com base em um estudo de 23 genes do parasita da malária e testar os anticorpos produzidos a partir destas proteínas, trabalhando contra o parasita. Na Universidade de Osaka, uma equipe liderada pelo professor Toshihiro Horii começou ensaios clínicos com substâncias chamadas adjuvantes que aumentaram os agentes que atuam contra a malária. A produção de anticorpos aumentou mais ou menos 10 vezes, e embora não tenham impedido as infecções, conseguiu reduzir em 90% os animais com sintomas da malária.
Toshihiro Horii
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23 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: caça às baleias, matança de golfinhos, resistência dos ecologistas, sem significados econômicos e culturais
O mundo foi novamente abalado pela divulgação da matança de golfinhos efetuados pelos pescadores de Taiji, na Prefeitura de Wakayama. Os japoneses afirmam que tal prática faz parte da tradição cultural da região, mas elas chocam os ecologistas de todo o mundo, provocando até a manifestação de preocupação da embaixadora norte-americana Caroline Kennedy, ganhando espaços em muitos jornais do mundo. Estes pescadores juntam centenas destes golfinhos numa enseada, selecionam alguns para serem vendidos para locais que os aproveitam para shows aos visitantes de aquários, e simplesmente matam os demais, provocando cenas de sangue que chocam a opinião pública mundial. Algo semelhante ocorre com as baleias, que não têm mais significado econômico, mas são efetuados com as desculpas que se destinam às pesquisas, com fortes oposições como as do Greenpeace.
As práticas como a das caças às baleias eram toleradas no passado longínquo, tanto para a produção de óleos como de carnes. Como estes animais são pacíficos, contam com a simpatia da opinião pública mundial, que fica chocada com a quantidade de sangue provocada pela sua matança e esquartejamento nos navios baleeiros. Hoje, existem cotas sob a alegação que se destinam às atividades científicas, e o comércio de carne de baleia não tem nenhum significado econômico, pois é de consumo limitado. O seu óleo, que serviu até para a construção de muitos fortes e construções no litoral no Brasil colonial, hoje são substituídos por cimentos.
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22 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: ampla diversidade dos consultados bem como das preferência, apresentação no suplemento Comida da Folha de S.Paulo, o problema geral da qualidade
Diante do 460º aniversário da cidade de São Paulo, o suplemento Comida da Folha de S.Paulo apresenta uma impressionante lista de preferências apresentadas por um vasto e diversificado grupo de pessoas ouvidas. Tratando-se de uma complexa metrópole, parece natural que se encontre esta saudável diversidade, não significando necessariamente que isto reflete uma desejada qualificação de um centro gastronômico expressivo que se destacaria no cenário internacional, marcada pela sua qualidade e pelas inovações. O máximo é que atende a todos os gostos, que nem sempre estão melhorando ao longo do tempo.
Algumas preferências expressas são surpreendentes, pois mostram que lugares simples que apresentam uma boa culinária a preços modestos também são conhecidos pelos grandes nomes na apreciação do que se dispõe em São Paulo, acabando por influenciar outros no conhecimento destas realidades. É o caso, por exemplo, de Nina Horta, colunista regular da Folha de S.Paulo, que com graça e amplo cabedal cultural comenta semanalmente o que lhe agrada, mostrando que ela conhece o lamen do Aska que reúne uma multidão de apreciadores, desde simples jovens que procuram uma cozinha barata, como conhecidas personalidades que se sujeitam a longas esperas para serem atendidos de forma modesta. Suas indicações são respeitáveis e criteriosas.
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22 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: a questão colocada no artigo do The Economist, as pretensões japonesas e falta de uma forte retaguarda dos EUA, formas de atuação dos japoneses, hipótese de um ato concreto | 4 Comentários »
Apesar das esperanças despertadas pela Abeconomics, é preciso constatar a dura realidade que os profundos problemas japoneses não podem ser resolvidos somente por medidas monetárias e creditícias. As restrições objetivas continuam existindo, havendo dúvidas internas que exigem resultados persistentes, ao mesmo tempo em que a economia mundial ajude a manter o Japão competitivo, sem criar novos problemas como os com seus vizinhos, que em nada ajudam na solução dos seus graves problemas. A revista The Economist elabora algumas alternativas sobre as disputas das ilhas com a China e o que poderia ocorrer nos casos extremos, como a ocupação das mesmas por tropas chinesas. Qual seria a reação possível dos japoneses, sem o respaldo dos Estados Unidos?
Uma coisa é evitar barcos pesqueiros ou outras pequenas embarcações nas proximidades das ilhas inabitadas Senkaku / Daioyu. Outra é enfrentar um desembarque de tropas chinesas nestas ilhas que pode ser feita pelo ar ou com submarinos. Os norte-americanos não pretendem entrar em conflitos militares com os chineses e tudo indica que os japoneses não contam com os recursos necessários para desalojarem os chineses, numa hipótese desta natureza. Há dúvidas sobre a capacidade das Forças de Autodefesa do Japão sem que isto vire um incidente militar de maior gravidade, segundo a revista The Economist.
Ilhas Senkaku e Santuário Yasukuni
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21 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a colocação de Klaus Schwab no Project Syndicate, a lenta recuperação da economia mundial, as mudanças no México, as mudanças provocadas pelos Estados Unidos com a mudança da matriz energética, o domínio do setor financeiro
A presidente Dilma Rousseff decidiu participar pela primeira vez da reunião do Fórum Econômico Mundial em Davos com a intenção de provocar uma mudança da imagem do mundo empresarial sobre o Brasil. Será um desafio de maior significado que não poderá ser conseguido somente pelo discurso que vem fazendo no país, pois como colocou Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do World Economic Forum no seu artigo publicado no Project Syndicate, o mundo passa por transições épicas, com a desaceleração do seu crescimento e aumento das incertezas.
Nas quatro maiores economias do mundo, os Estados Unidos lutam por estimular o crescimento num ambiente político fraturado. A China está passando de um modelo de crescimento baseado no investimento e na exportação para o liderado pelo mercado interno. A Europa luta por preservar a integridade de sua moeda comum com muitos complexos problemas institucionais. O Japão tenta combater duas décadas de deflação com políticas monetárias agressivas. Todos deixam muitas incógnitas.
Dilma Rousseff Klaus Schuwab
Os Estados Unidos vieram adotando o easing monetary policy que teve um efeito importante nos fluxos de capital, afetando os câmbios principalmente nos mercados emergentes como o do Brasil, que acabou se mostrando desastroso, devendo ser abandonado paulatinamente. O mundo se viciou em crédito fácil, segundo o autor, afetando a economia real. O sistema financeiro mundial aumentou a sua importância, e continua pouco controlado.
Os mercados emergentes tinham ganhado importância mundial, mas hoje os desenvolvidos contribuem mais para o crescimento global. As melhorias nos Estados Unidos são lentas, havendo problemas com um crescimento baixo e desemprego alto, mas os dados oficiais são frequentemente melhores do que o esperado, mostrando uma flexibilidade e capacidade inovadora de sua economia. Na zona do euro, as melhorias são mais tênues, mas parece que não haveria o desastre previsto, e a recessão começa a terminar.
Os países emergentes, que tinham conseguido um crescimento expressivo, enfrentam problemas de reformas, havendo em muitos agravamentos nas desigualdades econômicas. Os protestos populares aumentam as agitações sociais em alguns países com crescimentos econômicos mais modestos. Há que se conseguir avanços com o uso de tecnologias avançadas nestes países. Os investimentos em infraestrutura, educação, energia não poluente e agricultura sustentável podem elevar os retornos econômicos e sociais. O crescimento para o desenvolvimento sustentável requer novas políticas, um novo estado de espírito, mais empreendedoras, alicerçado na inclusão social.
O Brasil, apesar do seu pré-sal, enfrenta agora a mudança da matriz energética mundial e combustíveis mais baratos com a exploração do xisto nos Estados Unidos. Depois de considerado o preferido no mundo entre os países emergentes, com seu crescimento modesto, teve a posição ocupada pelo México, que efetua fortes reformas e se beneficia da vizinhança do mercado norte-americano.
Sem um discurso novo, a simples afirmação que vem executando trabalhos de infraestrutura com a participação do setor privado, não parece suficiente para atrair maciços e novos investimentos estrangeiros, ainda que seu agrobusiness venha desempenhando um papel importante no abastecimento mundial. Muitos outros países emergentes disputam os mesmos investimentos, oferecendo condições institucionais atrativos.
Parece que há um cansaço com a exagerada intervenção governamental, que não permite uma visão de longo prazo dos retornos que podem se conseguir no país. As insatisfações internas tendem a ser transmitidas para o exterior, e quando todos promovem reformas significativas, há que se manter a sua capacidade competitiva, promovendo uma inflexão nas tendências de elevação do chamado Custo Brasil. A concorrência internacional elevou-se e somente um significativo diferencial pode emocionar os investidores que contam com amplas oportunidades para retornos seguros em todo o mundo.
É preciso que a presidente Dilma Rousseff se convença que necessita de um discurso afirmativo não bastando sua presença e disposição de negociações. Mesmo que o Brasil disponha de potenciais, é necessário constatar que no passado recente os resultados obtidos não foram os mais animadores.