Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Sementes de Hortaliças da Sakata no Brasil

4 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: agrônomo Nelson Shoiti Tajiri, artigo no Valor Econômico, brócolis e pimentão, sementes de alface | 2 Comentários »

Um artigo de Luiz Henrique Mendes informa que o fornecimento de sementes de hortaliça do tipo alface, brócolis e pimentão estão sendo efetuado no Brasil pela empresa japonesa Sakata Seeds, que tem como presidente o engenheiro agrônomo Nelson Shoiti Tajiri. Ele é formado nas primeiras turmas de agronomia da Unesp e iniciou a sua carreira na antiga Cooperativa Agrícola de Cotia, que contava com uma unidade para o fornecimento de sementes chamado Agroflora, para produzir sementes adaptadas para as condições brasileiras.

A Sakata já foi poderosa no fornecimento de sementes de tomate entre 1990 e 2005, com os tomates chamados de longa vida, tendo perdido terreno para suas concorrentes internacionais, como a Monsanto e a Syngenta. Mas, como a Sakata detém a tecnologia dos tomates chamados “sweet grape”, que está com o consumo para mesa em crescimento, poderá recuperar parte do mercado. O artigo informa que a Cooperativa Agrícola de Cotia tinha tecnologia adaptada para as sementes voltadas para o clima tropical.

Data: 26/11/2013     
Editoria: Agronegocios
Reporter: Luiz Henrique Mendes
Local: Braganca Paulista, SP.
Pauta: Materia sobre a Sakata, empresa centenaria de sementes de hortalicas.
Setor: Agricultura
Tags: horatlicas, sementes, frutas
Personagem: Nelson Shoiti Tajiri, presidente da Sakata, fotografado durante entrevista na area de campo da Sakata Field Day, evento promovido pela Sakata em Braganca Paulista.
Foto: Silvia Costanti / Valor

Nelson Shoiti Tajiri. Foto: Valor Econômico

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Divulgação do Chorinho Brasileiro

3 de dezembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, Clube do Choro em Brasília, divulgação internacional, persistência do Reco do Bandolim

Num brilhante artigo escrito por Robinson Borges, no Eu & Cultura do Valor Econômico, informa-se sobre a ativa divulgação do Clube do Choro existente em Brasília, tendo como um persistente trabalho do Reco do Bandolim. Ele, que começou a carreira com o rock em Brasília, acabou sendo conquistado pelo estilo da mais autêntica música brasileira, o chorinho, que conta com ícones como Nelson do Cavaquinho, Jacob do Bandolim e Altamiro Carrilho, lembrados na rádio Jovem Pan de São Paulo pelos dois diretores veteranos Antonio Augusto Amaral de Carvalho, o Tuta, e Nilton Travesso para deleite dos saudosistas das boas coisas brasileiras. O interessante foi que Reco do Bandolim acabou se convertendo ao chorinho na Bahia, pelas leituras de Moraes Moreira e Armandinho Macedo sobre os trabalhos de Waldir Azevedo e Jacob do Bandolim.

Brasília é certamente a Capital que reúne brasileiros de todo o país, muitos que foram por circunstâncias políticas dos seus Estados e acabaram se arraigando na cidade, num das mais formidáveis integrações do país. O chorinho é originário do Rio de Janeiro, a antiga Capital, que contribuiu com um importante contingente de migrantes, com suas bagagens culturais. Em Brasília, informa-se que democraticamente ministros, altas autoridades e diplomatas estrangeiros participam dos eventos para usufruir um dos estilos musicais mais marcantes do Brasil.

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Grupo Choro Liivre, do Clube do Choro de Brasília. Foto: Renata Samarco

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Efeitos da Mudança da Política Demográfica na China

29 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades das projeções, efeitos da mudança da política demográfica, o caso da China

Um artigo da professora Jin Keyu, da respeitável London School of Economics, que se refere às possíveis consequências econômicas da mudança da política de filho único na China foi publicado pelo Project Syndicate. Ainda que a demografia seja importante nas mudanças de longo prazo que ocorrem numa economia, parece difícil poder afirmar-se que esta nova política chinesa tenha possibilidades de mudanças significativas. De um lado, a permissão só tem efeito entre a maioria da etnia han e nos centros urbanos, somente beneficiando os pais que são filhos únicos.

De outro lado, é necessário considerar que a tendência de redução da taxa de natalidade da população está ocorrendo em todo o mundo, mesmo que não haja restrições como a da China recente. As mulheres aumentaram o ingresso no mercado de trabalho, e elas estão atrasando a idade com que têm filhos, que estão diminuindo sensivelmente em quantidade, para um ou dois por casal. Em muitos países, como o Japão, o governo vem estimulando para que elas tenham mais filhos, proporcionando incentivo cujos resultados continuam sendo duvidosos, provocando o declínio sensível da população nos últimos anos, tendência que parece se agravar.

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Jin Keyu                                                                     London School of Economics

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Culinária de Cingapura no The New York Times

28 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: chinesas, fusão da culinária como é Cingapura, história de um país hoje desenvolvido, influências inglesas, malaias e indianas

Quando se nota nas páginas do The New York Times um artigo de Cheryl Lu-Lien Tan, uma cingapurense de origem chinesa que reside hoje nos Estados Unidos, sobre as experiências recentes com a culinária de Cingapura não se pode evitar a intensa curiosidade. Conheci este pequeno país cidade ainda quando começava a se consolidar depois de ter deixado de ser colônia inglesa. Todos sabem que ainda era um país com um terço de população de origem chinesa, um terço de população de origem hindu e um terço de população de origem malaia, que apesar dos esforços de integração ainda continuam distintas. No que se refere à culinária, ainda deixa resquícios das influências inglesas, bem como hoje da francesa e da japonesa. Ou seja, uma fusão intensa, mais do que de sua cultura, que se consolidou com um longo período de regime autoritário esclarecido, tornar-se um enclave desenvolvido, uma espécie de capital do Sudeste Asiático.

O seu desenvolvimento econômico decorreu do que de melhor se dispunha em planejamento inspirado nas contribuições das Nações Unidas, que no pós-guerra tinha a pretensão de poder acelerar o desenvolvimento. Utilizaram-se os mecanismos imaginados pelos holandeses que permitiam aproveitar o empreendedorismo das empresas que começaram pequenas, aproveitando-se as facilidades concedidas pelo governo juntando as mesmas num barracão, tentando aproveitar as sinergias da aglomeração. Ao mesmo tempo, estimulavam-se as empresas estrangeiras, principalmente os bancos, e o incentivo para seus jovens efetuarem estudos no exterior, com a condição de voltarem para o país para dar a sua contribuição, para consolidarem Cingapura, que já tinha uma vantagem locacional. Hoje, todos sabem que esta cidade país tornou-se a grande metrópole da região, contando com portos e um aeroporto que é considerado o melhor do mundo, cujos responsáveis vem ajudar na ampliação e modernização do Galeão.

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Chilli Crab, Bamboo clam e Mutton soup at Chin Chin Eating House (foto: The New York Times)

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Considerações Importantes Sobre a Educação Humanística

28 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo de Andrew Delbanco da Universidade de Columbia para o Project Syndicate, convergências das preocupações de diversas Universidades, necessidade de preparo dos estudantes para uma formação mais humanitária

Um importante artigo do diretor de Estudos Americanos Andrew Delbanco, da Universidade de Columbia, divulgado pelo Project Syndicate informa sobre as convergências das preocupações de muitas universidades espalhadas pelo mundo com relação à necessidade de proporcionar uma formação humanística mais ampla a todos os estudantes, inclusive aos que se interessam pelas ciências exatas, tecnologias, engenharias ou matemática. Na Universidade de São Paulo, originalmente criada com a colaboração missão francesa, todos tinham uma preocupação humanística mais ampla como a europeia, nas depois da Segunda Guerra Mundial, com o aumento da influência dos Estados Unidos no mundo, caminhou-se para o excesso de especialização que resultou na departamentalização do conhecimento.

Hoje, diante dos desafios que o século XXI apresenta, observa-se que a exagerada preocupação com a eficiência produtiva deixou evidente a falta de uma visão mais ampla fornecida pela filosofia, história, política, antropologia, sociologia e outros campos do conhecimento voltados para a adequada convivência social de povos de formação cultural diferentes no mundo globalizado, incluindo seus valores que costumam ser variados. O artigo menciona que em determinados países da Ásia notam-se que os jovens carecem da experiência suficiente para “pensar fora da caixa”, fazendo a educação incluir o cultivo do sentimento e da imaginação. As artes e as preocupações ecológicas ganham novas dimensões, pois os seres humanos são movidos por reações emocionais, além das pretensamente racionais.

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Andrew Delbanco                  Universidade de Columbia

O autor reconhece que as universidades norte-americanas ficaram distorcidas com as preocupações dos custos de seus cursos universitários, proporcionando bolsas e descontos nas taxas, e mesmo perdoando dívidas de financiamentos que foram feitos para os estudantes. Reduziram os créditos necessários de disciplinas para o bacharelado, eliminando exigências como o de literatura, filosofia e artes, de forma que fosse possível completar o curso em três anos quando antes era de quatro anos.

Ele informa que em Hong Kong, em Cingapura e na China os programas das universidades já permitem uma concepção mais liberal da educação, para obter conhecimentos mais amplos, que são adquiridos em quatro anos. Uma visão muito restrita da educação, do ponto de vista econômico, não permite enfrentar os problemas atuais, que vão do comércio às comunicações, da saúde para as ciências ambientais, que dependem da tecnologia e das inovações, que exigem habilidades que possam ser adquiridas com longos treinamentos.

É também necessário que se dominem os fundamentos que exigem considerações mais abstratas como os valores, com profundidades adequadas, abordando questões que exigem uma orientação política mundial e os processos da tomadas das decisões que afetam a todos.

São questões como os dilemas sobre o desenvolvimento econômico conciliado com a preservação do meio ambiente, relativização das soberanias nacionais quando existem problemas que extravasam as fronteiras, considerações dos direitos humanos que conflitam com tradições culturais e autárquicas, os direitos das oportunidades dos jovens diante do respeito aos idosos, responsabilidades com os refugiados que fogem da pobreza, os equilíbrios das liberdades individuais com as seguranças coletivas, entre outros aspectos.

Para responder estas e outras questões, os avanços das ciências e tecnologias desempenham papéis importantes, envolvendo os métodos de produção de energia, vigilância e aprendizado online, segundo o autor. As questões morais e éticas nunca devem ceder às soluções técnicas, exigindo o respeito e compreensão dos patrimônios sociais e culturais. As futuras gerações necessitam de aprendizados científicos e humanísticos, mais do que nunca.

Felizmente, segundo o autor, já existem modelos que estão sendo desenvolvidos em conjunto, como da Universidade de Yale com a Nacional de Cingapura, quebrando as barreiras interdisciplinares. Isto também acontece na Quest University do Canadá. Nos Estados Unidos, o programa Benjamin Franklin, da Universidade da Carolina do Norte, une a colaboração da Escola de Engenharia com a de Humanidades e Ciências Sociais, que visa formar profissionais que possam resolver problemas analíticos, com decisões feitas com ética e efetiva comunicação.

Não se pode colocar mais as ciências contra as humanidades como já se tem indicado há mais de meio século. Segundo o autor, deve se adaptar o sistema educacional com vistas ao futuro, sem perder a visão da missão básica, articulada com o passado. Benjamin Franklin, um homem de letras e inovador científico, definiu educação como uma busca do verdadeiro mérito, que consiste na inclinação para servir a humanidade, um país, amigos e a família.

Observa-se no Brasil, como em muitas partes do mundo, que a sofisticação no domínio de algumas ciências nem sempre leva em consideração os devidos respeitos aos que pensam de formas diferentes, que são portadores de culturas diferenciadas. Os valores e considerações emocionais são relevados, com muitos incapazes de uma visão mais global ou sistêmica, onde muitos fatores se interagem e não podem ser isolados para uso de determinados instrumentos. As arrogâncias de pretensos cientistas acabam usando seus parcos conhecimentos como instrumentos de luta política, subestimando os sentimentos dos seus oponentes. Mas existem clamores por uma formação humanística mais ampla.


Visita do Imperador e Imperatriz do Japão à Índia

27 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: Brahma Chellancy no Project Syndicate, interpretação correta, visita à Índia

Um artigo escrito pelo professor Brahma Chellancy divulgado pelo Project Syndicate parece necessitar de alguns ajustamentos mínimos na sua interpretação. O autor é professor de Estudos Estratégico no Centro de Pesquisa de Política baseado em Nova Delhi e refere-se à próxima visita do Imperador Akihito e Imperatriz Michiko à Índia como marco antecipatório das relações de economia e segurança entre as duas maiores democracia da Ásia. Não há dúvida que o Casal Imperial é o símbolo do Estado Japonês, da dinastia mais antiga do mundo, e suas ações não interferem diretamente nas ações de governo do Japão. Na realidade, o que o governo japonês vem estabelecendo com a Índia pode estar sendo sancionado pela sua visita, não sendo adequado interpretar que a visita se antecipa ao que o Japão estará efetuando.

A estabilidade política recomenda o fortalecimento das relações entre os dois países, e o governo de ambos os países já estabeleceram fortes laços de intercâmbio, começando pela implantação do importante corredor de exportação entre Nova Delhi e Mumbai, onde as grandes empresas japonesas estão construindo um sistema com financiamentos de longo prazo a custos privilegiados bem como expressivos investimentos. Também o governo japonês vem prestando sua colaboração ao Corredor Oeste da Índia e ao projeto do Metrô de Bengala. A visita pode ser a consolidação do que o Estado japonês está entrosando com o Estado indiano, o que foi estabelecidos por ambos os governos. Parece um detalhe semântico, mas não parece adequado interferir que a Casa Imperial esteja inspirando a ação governamental do Japão.

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Imperador Akihito e da Imperatriz Michiko. Foto: Reuters

O artigo refere-se à visita feita pelo Casal Imperial em 1992 à China, como um apoio ao governo de Deng Xiaoping e a sua política externa. Na realidade, se algo foi efetuado neste sentido, também foi pelo governo japonês da época, sem que sua diretriz fosse dada pelo Imperador, que não interfere nestes assuntos depois da Segunda Guerra Mundial, como está na Constituição japonesa.

O autor ainda faz considerações inadequadas sobre futuras viagens do Imperador Akihito, bem como possíveis contrastes com as do primeiro-ministro Manmohan Singh, quando este é Chefe de Governo, não se confundindo com o de Chefe de Estado.

Ainda que o artigo faça uma série de outras considerações sobre assuntos estratégicos da Ásia, notadamente no seu relacionamento com a China, estas interpretações preliminares que não correspondem às formalidades políticas não atribuem às colocações uma validade que seria desejável, ainda que certamente estejam perseguindo a importância da viagem.

Fica difícil compreender como o Project Syndicate distribuiu um artigo que contém interpretações controvertidas como as que estão apresentados nesta matéria.


O Escritor Hindu Laxman Rao

26 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: 24 livros tipo cordel escrito em híndi, descrito no The New York Times, escritor que vive vendendo chá

O jornal The New York Times é universal, tendo a capacidade de destacar num artigo de Zach Marks até um escritor modesto de nome Laxman Rao que escreveu 24 livros escritos no idioma híndi tratando de romances, peças de teatro e análises da sociedade indiana e política. Mora hoje em Nova Delhi, mas vive o cotidiano vendendo chá, o suficiente para lucrar o correspondente a 10 dólares diários, com o que vive. Mas conta com leitores fiéis como a falecida primeira-ministra Indira Gandhi e o ex-presidente Pratibha Patil. Com uma educação formal que só foi até o 10º do primário, nasceu no Estado de Maharashtra, passou por outras localidades até chegar à Nova Delhi, na localidade de Hindi Bhavan, um centro cultural.

Estes vendedores de chá são conhecidos como wallahs chai e são pulares na Índia. Laxman Rao publicou seu primeiro livro em 1979, “Uma Nova História de um Novo Mundo”. Seu best-seller é “Ramdas”, publicado em 1992, que conta a história de um estudante que morreu afogado na aldeia onde nasceu o escritor. Ele já vendeu mais de 10 mil cópias dos seus livros que auto publica. O repórter Bhanu Pande, do The Economic Times, escreveu que seus livros exalam um raro sentido de honestidade e humildade. Outro jornalista, Nalini Ranjan, do The Tribune, disse que os escritos dele são tecidos em torno das realidades básicas da vida.

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Laxman Rao em seu ofício de vendedor de chás

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Brasil e Rio de Janeiro na Pauta do Mundo

26 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Imprensa, Notícias | Tags: artigo no New York Times, imprensa japonesas sobre arrastões nas praias, megaeventos atraem as atenções do mundo

O fato concreto é que o Brasil e o Rio de Janeiro estão na pauta dos principais meios de comunicação social do mundo, diante da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, sendo objeto de reportagens dos mais variados tipos. The New York Times publica um longo artigo de Michael Kimmelman que visitou o Rio de Janeiro e subiu até nas favelas para conversar com seus moradores. Também a imprensa japonesa registrou os lamentáveis arrastões que ocorreram nas praias do Rio de Janeiro que assustam a todos, ainda que medidas adicionais estejam sendo tomadas pela polícia. Algumas reportagens são mais equilibradas, ressaltando os esforços que estão sendo efetuados, mas os fatos negativos acabam chamando mais espaços nas manchetes.

O artigo do The New York Times procurou registrar as obras que estão sendo feitas, como as que visam a melhoria da zona portuária, procurando modernizar com instalações adequadas para os turistas. Até nas favelas as melhorias que estão ocorrendo mereceram destaque, pois suas vistas são estupendas e os seus moradores procuram mostrar que, mesmo com os seus muitos problemas, também contam com populações que se esforçam para viver e melhorar o padrão do que possuem. Elas estão sendo objeto de visitas de turistas, inclusive estrangeiros, que querem conhecer algo de diferente do que encontram em seus países, que não se restringe somente às desgraças. Como os brasileiros continuam mantendo o seu otimismo e a alegria, como as expressas nos carnavais, acabam interessando aos estrangeiros.

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Reinventing Rio de Janeiro: With the World Cup and the Olympics bearing down on Rio within the next three years, officials here are struggling to reinvent this onetime third-world city with a first-world economy. Foto: Mauricio Lima for The New York Times

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Obras em construção no Rio de Janeiro

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Aumento de Tensões no Extremo Oriente

25 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: anúncio chinês da nova Air Defense Indentification Zone – ADIZ, áreas disputadas por diversos países, coreanos e norte-americanos, reações dos japoneses | 4 Comentários »

No ultimo fim de semana, o Ministério de Defesa da China anunciou uma nova ADIZ – Air Defense Indentification Zone, no Mar Leste da China, incluindo áreas críticas que abrangem as ilhas disputadas internacionalmente chamadas de Diaoyus pelos chineses e Senkakus pelos japoneses, como estão registrados em todos os órgãos relevantes da imprensa mundial. Já protestaram, ainda em termos diplomáticos, os japoneses, os norte-americanos e seus aliados, bem como os coreanos, todos que possuem interesses nas áreas, alertando sobre os elevados riscos da decisão chinesa.

Todos esperavam que os problemas das áreas em disputa, ainda que motivações internacionais tendessem a acomodar-se em algum tipo de entendimento, fossem resolvidos diante dos volumes dos interesses comerciais envolvidos entre os principais países envolvidos. Ainda que as reações diplomáticas tentem preservar os entendimentos, procurando minimizar a importância do anúncio chinês, todos ressaltam a possibilidade de um incidente com aeronaves que estejam cruzando estes espaços, procurando estabelecer alguns mecanismos de emergências para tanto.

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Quando as dificuldades são marítimas, envolvendo embarcações, ainda tenham se tornados velozes mais recentemente, não são como as aeronaves e foguetes militares, muitos de velocidades supersônicas. Como as distâncias são pequenas nesta região do Mar Leste da China, os tempos disponíveis para alertas são mínimos. Qualquer disparo acidental antes do início das negociações pode desencadear uma crise de proporções monumentais.

Ainda que todos esperem que as devidas cautelas sejam tomadas, já havia tensões que envolvem questões de soberania entre países que possuem cargas históricas lamentáveis, que não conseguem ser absorvidas pelo tempo.

Outros países de comportamento pouco previsível, como a Coreia do Norte, já têm lançado foguetes que provocaram protestos de muitos outros países, bem como acumulação de preocupações. Agora, tanto a China como seus vizinhos contam com muitos armamentos pesados na região, inclusive atômicos. Qualquer acidente pode gerar uma situação de difícil controle.


Esboços da Atual Geopolítica Mundial

24 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: colocações do The Economist, experiências militares, os problemas em ambos os países, teóricas disputas entre os Estados Unidos e a China na hegemonia das próximas décadas

Ainda que sejam estudos de futurologia que dependem muito do que continuará acontecendo nas próximas décadas em todo o mundo, as hipóteses de geopolítica costumam especular sobre o futuro mais longínquo e as possibilidades da China superar os Estados Unidos na hegemonia mundial nas próximas décadas. A revista inglesa The Economist é uma das que insistem neste assunto, ainda que a China sempre afirme que deseja somente a melhoria do padrão de vida de sua gigantesca população que ainda é muito baixa, não tendo pretensões imperialistas. Ela é feita na análise da atual situação dos Estados Unidos, onde visivelmente o presidente Barack Obama perde importância mundial, num país que depende mais do que acontece no seu setor privado, principalmente na economia. A China também se dispõe a efetuar reformas importantes para superar as suas dificuldades de manutenção de um ritmo de crescimento razoável na próxima década, tentando ampliar suas alianças internacionais.

O que parece evidente é que os Estados Unidos se desgastaram muito com as intervenções que promoveram no Iraque e no Afeganistão, inclusive ameaças na Síria que consumiram muitos recursos e prestígios, exigindo que suas presenças como nos mares que cercam a China contem com colaborações dos seus aliados na região, principalmente nos seus financiamentos. A revista entende que os norte-americanos colheram experiências com suas atuações utilizando suas forças militares em conjunto com os drones, o que os chineses não têm, mesmo contando com o apoio da Rússia, que não aprecia a hegemonia dos Estados Unidos. Mas estas contestações só ocorrem no campo diplomático, onde no Conselho de Segurança das Nações Unidas veta em conjunto as pretensões dos norte-americanos como no caso da Síria e do Irã.

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Os Estados Unidos estão melhorando do ponto de vista econômico com o aumento significativo de sua produção interna de petróleo e gás, notadamente do fraqueamento das rochas do xisto que permite combustíveis baratos, ainda que isto continue poluindo suas águas. Eles afirmam que principalmente o gás é menos poluente que o carvão mineral e continuam dando pequena importância ao lançamento do CO2, mesmo que as irregularidades climáticas estejam aumentando, impondo pesados custos sociais em diversas partes do mundo, inclusive no seu próprio país. Estes e outros posicionamentos determinaram o fracasso das reuniões promovidas em Varsóvia, reunido praticamente todos os países do mundo.

Na China, o presidente Xi Jinping parece ter consolidado de forma impressionante o seu comando político, econômico, tanto interno como o de política externa, impressionando o mundo. Deve esmagar as resistências internas como relacionados com a corrupção, poder das estatais como das autoridades locais, ao mesmo tempo em que promove uma forte distensão política interna, ampliando a participação das massas populares. O primeiro-ministro Li Keqiang tende a se tornar somente a sua sombra, para executar o que ficar sobre a sua responsabilidade. Profissionais preparados como com Liu He, com aperfeiçoamentos em Harvard, com um pequeno grupo de liderança deve ajudar Xi Jinping nas difíceis tarefas de reformar radicalmente a China, adquirindo uma importância política que nem Deng Xiaping, reconhecido como o grande reformador, não teve naquele país.

A China vai depender do fornecimento de energia e matérias primas, ampliando suas influências como na África e em outros países emergentes como o Brasil, consolidando também suas alianças com a Rússia. Sua agilidade e pragmatismo são impressionantes, fazendo uso pleno das reservas de moedas estrangeiras que acumulou os últimos anos. Ainda que esteja aumentando o seu poder militar, ele é insignificante diante dos estoques de armamentos, experiências e tropas de que dispõem os Estados Unidos e seus aliados.

Parece que os chineses possuem a plena consciência desta situação, não se dispondo a correr os riscos como os que levaram a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas à sua dissolução. A corrida armamentista não parece estar nos seus planos, o que leva a entendimentos para uma convivência com os Estados Unidos, como estão sendo promovidos em diversas reuniões e intercâmbios.

Os Estados Unidos, de sua parte, parecem tentar encurralar estrategicamente a China como movimentos de pinças, tanto com os europeus como com seus aliados na região do Pacífico. Mas conflitos militares entre ambos os blocos não são imaginais pelos custos para todos. Do ponto de vista de relacionamento comercial, todos tentam intensificar com acordos de todos os tipos, mas a experiência passada indica que não suficientes para superar os problemas de hegemonia do poder, segundo a revista.

O quadro atual aparenta contar com dirigentes que se tornaram mais pragmáticos que ideológicos, apesar de sempre se contar com radicais por todos os lados. De outro lado, o poder parece estar mais distribuído, não se concentrando somente nas lideranças de dois blocos, havendo um grande grupo de países intermediários que também aumentaram suas participações nas influências internacionais.