20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as grandes dificuldades chinesas com o mercado paralelo, elevação dos juros e o custo das dívidas públicas, transferência das decisões para o mercado
Sempre existem os analistas brasileiros que entendem que os problemas brasileiros são de grande complexidade e que suas soluções beiram a impossibilidade. Quando se observam os problemas creditícios chineses, dentro da atual política que pretende deixar as suas principais decisões para o mercado, observam-se suas dificuldades, ainda que estejam mantendo performances invejáveis, com um crescimento elevado e baixas pressões inflacionárias. Como todos sabem, a China conta com um apreciável mercado creditício paralelo cujo controle exige cuidados para que não compliquem os seus problemas, como expresso num artigo publicado no site da Bloomberg.
Dentro das determinações tomadas pela cúpula das autoridades chinesas, o atual governo, que conta com o comando do primeiro-ministro Li Keqiang, persegue a meta para ampliar o papel do mercado nas principais decisões econômicas. Assim, o governo persegue uma redução do volume de crédito que é mais fácil de ser controlado no sistema bancário formal, que pratica uma taxa de juros mais razoável. O sistema paralelo, no entanto, que veio se ampliando de forma substancial, remunera de forma mais elevada as aplicações das poupanças, ainda que apresente um risco mais elevado. O problema é que, na medida em que os juros tendem a se elevar com as restrições, as dívidas públicas das autoridades locais tendem se tornar insolvíveis, limitando as suas possibilidades de colaborar com o programa de aumento da urbanização na China.
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20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: correções indispensáveis, elaborado por José Roberto Mendonça de Barros, necessidades de visões de longo prazo, problemas agravados recentemente, tendências expressas no artigo publicado no O Estado de S.Paulo
José Roberto Mendonça de Barros é um economista competente, que participou do governo no período em que os tucanos tinham um papel relevante na formulação da política econômica. Suas análises sempre foram e continuam sendo ponderadas e, no artigo publicado neste domingo no O Estado de S.Paulo, ele indica sete tendências que estão agravando a percepção negativa da atual situação da economia brasileira. Ele começa por apontar a tendência de piora do regime fiscal, de um lado decorrente dos gastos fiscais correntes que aumentam acima do crescimento do PIB, sem crescimento dos investimentos. De outro, com as receitas infladas por eventos pontuais que menciona, ao lado de artifícios que disseminam a noção de um déficit fiscal acima do pequeno superávit anunciado oficialmente.
Como segunda tendência, aponta a piora no quadro inflacionário brasileiro, mostrando que existem inflações que já ocorreram e não estão registradas, como decorrência de artifícios que não permitiram sua explicitação. Cita os casos concretos em que subsídios estão sendo concedidos para tanto, que fica reconhecido com a necessidade de elevação da taxa Selic pelo Copom. Como terceira tendência, aponta a piora da balança de pagamentos, com as exportações estagnadas enquanto as importações continuam crescendo, denotando a perda de competitividade brasileira.
José Roberto Mendonça de Barros
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20 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: comunicação com crianças da primeira infância, os sucessos como da Galinha Pintadinha, os usos dos meios eletrônicos, Patati e Patatá
Os analistas do mercado brasileiro para produtos voltados para a primeira infância ficam impressionados com o sucesso obtido pelos personagens criados no Brasil, que superam hoje os tradicionais e internacionais como os de Walter Disney. Aqueles que estão em contactos com as crianças, por serem avós, por exemplo, ficam impressionados com o poder de comunicação de personagens como a Galinha Pintadinha, criado e divulgado pela dupla Juliano Prado e Marcos Luporini, que é utilizada para venda de milhares de produtos. O assunto mereceu uma reportagem de Murilo Roncolato de O Estado de S.Paulo. De forma similar, Patati e Patatá estão sendo utilizados pelo jovem empresário Rinaldo Faria, que adquiriu os direitos do conjunto de circenses palhaços Tuti-Fruti e Pirulito, ilusionista Alacazam e a garota Pupy. Estas personagens fascinam até crianças que mal começam a falar.
O que parece existir de comum neste sucesso é a utilização dos meios de comunicação eletrônicos, que vão de canais como o You Tube, além de DVDs, Tablet e todas as redes sociais que são usualmente utilizados pelos jovens pais. Os produtos que são comercializados tirando partido destes personagens, mesmo com preços finais exagerados, esgotam-se nas lojas de brinquedos nas épocas como de Natal.
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19 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: 460 anos de São Paulo, amada e odiada, evolução desta metrópole, paulista e paulistano
Sou paulista e paulistano com muito orgulho, nascido nesta metrópole amada e odiada, antes da Segunda Guerra Mundial na hoje mal aproveitada Maternidade de São Paulo no bairro de Cerqueira César, perto da Avenida Paulista. Nesta assustadora e encantadora cidade, passei a maior parte de minha vida. Minha infância está ligada ao bairro da Liberdade até o atual Centrão, como a Praça da Sé e a Praça João Mendes. Na adolescência, estendeu-se à área do Pátio do Colégio, onde nasceu a cidade, da região do Mercado Municipal até a Praça da República. Os que conhecem São Paulo historicamente desde do tempo em que era uma simples cidade relatam que antes da imigração seus contornos mal iam até o Vale do Anhangabaú, o que está fartamente documentado. Tínhamos um conhecido que tinha um sítio junto ao riacho que vinha do atual MASP – Museu de Arte de São Paulo para seguir pelo Anhangabaú, hoje canalizado.
Nos tempos da Semana Modernista de 1922, sua parte nobre já se estendia pelos Campos Elíseos, Avenida Angélica, mal chegando a Avenida Paulista. Nas cartas de Massaki Udihara, o único oficial Nikkei da FEB – Força Expedicionária Brasileira, da Itália para sua noiva Maria, relatam seus passeios de antes da Guerra por São Paulo de então, como pela Rua Direita e o Mercado Municipal. No suplemento Ilustríssima da Folha de S.Paulo publica-se um roteiro da cidade com Paulo Bonfim, com citações desde o Parque da Luz no Bom Retiro, passando pela Barra Funda, Santa Cecília, Santa Efigênia, chegando-se ao Bexiga e ao Cambuci.
O que mais impressiona nesta metrópole é esta dinâmica mobilidade do seu Centro, que passou do núcleo inicial para a Paulista, estende hoje pela Faria Lima. Conta hoje com muitos centros, pois não há como contar somente com um, quando no passado Santa Amaro, Pinheiros, Penha e muitos outros eram outras cidades independentes. Não se consegue acompanhar o que acontece nas suas periferias todas do leste, oeste, norte e sul, que têm suas características próprias crescendo mais do que os seus diversos centros. A ascensão social da nova classe média é marcante nesta periferia.
Sempre haverá os saudosistas que lembrarão que se podia circular pela Praça da Sé, Rua Direita sem nenhum risco. Lembro-me, como jovem bancário, de que eu ia a pé com uma maleta com muito numerário, de próximo do Largo São Francisco até a Tesouraria do Banco do Brasil, em frente ao Edifício Martinelli, passando por toda a área bancária sequer com um segurança.
São Paulo tinha bondes que vinham com seus estribos lotados, e quando havia greves, a cavalaria assustava até as simples crianças que mesmo nos primeiros anos do primário percorriam grandes distâncias de suas residências para as escolas, sem um acompanhante. Eu tinha uns parentes que tinham um sítio no Morumbi, e pegávamos um bonde chamado “camarão” para ir até o Brooklin, onde seguíamos de carroça pela atual Avenida que leva o nome do bairro.
São Paulo ficou com marcas do seu Quarto Centenário, como o Parque Ibirapuera, que serviu como oportunidade para reduzir a divisão dentro da comunidade Nikkei, que estava dividida entre os que acreditavam que o Japão não tinha perdido a Guerra e os que aceleravam a sua integração na sociedade maior.
São Paulo, popular foi cantado por Paulo Vanzolini, como a esquina da São João com Ipiranga, e Adoniran Barbosa, muitas vezes com licenças poéticas sobre os seus personagens como localidades. Os passeios dominicais usavam o trem da Cantareira para chegar ao Horto Florestal, passando por Tucuruvi, mas ficava longe de Jaçanã.
São Paulo recebeu e continua recebendo imigrantes de outras partes do Brasil como de todo o mundo. É ainda uma cidade em consolidação, que vem desde a contribuição dos indígenas que receberam de José de Anchieta e Manoel da Nóbrega, como de João Ramalho, como de outros povos. Sua marca mais forte é esta sua miscigenação étnica e cultural, que proporciona a base da sua criatividade e dinamismo.
Quando a Universidade de São Paulo criava o seu campus, muitas de suas unidades ainda estavam espalhadas pela cidade. A região do Butantã aparentava ser muito longe, com dificuldades para o deslocamento para lá. Hoje, os limites da metrópole vão bem mais longe, muito além do campus que acabou ficando quase no seu centro.
Enfrenta suas crises de crescimento bem como aspirações pela ampliação de sua participação democrática. Muitas vezes, mais do que pode, com as limitações dos recursos com que conta, de forma pouco ordenada sem uma visão desejável de longo prazo, com um plano diretor sério.
Mas procura ser pragmático, com sua capacidade de improvisação, ainda que muito mais pudesse ser feito, com um mínimo de eficiência e redução dos seus desperdícios. Mesmo os que frequentam grandes metrópoles pelo mundo, admitem a sua ampla diversidade com elevada capacidade hospitaleira do povo brasileiro.
Depois de 460 anos de vida, parece que já é hora de definir a sua essência como metrópole, consolidando uma cultura própria com o que tem de melhor, não permitindo que eventuais problemas venham a arranhar sua longa e bela história.
Sua importância econômica já foi diluída, hoje têm fortes marcas culturais e centro de geração de novos conhecimentos e serviços, com uma forte aspiração de parte importante de sua população pelos instrumentos que permitem a ascensão social da população brasileira.
17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: apoio condicionado ao Japão, os interesses dos Estados Unidos com a China, pesquisas de opinião com os norte-americanos
Um artigo escrito por Hiroyuki Akita para o Nikkei Asian Review mostra alguns dados expressivos das pesquisas de opinião efetuados regularmente desde 1960 pelos japoneses com os norte-americanos, que precisam ser devidamente considerados. Uma pesquisa efetuada no último verão informa que 67% dos cidadãos norte-americanos pesquisados e 77% dos considerados intelectuais se mostraram a favor da aliança com os japoneses, o que continua expressivo, mas houve uma queda de, respectivamente 22 e 16 pontos com relação às efetuadas anteriormente, seis meses depois da posse de Shinzo Abe, quando a economia japonesa dava indicações de melhoria, inclusive com a participação nos entendimentos da TPP – TransPacific Partnership. A queda é a maior observada desde o início destas pesquisas.
Segundo o professor Richard Samuels, de ciência política no MIT e um dos maiores especialistas em Japão, os cidadãos norte-americanos apoiam o Japão quando não existe uma disputa entre o Japão e a China. Mas não mantêm a mesma postura quando os conflitos no Mar da China poderiam envolver os Estados Unidos. Sabe-se que os Estados Unidos não manifestaram contrariedade com a China na sua ampliação do espaço aéreo envolvendo ilhas em disputa, ao contrário do Japão. Também os intelectuais aumentaram suas restrições. As autoridades japonesas consideram que o apoio norte-americano continua sólido.
Primeiro-ministro japonês Shinzo Abe e o presidente norte-americano Barack Obama
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17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Yuriko Koike no Project Syndicate, disputas entre dois grupos na Ásia, o que está provocando os problemas na Tailândia
Yuriko Koike é uma ex-ministra de defesa do Japão e presidente do Partido Liberal Democrática daquele país e sempre se dedicou à análise de problemas geopolíticos da região. Ninguém mais qualificada do que ela para permitir uma análise dos problemas que estão provocando os distúrbios na Tailândia, pequeno país democrático que passa por uma fase crucial. Ela escreveu um artigo, como faz usualmente, para o Project Syndicate, que não é isenta, pois adota uma posição claramente a favor dos países democráticos, mantendo-se crítica com relação à China que ganha maior importância econômica no mundo, e amplia seus investimentos nas suas posições militares. Mas permite avaliar o que está em jogo nas atuais disputas.
Para quem conhece a Tailândia, além de sua riqueza cultural que atrai muitos turistas de todo o mundo, é um país que veio avançando economicamente e mantém uma tradição democrática, que está atualmente em risco. Sendo um país tropical, apresenta muitas semelhanças com alguns Estados do Norte/Nordeste do Brasil, inclusive nos alimentos de que dispõem, tanto vegetais e frutas, como frutos do mar, contando com um clima quente que é amenizado pelas chuvas intensas, conhecidas como monções. Tem um regime político monárquico parlamentar democrático.
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17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: a calamidade do sistema exige mudanças, condições para a recuperação, melhorias no sistema judicial, responsabilidade de todos | 2 Comentários »
A calamidade a que se chegou o sistema prisional brasileiro que chegou ao limite ganha destaque na imprensa brasileira como estrangeira, chegando a ponto que exige a posição de todos e cada um de nós, pois não pode mais ser encarado como um problema dos outros, ou das autoridades. O The Economist, uma revista de repercussão internacional, destaca o assunto em seu número da próxima semana, reproduzindo o que foi abordado pela Folha de S.Paulo, a partir da brutalidade que ocorreu em Pedrinhas, o maior complexo prisional do Estado do Maranhão. Nada menos do que ter chegado à situação vigente na Idade Média, havendo necessidade de um ponto de inflexão, ainda que sua solução definitiva possa ser demorada. Nem as descrições de Os Miseráveis feitos por Victor Hugo chegam aos pés do que se assiste hoje no Brasil.
As fotos de corpos de decapitados são mais que chocantes, arrepiam a consciência dos brasileiros que pensam ser civilizados, mas não podem ser assim classificados. A situação dos presos nestes estabelecimentos é sub-humana, chegando a amontoar 62 pessoas que deveriam ser destinados à recuperação, numa cela que deveria contar somente com 12 seres humanos, onde há necessidade de revezamento até para dormir. Ainda que a prioridade seja investimentos em educação e saúde, não se pode encarar esta situação como de responsabilidade das autoridades, mas exige uma posição de cada cidadão brasileiro, se não aceitarmos que estamos na Idade Média ou somos bárbaros.
Prisões lotadas e condições desumanas são a marca do sistema penintenciário brasileiro
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17 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: a base da culinária francesa, boa culinária a preços razoáveis, novas leituras sobre o clássico francês, Tabata Bonardi chefia Marguerite em Lyon
Um expressivo artigo publicado por José Orenstein no suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo traz notícias alvissareiras sobre o trabalho da chef brasileira Tabata Bonardi num dos novos restaurantes de Paul Bocuse em Lyon. Como todos sabem, Paul Bocuse foi o principal responsável pela nouvelle cuisine française, junto com outros consagrados chefs, que inovou a culinária mundial há décadas e trouxe para o Brasil o Le Pré Catelan, onde a brasileira Tabata Bonardi começou como ajudante de cozinha. Ela acabou indo para a França onde fez uma carreira invejável, aprofundando o básico desta poderosa culinária em cursos, tendo passado por restaurantes estrelados. Ainda usa livros como The Modernist Cuisine e hoje se dedica a chefiar o Marguerite, que comanda em Lyon, para oferecer o que há de melhor a preços acessíveis, sob orientação geral de Paul Bocuse.
Foi convidada por ele para esta nova e honrosa missão. E concedeu uma esclarecedora entrevista sobre os trabalhos efetuados em conjunto, numa relação que chama de avô com uma neta, no centro do que existe de melhor na culinária francesa, já com longa tradição no mundo, Lyon. Onde Bocuse começou a sua revolução, usando ingredientes de qualidade, apresentações atrativas, inovando o que já era extremamente rico e tradicional.
Tabata Bonardi com Paul Bocuse. Foto: Matthieu Cellard/Divulgação
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16 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a exploração no mundo emergente, dificuldades no Oriente Médio, mudança da matriz energética mundial, o êxito nos EUA, os problemas ambientais e de disponibilidade de água, problemas de competitividade no mundo
Daniel Yergin, que é considerado um dos autores mais qualificados sobre energia, publicou no Project Syndicate um artigo sobre o Impacto Global do Xisto dos EUA, falando das mudanças que estão ocorrendo na matriz energética mundial, com as produções baratas naquele país, em que pesem as controvérsias sobre as poluições das águas. O Valor Econômico publicou em português um artigo de Lucy Hornby e Ed Crooks do Financial Times sobre o potencial do xisto na China, país que dispõe de apreciáveis reservas, ainda que tenham dificuldades para o seu aproveitamento. E o Brasil também pretende licitar algumas áreas onde há indícios de xisto exploráveis, e o Financial Times informa que o Brasil como a Rússia podem também ingressar nestas atividades, ainda que não estejam sendo considerados com elevada prioridade. Estão sendo discutidas as limitações de um amplo aproveitamento das iniciativas privadas, bem como existência de infraestrutura para tanto nos diversos países.
O que se espera é que os problemas de poluição das águas, bem como a sua disponibilidade na quantidade necessária, sejam resolvidos com aperfeiçoamentos nas tecnologias hoje utilizadas, considerando as diferenças das reservas que vêm se observando nas diversas áreas de ocorrência do xisto no mundo. Bem como os aproveitamentos da infraestrutura já existentes em diversos países, como de gasodutos, que variam em muitos deles.
Daniel Yergin e mapas de reservas de xisto no Brasil e na China
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14 de janeiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: comparações com o Brasil, desafios de grande porte, migração de 100 milhões de chineses, preparo de centros urbanos de médio porte
Todas as cifras chinesas são astronômicas. O jornal japonês de economia Nikkei publica no seu Nikkei Asian Review o plano do presidente Xi Jinping para migrar 100 milhões de chineses que atualmente residem no meio rural para pequenas cidades até o ano de 2020, evitando-se as grandes metrópoles como Xangai e Beijing que continuarão controladas. Isto significa perto de 18 milhões de migrantes por ano, e nada menos que metade da população brasileira. Eles buscam diminuir as diferenças de renda entre o setor urbano e rural, estimular a demanda doméstica via desenvolvimento de toda a infraestrutura destas pequenas cidades. A atual taxa de urbanização que é de 52,6% da população em 2012 pretende atingir 60% em 2020, o que ainda é baixo. Este desafio é imenso, difícil de ser imaginado, pois além de criar os centros urbanos há que se providenciarem as suas interligações com o país já existente, além de criar os empregos para esta população.
Só os investimentos em melhoria dos sistemas de transporte e as mudanças para a urbanização foram estimados em US$ 4,13 trilhões pelo China Development Bank. Mais de 6 milhões de novas residências populares terão que ser providenciadas anualmente. As autoridades chinesas devem relaxar os sistemas de registros da população urbana e rural, pois os considerados moradores das cidades ainda estão em 35%, quando na realidade superam os 50%, havendo 200 milhões de agricultores migrantes que trabalham nas cidades.
Prédios são construídos para receberem os migrantes da área rural
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