Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Continuam os Problemas Com a Exploração do Xisto

12 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a poluição provocada pela exploração do xisto, ações judiciais nos Estados Unidos, complexidade dos problemas

Ainda que os Estados Unidos venham liderando a exploração do gás e do petróleo com a fragmentação do xisto visando a sua independência energética, muitos problemas de sustentabilidade estão se multiplicando, começando a inundar os tribunais com ações jurídicas. Uma longa matéria publicada no site da Bloomberg pelos jornalistas Jim Efstathiou Jr., Andrew Harris e Sophia Pearson mencionam variados casos em que os prejudicados estão ingressando nos tribunais demandando contra a gigantesca Chevron e unidades da Williams Companies e da WPX Energy, que podem resultar em pesadas indenizações por variadas causas, nos mais diversos locais. Os norte-americanos pretendem superar a produção da Arábia Saudita com estes petróleos e gás, que provocam grandes injeções de produtos químicos para o fracionamento das pedras de xisto, para a liberação dos dois elementos desejados.

Os moradores do Condado de Fayette, na Pensilvânia, afirmam que a fragmentação do xisto, que é provocada com a injeção de água e produtos químicos, causou o vazamento do metano e de água poluída, afetando a criação de gado Black Angus longamente criado por um vizinho do empreendimento energético, bem como outros danos que estão afetando a população que conta com propriedades rurais na proximidade. Como são sabidos, nos Estados Unidos os proprietários das terras possuem direitos sobre o subsolo, com diferença com o Brasil, onde as jazidas do subsolo são do Estado, que podem conceder os direitos de exploração para o setor privado. O que está se alegando nas ações é que os direitos dos vizinhos estão sendo afetados pelos produtores de energia.

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Olympio da Silva e Sá e a Comunidade Nikkei no Brasil

11 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: grande amigo da comunidade Nikkei, passamento do jornalista Olympio da Silva e Sá, presidente da Federação de Beisebol por muitos anos

Olympio da Silva e Sá era um importante jornalista esportivo quando a Gazeta Esportiva ainda era um órgão da imprensa de grande destaque. Ele faleceu aos 97 anos em São Paulo, no último sábado. Ele foi presidente da Federação de Beisebol, ainda quando se chamava Federação Paulista de Base-Ball e Softball, entre 1947 a 1965, e este esporte era praticado praticamente só pelos membros da comunidade nikkei, hoje integrada com todos os brasileiros de muitas origens. Tinha uma grande importância e coordenava a famosa Corrida de São Silvestre, que marcava em São Paulo a passagem do ano, pois era praticada na noite de 31 de dezembro. Foi quem conseguiu construir o estádio do Bom Retiro, quando antes este esporte era praticado inicialmente na Baixada do Sudan, no final da rua Conde Sarzedas, onde se concentrava inicialmente a comunidade nikkei, no bairro da Liberdade, na Capital paulista.

Depois, o beisebol passou a ser praticado em alguns estádios pertencentes a clubes que tinham neste esporte a sua base, inclusive em torneios que reuniam representantes de diversas regiões paulistas e paranaenses, onde estavam concentrados os imigrantes japoneses no interior brasileiro. Poucos importantes brasileiros ainda se relacionavam com os nikkeis, e Olympio da Silva e Sá honrava com sua prestigiosa presença todos os que estavam ligados a este esporte, que serviria de ponte com todos os brasileiros. Conseguiu atender uma grande aspiração dos beisebolistas que era contar com um estádio oficial para a sua prática.

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Olympio da Silva e Sá /  Foto: Marcelo Ferrelli/Gazeta Press

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Comportamento do The Economist Com o Brasil

10 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: imprensa livre, insistências críticas sobre o governo Dilma Rousseff, mas engajada, os mais capacitados para análises internacionais

Os democratas de todo o mundo aceitam que um dos sustentáculos deste sistema político é a imprensa livre, ainda que algumas críticas de seus órgãos sejam sistemáticas em decorrência de suas posições ideológicas. Os assinantes do The Economist ficam capacitados a terem acesso pela internet dias antes de sua distribuição, e estando no exterior, diante de dois artigos críticos com relação ao Brasil, um exame mais cuidadoso do texto publicado foi considerado conveniente para a formação de um conceito mais justo sobre elas. Depois de suas leituras, parece que existem espaços para apontar algumas distorções que muitos admitem nesta importante revista de repercussão mundial. Acaba-se reconhecendo que pretende que suas recomendações deveriam ser aceitas por todos, com o espírito do humor inglês característico.

Sente-se um rancor injustificado da revista com relação aos que não partilham de suas posições ideológicas, como muitos dos leitores do The Economist admitem. Mas, parece que contemplar com dois artigos o atual comportamento do governo brasileiro, parece um exagero, ainda que algumas das suas críticas sejam aceitáveis. É notória a admiração da revista ao elegante governo de Fernando Henrique Cardoso, contrastando com as críticas ao Luiz Inácio Lula da Silva, de humilde origem operária católica, e as à Dilma Rousseff que participou de ações guerrilheiras contra o regime autoritário, uma tecnocrata que conta com uma equipe modesta e numerosa de ministros. As capas da revistam mostram suas contrariedades, que não se resumem somente ao Brasil como as que já postamos relacionadas com a eliminação da pobreza absoluta, e também a atual que mostra o encontro de Barack Obama e Xi Jinping. Elas necessitam ser encaradas com humor, que não corresponde à elegância inglesa.

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Efeitos da Economia Sobre os Dirigentes Políticos

10 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a pesquisa de opinião da Datafolha, as diferenças dos impactos sobre os diversos segmentos da população, comparação com outros países, o tempo até as eleições

Todos os políticos sabem que a situação econômica, principalmente como ela impacta sobre a população nos seus diferentes segmentos, é fundamental para os seus prestígios, ainda que muitas justificativas possam ser apresentadas sobre suas causas. Nenhum país pode afirmar hoje que sua situação econômica seria a desejável, pois a economia globalizada afeta a todos, mais profundamente em alguns países, menos severamente em outros. A pesquisa efetuada regularmente sobre a opinião da população brasileira, considerada pelos especialistas como das mais confiáveis, mostra que a popularidade de Dilma Rousseff sofreu neste princípio de junho a primeira queda significativa, ainda que se mantenha elevada e invejável quando comparada com de outros dirigentes em muitos países mundo afora. Decorreria da queda do otimismo da população, a elevação das preocupações com a inflação e a impressão que o desemprego vai aumentar, como divulgado pela matéria de capa deste domingo, 9 de junho, pela Folha de S.Paulo. Estes dados deverão ser explorados nas suas repercussões nos próximos dias no Brasil, alimentando as esperanças dos oposicionistas e preocupando os situacionistas.

Ainda que o governo tenha se mostrado sensível à piora recente do quadro econômico, procurando estimular alguns investimentos, acelerar as licitações de concessões na infraestrutura, o fato concreto é que o quadro geral é percebido como de piora. E as críticas que vinham sendo feitas de gestões deficientes, além de interesses contrariados em diversos segmentos, estão encontrando farto espaço na mídia que acaba influenciando a população. Mesmo com um ligeiro arrefecimento da pressão inflacionária, e algumas notícias positivas em determinados setores, muitos entendem que seus resultados deverão demorar, não seriam suficientes para sustentar a economia e haveria uma falta de um quadro mais claro no seu conjunto.

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Presidente Dilma Rousseff

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Possibilidades Culinárias e Outras da Biodiversidade Brasileira

10 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: além da produção extrativa, edição do suplemento Paladar de O Estado de S.Paulo, grande patrimônio brasileiro, usos que estão se disseminando

O suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo presta um grande serviço para o Brasil, a gastronomia brasileira e mundial, identificando os muitos óleos, basicamente de origem brasileira, que podem ser utilizados na culinária, não somente enriquecendo-a como abrindo amplas possibilidades para sua produção comercial local em escala apreciável. Os que possuem um mínimo de conhecimento do Brasil sabem que as ricas variedades da culinária brasileira são fortemente influenciadas pelas muitas matérias-primas que são utilizadas no seu preparo, com destaque para as oleaginosas que eram somente conhecidas por poucos especialistas. A Amazônia desperta agora o interesse de famosos chefs internacionais, que só lamentam não podem contar ainda com o fornecimento regular de muitos dos seus ingredientes para colocar à disposição dos adeptos da boa culinária. Além de enriquecerem os sabores, vai se descobrindo os benefícios para a saúde, cujas pesquisas precisam ser aceleradas e aprofundadas. A indústria farmacêutica também está ampliando o seu uso para os mais variados cosméticos e medicamentos. A contribuição do jornalista Daniel Telles Marques deve ser destacada neste trabalho.

Está na hora do Brasil tirar o máximo proveito desta potencialidade da biodiversidade brasileira, tanto na gastronomia como nos demais usos. Além dos esforços esparsos que são efetuados por alguns órgãos de pesquisas oficiais, há que se contar com as iniciativas do setor privado, nacional e estrangeiro. Parece imperiosa a necessidade de um estabelecimento de um amplo programa oficial, organizando e sistematizando todos os esforços, com os incentivos que se fizerem necessários, além dos atrativos lucros que poderão ser obtidos ao longo do tempo. Quem ganhará não será somente o Brasil, mas o mundo. Com alguns telefonemas, o Paladar afirma que conseguiu os 16 óleos mais conhecidos no Brasil.

Alguns blogs estão sendo sugeridos pelo suplemento para o conhecimento de sua íntegra, que sempre enriquece a todos.

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Patauá | Chegou a ser um substituto do azeite de oliva devido às suas similaridades. Serve para saladas e para as panelas.

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Babaçu | Extraído de coquinhos crus ou assados, confere notas de coco (cru e torrado) aos pratos. Quando sólido, fica branco, mas em geral é amarelo ou marrom.

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Tucumã | Se feito com a polpa, é avermelhado. Com a semente, fica mais claro. É bom para frituras de imersão.

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Maracujá | O cheiro varia de acordo com a espécie usada para extração. É bom para tempero de saladas ou até doces.

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Dendê | Óleo de dendê sai da polpa, não do caroço. É da massa gordurosa (bambá) que vem o óleo alaranjado de gosto indomável.

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Amendoim | Muito usado no País até os anos 1960. É bom para fritura de imersão e saltear. Sabor neutro, por isso é indicado para ingredientes delicados.

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Açaí | Bom para flambagens. Tem o cheiro fresco e adocicado do fruto. Verde-escuro na panela, aparenta ser roxo nos potes.

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Bati | De lá do Rio Grande do Norte, é um óleo de palmeira, raro até na região. Bom para fritar peixes e preparar farofas.

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Coco | Diluído com azeite de oliva, vira tempero de salada. Há quem diga que tem notas de trufas; outros reclamam do ranço.

Ele cadastrou 180 óleos (até agora)

  • Por Daniel Telles Marques

Chef do Via Veneto, em Barcelona, restaurante classificado com uma estrela Michelin, o catalão Carles Tejedor é um especialista em azeites. Começou estudando e catalogando o azeite de oliva espanhol e acabou reunindo informações sobre azeites do mundo no site oilab.es. Com o tempo, passou a se interessar também por outros óleos e a diversidade brasileira chamou sua atenção. Nesta entrevista ao Paladar, ele conta que vem ao Brasil em setembro, para conhecer culturas indígenas, sua gastronomia e seus óleos.

O interesse pelos óleos na gastronomia está aumentando?
O interesse é crescente, sim. Universidades estão estudando o assunto, o Bullipedia (projeto de Ferran Adrià que reunirá técnicas e pesquisas realizadas pela fundação El Bulli) está pesquisando o tema e nós do Oilab também. São provas do interesse. O fenômeno dos óleos na gastronomia está evoluindo muito rápido. O interessante é que atualmente não basta surpreender o consumidor com novos sabores, é preciso garantir qualidade e conhecimento sobre o produto. É importante ter informações sobre muitos desses óleos do mundo e encontrar a melhor aplicação possível para eles. Alguns são melhores para vinagretes, outros para fritar, outros para passar no corpo…

Quantos tipos de óleo você já identificou, além do azeite?
Já classificamos ao todo 180 variedades de óleos de diferentes origens e aplicações, incluindo o de azeitona.

O que faz com que um óleo seja bom para a gastronomia?
As características de cada óleo são diferentes. Dependem de como foi produzido e especialmente de sua origem. Seja um azeite de gergelim ou de amendoim, é a gordura que concentra os aromas e gostos. Antes de saber sobre o óleo, é preciso conhecer a árvore, e é esse trabalho que estamos desenvolvendo com Ferran Adrià e sua equipe. Vento, sol, água, vão influenciar no sabor do óleo, seu aroma, sua cor.

Ingredientes regionais aparecem nos menus, mas em se tratando de óleos ainda prevalece o azeite. Não é contraditório?
Cada país tem de dar importância à sua cultura. Há um ano, em Cingapura, pude ver as mesmas técnicas de cozinha executadas com azeite e com óleos locais, e constatei que o uso de técnicas e óleos locais é incomparável…

Plantas oleíferas podem ser usadas de outro modo que não apenas para produzir óleo?
Começamos a pesquisar outras linhas de produtos provenientes das oliveiras. E estamos encontrando coisas incríveis. Além do fermentado de azeitona desenvolvido pelo chef americano David Chang, estamos trabalhando também com destilados alcoólicos e não alcoólicos feitos de azeitona. Isso abre um outro universo de sabores completamente desconhecidos. Os romanos já usavam ramos de oliveira para fazer licor. É surpreendente como uma infusão de folhas de oliveira pode ter cheiros e sabores incríveis.

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Castanha-do-pará | Ótimo para carnes. Penetra nas fibras sem deixá-las pesadas e untuosas. Tempera bem as saladas.

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Pequi | Óleo forte do Cerrado. Tempera e colore arroz, faz pipoca e aromatiza chocolates e até brigadeiros. Sabor e aromas pronunciados.

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Licuri | Licuri é um coquinho de baixo rendimento de extração, o que encarece seu óleo. Use como tempero para finalizar pratos.

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Buriti | Avermelha as receitas em que entra. Tem cheiro adocicado e muito parecido com o da fruta. Vai bem em receitas doces e salgadas.

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Murumuru | Essa manteiga é usada para preparar galinha caipira e carnes de caça. Tem o cheiro forte característico das sementes.

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Bacuri | Tem entrado com a manteiga de cacau em chocolates. É boa também para fritar bife.

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Cupuaçu | Boa gordura para carnes, substitui bem a banha de porco. Tem cheiro da fruta e perfuma os cortes.

ONDE COMPRAR
casadetereza.com.br
centraldocerrado.com.br
amazonoil.com.br

Muitos destes produtos brasileiros já são amplamente conhecidos como o açaí, o dendê, o pequi e outros utilizados normalmente nas diversas cozinhas regionais. Outros ainda não estão devidamente divulgados, sendo de conhecimentos restritos de chefs das diversas regiões brasileiras. É evidente que muitos produtos ainda são extrativos e artesanais, mas como já começam a existir algumas plantações comerciais, não vai demorar muito para se contar com produções industriais, tanto para deleite dos chefs como dos que apreciam a boa comida, por serem também saudáveis.

Estão se multiplicando os esforços para transformar algumas produções extrativas em comerciais, procurando provar que a floresta em pé proporciona mais rendimentos que derrubada, ajudando na sustentabilidade, principalmente da Amazônia, o que também é verdade em outras regiões brasileiras.

Além das pesquisas, ainda há necessidade de trabalhos de extensão rural para a disseminação das melhores técnicas de manejo dos produtores. Também devem existir estímulos para as iniciativas comerciais e industriais na sua exploração, em muitos casos utilizando-se de cooperativas, contando com uma estrutura adequada de comercialização.

Estas tarefas não são fáceis, mas já existem muitas ONGS – Organizações Não Governamentais contando com voluntários e doações para melhor aproveitamento econômico desta biodiversidade brasileira, sem danos para a sustentabilidade das florestas. Parece que há necessidade de se organizar e acelerar estas atividades, que podem proporcionar trabalhos e rendimentos para as populações carentes que sobrevivem do extrativismo, muitos que vivem ainda de uma forma precária.


Recantos em Harajuku

8 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigo no Japan Times, Harajuku dos jovens, locais tranquilos nos bairros movimentados, próximo ao badalado Omotesando

Robbie Swinnerton é uma jornalista radicada em Tóquio que mantém o blog www.tokyofoodfile.com e publica regularmente suas matérias no Japan Times com importantes dicas, principalmente para os que vivem no Japão e desejam receber informações em inglês. Pesquisadora assídua, vai descobrindo muitos locais pouco conhecidos dos próprios japoneses, que refletem a ampla diversidade do que pode ser encontrado naquele país, que não se resume somente às culinárias, mas ambientes que ainda preservam o que existe de mais caro na cultura japonesa. Harajuku, para os que não conhecem, é um bairro frequentado pelos jovens japoneses que inovaram nas suas formas de vida, inclusive lançando ousados comportamentos que acabaram influenciando a moda descontraída em todo o mundo. Fica pouco abaixo de Omotesando, um dos locais mais refinados do Japão, onde japoneses de elevada capacidade econômica e turistas internacionais podem adquirir tudo o que há de melhor naquele país. Harajuku é também onde começa um bom parque arborizado, um dos muitos com que conta Tóquio, preservando o verde nesta grande metrópole.

Ela informa sobre um pequeno restaurante num beco da Harajuku, de nome Eatrip (viagem de comida), que tem como chef Yuri Nomura, que, além de conduzir o pequeno estabelecimento que aparenta mais uma pequena casa no interior japonês, promove encontro com fornecedores de produtos orgânicos que utiliza. A foto que ilustra este artigo mostra um ambiente que não parece de Tóquio, e a chef reúne regularmente o grupo conhecido como Open Restaurant que inter-relaciona os que estudaram na Califórnia, nos Estados Unidos e que se interessam pela culinária.

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Eating out: The best spot at Eatrip is the covered outdoor terrace, thick with greenery despite its Harajuku location. | ROBBIE SWINNERTON

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Esforços na Redução das Tensões Internacionais

8 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos sobre o assunto em muitos jornais, iniciativas da Coreia do Sul e do Norte, o encontro de Barack Obama com Xi Jinping, os esforços conjunto, outras aproximações dos japoneses com os chineses e coreanos

O mundo já está com muitos problemas e muitas iniciativas procuram reduzir as tensões que existem, por exemplo, no Extremo Oriente. A ascensão chinesa, do ponto de vista econômico, político e militar, geram tensões que necessitam ser controladas, e o encontro do presidente da China Xi Jinping com o presidente Barack Obama na Califórnia tem como objetivo principal encontrar formas de convivência. Os Estados Unidos continuam sendo o país mais importante, mas nas próximas décadas há possibilidades que seja ultrapassado pela China, que vem acelerando o seu desenvolvimento. E tudo isto gera tensões em todo o Pacífico, principalmente com os aliados dos norte-americanos. Mesmo que nem tudo seja possível, há que se encontrar novas formas de convivência diante desta dura realidade, sabendo que não existe mágica, mas as alternativas podem ser terríveis.

Da mesma forma, como sempre existem países que acabam radicalizando suas posições para enfrentar suas dificuldades internas, há que se encontrar formas para reduzir as tensões entre as Coreias do Sul e do Norte. No mundo, trata-se de um país que acabou sendo dividido pela guerra, cujo término não se consumou. Como a Alemanha conseguiu a unificação com a sua parte leste, muitos aspiram que um dia as Coreias sejam novamente unificadas, e todos os esforços teriam que ser feitos, ainda que dependam de muitos recursos e uma forte determinação política. Mas, é sempre bom ouvir que tentativas continuam sendo feitas.

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Barack Obama, presidente dos Estados Unidos, e Xi Jinping, presidente da China

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Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, e o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un

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Importante Exposição da Arte Japonesa no Museu do Suntory

7 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: avaliação positiva dos críticos do Japan Times, importante exposição da arte japonesa, influências variadas da cultura oriunda da China principalmente, Museu de Arte do Suntory no MidTown

O Museu Suntory vem apresentando recentemente as mais importantes exposições de arte do Japão nas suas suntuosas instalações do complexo chamado MidTown, em Tóquio. O artigo publicado pelo crítico C.B.Liddell no Japan Times denomina a atual apresentação “Mono no aware”, expressão intraduzível, que poderia ser considerado algo como a sutileza da compreensão da essência, referindo-se à arte japonesa. O MidTown conta com as lojas mais respeitáveis, restaurantes de qualidade bem como tudo que pode exigir os mais exigentes turistas internacionais como os japoneses dotados de elevado nível cultural, localizado no bairro de Roppongi. A exposição apresenta o que há de mais relevante na pintura, cerâmica e objetos de laca da cultura japonesa, segundo o autor do artigo.

Segundo C.B.Liddelli, “a exposição se refere à cultura fortemente budista do Período Heian (794-1185), quando este termo surgiu pela primeira vez e implica na transitoriedade da vida carnal e material”, como é do fundamento do budismo, considerado por muitos como uma filosofia e por outros como uma religião. Os conceitos são complexos e só podem ser entendidos por iniciados nestes conhecimentos.

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Natural selections: ‘Birds and Flowers of Spring and Summer,’ one of a pair of six-fold screens by Kano Eino with various symbols of nature (Edo Period, 1603-1867) | SUNTORY MUSEUM OF ART; © KEIZO KIOKU PHOTO

Mas também este conceito é considerado enganoso por neoconfucionistas, como o estudioso, poeta e artista Motoori Norinaga (1730 -1801), que optou por "sensíveis, requintado sentimentos vivenciados quando se deparam com os trabalhos sutis do ser humano na vida ou nas mudanças das estações", como consta do catálogo da exposição. Na interpretação de Norinaga, a frase incluía não apenas tristes ou fugazes emoções, mas também alegria e valorização intensa.

A exposição abre com elegantes rolos gastos dos períodos Heian e Kamakura (1185-1333), retratando a vida da aristocracia passada. Incluem um sutra de lótus e um leque, uma representação de uma mulher nobre insone, e um rolo de papel mostrando um Imperador aposentado visitando a cidade de Ono (no que é hoje Fukushima), para ver a paisagem de neve.

Esta seleção sugere um pouco da culpa dos nobres, talvez com muito tempo em suas mãos buscando consolo na beleza. A referência a Fukushima, uma das províncias mais atingidas pelo recente Grande Terremoto no Japão e Tsunami, também aponta para a relevância moderna da ideia de valorização tingida com tristeza, segundo o autor.

Parte da exposição centra-se no Norinaga, e inclui um autorretrato com a idade de 44 e exemplos de sua caligrafia. A inscrição poética sobre o retrato também soa como um tema importante na exposição, ou seja, a comunicação de “mono no aware” através da poesia e da arte, que é geralmente definida em termos de uma sensação experimetada ou emoção, como algo passivamente apreciado. Mas se fosse só isso, então seria um prazer perdido na contemplação solitária em vez do fio cultural de longa duração que na realidade é. Para existir como um fenômeno cultural que tem um aspecto social, tanta ênfase é dado pela exposição à comunicação para os outros através da arte e da poesia, continua o autor.

É a razão da representação por uma linguagem simbólica rica que pode ser feita por muitas partes, que variam de aspectos da natureza dos poetas e suas histórias. A exposição tem uma visão bastante indiscriminada no que diz respeito aos símbolos da natureza. A maioria das famosas variedades sazonais de pássaros e flores é incluída. Há bacias esmaltadas com flores de cerejeira e um biombo enfeitado com pinheiros cobertos de neve. E em toda essa profusão, a seletividade do princípio estético parece um pouco perdido, segundo o autor.

Alguns motivos da natureza, como a luz da lua e as gramíneas do outono, estão mais em evidência. Parecem representativos do conceito que está sendo tratado. O outono de lua cheia simbólico das "atividades adultas" da cultura aristocrática foi pensado para evocar o “mono no aware”. O motivo mais importante na exposição, no entanto, é a grama do outono. Tem uma grande variedade de itens enfeitados com esse elemento relativamente discreto, mas muito sugestivo.

De particular interesse é um par de seis painéis de telas Período Edo cobertas de folha de ouro. Quando olhamos para eles, segundo o autor, os traços das ervas densas escovandos parecem dobrar e ondular, dando-nos uma sensação de um vento soprando suavemente. Tais elementos da natureza também são muito importantes para as histórias mais associadas ao conceito. Estes incluem o "Conto de Saigyo", sobre um poeta itinerante famoso que procurou a beleza cênica para inspirá-lo, aqui representada por dois rolos de imagem. Mais famoso é o "Conto de Genji". Segundo Norinaga, estes contos com o seu recurso frequente ao luar foram escritos especificamente para tornar as pessoas conscientes de “mono no aware”.


Efeitos da Flexibilidade Monetária nos Países Emergentes

7 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigos no Nikkei, desaceleração do desenvolvimento com falta de recursos, redução das pressões inflacionárias

Quando era possível aguardar-se uma enxurrada de recursos dos países emergentes para os desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Japão, que estão provocando a flexibilidade, observa-se, segundo artigos publicados no jornal econômico japonês Nikkei, que muitos estão registrando redução do seu ritmo de crescimento, ao mesmo tempo em que a inflação mundial segundo FMI não tende a uma elevação. Na realidade, países como a China, a Índia, a Rússia, a Malásia e o Brasil passam por um período de redução das suas exportações com o baixo crescimento da economia mundial, e os preços dos seus produtos não conseguem acompanhar os aumentos dos seus custos.

O único efeito sensível que continua ocorrendo é a desvalorização dos câmbios dos países desenvolvidos com a flexibilidade monetária, tornando-os mais competitivos mesmo com relação aos emergentes, em alguns casos. Com isto, mesmo com o pequeno aumento dos custos das importações destes países, ele não é suficiente para influir nas pressões inflacionárias. Mais que forte fluxo de recursos financeiros, todos optam pela segurança, aumentando os financiamentos dos tesouros dos países desenvolvidos, sem emigrarem para os emergentes. Mas os efeitos cambiais acabam sendo expressivos.

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Brasil Está Virando Moda no Mundo

5 de junho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a Copa do Mundo e as Olimpíadas, classificação do futebol japonês, o artigo no Nikkei, os aspectos fortes

Ainda que os investimentos brasileiros nas preparações da Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas sejam volumosos, um artigo publicado no jornal econômico japonês dá uma mostra que o Brasil está entrando em moda no mundo. Com a classificação da seleção japonesa de futebol, como a primeira que participará da Copa do Mundo e inaugurará a Copa das Confederações em Brasília, parece mais natural que do longínquo Japão pode se esperar um elevado número de turistas. Mas isto não está ocorrendo somente naquele país, como no mundo. E também o Brasil é conhecido por outros esportes hoje, como voleibol masculino e feminino.

Muitos são os motivos que estão favorecendo este movimento. No mundo globalizado, as culinárias e bebidas brasileiras ganharam um impulso grande, e tanto o churrasco como a caipirinha já se tornaram universais, tanto que são servidos em muitos locais que acabam sendo disputados, até para reservas antecipadas. A moda informal do Brasil, inclusive as alpargatas, ganhou espaço no mundo, notando-se falsificações e pequenas variações para atenderem principalmente os jovens nos dias quentes do mundo de clima temperado, no que é reforçado pelo biquíni apreciado pelas jovens que desejam mostrar os seus atributos.

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Churrasco no Barbacoa, em Tóquio / Alpargatas e biquínis.

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Joyce e Sergio Mendes: exemplos de sucesso no exteior

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