Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Vantagens Paralelas das Eleições

26 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: competitividade brasileira, industrialização, suplementos do Estadão e do Valor Econômico, transparência contábil

Ainda que os candidatos aos principais postos nas próximas eleições não venham travando um debate adequado dos programas que deveriam defender, nota-se nas proximidades das mesmas um aumento da discussão na sociedade brasileira de assuntos relevantes, pelos eventos que muitos meios de comunicação social do país estão promovendo. Os jornais O Estado de S.Paulo e Valor Econômico destacam-se nas edições de hoje, pelas publicações dos suplementos Fóruns Estadão Brasil Competitivo, além dos Especiais sobre a Reindustrialização e sobre a Transparência contábil, que poderiam ser aperfeiçoados, mas são boas bases para discussões que deveriam se prolongar entre os que pensam o Brasil e seus problemas. Alem dos assuntos importantes abordados pelos próprios jornalistas nos seus artigos nas suas pautas habituais.

O Estadão promoveu um debate entre personalidades que participaram da administração pública bem como outros representantes de entidades de classe ou centros acadêmicos, cujos pontos principais são publicados no suplemento. A competitividade, o custo Brasil, modelos de crescimento, agências reguladoras, os problemas do agronegócio, desperdícios dos recursos públicos e outros aspectos relacionados acabam de receber subsídios adicionais, com respeitáveis pontos de vistas de diversos ângulos. Eles todos podem ser acessados no suplemento publicado.

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No Valor Econômico está o suplemento tratando da reindustrialização e da transparência contábil. Em que pese a preocupação de conseguir contribuições de representes de diversos setores que ligam destes assuntos, que são inesgotáveis, notam-se algumas ausências lamentáveis, possivelmente diante da falta de empenho da parte dos serviços relacionados com os meios de comunicação social em algumas entidades. Por exemplo, ainda que a FEAUSP – Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, tenha quadros expressivos que estão contribuindo com o aperfeiçoamento das auditorias no Brasil e no mundo, não se nota depoimentos ou artigos destes profissionais.

 

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O que parece importante é que estes subsídios estejam conectados com a classe política, tanto dos candidatos que estão envolvidos no pleito próximo, como dos que estarão fazendo parte do Congresso, que deve expressar a vontade popular. Mesmo que estes conhecimentos dos especialistas sejam relevantes, se não forem transmitidos adequadamente para aqueles que disputam as eleições, ou podem influir nas suas orientações, tudo ficará como estudos meramente acadêmicos.

Certamente, muitas destas discussões deverão estar subsidiando os auxiliares que estão envolvidos na campanha, mas até agora parece que o papel dos chamados marqueteiros parecem estar ressaltados, com as agressões que podem atingir alguns candidatos, mas em nada contribuem para programas construtivos para a sociedade brasileira.


O Interesse Pela Culinária no Brasil

26 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Gastronomia | Tags: 8º Paladar Cozinha do Brasil, ampliação constante., dependências do Anhembi Morumbi Vila Olímpia, evento realizado nos dias 20 e 21 de setembro, suplemento do Estadão

Um suplemento Paladar publicado pelo jornal O Estado de S.Paulo informa com detalhes o que foi o amplo evento realizado nos dias 20 e 21 de setembro nas dependências do Anhembi Morumbi Vila Olímpia, em São Paulo, que pelo oitavo ano vem comprovando o elevado interesse de todos quantos estão ligados com a culinária no Brasil. Chefs já consagrados ao lado de outros menos conhecidos procuram divulgar suas habilidades utilizando matérias primas até pouco conhecidas, disponíveis na imensidão deste país, com as suas acentuadas diferenciações regionais. O local escolhido, o Anhembi Morumbi da Vila Olímpia, por ser uma escola tradicional de culinária, dispõe das condições adequadas para as diversas “aulas” e palestras que foram dadas, onde os participantes tiveram oportunidade de ver os mais conhecidos preparando desde pratos sofisticados até os mais simples. A novidade que está ganhando força também em São Paulo é o que está se divulgando como cozinha de rua, apresentado de forma simples.

Informa-se que o evento contou com a participação de chefs que já conquistam um prestígio elevado na população, principalmente nos segmentos interessados nas leituras novas que estão sendo dados até para as culinárias mais tradicionais das diversas regiões brasileiras. Mas, também os que atuam nos restaurantes mais cotados do Brasil atraindo novos profissionais que desejam conhecer parte dos segredos que os tornaram tão prestigiados. Como, além de acompanharem as preparações, contam com oportunidades raras para experimentares os resultados dos trabalhos, não há como não interessarem tanto os profissionais da culinária como os que comentam nos meios de comunicação as novidades que continuam sendo lançadas no Brasil. Muitos ingredientes pouco conhecidos também são apresentados, mas há que se considerar que nem sempre estão disponíveis de forma regular, de forma que possam ser utilizados profissionalmente. O que muitos estão tomando conhecimento é sobre a disponibilidade de muitos queijos, ainda preparados artesanalmente, que se diferenciam como já existem em centros tradicionais e oferecidos regularmente em estabelecimentos especializados.

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Quando se fala em culinária, não se podem separar as bebidas que os acompanham. Tanto os vinhos como cervejas artesanais, além dos destilados com grande variedade estão mostrando que neste país existem produtos de qualidade que até estão sendo conhecidos no exterior.

Mas, é interessante que também chefs já conhecidos estão apresentando de forma mais popular as suas criações, como se fosse comidas de rua, para que um público mais amplo possa conhecer parte dos seus trabalhos, que são apreciados mais nas alimentações cotidianas, apresentando algo mais do que pode ser encontrado normalmente.

Muitas das receitas apresentadas nestes eventos também estão ficando disponíveis pelos meios eletrônicos, proporcionando a possibilidade de acesso também daqueles que não tiveram a oportunidade de comparecer pessoalmente neste tipo de evento. O que fica muito claro é que o público interessado na culinária continua numa acentuada expansão, deixando de ser somente uma moda, mas uma tendência para a melhoria da alimentação.

Mas, parece que para estes conhecimentos sejam consolidados, há que se ter a consciência que muitos trabalhos ao longo do tempo terão que ser exercidos, não sendo somente algo que possa ser experimentado como algo simplesmente criativo. Para que tenham uma verdadeira qualidade, é preciso entender que muito trabalho e esforço foram acumulados ao longo de muito tempo. Tudo exige muito trabalho acumulado.


A Seca Que Afeta o Abastecimento em São Paulo

24 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: as dificuldades que vão além do abastecimento de água, cuidados adicionais, desperdícios, problemas energéticos

Um artigo publicado por Mac Margolis que coopera com diversos jornais internacionais no site da Bloomberg nos leva a algumas reflexões diante da forte seca em São Paulo, que prejudica sobretudo o abastecimento de água nesta grande metrópole. Mas, também coloca em risco o fornecimento de energia elétrica, que passa a depender de outras fontes que a hidroelétrica, com custos mais elevados, alem de outras consequências que exigem alterações no comportamento da população. Sabe-se que o problema não se resume a seca, pois há mais de 50 anos vem se apontando esta possibilidade, exigindo medidas para o suprimento de localidades distantes, o que nunca foi providenciado. Os especialistas em problemas hidráulicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo já recomendavam que se providenciassem abastecimentos como do Vale do Ribeira, que além de uma distância apreciável, exigiria a elevação da água por mais de 500 metros de diferenças de altitudes.

Na realidade, os brasileiros adquiriram uma cultura como se todos os suas necessidades fossem atendidas pela Providência, e que não haveria carência de investimentos para prover as suas demandas, num país abençoado pela natureza. Os custos destes abastecimentos nunca foram considerados e desperdícios foram praticados ao longo do tempo, sequer providenciando para que possíveis vazamentos na rede de abastecimento fossem coibidos. Nunca que providenciou o reaproveitamento da água utilizada, deixando que a poluição se tornasse um problema hoje difícil de ser contornado. Agora, premido pela necessidade, muitas alterações terão que ser providenciadas, talvez com custos mais elevados.

clip_image002                                         Situação crítica na Reserva de Cantareira

O autor do artigo estranha que a imagem do Governador Geraldo Alckmin ainda não esteja sendo afetado segundo as pesquisas de opinião para a próxima eleição. Com esta seca, além do abastecimento de água, também a produção agrícola brasileira já começa a ser afetada, tornando-se também um problema nacional, como também é o problema da energia elétrica.

O que se espera com esta dura lição é que o Brasil reformule sua cultura com relação ao abastecimento do que hoje é providenciado pela natureza. Há que se antecipar, como já era feito no passado, algumas medidas de longo prazo que assegurem as necessidades mínimas para a população, com a clara consciência que existem custos, e os pesados investimentos necessitam ser providenciados.

Não se trata somente de água e energia elétrica, mas outras limitações existentes no Brasil precisam ser encaradas, não se imaginando que os problemas podem ser resolvidos sem sacrifícios, como a atual campanha eleitoral, infelizmente, vem enfatizando pelos mais variados candidatos.


110 Anos da Morte de Lafcadio Hearn no The Japan Times

24 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: Lafcadio Hearn que se tornou Yakumo Koizumi, para muitos o melhor interprete das coisas japonesas, professor na Universidade de Tokyo e de Waseda

Num artigo escrito por Roger Pulvers, autor de mais de 40 livros em inglês e japonês, publicado no The Japan Times, examina-se o legado do Lafcardio Hearn nascido grego, que se naturalizou japonês adotando o nome de Yakumo Koizumi, considerado por analistas como um dos melhores interpretes das coisas japonesas. É uma comemoração dos 110 anos de sua morte, ele que foi professor das Universidades de Tokyo e de Waseda, tendo morado no Japão por mais de 14 anos, na virada para o século XX. Sua contribuição teve períodos em que ficou esquecido como consequência da guerra do Japão com a Rússia, mas ele que faleceu em 1904 passou a ser reconhecido nos Estados Unidos que admitiam a importância japonesa, até a eclosão da Guerra do Pacífico, no final da Segunda Guerra Mundial. Reconheceu se que o Japão no século XIX despertava a atenção mundial de sua importância cultural, como se observou na sua influência na Europa no seu modernismo e no acervo do Museum of Fine Arts de Boston, atualmente exposto no The Ueno Royal Museum de Tóquio.

clip_image002  Lafcardio Hearn, que passou a chamar-se Yakumo Koizumi, depois de naturalizado japonês

Neste período muitos professores estrangeiros se encontravam na Universidade Imperial de Tokyo, com destaque para Basil Hall Chamberlain que orientou e ajudou Lafcardio Hearn, como menciona o brasileiro Oliveira Lima que também se encontrava na ocasião como diplomata no Japão, ele que mencionou também os primeiros escritos do homenageado falando das coisas boas daquele país.

O que se pode comentar sobre seus trabalhos é que tinha uma visão apaixonada do Japão, a ponto de se tornar japonês, inclusive mudando o seu nome para o usado localmente. Na minha particular avaliação, Oliveira Lima tinha uma visão mais equilibrada, capaz de ver também os aspectos negativos, tendo uma referência europeia para observar o que acontecia no país no período da Era Meiji, bem como sua verdadeira alma.


Educação de Alta Qualidade Pela Internet

22 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Educação | Tags: artigo no Estadão, o Coursera, parceiros brasileiros, programas em português | 2 Comentários »

Um importante artigo foi publicado por Camilo Rocha no jornal O Estado de S.Paulo sobre a visita ao Brasil de Daphne Koller, presidente da maior plataforma mundial de aulas online conhecido como Coursera, aberto para as massas, sistema que é conhecido nos Estados Unidos como Moocs. Somente do Brasil já existem 300 mil alunos nesta plataforma, figurando depois dos Estados Unidos, a Índia, a China e o Reino Unido, quando os chineses possuem o esquema de maior apresentação em mandarim, e os demais países utilizam o inglês como idioma. No Brasil, com a ajuda da Fundação Lemann estão sendo traduzidas e adaptadas muitas aulas das grandes universidades norte-americanas, em português, que são oferecidos gratuitamente, atendendo as demandas dos estudantes brasileiros que reconhecem as limitações das ofertas de educação de alta qualidade. Agora serão incorporadas aulas em colaboração com a USP – Universidade de São Paulo e a UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas.

clip_image002                                           Dephne Koller, presidente da Coursera

A íntegra do resumo da entrevista com ela está no link: http://blogs.estadao.com.br/link/coursera-chega-ao-brasil/. As informações podem ser complementadas sobre as iniciativas com a USP e a UNICAMP pelo link: http://blogs.estadao.com.br/link/aulas-online-permitem-cursos-customizados/.

Dephne Koller explica que os cursos nos Estados Unidos também são gratuitos, mas os certificados das conclusões dos cursos são cobrados, sendo que naquele país estes são aceitos para os empregos nas grandes empresas. Ela espera que no Brasil também, como o maior conhecimento destes cursos, as empresas venham a considerar as conclusões dos mesmos para a seleção de pessoal.

Reconhece que no Brasil ainda existe uma insuficiência da oferta de cursos de alta qualidade, ao mesmo tempo em que muitos estudantes não dispõem das condições para frequentarem os cursos regulares, com os quais este esquema não pretende competir. Muitos estão efetuando os cursos pela internet, diante do reconhecimento que a educação é o meio mais adequado para a ascensão social.

O que está se cogitando com a UNICAMP são cursos personalizados que atendam as necessidades de cada estudante, segundo informações do pró-reitor, João Frederico Meyer. Também o diretor executivo da Fundação Lemann, Denis Minze explica esta característica personalizada.

Espera-se que estas inovações e aperfeiçoamentos tenham um grande impacto na melhoria dos recursos humanos brasileiros, que seria relevante para o processo de aceleração do desenvolvimento econômico, político e social do Brasil.


Reflexões Sobre Hiroshima

22 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: documentário do National Geographic, lembranças próximas ao bombardeio, outras documentações que foram secretas, quase 70 anos depois, visita a Hiroshima

Todos os seres humanos deveriam, para completar a sua educação, tomar conhecimento de um mínimo de documentação preservada sobre os efeitos da bomba atômica de Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945, mesmo não sendo um pacifista fanático. Um documentário exibido pela National Geographic, no programa de televisão chamado Top Net Geo Deal me conduz à reflexão sobre os mais gritantes e lamentáveis acontecimentos daquela data de 1945 e todos os que se seguiram, pelos indescritíveis crimes cometidos pelas autoridades norte-americanas que perpetraram um dos maiores crimes da humanidade, que continuam sendo subtraídos do conhecimento de todos. Como afirma uma das vitimas de Hiroshima no documentário, não para nenhum sentimento de vingança, mas para que todos tenham consciência dos efeitos de um bombardeio atômico, para que nunca mais se repita tal crime.

No primeiro momento depois do bombardeio atômico de Hiroshima as autoridades norte-americanas ainda não tinham consciência da enormidade do horror que tinham cometido. Tanto que muitas revistas, inclusive as norte-americanas como Life, importante naquele período, e outras publicações japonesas retratavam todos os horrores com as fotos mais chocantes que vi quando ainda criança. Hoje, algumas delas estão disponíveis até pela internet. Sabe-se agora que as autoridades norte-americanas confiscaram todas as imagens, passando a considera-las “top secret” até 1952, e ficaram com o seu acesso restrito aos cientistas que estudavam os efeitos da bomba sobre os seres humanos vitimas da bomba, como todos os tipos de construções do tipo que restaram em Hiroshima. Mas sabiam que a explosão a alguma altura do solo provocaria estragos mais violentos, que não sabiam ainda dimensionar, provocando o famoso cogumelo que hoje é de conhecimento de todos.

clip_image001                                      Cogumelo formando pela explosão atômica

A todos que visitam hoje Hiroshima, no Museu que reúne muitas coisas relacionadas com a bomba atômica que destruiu a cidade ainda expõe fotos e materiais que demonstram parte dos horrores, que só conseguem ser acompanhados pelos que possuem um espírito mais forte. Fica quase ao lado do monumento erguido para lembrar a todos a necessidade da Paz. Na cidade ainda estão preservados os restos do que restou dos poucos edifícios cujas paredes ficaram ainda de pé.

Neste site já foram apresentados notícias sobre os exames periódicos a que estão sendo submetidos às vitimas sobreviventes do bombardeio, inclusive os que vivem no Brasil. O documentário da Top Nat Geo mostra cenas em que uma adolescente precisa se despir para exibir o seu corpo que foi mutilado perante um grupo de cientistas, ainda que se sentisse extremamente constrangida pelo ato e nenhuma responsabilidade tivesse sobre o bombardeio. Alega-se que os conhecimentos que vieram sendo acumulados nestes quase 70 anos, e que são muitos, devem ajudar a humanidade para cuidar das possíveis vitimas de radiações como os provocados por acidentes do tipo de Chernobyl, Fukushima ou até em Goiânia aqui no Brasil, com um acidente com parte de um equipamento médico.

Tanto era o criminoso desconhecimento das autoridades norte-americanas que experiências foram efetuadas no Atol de Bikini, inclusive com tropas de soldados norte-americanos postados a várias distâncias do centro da explosão.

A reflexão que pode ser feita é sobre a condenação de criminosos de guerra de muitos povos pelos norte-americanos, que poderia ser considerado justo em termos internacionais. Sem nenhuma posição partidária, parece que os Estados Unidos ficam sem autoridade moral se os responsáveis pelas atrocidades cometidas em Hiroshima e Nagasaki continuam sem merecer nenhuma palavra de condenação, sob a justificativa que muitas vidas seriam sacrificadas num desembarque no território japonês no final da Segunda Guerra Mundial.


Escolas Primárias Internacionais Para Japoneses

22 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias | Tags: escolas internacionais no Japão, mecanismos alternativos, os problemas dos filhos de expatriados

Um longo artigo publicado no The Japan Times elaborado em conjunto por Teru Clavel e Minori Kawakami informa sobre a disponibilidade de algumas escolas internacionais para os filhos de japoneses no Japão. Estas escolas existem em diversos países, principalmente para atender os filhos de funcionários expatriados, mas também estão sendo utilizados por japoneses que estudaram no exterior e entendem que as escolas japonesas são para seus filhos demasiadamente padronizados, principalmente quando comparadas com as norte-americanas e outras estrangeiras, que permitem maior liberdade para os alunos questionarem inclusive os professores. Este artigo pode ser acessado, em inglês, no: http://www.japantimes.co.jp/community/2014/09/14/issues/all-japanese-families-take-a-chance-on-international-schools/#.VBn4m_9OVLM.

Segundo uma nota explicativa daquele jornal, Teru Clavel é um colaborador regular deles e Minori Kawakami é a mãe de uma aluna do Nishimachi International School, que pretende estudar numa Universidade norte-americana no futuro. Muitos consideram que a sociedade japonesa é exageradamente homogenia comparada com outras e no futuro a tendência será a de maior globalização, optando que seus filhos já tenham estas experiências desde as escolas primárias, ainda que existam muitos problemas de ajustamentos tão complexos. Como esta escola, existem muitas outras no Japão que atendem principalmente os filhos de estrangeiros que trabalham e moram naquele país.

As experiências de brasileiros expatriados, funcionários de empresas ou diplomatas, indicam a conveniência de que seus filhos tenham uma raiz fixa, por exemplo, no Brasil, para adquirirem outras habilidades em países estrangeiros, sem o que podem correr o risco de ficarem desorientados. Se seus pais desejam conhecimentos de línguas estrangeiras ou outras experiências, existem muitos programas como os chamados “home stay”, estágios que os preparam para estudos posteriores no exterior.

A experiência europeia, nos cursos universitários, é de um período final dos cursos serem efetuados em outros países, pois se acaba exigindo, no mínimo, o domínio de três línguas, além outros conhecimentos culturais diferenciados.

Evidentemente, como todas as famílias apresentam necessidades diferentes, a disponibilidade de alternativas é sempre interessante. Mas, também existem crianças com personalidades diferentes que merecem ser respeitadas, evitando-se a sua desorientação com a exagerada exigência dos seus pais.

O conhecimento de culturas diferentes sempre é enriquecedor, principalmente no atual mundo globalizado. No entanto, parece que se deve evitar o exagero, pois todos os seres humanos parecem necessitar de uma pátria, ou onde estão as suas raízes. A partir deste ponto, parece que todas as demais experiências podem ser somadas.


Aspirações Pela Educação de Tempo Integral no Primário

19 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais e Notícias, Educação | Tags: o aumento de alternativas no setor privado, problemas existentes, suplemento do Estadão sobre educação de tempo integral

No Estado de São Paulo está se verificando uma multiplicação de escolas particulares para o ensino fundamental, de forma que em três anos os alunos matriculados aumentaram em 77%. Os pais dos alunos estão preferindo que seus filhos, ao invés de frequentarem diversos estabelecimentos para completarem a sua educação, estão preferindo as escolas que em tempo integral também proporcionam outras atividades alem das normais. Um suplemento sobre educação do jornal O Estado de S.Paulo fornece informações à respeito, havendo muitos anúncios de escolas que estão proporcionando estes tipos de ensino, que não se resume somente ao ciclo fundamental.

Sempre houve escolas em São Paulo com a fama que qualificavam os seus alunos para superarem os vestibulares para os cursos superiores. Um dos complementos eram os ensinos de língua, que ao invés de estabelecimentos especializados, eram dados junto com os ensinos convencionais. As informações são que muitos alunos pretendem completar as suas formações no exterior. Muitas escolas estão, ao lado do aumento do tempo em que os alunos ficam no estabelecimento, pensam numa formação mais ampla, como aulas para o ensino do cultivo de alimentos que fazem parte do cotidiano das crianças. Os aparelhamentos utilizados também estão se sofisticando, havendo muitos que contam com a informática que também é utilizada pelos alunos, mudando fundamentalmente as técnicas de ensino.

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Também existem algumas escolas públicas que estão proporcionando ensino de tempo integral, com muitas localizadas no interior do Estado de São Paulo que são acompanhadas pelos pais mais interessados. Existem até as que efetuam pesquisas em conjunto com entidades de ensino superior, para estimularem os alunos aos trabalhos didáticos mais intensos.

Evidentemente, os pais com formações mais sofisticadas se interessam nas pesquisas das instituições que podem proporcionar um ensino de qualidade para seus filhos. Costumam ser de nível econômico mais elevado, pois estes cursos acabam sendo tendo custos mais elevados. Alguns estão constatando que as públicas também são competitivas com as privadas.

Como existe um exagero na importância atribuída ao nível de aprovação nos vestibulares, muitos pais procuram examinar com profundidade o tipo de ensino, para garantirem aos seus filhos uma formação mais integral, que não seja somente marcado pela ênfase na concorrência.

Existem até pais que escolhem escolas diferentes para seus muitos filhos, considerando as características pessoais de cada um deles. Também a praticidade do que é ensinado, com exemplos dos usos cotidianos acabam sendo aproveitados.

O que se espera é que estes tipos de inovações que começaram em algumas escolas tendam a se generalizar-se pelos ensinos básicos de todas as escolas, começando por Estados mais privilegiados, mas que já existem também em algumas localidades onde os pais estão mais interessados e atualizados.


Importância da Logística na Economia Brasileira

18 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais e Notícias | Tags: aproveitamentos possíveis, atividades internacionais, da produção para os consumidores, dimensão brasileira

Mesmo que a logística seja importante em qualquer econômica, quando se trata de uma economia como a brasileira que ocupa uma grande extensão territorial ela ganha uma relevância maior. As zonas de produção se espalham por todo o território e mesmo com a concentração dos consumidores pelos grandes centros, o que vem se verificando é o aumento da importância das regiões que antes eram considerados menos desenvolvidos. As distâncias que necessitam serem cobertas são grandes e com a deficiência histórica das ferrovias no Brasil, as rodovias ganharam importância, ainda que não sejam as mais recomendáveis para grandes distâncias. Mesmo que haja alguns aproveitamentos dos transportes fluviais, a grande maioria dos rios brasileiros não corre na direção que seria mais conveniente, salvo na bacia Amazônica. Em que pese o grande litoral brasileiro, a navegação de cabotagem sempre enfrentou obstáculos que não permitem o seu pleno aproveitamento.

Nos relacionamentos com o exterior, sempre se contou com o transporte marítimo para as importações, e foram efetuados esforços para viabilizarem as exportações. Mas, todos acabam exigindo transportes multimodais, pois os grandes centros consumidores como produtores brasileiros continuam localizados longe dos portos, havendo necessidades variadas para os deslocamentos necessários, bem como localização dos pontos de estocagem das mercadorias.

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Um suplemento setorial de importância acaba sendo publicado já com regularidade pelo jornal Valor Econômico, fazendo um balanço bastante completo sobre o que existe em matéria de logística no país, bem como os graves problemas ainda enfrentados, pela falta de investimentos em todos estes sistemas de transportes que permitam o seu funcionamento eficiente.

Os grandes desafios sempre foram às cargas de retorno, pois muitos transportes de grandes massas continuam sendo feitos a granel, e o desejável seria contar com outros correspondentes em sentido contrário. Quando são de cargas de produtos industrializados, muitos hoje em conteiners, sempre existem formas de aproveitamento das capacidades de transportes para outras mercadorias, ainda que de características diferentes.

O grande problema está na logística que dá apoio ao comércio internacional, que ainda conta com minérios e commodities agrícolas que são transportados a granel. Como os produtos importados são normalmente manufaturados, transportados em conteiners, acaba havendo um desequilíbrio dos seus fluxos. Há que se imaginarem formas criativas que permitam que os mesmos sejam utilizados para outras cargas de retorno, aproveitando as capacidades existentes.

Tanto as empresas brasileiras como estrangeiras que operam com a logística no Brasil estão plenamente capacitadas para trabalhos eficientes. Algumas ineficiências que se encontravam no setor público passam a ser supridas com as privatizações, que ainda não são completas. E existem regulamentações que necessitam ser removidas dos obstáculos que apresentam para os fluxos eficientes.


A Confusa Situação da Segurança Internacional

16 de setembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias, Política | Tags: dificuldades dos envolvimentos, falta de mecanismos internacionais adequados, os problemas do Estado Islâmico, quadro complexo

O problema agravado pelas divulgações internacionais dramáticas das decapitações de jornalistas pelo Estado Islâmico está em todos os meios de comunicação do mundo, mas as medidas até agora tomadas não parecem contar com a operacionalidade adequada para enfrentar esta lamentável situação. A revista The Economist costuma apresentar uma avaliação ponderada, mas até ela parece confusa com a complexidade do quadro, avaliando que sua solução demandará muito tempo, exigindo paciência de todos. Comenta o pronunciamento de Barack Obama sobre o assunto aproveitando o aniversário do ataque às Torres Gêmeas, considerando o Estado Islâmico um câncer, com o qual todos concordam. Mas, sua intenção de só proporcionar ataques aéreos, além de oferecer limitada assistência técnica ao Iraque indica a lamentável perda do poder dos Estados Unidos para interferir em questões internacionais desta natureza e até de organizar uma coalizão de países para tanto.

A medida da complexidade do atual problema pode ser dado pela lamentável participação de norte-americanos e ingleses radicais nas ações do Estado Islâmico, alem da adesão de muitos países árabes para o seu combate, inclusive a disposição do Irã. São notórias as dificuldades da maioria dos grandes países ocidentais no envolvimento de suas tropas nas operações territoriais, que sofre uma forte rejeição de suas populações. Ao mesmo tempo, organismos internacionais como as ONU – Nações Unidas, ou a NATO – Organização do Tratado do Atlântico Norte não contam com condições operacionais para interferir num quadro tão dramático.

clip_image002                                   Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama

O The Economist que a proposição genérica de Barack Obama só funcionará se o Oriente Médio começar a superar o caos em que se encontra, com a lamentável política externa dos Estados Unidos nos últimos anos. Todos sabem, infelizmente, que borbardeios aéreos, por mais intensos que sejam, não conseguem desorganizar o Estado Islâmico que nem se sabe com quantos membros contam, e na medida em que inocentes civis são atingidos as resistências mundiais acabam se agravando.

Considerando um inimigo maior o Estado Islâmico até se aceita as participações da Síria, quando os Estados Unidos não conseguiram equacionar adequadamente a situação do Iraque, depois de muitos recursos humanos e materiais lá sacrificados. Outras participações de países árabes sempre são complicadas, pois existem problemas etnicos alem de diversas facções que possuem orientações diversas, inclusive do ponto de vista religioso.

Mesmo entre os demais aliados ocidentais com que os Estados Unidos possam contar, existem muitos problemas políticos que estão sendo enfrentando, tanto com as eleições como o estado ainda precário de suas economias. Se existem problemas como da atual NATO que é regional, as dificuldades de se chegar a um mínimo de consenso na ONU aparenta ser mais difícil.

Um detalhe a ser observado é que os jornalistas decaptados pelo Estado Islâmico usavam uniformes idênticos com os utilizados pelos prisioneiros de Guantanamo, que Barack Obama prometeu fechar, mas não teve condições para tanto.

Tudo indica que é preciso haver uma clara consciência que estas guerras atuais não são as convencionais, aparentando ser mais de guerrilhas, como as que foram enfrentadas no Vietnã e em muitas outras intervenções mais recentes, quando não fica muito claro quem é inimigo e quem é amigo.