21 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a expansão dos tubos nos Estados Unidos, o desaquecimento chinês e suas consequências, os problemas para os brasileiros
A indústria siderúrgica continua sendo um dos pilares de qualquer econômica, tanto que os Estados Unidos sempre o ligou com a sua independência militar, além dos alimentos e de suprimento de energia, como o tripé que assegura o seu poderio. A China, que desenvolveu a maior capacidade siderúrgica do mundo, com o seu consumo de minério acabou beneficiando o Brasil e outros fornecedores. Conta com a Wuhan Iron & Steel e seus oito alto- fornos, que impressiona a todos mesmo considerando as dimensões chinesas, sendo hoje o sexto maior grupo do mundo no setor como empresa, ao lado de outras gigantes chinesas. Com a desaceleração do crescimento da economia chinesa, ela que mais cresceu nos últimos cinco anos, está já com 20% de capacidade ociosa, tanto pela queda do consumo do aço nos Estados Unidos como na China, segundo artigo publicado no Financial Times.
Num outro artigo publicado pelo mesmo jornal, informa-se que nos Estados Unidos a indústria siderúrgica voltada para os tubos passa por um período excelente, pois a produção de óleo e gás do xisto está provocando uma explosão de sua demanda. A Vallourec de origem francesa está se beneficiando como outras também especializadas em tubos, que são intensamente utilizados para a exploração do xisto. Na indústria siderúrgica brasileira, sempre se contou que poderia ser prejudicada, principalmente no comércio internacional, se os chineses desacelerassem o seu crescimento econômico, tanto pela guerra de preços que provocariam com seus produtos como pela redução da demanda de minérios.
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21 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: avaliações internacionais, muitos países ainda não entendem, paralelos com outros movimentos
Partilho da opinião de que se não temos parâmetros para comparar o que está acontecendo no Brasil com as manifestações de rua, ficamos sempre que somos muito diferenciados. Um importante artigo publicado hoje no The New York Times, elaborado por Simon Romero e Willian Neuman, ajudados por Taylor Barnes e Lucy Jordan, traz informações atualizadas até ontem à noite. Informam que até mesmo os dirigentes do Movimento Passe Livre estão perplexos com as repercussões, que já provocou o cancelamento da viagem de Dilma Rousseff ao Japão, convocando uma reunião de emergência do seu governo. O artigo faz alguns paralelos com o Occupy Wall Street que ocorreu nos Estados Unidos e pouco mudou aquele país no que há de fundamental. Tanto como outros que ocorreram na Índia, em Israel, nos países europeus como a Grécia e eles parecem alimentados por enfrentar estruturas políticas consideradas tradicionais, desafiando o partido do governo e até das oposições da mesma forma. As demandas são difusas deixando todos perplexos.
Entrevistaram Mayara Vivian que tentava desde 2005 por os brasileiros na rua com apenas 15 anos, e que confessa que também desta vez esperava algumas centenas de pessoas nas manifestações convocadas, visando ridicularizar o aumento das tarifas dos transportes coletivos, que agora se transformou na total isenção de pagamento, com as catracas livres. Ela estava aturdida quando dezenas de milhares de manifestantes lotaram as ruas, sacudindo cidades de todo o País. Afirma que é como a tomada da Bastilha, devendo lembrar-se de que os primeiros líderes acabaram sendo atropelados pelos acontecimentos que se seguiram. O fato concreto é que encontraram um clima geral de insatisfações.
O artigo ressalta que os protestos das massas que foram acordadas têm se alastrado por outros temas – estádios caros, políticos corruptos, altos impostos e escolas de má qualidade – e se espalhou por centenas de cidades ontem à noite, com o aumento da sua ferocidade.
Segundo o artigo, um país que foi visto como uma potência em ascensão e democrático encontra-se abalado por uma revolta popular sem lideranças com um tema unificador: uma brava rejeição à política e aos costumes, às vezes de forma violenta.
A força e a intensidade das ruas surpreendem alguns entrevistados, admitindo que não seja um movimento que podem controlar, ou até um que desejem controlar. A violência pode representar um ponto de virada nos protestos, pois muitos acabarão se afastando.
O artigo relata a violência do que ocorreu em Brasília, chegando ao Congresso, atingindo o Itamaraty. Em Ribeirão Preto, um manifestante de 18 anos acabou morto, atingido por um carro que estava parado com as manifestações, o primeiro cadáver desde estes movimentos de massa, que só registravam prejuízos nos patrimônios públicos e privados.
No Rio de Janeiro, centenas de milhares de pessoas manifestavam dirigindo-se à Prefeitura até tomando cervejas. A reação policial foi utilizar gás lacrimogêneo e obrigando muitos a se refugiarem nos canais. Alguns afirmavam que a cidade estava sendo maquiada para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, havendo os que pedem os seus cancelamentos, para atender as necessidades populares com os mesmos recursos. Alguns ajustamentos acabarão sendo efetuados.
Muitas manifestações estão ocorrendo em cidades que sediam a atual Copa das Confederações, com críticas aos altos custos dos estádios, afirmando-se até que os impostos estão beneficiando astros como Neymar e Ronaldinho. Um manifestante segurava um cartaz afirmando que não teremos a Copa do Mundo, pois o gigante despertou.
Até a mídia tem sido atingida, com carros queimados e jornalistas atingidos. Uma imprensa alternativa está sendo alimentada pelo grupo chamado NINJA – um jornalismo independente e de ação narrativa, que filmam cenas dos movimentos com meios improvisados, divulgando pelas redes sociais. O artigo afirma que o termo Occupy é utilizado por alguns, rejeitados por outros para não confundir com as ocupações policiais das favelas dominadas pelos traficantes de drogas.
Os gastos com as competições internacionais, segundo os manifestantes, são sinais da existência de recursos para o atendimento de suas reivindicações, o que deixam as autoridades sem uma resposta adequada.
Mesmo as reduções das tarifas dos transportes já efetuadas não aplacam os manifestantes. Um professor da USP afirma que o movimento é extremamente difuso e não canalizada pelas instituições tradicionais. Todd Gitlin, professor de jornalismo da Universidade de Columbia, que estudou movimentos sociais, inclusive o Occupy e a Primavera Árabe, afirmou que é difícil saber exatamente o que detona o movimento mais amplo. Não existe ainda uma teoria para tanto.
Os ativistas brasileiros que estão no centro do movimento insistem que o que está acontecendo no Brasil não explodiu do nada. Ele teria sido decorrente de um duro trabalho como o Movimento do Passe Livre que começou em 2005, que atraiu cerca de 200 ativistas de todo o país. Mas, sem dúvida, contaram com o clima de insatisfação de parte importante da sociedade brasileira, principalmente da classe média alta.
Mayara Vivian afirma que foram aprendendo como organizar estas manifestações desde 2005, e sem a experiência acumulada não saberiam como definir o palco dos protestos, que conta com uma organização. Mas não podem explicar como um movimento modesto acabou provocando o fenômeno atual. “As pessoas finalmente acordaram”.
Ainda que este quadro ainda não seja completo, ajuda a compreender parte do que está acontecendo. Espera-se que as autoridades e os políticos brasileiros aprendam com as duras lições que estão sendo dadas pelas ruas.
21 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do Prêmio Nobel Amartya Sen, comparações da Índia com a China, o problema da educação
Quando um Prêmio Nobel como Amartya Sen, ele que é professor de economia e filosofia de Harvard, falando do seu país, a Índia, escreve um artigo publicado pelo The New York Times, é preciso prestar a devida atenção, pois a compara com a China, quando o Brasil pretende ser um país emergente que fique no mesmo grupo daqueles dois países. Principalmente quando ele trata de assuntos como os que as manifestações populares dos jovens brasileiros hoje estão procurando evidenciar. Ele afirma que a Índia moderna é, em muitos aspectos, um sucesso, e sua pretensão de ser a maior democracia do mundo não é algo irresponsável. A comunicação social na Índia é livre e vibrante e os hindus são os que mais leem jornais no mundo.
Em 1947, a expectativa de vida ao nascer na Índia era de 32 anos e passou para 66 anos, e sua renda per capita cresceu cinco vezes, cerca de 8 por cento ao ano, ficando somente abaixo da China. Sofreu uma desaceleração recente como todos os países. Mas ele indica que a prestação de serviços públicos essenciais no seu país deprime os padrões de vida e é limitante do seu desenvolvimento.
Amartya Sen, que faz uma comparação da Índia com a China
A desigualdade nos dois países é elevada, mas a China vem fazendo muito mais que a Índia para aumentar a expectativa de vida, expandir a educação geral e de saúde. Segundo ele, a Índia dispõe de escolas de elite de diversos graus de excelência para os privilegiados, mas entre os hindus de 7 anos ou mais, quase um de cada cinco homens e uma em cada três mulheres são analfabetos. A maioria das escolas é de baixa qualidade e menos da metade das crianças sabem o mínimo de aritmética.
A Índia é o maior produtor de remédicos genéricos no mundo, mas o seu sistema de saúde é confuso. Os pobres precisam confiar na baixa qualidade da assistência medica privada, não havendo atendimento público para todos. Enquanto a China dedica 2,7% do seu PIB para os gastos do governo em saúde, a Índia somente 1,2%. Qualquer semelhança com o Brasil não pode ser considerada mera coincidência.
Segundo o autor, o fraco desempenho da Índia pode ser atribuído a sua incapacidade de aprender com os exemplos do chamado desenvolvimento econômico da Ásia, em que a rápida expansão da capacidade humana é tanto um objetivo em si mesmo e um elemento do crescimento rápido. Onde o Japão é um exemplo desde a Revolução Meiji em 1868, quando se objetivou extinguir o analfabetismo em poucas décadas. Certamente no Japão, os ensinamentos de Confúcio foram importantes.
Segundo o autor, apesar dos problemas de Segunda Guerra Mundial, o Japão deu exemplos de desenvolvimento que depois foram reproduzidos pela Coreia do Sul, por Taiwan, por Cingapura e outros países asiáticos. Mesmo no período de Mao, a China avançou a reforma agrária, educação básica e saúde, o que permitiu depois de 1980 uma enorme melhoria na sua posição na economia mundial.
Nesta comparação, a Índia, segundo o autor, tem se destacado na participação democrática, na liberdade de expressão e o Estado de direito, que ainda são aspirações dos chineses. A Índia não sofreu a fome desde a sua independência, mas a China sofreu a maior fome que matou cerca de 30 milhões de pessoas durante o desastroso Grande Salto de Mao, entre 1958-1961.
Segundo ele, os problemas das carências da Índia devem ser resolvidos com mais democracia, pois os sistemas não democráticos apresentam fragilidades inevitáveis, cujos erros são difíceis de serem corrigidos. O combate à desigualdade debilitante na Índia não se trata somente de uma questão de justiça social, mas dos retornos proporcionados pelos recursos humanos que vêm da melhoria das camadas inferiores da pirâmide socioeconômicas. As exportações da Índia de produtos de alguns setores dependem de recursos humanos bem preparados, em todas as classes.
Como os assuntos abordados são relevantes para as reflexões sobre o Brasil, a íntegra desse artigo do Prêmio Nobel Amartya Sen que é muito mais rico que este resumo pode ser acessado no: http://www.nytimes.com/2013/06/20/opinion/why-india-trails-china.html
20 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Financial Times, demandas chinesas, os preços dos peixes e frutos do mar no mercado internacional
Todos sabem que os peixes e os frutos do mar estão com seus consumos em alta em todo o mundo, e que cerca de metade deles já são criados com o uso de diversos tipos de tecnologia. Como os chineses entraram no mercado, consumindo até sushi e sashimi, eles, que evitavam produtos não cozidos diante, possivelmente, dos problemas higiênicos, acabaram seguindo as tendências mundiais. Como estes produtos também são considerados saudáveis, com o seu conteúdo de Omega 3, as demandas mundiais aumentaram significativamente, fazendo com que a produção natural nos rios, lagos e mares não sejam suficientes para atender a demanda. Mesmo os frutos do mar que são evitados no Ocidente, os asiáticos combinam o seu preparo com o uso de produtos derivados da soja, considerando que não existem restrições até mesmo para os cardíacos. Evidentemente, camarões fritos com gorduras saturadas devem ser evitados pelo seu alto teor de colesterol.
Um artigo publicado no Financial Times, de autoria de Emiko Terazono, de Londres, informa que os produtos do mar saltaram para o máximo histórico, com as demandas de atum e ostras. A FAO – Organização das Nações Unidas para a alimentação informa que as produções de capturas naturais como as criações artificiais também atingiram um recorde, com aumento de 15% ao ano, sobre o já recorde de 2011. Existem hoje restrições sobre a pesca de espécies consideradas em risco de extinção, evitando-se os períodos de sua reprodução. Também as rações para a criação estão em alta. Estes dados são estimulantes para o Brasil que conta tanto com a produção de rações como de muitas espécies que podem ser produzidas artificialmente nas suas mais variadas regiões, desde peixes de rios como os amazônicos como camarões, mexilhões, ostras e muitas espécies marinhas.
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20 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política | Tags: amplas manifestações populares, necessidades de organização de caráter político, o Movimento Passe Livre, outros exemplos
Os analistas mais experientes veem com alguma apreensão o futuro das manifestações que começaram a ser realizadas no Brasil a partir do Movimento Passe Livre surgido em São Paulo. Aproveitando o aumento das tarifas de ônibus, provocou-se uma explosão de entusiasmos envolvendo a participação de grupos heterogêneos insatisfeitos com a situação presente.
Lamentavelmente, como pode se ver nas manchetes dos principais jornais e televisões, os fatos mais dramáticos provocados pelos segmentos radicais ganharam destaque, apesar dos esforços para a sua contenção pelos mais moderados. Parece haver uma tendência para divisão entre moderados e radicais nas diversas manifestações que possam surgir, pois os temas já abordados são demasiadamente amplos.
Estes tipos de manifestações e entusiasmos já foram observados anteriormente, por exemplo, na Polônia com o chamado Solidariedad, que despertou a admiração mundial e esperança de grandes mudanças não só naquele país. Lech Walesa era o seu líder e começou a atuar a partir dos Estaleiros de Gdansk, tendo chegado à Presidência da Polônia com elevadas expectativas nacionais e internacionais. Mas ele não conseguiu consolidar o seu prestígio por muito tempo.
Algo parecido ocorreu com o movimento “Diretas Já”, que pretensamente diz ter provocado a derrubada do regime autoritário e o retorno da democracia no Brasil. Depois de diversas tentativas de conquistar o poder, os operários brasileiros a partir do ABC chegaram com Lula da Silva até a Presidência da República, apesar da oposição da classe média alta brasileira, de alguns segmentos empresariais, e dos receios do sistema financeiro. O PT – Partido dos Trabalhadores e os sindicalistas são considerados por muitos os responsáveis pela precária situação atual.
O fato marcante e incontestável é que na base do sucesso eleitoral de Lula está a forte redistribuição de renda. Utilizaram-se mecanismos de elevação dos salários a partir do mínimo e medidas assistenciais, que resultaram numa nova classe média. O sucesso permitiu até a eleição de Dilma Rousseff, ainda que ela fosse considerada uma tecnocrata. Portanto, parece necessário respeitar-se a democracia e os resultados eleitorais, utilizando-se do sistema político para a conquista do poder.
O Brasil não é o único país onde está ocorrendo manifestações populares. Hoje, em decorrência da crise mundial desencadeada a partir dos problemas do sistema bancário nos Estados Unidos a partir de 2007/2008, multiplicam-se as insatisfações e as manifestações populares em muitos países. Os movimentos populares se confundem com as dificuldades políticas, começando pela primavera árabe, e chegando até a Turquia, passando por crises repetidas no Egito.
No Brasil, os jovens, entre eles universitários e de famílias da elite, não vinham participando de forma marcante de qualquer atividade política por décadas. Agora, com o uso das redes sociais, conseguiu-se uma mobilização ampla, a partir do gatilho provocado pelo aumento das tarifas dos transportes coletivos. Conseguiram também o envolvimento e a simpatia de variados segmentos da sociedade gerando elevadas expectativas.
Para que o movimento aplaudido pela imprensa, por diversas classes da sociedade brasileira, e até por alguns setores do governo não se perca parece necessário que algumas medidas sejam tomadas para aproveitar o seu sucesso inicial.
Anuncia-se que muitas cidades estão provocando pequenas reduções das tarifas de transporte de massa, e outros se mostram dispostos a fazer esforços para tanto. Mas as reivindicações já se ampliaram para outros setores. Deve-se estabelecer mecanismos políticos para aproveitamento das aberturas conseguidas para as negociações. Primeiro, com os Poderes Executivos Federais, Estaduais e Municipais, através da consolidação de alguns diálogos iniciais. É necessário ter consciência que o atendimento de algumas demandas implicará na redução de recursos para outras. Existem as lamentáveis limitações econômicas insuperáveis, mas parece que existem alguns espaços para mudanças de participações nos recursos.
Em segundo lugar, parece recomendável que os políticos mais simpáticos a estas reivindicações sociais sejam contatados para a formação de um bloco como os já existentes na saúde, entre os evangélicos, os ruralistas e outros. Estes blocos, que são suprapartidários, possuem elevada eficácia, mais do que os partidos políticos tradicionais, que são exagerados em número e sem definições programáticas ou disciplinas internas.
Terceiro, apesar de as redes sociais (Facebook, Twiter etc.) serem relevantes, os meios de comunicação tradicionais como os jornais, as televisões, as rádios e as revistas devem ser incorporados no movimento. Deve-se aproveitar alguns participantes que estão se destacando pela sua elevada capacidade comunicativa.
Ninguém tem a capacidade de prever como tudo evoluirá no futuro, mas sem que as forças desencadeadas sejam canalizadas em sistemas politicamente organizados, as dificuldades serão maiores, pois nunca se conseguirá um consenso razoável entre todos os atuais participantes destas manifestações.
Existem riscos previsíveis para algumas tendências anárquicas que acabarão sendo esvaziadas com o tempo, pois qualquer sociedade necessita de organização. Os que provocam danos materiais, públicos ou privados, necessitam ser punidos. As manifestações parecem ser contra as impunidades, corrupções e gastos exagerados em investimentos que não são considerados prioritários.
As autoridades parecem atônitas. Nota-se pelas mudanças diárias de posição, como no uso das forças policiais necessárias, e na intensidade adequada. Elas não parecem treinadas para eventos amplos desta natureza. É preciso ser realista e pragmático, ainda que os sonhos sejam necessários. Vamos continuar acompanhando com elevado interesse a evolução destes acontecimentos que já contam com repercussões externas, que ampliam as cautelas com o Brasil, incluindo no radar os riscos políticos, lamentavelmente.
19 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigo do New York Times publicado em português na Folha de S.Paulo, efeitos sobre a culinária, procedimentos como os conhecidos no interior brasileiro por muito tempo, volta do uso de grelhas de lenha nos restaurantes internacionais de elevada classe
Um artigo publicado por Rachel Wharton, do The New York Times, está sendo republicado em português no suplemento da Folha de S.Paulo. Trata do uso de grelhas nos novos restaurantes dos Estados Unidos, semelhantes aos que eram usados no passado no interior brasileiro, com o uso da lenha. Só que será de aço inoxidável, com compartimento para a produção de carvão da lenha, cuja altura pode ser controlada. Carnes e legumes poderão ser grelhados, tornando-os mais saudáveis, ao mesmo tempo em que o calor poderá ser controlado. Tudo indica que será a nova tendência que permite até o aproveitamento da fumaça para dar aos produtos um sabor especial de defumado. Com tijolos e ladrilhos, o calor é preservado, que será aproveitado para grelhar alguns produtos.
Tudo isto leva à lembrança dos fornos e fogões de lenha que eram utilizados no interior brasileiro. O café acabava ficando com um gosto característico, as linguiças e os toucinhos ficavam defumados, a casa aproveitava o calor nos dias frios e os imigrantes japoneses utilizavam uma serpentina para aquecer a água, que era utilizada inclusive para os banhos de imersão como no Japão. Mas, também eram utilizados por imigrantes de origens europeias, como italianos e alemães, com tradição em regiões frias.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comparações com o Brasil, necessidade de controle monetário mais rígido, o setor bancário chinês e suas dificuldades, queda dos influxos de recursos
Muitos analistas criticam os problemas da economia brasileira de baixo crescimento, pressões inflacionárias e dificuldades nas contas externas, apontando para o crescimento que continuaria ocorrendo na economia chinesa. Um artigo de Lingling Wei, instalado em Beijing, publicado no The Wall Street Journal, informa sobre o agudo problema que está sendo enfrentado pelo sistema bancário chinês, que pressiona as autoridades monetárias daquele país. Algo semelhante também está divulgado pelo Financial Times, num artigo escrito por Simon Rabinovitch, que se encontra em Xangai.
Na realidade, um agudo problema está sendo enfrentado pela queda do influxo de recursos externos para a China, tanto diante do problema de desaquecimento da economia local como dos riscos envolvidos com os seus bancos. Como as autoridade monetárias chinesas estão procurando controlar a expansão monetária, os juros interbancários acusou um elevado crescimento, enquanto o seu Banco de Desenvolvimento Agrícola, uma estatal, teve dificuldade para colocar seus papéis no mercado.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Financial Times, capacidade ociosa na indústria chinesa, projetos sem uma avaliação adequada, subsídios do governo e problemas com autoridades locais
Num longo artigo de Jamil Anderlini, publicado no Financial Times, trata-se detalhadamente dos problemas que estão sendo enfrentados pela China em alguns setores industriais, que sofrem com grandes capacidades ociosas. O exemplo mais marcante foi da Suntech, empresa produtora de painéis de energia solar que colocava os seus produtos nos Estados Unidos e na Alemanha, com fortes subsídios governamentais. A empresa que chegou a ser cotada pelo valor de mercado de US$ 16 bilhões consegue hoje somente US$ 180 milhões, tendo o seu presidente Shi Zhengrong destituído, ele que era considerado o “rei sol”. Hoje, metade do setor de energia solar precisa ser fechada, o que constitui um grande problema para a China que procura manter um crescimento de cerca de 7,5% ao ano.
Segundo o artigo, diversos setores industriais chineses enfrentam problemas semelhantes após o desaquecimento global depois de 2008, e a redução do crescimento interno da economia chinesa. Muitas destas indústrias foram montadas diante dos subsídios que eram oferecidos pelas autoridades chinesas, quando as autoridades locais tinham interesse nestas instalações, oferecendo terrenos para tanto. O sucesso dos dirigentes chineses era medido pelos crescimentos que conseguiam localmente, o que se esgotou determinando atualmente uma descomunal capacidade ociosa.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: audição afetada, exageros no uso do smartphones, outros meios eletrônicos de comunicação, problemas de uso do cérebro
Um artigo publicado no The New York Times, reproduzido em português no seu suplemento semanal da Folha de S.Paulo, de autoria de Tom Brady, discute se o uso do smartphones estaria inibindo o uso do cérebro por parte dos seus usuários. O mesmo parece que está acontecendo com outros instrumentos eletrônicos que vem facilitando a comunicação rápida, porém com versões em notícias curtas, que não permitem uma reflexão profunda como a que nos obriga os textos mais longos. Os exageros transformados em verdadeiros vícios estão estimulando experiências com períodos sem o uso destes meios, no mínimo temporariamente, para superar a ansiedade de que são tomados os seus usuários.
Um paralelo pode ser feito com o aprendizado do idioma chinês, não somente do mandarim como todas as diferenciações regionais naquele país. A elevada quantidade de ideogramas que necessitam ser conhecidos acaba provocando propostas para a sua redução. No entanto, todos sabem que os seres humanos utilizam somente parte pequena dos neurônios de que são dotados, e benefícios podem ser atribuídos aos que são forçados a utilizar mais deles. Mesmo sem se optar por um determinismo físico, parece evidente que muitos chineses acabam utilizando mais sons, mais imagens pequenas, havendo até os que admitem que isto lhes proporcione maior capacidade de visão e de capacidade de aprendizado de outros idiomas e até da música. No fundo, quanto mais se usa os neurônios parece que se aumenta a capacidade do cérebro.
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18 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: constatação na exposição do New York Botanical Garden, cuidados na sua utilização, inclusão de informações do naturalnews, WebTown reproduz artigo do site istoejapao | 2 Comentários »
Mantendo uma intensa colaboração com o site www.web-town.org/ publicado no Japão, voltado para os brasileiros residentes naquele país, e encontrei um artigo que reproduz outro dos muitos postados naquele país como o do www.istoejapao.com/2p=1681 que informa o intenso uso de produtos que utilizam o aloe, ou seja, a babosa muito conhecida no Brasil. O último artigo inclui informações de Mike Adams sobre os benefícios para saúde com aloe vera do www.naturalnews.com, mas também encontrei na exposição sobre plantas medicinais no New York Botanical Garden, como já postei neste site. Como todos os medicamentos, mesmo os de origem vegetal, sempre é conveniente que um médico seja consultado para o seu uso.
Realmente, é impressionante a quantidade de produtos disponíveis no mercado japonês que possuem a babosa como matéria-prima, como pode ser constatada nestes artigos citados, bem como a lista das propriedades a ela atribuída. Na exposição do New York Botanical Garden, apresentada atualmente, constata-se a elevada quantidade de plantas que são conhecidas no cotidiano que, contendo princípios ativos constatados por pesquisas científicas, muitos povos utilizam como medicamentos. A biblioteca daquele Botanical Garden apresenta muitos preciosos e raros livros antigos, quando a medicina ainda só encontrava plantas que eram utilizadas como medicamentos. Eram conhecimentos transmitidos oralmente como ainda fazem muitos indígenas brasileiros, ou de outros países e continentes.
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