Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

A Difícil Compreensão da Arte de Governar o Brasil

28 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a difícil compreensão do Brasil, artigo no The Economist, mesmo para os brasileiros

Uma das grandes dificuldades de compreensão para quem nunca teve a responsabilidade de governar é de que um país como o Brasil é mais complexo do que parece, onde nem sempre a lógica dos que possuem boas formações acadêmicas consegue compreender todas as restrições existentes, pois não se trata de algo científico, mas que exige muita arte. Entre os muitos princípios que costumam orientar os políticos que chegam ao poder, costuma existir um que seria continuar nele mesmo que indiretamente, que quase sempre não agrada aos opositores ou os que têm a responsabilidade de analisar esta dura realidade. Outro é que sempre se tenta fazer o melhor o que se pode, que nem sempre é o que se quer.

O Brasil é uma federação em que a quase totalidade dos eleitos na sua incipiente democracia o são pelos Estados, de cujos eleitores eles dependem e desejam recursos e só o presidente da República e o seu vice são eleitos para defender os interesses da União, com seus auxiliares nomeados. Mesmo na Constituição Brasileira de 1988, que a rege, existem incongruências que estão consagradas, não sendo fácil os seus aperfeiçoamentos políticos para se chegar a algo razoável para o país.

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Dilma Rousseff reeleita num quadro de duras limitações

Se admitida esta dura realidade, já seria um passo importante para se entender algo sobre o Brasil, mas pouco se discute a respeito internamente, tanto mais no exterior. Se os brasileiros contam com dificuldade para entender as limitações deste país, parece compreensível que mesmo os mais qualificados estrangeiros tenham a capacidade de entender muitas de suas complexidades, como os competentes jornalistas do The Economist, que possuem as suas claras preferências ideológicas. Os problemas brasileiros acabam sendo tratados com as compreensíveis superficialidades de suas aparências, inclusive por alguns que tenham experiências do poder, pensando que suas vontades sejam suficientes para superar os obstáculos existentes para atingir muitos dos objetivos que todos gostariam que fossem alcançados.

Lamentavelmente, o artigo desta semana daquela revista que entende que Dilma Rousseff está mudando o rumo de sua política e parece contar com muitas limitações. Mesmo que se admita que ela mesma, com toda a experiência que acumulou até com seus erros, ainda deixe transparecer algumas de suas características pessoais. Tudo indica que Antonio Palocci, mencionado no artigo, que foi o ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva, deixou o governo, não pela divergência com a então ministra Dilma Rousseff que viria a suceder Lula, mas diante das atrapalhadas em que ele acabou se envolvendo. Talvez Dilma até tivesse preferência em contar com Palocci para comandar o seu setor de economia no novo mandato, mas ele, conhecendo as características pessoais da presidente reeleita, evitaria a possibilidade de potenciais atritos.

Os que entendem que os escolhidos Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini seriam mais flexíveis no relacionamento com Dilma podem estar enganados. Estes e outros auxiliares que estão cogitados para posições chaves do governo, como a Secretaria do Tesouro, além de melhores aparelhados nas suas formações, parece que estão sendo designados porque não resta ao novo governo senão efetuar as duras correções, que diferem das cogitadas pelo candidato oposicionista à Presidência de República. O que parece evidente é que não restam alternativas e todos terão entender esta dura realidade.

Os relacionamentos internos da Presidência da República com os principais componentes do governo nem sempre ficam claros, principalmente num gigantesco grupamento com diferentes tendências entre seus componentes. As informações mais estapafúrdias são veiculadas pela imprensa, semeadas por diferentes interessados, que quase sempre não correspondem à realidade que apresenta facetas variadas para os diversos ângulos de onde são observados.

Que as dificuldades objetivas aumentaram não se pode duvidar, o que não se restringe somente ao Brasil, ainda que possam ser mais graves para o atual cenário brasileiro. Qualquer que fossem os eleitos, muitos deles existiriam, o que está sendo considerado como o novo normal. O que parece que deve ser considerado é que as variações nas margens são relevantes, devendo se distinguir os multiplicadores dos aceleradores, o que costuma ser difícil até para os especialistas.

As ineficiências existentes, por incrível que pareça, acabam gerando espaços para melhoras, mesmo que muitas gestões estejam lamentáveis. O que parece evidente é que as escolhas das linhas mestres das ações prioritárias acabam sendo relevantes, mesmo num quadro onde as incompreensões continuarão se multiplicando. Há que se admitir, na primeira impressão, é que o quadro de auxiliares com que Dilma Rousseff contará apresenta qualificações superiores quando comparados com que estão sendo substituídos, sendo que sua responsabilidade é maior do que ela gostaria de admitir. Ela será forçada a engolir mais sapos do que deseja, se não deseja perder bons auxiliares, que são aqueles que dizem a ela o que ela não gostaria de ouvir, como acontece em qualquer governo decente.

Existem todas as condições para o restabelecimento da credibilidade do governo, que é um fator subjetivo que pode sofrer rápidas mudanças. Há que se admitir que a situação brasileira não seja ímpar no mundo, ainda que por aqui ela esteja mais dramática.


Pesquisas Histórias Brasileiras que Emocionam

27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: Mahmmad Gardo Baquaqua, notícias divulgadas pelo site de O Globo, trabalho de historiadores brasileiros com apoio do Canadá, uma biografia de um escravo que viveu no Brasil

O Brasil é um país com uma história ainda curta que conta com limitações de documentações originais que comprovam muitas versões do que consta como oficial, mesmo sobre assuntos que nem sempre merecem a atenção devida de todos. Quanto há uma notícia de um trabalho nesta área, todos que se interessam por assuntos semelhantes acabam se emocionando. Uma notícia publicada por Leonardo Vieira no site de O Globo informa sobre um jovem historiador de Pernambuco, Bruno Véras, que se interessou sobre um livro lançado em Detroit, USA, em 1854, pelo próprio ex-escravo Mahmmad Gardo Baquaqua, “An interesting narrative, Biography of Mahmmand G. Baquaqua”. Com a ajuda do Ministério da Cultura, do consulado do Canadá e outros dois pesquisadores brasileiros, está providenciando o lançamento deste livro em português, o que se espera ocorra até o final do próximo ano. O artigo pode ser encontrado na sua íntegra no http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/historiadores-traduzem-unica-autobiografia-escrita-por-ex-escravo-que-viveu-no-brasil-14671795 .

Informa-se que existem outros livros, em inglês, escritos por ex-escravos, publicados nos Estados Unidos e na Inglaterra que receberam também apoio daqueles que desenvolviam uma campanha para a eliminação da escravidão, que já começava a ser abolida em algumas unidades dos Estados Unidos. Mas, pelo que se saiba, no Brasil só se dispõe de livros como o de Castro Alves e outros abolicionistas, que, mesmo tendo objetivos semelhantes e causem fortes impactos, não têm a força daqueles que viveram calamidades do tipo. O livro em pauta relata desde o que ocorreu dentro de um navio negreiro, que veio de Uidá, no norte da África, tendo chegado a Pernambuco, no Novo Mundo, em 1845.

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Capa do livro divulgado pelo professor Bruno Véras

O artigo informa que Mahommah G. Baquaqua era filho de um comerciante proeminente, estudou numa escola islâmica, tendo adquirido conhecimentos de leitura e matemática, que o qualificavam a atuar nas rotas comerciais do então califado de Socoto e o extinto Império Ashanti, que efetuavam o tráfico de escravos de regiões da África Ocidental. Também no Brasil, chegou a desempenhar papéis mais importantes, mas sem ser reconhecido pelos seus esforços entrega-se à bebida. Foi revendido ao Rio de Janeiro, chegando a atuar no comércio de charque entre o Rio Grande do Sul até a capital de então da Corte.

Mas foi uma encomenda de café que lhe proporcionou a oportunidade para ir a Nova Iorque, e numa tentativa de fuga, acabou preso e fugiu para o Haiti, tendo se convertido e ingressado na Igreja Batista Abolicionista, onde teve possibilidade de aprender inglês, na região de Nova Iorque.

Alguns destes relatos encontram respaldo no que se conhece, como o comércio de charque e o papel da Igreja Batista Abolicionista, que até hoje continua atuando com a denominação de Igreja Metodista Livre e sempre teve importância em causas como as mencionadas, inclusive no ensino. Certamente, haverá muitas documentações adicionais que podem dar maior respaldo a esta interessante história.


Valorização das Características Locais

27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: colocação do suplemento Paladar do Estadão, medidas adicionais, o selo de Indicação Geográfica

O suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo informa sobre as iniciativas em andamento que procuram distinguir as regiões já existentes que se diferenciam pelas suas qualidades ou tradições de seus produtos gastronômicos. São queijos, vinhos, cafés e outros produtos de determinada região que recebem o selo de Indicação Geográfica, que valoriza o reconhecimento de suas características, como o que já acontece com o Queijo da Canastra, uma região de Minas Gerais. Algo semelhante ocorre com vinhos, e cafés, havendo outros produtos menos conhecido do público, por ainda não estarem valorizados nas suas diferenciações.

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A capa do suplemento

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O mapa do Brasil com as 24 Indicações Geográficas com as quatro Indicações de Origem e as demais Indicações de Procedência

Elas são importantes para que seus produtores sejam valorizados e devem ser amplamente divulgados para o conhecimento de todos os consumidores, se possível com suas características que os diferenciam. Este trabalho deve ser prestigiado pelas autoridades e deve ter um prosseguimento prioritário.

Mas outros conceitos que estão sendo valorizados, por exemplo, pela Sebrae – Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas, que procura identificar “closters” pelo país acabam sendo importantes, e são amplamente utilizados em países como o Japão. Algumas regiões brasileiras são conhecidas pelas suas produções, como de flores e todas as atividades ligadas a elas, devem ser destacadas para juntar os benefícios de assim serem reconhecidas. O mesmo acontece com frutas, doces, produtos de couro e muitos outros mais.

No Japão, todas as cidades contam com produtos pelos quais são mais conhecidos, e os que as visitam fazem questão de levar para os seus amigos lembranças que acabam valorizando esta cidade. Podem ser conservas, doces, biscoitos ou outros produtos, e os agraciados com eles ficam extremamente gratos pela lembrança, fazendo com que os produtores daquela cidade também sejam ajudados com as demandas adicionais.

Estes fenômenos já ocorrem de forma natural. Os turistas que visitam o Sul de Minas, normalmente procuram adquirir produtos da região para consumir em casa ou presentear amigos. Produtos artesanais do Nordeste, por exemplo, também são valorizados e reconhecidos no Brasil como até no exterior.

Trata-se, sem dúvida, de uma técnica de marketing que, amplamente divulgado, acaba propiciando novos negócios que nem sempre são reconhecidos se não contarem com maciças divulgações.


Bolsas Antecipam os Otimismos em Alguns Mercados

27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: efeitos da política monetária, melhoria no humor europeu e japonês, notícias como os do site da Bloomberg

Ainda que possam considerados duvidosos os efeitos da política monetária chamada de quantitative easing inundando os mercados com créditos, que começaram nos Estados Unidos, está sendo aplicada no Japão e deve ser utilizada também na Europa. A dúvida decorre da guerra cambial que acaba prejudicando as economias menos fortes, mas não se pode negar que as bolsas sejam as primeiras e mais ágeis para antecipar os inícios das recuperações nestas economias, que acabam impactando de forma positiva no resto do mundo. Notícias como as divulgadas pelo site da Bloomberg informam que estas maciças injeções de recursos, ainda que demorem até que a melhora chegue ao lado real da economia. As cotações das bolsas começam a melhorar, até porque suas operações são virtuais, antecipando o que se espera no futuro, não exigindo providências que demandam tempo, como as ampliações dos empreendimentos que podem provocar um aumento da oferta de produtos físicos.

Informa-se que na Europa começa a haver alguns indícios de otimismo, diante da possível ampliação de compras de ativos por parte do Banco Central Europeu. No Japão, alguns resultados de empresas cotadas nas bolsas começam a melhorar, até porque estavam com seus preços deteriorados, e as desvalorizações cambiais do yen acabam beneficiando algumas empresas nas suas exportações, ainda que não seja um fenômeno generalizado. Os que são a favor de medidas que provoquem a retomada do consumo das famílias, bem como propiciem condições de ampliação das instalações fabris para empregarem mais recursos humanos e gerarem produções adicionais, precisam esperar um pouco mais, reconhecendo que os segmentos financeiros tendem a antecipar com maior facilidade as mudanças do quadro.

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Este tipo de comportamento da economia sempre envolve alguns riscos, ainda que as medidas de política econômica visem atualmente a melhoria das diversas economias que se espera ocorra no futuro próximo. No entanto, para que isto ocorra, existem muitos outros fatores que estão interferindo no mercado, como questões políticas, questões climáticas e de sustentabilidade e vários outros que nem sempre são controláveis pelas autoridades.

Os Estados Unidos passam por um período de grande divisão interna, com o presidente Barack Obama já no período final do seu mandato, um aumento do poder dos republicanos no Congresso, e disseminação dos conflitos raciais, ainda que todos procurem se conter dentro dos limites das manifestações pacíficas e democráticas.

Na Europa, o longo período de dificuldades econômicas tende a radicalizar posições políticas, com o fortalecimento de posições de extrema direita. A aceitação das imigrações provenientes da África, por exemplo, dificultam as convivências de grupos que pensam de formas diferentes.

Outros problemas se multiplicam pelo Oriente Médio, pelo norte da Ásia e as disputas como as que vêm ocorrendo com a ascenção da China nem sempre são tranquilas. As dificuldades, como a de preservação do meio ambiente, são complexas para que se chegue a um consenso mundial das metas a serem perseguidas. Tudo ocorre num cenário onde alguns países acusam decréscimos de população e os encargos de assistência dos idosos começam a pesar de forma expressiva.

Certamente, alguma recuperação a um ritmo menor do que desejável deverá ocorrer, mas não existe uma garantia do prazo em que deve acontecer, atendendo todas as limitações existentes que lamentavelmente não são poucas. As esperanças continuam sendo depositadas sobre os países emergentes, mesmo com todas as suas dificuldades.


Falta de Consenso no Japão Sobre Política Econômica

27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: noções vagas dos encargos para o futuro, opinião de muitos jovens sobre as medidas do Abeconomics, um artigo da Associated Press sobre o Japão

Um artigo publicado no The Japan Today, elaborado por Elaine Kurtenbach da Associated Press, parece ser uma mostra da falta de clareza do que o Japão necessita fazer para superar os seus problemas econômicos. Como todos sabem, o primeiro-ministro Shinzo Abe dissolveu a Dieta e convocou eleições gerais para o próximo mês de dezembro, para ter respaldo à sua decisão de postergar o aumento do imposto de vendas do atual 8 para 10%. Quando ele promoveu o aumento de 5 para 8%, houve uma retração da demanda, e ainda que o Bank of Japan esteja injetando volumes absurdos de crédito no mercado, somente pequenos efeitos, como a desvalorização do câmbio e elevação dos índices da Bolsa, estão sendo conseguidos, não havendo indicações de recuperação de sua economia chegando à inflação, superando a atual deflação. Os bancos temem emprestar para as empresas, que relutam em contrair financiamentos sem garantia de retornos para o pagamento de encargos e os consumidores não se sentem animados a aumentar os seus gastos.

Todos sentem que tanto os encargos dos empréstimos públicos como as tributações indispensáveis acabarão caindo sobre as gerações futuras. Alguns entrevistados pensam que o aumento imediato dos impostos seria melhor, todos reconhecendo que a população japonesa está diminuindo e envelhecendo. Também sabem que com vizinhos como a China, a competitividade japonesa não é fácil de ser recuperada. Mas as mulheres não se animam a gerar mais filhos, e nem o Japão se dispõe a aumentar a imigração. Sem o aumento de população jovem mais propenso ao aumento do consumo, não parece possível conseguir uma solução adequada para a recuperação de sua economia.

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Muitas das entrevistas deste artigo foram feitos no cruzamento de Shibuya, que é dos mais movimentados do mundo

O assunto é bastante complexo, não havendo um razoável consenso no Japão, como também a jornalista parece não ter claro o foco da questão para as perguntas formuladas aos entrevistados. As respostas de senhoras com filhos, dos jovens empregados como de estudantes também não deixam claro que todos estejam esclarecidos sobre as questões, e tenham uma posição comum.

Há muitos analistas que também não entenderam como uma dissolução da Dieta e a convocação de eleições gerais possam proporcionar uma orientação dos eleitores para o governo. O que parece possível é que Shinzo Abe consiga um novo mandato, até porque a oposição não tem consolidado uma bandeira para estas eleições.

Num situação tão mal definida como esta, dificilmente o Japão encontrará um caminho adequado para a sua recuperação. Neste site temos adotado a posição que é preciso atacar, com coragem e determinação, os fundamentos do que está provocando esta situação, ou seja, a redução da população japonesa e seu envelhecimento. Como parece difícil conseguir um aumento da natalidade no Japão, tudo indica que entre as soluções duras mais necessárias parece ser o aumento da imigração, como já vem sendo tentando nos Estados Unidos com a regularização do imigrantes ilegais mesmo com a oposição dos republicanos, e vem sendo sugerido pelo Papa Francisco.

Outras medidas que possam ser tomadas dependem da melhoria da economia mundial que parece estar ocorrendo de forma lenta, podendo demandar muito tempo. Portanto, parece que a situação japonesa, ainda que de um país já desenvolvido, não é das mais simples. Os países emergentes como o Brasil, ainda que tenham outros problemas, contam com um aumento de sua população que, comparada com a japonesa, ainda é de jovens. Mas, como também estamos envelhecendo e reduzindo o crescimento populacional, precisamos nos preparar para situações como as que estão sendo enfrentadas pelo Japão e alguns países europeus.


Controvérsias Sobre Guias Gastronômicos

26 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias | Tags: abusos e finalidades, controvérsias com Tabelog.com no Japão, os problemas dos guias de gastronomia

Um artigo de Yuji Nakamura da Bloomberg, publicado no site do The Japan Times, informa sobre a controvérsia que está sendo provocada naquele país com as indicações do site Tabelog.com, que é hoje o maior de avaliação dos restaurantes envolvendo mais de 800 mil estabelecimentos. Como é sabido, no Japão, o número dos mais variados estabelecimentos voltados à alimentação é impressionante, mais elevado do que em outros países similares. Muitos clientes não usuais se guiam por estas orientações e os comentários feitos por críticos, que são incluídos sem a identificação dos autores, levam a estas controvérsias, pois muitas casas tradicionais estão sendo prejudicadas por avaliações consideradas superficiais.

É citado o caso de um pequeno estabelecimento familiar chamado Momo, localizado na elegante região de Omotesando, que inicialmente tinha saudado o Tabelog.com, mas que acredita agora que este site tem feito mais mal do que bem. Muitas das reclamações de estabelecimentos tradicionais, que ficaram conhecidos por determinados pratos, são queixas de que os novos clientes não são tão fiéis como os antigos. Este tipo de reclamação ocorre em muitos países do mundo, havendo até os tradicionais como a da França, onde muitos chefs entendem que guias como o Michelan destaca mais o luxo do estabelecimento que a qualidade de sua culinária, não fazendo mais questão das estrelas que os tornaram famosos.

É preciso entender que os bons estabelecimentos vivem de uma clientela que os frequentam habitualmente, enquanto estes guias são voltados notadamente para os turistas que eventualmente visitam uma cidade e desejam informações sobre os mais cotados, para somente experimentarem, até para gabar com seus amigos que estiveram num que tinha tantas “estrelas”, que podem somente inflacionar os seus preços. O que parece mais importante é a regularidade de uma cozinha, até mesmo quando os seus chefs estão viajando, por contarem com uma equipe que absorveram todas as técnicas indispensáveis.

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Os pequenos estabelecimentos familiares de alimentação no Japão que se queixam por estarem sendo prejudicados pelos guias de culinária, como este Momo que foi mencionado no The Japan Times. Foto: Bloomberg.

Há analistas que avaliam que alguns sites deste tipo trouxeram transparência das informações sobre estes estabelecimentos, mas geraram também manifestações furiosas de chefs que entendem que muitos dos comentários são superficiais e efetuados por pessoas que não seriam qualificadas, não devendo ser levados em consideração.

Lamentavelmente, a fama de um estabelecimento pode decorrer simplesmente da moda ou da capacidade de relações públicas de alguns funcionários com os comentaristas mais populares na imprensa, sem que haja uma acurada avaliação da qualidade da culinária. Observa-se, infelizmente, que em muitos badalados estabelecimentos os seus frequentadores estão mais interessados em aparecer nas colunas sociais do que apreciar a qualidade de sua culinária.

Separar o joio do trigo é sempre difícil, principalmente em culinária que implica também nas preferências pessoais dos avaliadores, sem que estejam baseados em fatores objetivos. Os clientes também, mesmo que não qualificados, devem ter direito as suas preferências, que podem ser superficiais. O que parece importante é que fique claro o que está sendo expresso nestas opiniões, principalmente dos avaliadores profissionais, esperando que haja o máximo de responsabilidade e honestidade, pois todos estão sujeitos às pressões feitas por interesses.

No caso dos bons estabelecimentos japoneses da culinária local, que costumam ser pequenos, suas reservas de lugares já são difíceis até para os seus habituées que os providenciam com a antecedência necessária. Não se interessam em figurar nestes guias para clientes eventuais. Existem estabelecimentos que só aceitam clientes conhecidos, e, quando muito, os recomendados por eles. Sabendo suas de preferências, inclusive nas formas em que são apresentados, sempre é possível agradá-los de modo mais conveniente.


Indícios de Uma Agricultura Diferenciada

26 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: agricultores nipo-americanos em San Diego, inovações em todo o mundo, pequena escala com elevada qualidade

Um agrônomo japonês formado em Tóquio chamado Araki, que faz sucesso no Brasil com sua família e inovações na floricultura, foi o primeiro a me falar de sua experiência de recém-formado no Japão com agricultores nipo-americanos em San Diego, Califórnia. Ele estagiou com um deles que criou o pimentão amarelo, patenteado em todo o mundo, tendo enriquecido com a sua criatividade. Um artigo publicado no The Japan Times, com base numa notícia distribuída pela agência Reuters, informa sobre um agricultor da mesma San Diego de nome Tom Chino que se tornou uma legenda por cultivar no seu Rancho Santa Fé, e vender diretamente no “Vegetable Shop”, a sua produção diferenciada que atrai famosos chefs. Ele não depende dos atacadistas como dos supermercados, fixando os seus preços para uma produção qualificada e diversificada de culturas.

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Tom Chino produz numa horta familiar e vende diretamente no seu Vegetable Shop, conforme artigo no The Japan Times. Foto: Reuters

Este tipo de agricultura diferenciada parece uma tendência que vem se manifestando em variadas partes do mundo. No Japão, existem muitos que produzem exclusivamente para alguns restaurantes vegetais que não são os usuais encontrados nos supermercados e outros estabelecimentos que trabalham com estes produtos.

Todos estes produtos são trabalhados com grande amor, tanto no seu plantio como nas colheitas, o que resulta numa produção diferenciada que é apreciada de forma especial.

Na Europa, também se noticia que muitos produtores trabalham exclusivamente para alguns restaurantes mais famosos com chefs de renome até internacional. Como as produções comerciais normais apresentam o uso de muitos fertilizantes e defensivos químicos, os chefs mais exigentes procuram contar com ingredientes diferenciados, que também são apreciados pelas famílias que preferem produtos orgânicos.

Mas também as variedades dos produtos são diferenciadas, havendo os que trabalham com brotos que também são apresentados de forma mais atraente, junto com flores comestíveis em muitos casos. O que vem se verificando é que hoje existem muitos legumes com dimensões medianas, as mais convenientes para serem utilizadas como saladas ou apreciadas cruas, que certamente são mais saudáveis.

Hoje existem tecnologias para a produção de novos vegetais, que não se restringem as antigas técnicas de cruzamento de diferentes variedades. Existe possibilidade de uso de DNAs de algumas que apresentam qualidades diferenciadas, sem cair nos chamados transgênicos. Muitos são produzidos em vinil house não exigindo nem solos, mas fertilizantes e água para a sua produção em ambientes controlados.

Na realidade, a alimentação está sendo reenfocada de forma mais pessoal e artesanal, não se tratando de uma simples commodity, que não se diferencia de outras.


Lamentáveis Formas de Apresentações de Informações

25 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dois exemplos de artigos do The Wall Street Journal sobre a China, formas indevidas de apresentação de informações, induzindo a erros de interpretação

É lamentável que jornalistas experientes de importantes jornais como o The Wall Street Journal escrevam artigos que induzem seus leitores a erros de interpretação. No jornal brasileiro Valor Econômico foi reproduzido em português um artigo escrito por Leslie P. Norton falando de pequenos países asiáticos que estariam colocando em risco exportações da China. Ora, a exportação chinesa na média do triênio 2011/2013 foi de US$ 2.052 bilhões enquanto os quatro países asiáticos citados no artigo, Vietnã, Camboja, Laos e Miamar, só chegaram a 6,5% desta cifra na média do mesmo triênio, ainda que estejam crescendo, enquanto a China perde algumas poucas exportações, pois os seus salários ficaram mais elevados do que de alguns seus vizinhos.

Num outro artigo, Bob Davis, do mesmo The Wall Street Journal, que trabalhou na China entre 2011 até o presente, escreveu outro artigo com o título: “O milagre econômico da China acabou?”. Todos sabem que aquela economia chegou a crescer mais de 10% ao ano, tendo sido reduzido a um patamar de 7% ao ano atual, que é ainda uma cifra impressionante, principalmente quando os Estados Unidos crescem em torno de 2% ao ano. Como muitos dos chineses ainda são pobres, vivendo no meio rural, tudo indica que o seu crescimento vai continuar dos mais elevados no mundo, mesmo reduzindo o seu ritmo, com o aumento de sua urbanização, pois o meio rural veio elevando a sua produtividade, não necessitando tanto de recursos humanos. Mas chegar a induzir que seu processo de crescimento esgotou-se parece que não seria o mais adequado.

Que construções chinesas que não estão sendo aproveitadas adequadamente todos sabem, pois a performance dos líderes daquele país eram medidos pelo crescimento de suas economias, ainda que grandes danos tenham sido causados no seu meio ambiente. Que algumas produções estrangeiras na China passaram para outros países asiáticos que apresentam recursos humanos abundantes, também parece notório. Ajustamentos estão sendo efetuados, e a China vai continuar arcando com muitos erros cometidos.

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Algumas construções chinesas não encontram demandas

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Algumas empresas de confecções da China estão se transferindo para países do Sudeste Asiático devido ao aumento dos salários chineses

O que parece é que mesmo jornalistas experientes de grandes jornais acabam confundindo problemas decorrentes do fator multiplicador daqueles que os economistas chamam de aceleradores. Ainda que mantendo um ritmo razoável de crescimento, a China passa por uma redução do seu ritmo de crescimento, o que provoca problemas complexos de ajustamento.

Os pobres países do Sudeste Asiático, muitos deles com salários mais baixos do que os da China, lutam para aproveitar a transferência de algumas empresas intensivas em mão de obra, conseguindo resultados interessantes. Mas, quando comparado com as dimensões chinesas, estas transferências acabam sendo insignificantes.

Estas situações são dinâmicas, e muitas atividades industriais que se encontravam nos países desenvolvidos foram transferidos para a China e agora passam para países mais pobres, justificando o que alguns chamam de fenômeno dos “gansos voadores”.

Mesmo os Estados Unidos que ainda são a maior economia do mundo, perseguida de perto pela China, muitos segmentos de tecnologia de ponta necessitam de recursos humanos de elevada qualificação, além de iniciativas nos quais os norte-americanos são reconhecidos.

O que parece mais complicado é com as economias que apresentam decréscimos populacionais com o envelhecimento de sua estrutura da população, que enfrentam dificuldades para se tornarem mais dinâmicas. Parece relevante que preferências ideológicas não interfiram nas informações a serem ofericidas aos leitores.


Qualidade dos Trabalhos da Editora Narrativa Um

25 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: biografia de Lilly Ebstein Lownstein, trabalhos de ilustração científica, um livro de grande destaque

Existem livros que exigem pesquisas de grande profundidade, cuidado e qualidade para a sua elaboração. Quem tem o privilegio de folhear o livro “Ciência e Arte” – A Trajetória de Lilly Ebstein Lowenstein entre Berlim e São Paulo (1910-1960), elaborado pelo casal Monica Musatti e Roney Cytrynowicz, publicado pela editora Narrativa Um, São Paulo, 2013, fica impressionado que tenha sido lançado no Brasil, ainda que existam alguns outros excepcionais que honram os trabalhos das editoras no país. Já conhecíamos alguns dos trabalhos anteriores desta dupla que desperta admiração pelo trabalho sério de pesquisas envolvidas. Mas a avaliação delas fica ressaltada quando se sabe que a família da biografada não tinha documentações a respeito dos seus trabalhos que foram acumulados nas instituições em que ela trabalhou ou em revistas onde foram divulgados.

Além das pesquisas, estes livros exigem a coleta de depoimentos de pessoas que trabalharam com a biografada que, com o passar do tempo, nem sempre estão mais disponíveis. No caso, envolvem trabalhos efetuados em instituições que antecederam até mesmo a formação da Universidade de São Paulo (USP) em 1934. Como ela estudou na Escola Lette-Variem em Berlim, tendo se diplomado em 1914, também foram coletados dados na Alemanha, tendo que ser traduzidos para o português e inglês, pois se trata de uma edição bilíngue.

Lilly Ebstein estudou em Berlim na época em que ocorria uma intensificação das pesquisas científicas auxiliadas com ilustrações e o início do uso da fotografia nestas atividades. As turbulências com o final da Primeira Guerra Mundial promoviam migrações de expressivas personalidades europeias para o Novo Mundo, inclusive o Brasil. Chegando ao país, já em 1926, ela estava contratada pela Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo para ilustrar os trabalhos, inclusive com fotomicrografia para professores da instituição como o consagrado italiano Alfonso Bovero, para o que não se contava com pessoal qualificado.

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                     Capa do livro lançado

Os importantes trabalhos científicos, como as teses de doutoramento dos profissionais que atuavam na área da medicina, recebem ilustrações elaboradas por ela, ainda na época que em São Paulo não estava consolidada a Faculdade de Medicina de São Paulo, que viria a se instalar na Avenida Doutor Arnaldo em 1932, antes da formação da Universidade de São Paulo. Não se contava ainda com o Hospital das Clínicas, que só se instalaria em 1944.

Ela colaborou também no Instituto Biológico e o professor José Reis nos anos 1930, seguindo a tradição já existente na Europa sobre estes tipos de assuntos, como de vegetais abundantes no Brasil, que despertavam interesses entre pesquisadores consagrados. Sem as contribuições das ilustrações como as dela muitos alunos da medicina e da biologia teriam dificuldades nos seus aprendizados.

As notas referentes aos textos dos diversos capítulos do livro, bem como o minucioso levantamento de onde constam as suas ilustrações, além das fontes de pesquisa e bibliografia, fazem jus aos trabalhos mais acadêmicos publicados no Brasil. Na realidade, todo o avanço que ocorreu na medicina como na biologia neste país teria encontrado limitações não fora o importante trabalho efetuado por Lilly Ebstein Lowenstein, que fica preservado com a publicação deste importante livro.


O Tratamento dos Japoneses aos Trabalhadores Estrangeiros

24 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no The Japan Today, despacho da AFP, exemplo de Barack Obama, mudanças indispensáveis no Japão, tratamento dos trabalhadores estrangeiros | 2 Comentários »

Na mesma linha da nossa proposição para resolver alguns problemas graves do Japão, ainda que os japoneses sejam os melhores conhecedores do assunto, um artigo publicado pelo The Japan Times, com base num despacho da agência AFP, sugere a necessidade de uma rápida mudança do tratamento que os japoneses continuam dando aos trabalhadores estrangeiros. Todos reconhecem que a população japonesa está diminuindo e se tornando mais idosa, necessitando da ajuda de trabalhadores estrangeiros para execução dos trabalhos considerados mais duros, onde os japoneses não estão mais dispostos a atuar. São os relacionados aos cuidados dos idosos dependentes, bem como os relacionados com a manutenção de muitas de suas rodovias, para citar os casos mais frequentes. O governo de Shinzo Abe vem ampliando o chamado TTIP – Industrial Trainee and Technical Internship Program, passando de três anos de permanência no Japão para cinco anos, mas não vem combatendo os abusos que ocorrem, fazendo com que muitas pessoas sejam exploradas nas tarefas mais duras. Informa-se que cerca de 50 mil chineses estão neste programa, havendo também outros estrangeiros.

Todos sabem que no Japão sempre existiram os chamados “empreiteiros de mão de obra”, que no passado exploravam os próprios japoneses pouco qualificados. Há um tradicional sistema de subcontratações dos recursos humanos para trabalhos temporários naquele país, que sempre geraram abusos que não conseguem ser coibidos, pois algumas das organizações que atuam neste segmento aproximam-se das chamadas mafiosas, como todos sabem, mas continuam sendo lamentavelmente toleradas. Em 1985, quando eu era responsável pelo Pavilhão do Brasil na EXPO TSUKUBA 85, pensava que estava pagando condignamente aos funcionários japoneses que permitiam a sua operação. Vim a saber que, mesmo utilizando uma grande empresa japonesa de primeira linha, eles haviam subcontratado os serviços e os trabalhadores japoneses recebiam uma pequena parcela do que estávamos pagando.

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O Japão tem mais de um milhão de helpers mas necessita da ajuda de estrangeiros para cuidar dos seus idosos

Apesar das boas intenções deste programa TTIP, que visaria que estrangeiros se acostumassem ao idioma local bem como aprendessem algumas habilidades profissionais, o fato concreto é que tem sido usado para suplementar o fornecimento de recursos humanos de baixa qualificação. A ponto de existir uma organização chamada Rede de Solidariedade com Migrantes no Japão, um grupo não governamental para apoiar estes estrangeiros. Alguns japoneses chegam a admitir que existe uma espécie de trabalho escravo de estrangeiros, muitos que contraíram empréstimos para ir ao Japão.

Alguns países como os Estados Unidos, sob iniciativa do presidente Barack Obama, procuram legalizar a presença de trabalhadores estrangeiros, dentro de determinadas condições, ainda que recebam restrições dos republicanos que alegam que o executivo estaria tomando estas medidas sem consultar a maioria parlamentar.

Os principais imigrantes no Japão são oriundos da China, do Vietnã e da Indonésia, admitindo-se também vistos temporários para descendentes de japoneses até a terceira geração, que se cogita estender para outras. Diante dos problemas que estão sendo enfrentados pelo Japão, seria recomendável, para maior agressividade nestas políticas, aumentar a população e o seu rejuvenescimento. Isto ajudaria a ampliar a demanda local, pois os jovens sempre estão entre os que estão aumentando suas demandas de variados produtos, notadamente quando estão melhorando o seu padrão de vida.

Algumas autoridades alegam que não conseguem controlar os comportamentos dos intermediários, pois temem o seu poder, inclusive junto aos parlamentares. Os japoneses precisam enfrentar estas dificuldades, para sanar problemas mais graves de seu país.

Alguns japoneses entendem que estes estrangeiros necessitam se sentirem bem acolhidos ao Japão, o que parece ainda muito longe da realidade. Portanto, estes pontos de vista não são somente de observadores do exterior, mas também de alguns segmentos do Japão que precisam ser apoiados para acelerar as mudanças nas bases fundamentais daquele país.