25 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: anúncio chinês da nova Air Defense Indentification Zone – ADIZ, áreas disputadas por diversos países, coreanos e norte-americanos, reações dos japoneses | 4 Comentários »
No ultimo fim de semana, o Ministério de Defesa da China anunciou uma nova ADIZ – Air Defense Indentification Zone, no Mar Leste da China, incluindo áreas críticas que abrangem as ilhas disputadas internacionalmente chamadas de Diaoyus pelos chineses e Senkakus pelos japoneses, como estão registrados em todos os órgãos relevantes da imprensa mundial. Já protestaram, ainda em termos diplomáticos, os japoneses, os norte-americanos e seus aliados, bem como os coreanos, todos que possuem interesses nas áreas, alertando sobre os elevados riscos da decisão chinesa.
Todos esperavam que os problemas das áreas em disputa, ainda que motivações internacionais tendessem a acomodar-se em algum tipo de entendimento, fossem resolvidos diante dos volumes dos interesses comerciais envolvidos entre os principais países envolvidos. Ainda que as reações diplomáticas tentem preservar os entendimentos, procurando minimizar a importância do anúncio chinês, todos ressaltam a possibilidade de um incidente com aeronaves que estejam cruzando estes espaços, procurando estabelecer alguns mecanismos de emergências para tanto.
Quando as dificuldades são marítimas, envolvendo embarcações, ainda tenham se tornados velozes mais recentemente, não são como as aeronaves e foguetes militares, muitos de velocidades supersônicas. Como as distâncias são pequenas nesta região do Mar Leste da China, os tempos disponíveis para alertas são mínimos. Qualquer disparo acidental antes do início das negociações pode desencadear uma crise de proporções monumentais.
Ainda que todos esperem que as devidas cautelas sejam tomadas, já havia tensões que envolvem questões de soberania entre países que possuem cargas históricas lamentáveis, que não conseguem ser absorvidas pelo tempo.
Outros países de comportamento pouco previsível, como a Coreia do Norte, já têm lançado foguetes que provocaram protestos de muitos outros países, bem como acumulação de preocupações. Agora, tanto a China como seus vizinhos contam com muitos armamentos pesados na região, inclusive atômicos. Qualquer acidente pode gerar uma situação de difícil controle.
24 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: colocações do The Economist, experiências militares, os problemas em ambos os países, teóricas disputas entre os Estados Unidos e a China na hegemonia das próximas décadas
Ainda que sejam estudos de futurologia que dependem muito do que continuará acontecendo nas próximas décadas em todo o mundo, as hipóteses de geopolítica costumam especular sobre o futuro mais longínquo e as possibilidades da China superar os Estados Unidos na hegemonia mundial nas próximas décadas. A revista inglesa The Economist é uma das que insistem neste assunto, ainda que a China sempre afirme que deseja somente a melhoria do padrão de vida de sua gigantesca população que ainda é muito baixa, não tendo pretensões imperialistas. Ela é feita na análise da atual situação dos Estados Unidos, onde visivelmente o presidente Barack Obama perde importância mundial, num país que depende mais do que acontece no seu setor privado, principalmente na economia. A China também se dispõe a efetuar reformas importantes para superar as suas dificuldades de manutenção de um ritmo de crescimento razoável na próxima década, tentando ampliar suas alianças internacionais.
O que parece evidente é que os Estados Unidos se desgastaram muito com as intervenções que promoveram no Iraque e no Afeganistão, inclusive ameaças na Síria que consumiram muitos recursos e prestígios, exigindo que suas presenças como nos mares que cercam a China contem com colaborações dos seus aliados na região, principalmente nos seus financiamentos. A revista entende que os norte-americanos colheram experiências com suas atuações utilizando suas forças militares em conjunto com os drones, o que os chineses não têm, mesmo contando com o apoio da Rússia, que não aprecia a hegemonia dos Estados Unidos. Mas estas contestações só ocorrem no campo diplomático, onde no Conselho de Segurança das Nações Unidas veta em conjunto as pretensões dos norte-americanos como no caso da Síria e do Irã.
Os Estados Unidos estão melhorando do ponto de vista econômico com o aumento significativo de sua produção interna de petróleo e gás, notadamente do fraqueamento das rochas do xisto que permite combustíveis baratos, ainda que isto continue poluindo suas águas. Eles afirmam que principalmente o gás é menos poluente que o carvão mineral e continuam dando pequena importância ao lançamento do CO2, mesmo que as irregularidades climáticas estejam aumentando, impondo pesados custos sociais em diversas partes do mundo, inclusive no seu próprio país. Estes e outros posicionamentos determinaram o fracasso das reuniões promovidas em Varsóvia, reunido praticamente todos os países do mundo.
Na China, o presidente Xi Jinping parece ter consolidado de forma impressionante o seu comando político, econômico, tanto interno como o de política externa, impressionando o mundo. Deve esmagar as resistências internas como relacionados com a corrupção, poder das estatais como das autoridades locais, ao mesmo tempo em que promove uma forte distensão política interna, ampliando a participação das massas populares. O primeiro-ministro Li Keqiang tende a se tornar somente a sua sombra, para executar o que ficar sobre a sua responsabilidade. Profissionais preparados como com Liu He, com aperfeiçoamentos em Harvard, com um pequeno grupo de liderança deve ajudar Xi Jinping nas difíceis tarefas de reformar radicalmente a China, adquirindo uma importância política que nem Deng Xiaping, reconhecido como o grande reformador, não teve naquele país.
A China vai depender do fornecimento de energia e matérias primas, ampliando suas influências como na África e em outros países emergentes como o Brasil, consolidando também suas alianças com a Rússia. Sua agilidade e pragmatismo são impressionantes, fazendo uso pleno das reservas de moedas estrangeiras que acumulou os últimos anos. Ainda que esteja aumentando o seu poder militar, ele é insignificante diante dos estoques de armamentos, experiências e tropas de que dispõem os Estados Unidos e seus aliados.
Parece que os chineses possuem a plena consciência desta situação, não se dispondo a correr os riscos como os que levaram a antiga URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas à sua dissolução. A corrida armamentista não parece estar nos seus planos, o que leva a entendimentos para uma convivência com os Estados Unidos, como estão sendo promovidos em diversas reuniões e intercâmbios.
Os Estados Unidos, de sua parte, parecem tentar encurralar estrategicamente a China como movimentos de pinças, tanto com os europeus como com seus aliados na região do Pacífico. Mas conflitos militares entre ambos os blocos não são imaginais pelos custos para todos. Do ponto de vista de relacionamento comercial, todos tentam intensificar com acordos de todos os tipos, mas a experiência passada indica que não suficientes para superar os problemas de hegemonia do poder, segundo a revista.
O quadro atual aparenta contar com dirigentes que se tornaram mais pragmáticos que ideológicos, apesar de sempre se contar com radicais por todos os lados. De outro lado, o poder parece estar mais distribuído, não se concentrando somente nas lideranças de dois blocos, havendo um grande grupo de países intermediários que também aumentaram suas participações nas influências internacionais.
24 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: diferenças culturais, dificuldades de alimentação, interpretações complicadas, problemas de sexo | 2 Comentários »
Duas matérias publicadas neste sábado na forma de colunas na Folha de S.Paulo mostram como mesmo os brasileiros bem informados contam com dificuldades para entender os japoneses em alguns dos seus comportamentos, no que é básico para todos os seres humanos, a preservação da espécie e a alimentação. O primeiro elaborado por Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, que leva o título “A economia do sexo” tratando do assunto entre os japoneses, e o segundo de Álvaro Pereira Junior, com o título ¨Churrasco de aorta”, quando procurou um lugar para se alimentar nos meandros de Osaka.
No primeiro, o colunista se confessa que nunca compreendeu como um casal japonês chega do primeiro contato à intimidade física e cita outros meios de comunicação como o The Guardian e a BBC que teriam dificuldades semelhantes com relação ao sexo no Japão. Eles, que são ingleses, informam que cerca de 45% das mulheres e 25% dos homens japoneses da idade entre 16 a 24 anos se declaram desinteressados em sexo, o que não parece refletir a realidade, mas a formalidade. O autor constata que a indústria de pornográfica japonesa movimenta bilhões de dólares, e a arte erótica no país é conhecida desde o século XIV. Para ele, o sexo dos japoneses parece momentâneo, não se relacionando com um relacionamento amoroso mais profundo, o que parece extremamente injusto, ainda que sua interpretação possa ser diferente.
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23 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: análises de Financial Times e do The Economist, diretrizes aprovadas para os próximos dez anos, o poder de Xi Jinping, profundidade das mudanças em andamento
Os ingleses estão entre os melhores avaliadores do que acontece em países estrangeiros complexos como a China. Mesmo com posições ideológicas claras a favor de uma menor interferência governamental, o Financial Times e o The Economist reconhecem que do exame mais acurado do sumário de 22 mil caracteres do que foi o terceiro plenun do Partido Comunista Chinês divulgado no último dia 15 de novembro pode-se concluir que Xi Jinping obteve um poder quase imperial, provando que é o verdadeiro herdeiro de Deng Xiaping, para comandar as reformas que serão executadas até o final do seu mandato. As condições com que ele conta podem esmagar possíveis resistências que venham a se levantar, na difícil tarefa de criar as condições políticas para a continuidade do desenvolvimento chinês, com profundas alterações demográficas e nas desigualdades que existiam no país.
O Valor Econômico reproduz em português o artigo de David Pilling do Financial Times publicado originalmente em inglês. Reconhece que as orientações definidas são fortes, podendo ser abreviado e definido como “The Decision”, o que seria por extenso “Decisão Sobre Importantes Questões Referentes ao Aprofundamento de Reformas”. Detalharia o mais ambicioso esforço de reformas desde que o ex-primeiro-ministro Zhu Rongji coordenou uma reforma radical do setor estatal, mais de dez anos atrás. Mostra, também, que a equipe de Xi Jinping está encarando os graves problemas com as desigualdades chinesas, movida pelos investimentos, com coragem para enfrentá-los.
Xi Jinping, além de consolidar em pouco tempo suas posições de secretário geral do Partido Comunista, presidente da Comissão Militar e presidente da China, ficou com o controle do Conselho de Segurança Nacional, combatendo a corrupção, reprimiu as críticas na internet e ficou diretamente responsável pela política externa como econômica.
The Decision aborda 16 áreas de reforma, com mais de 60 iniciativas significantes, dando uma guinada para o papel decisivo do mercado, que significa certamente uma regulamentação para as poderosas estatais e autoridades locais. Abrandando a política de filho único, não só atende aos clamores da população han, como procura minorar os problemas demográficos. Elimina os infames trabalhos forçados e concede liberdade para a migração, melhorando as condições dos agricultores pela propriedade de suas áreas rurais.
As reformas mais profundas serão econômicas e financeiras, segundo o artigo. Embora alguns setores fundamentais continuem nas mãos das estatais, passarão a ser comandadas pelo mercado, suprimindo subsídios e financiamentos privilegiados, bem como terras e eletricidade. Para desenvolver o setor social, colocará a demanda dos consumidores como o motor da economia, em vez dos investimentos.
Todas estas orientações, bem executadas, poderão mudar a face da China, sendo uma necessidade inevitável, como declarou no Brasil o diretor Chen Changsheng, do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Centro de Pesquisa para Desenvolvimento – DRC. Xi Jinping terá que promover todas estas mudanças enquanto a economia chinesa mantém um crescimento acima da média mundial e dos países emergentes.
The Economist faz um reconhecimento semelhante em dois artigos na edição deste fim de semana. Num que poderia ser traduzido como “Deixe algumas flores desabrocharem” (Let quite a few flowers bloom) e outro “O manifesto Xi” (The Xi manifesto). O documento decorrente do terceiro plenum é considerado mais ousado do que foi antecipado. Algo como liberar o trabalho, o conhecimento, a tecnologia, a gestão, o capital e o seu dinamismo, as riquezas espalhando e todas as pessoas apreciando o fruto do desenvolvimento de forma mais justa. A revista diz que Xi Jinping venceu a batalha até o momento, provando ser um legítimo herdeiro de Deng Xiaping, considerado o grande reformador da China.
A revista reconhece que, além das reformas econômicas anunciadas, as mudanças sociais foram impressionantes, como o relaxamento da política de filho único. Os fermentos das aspirações por mais liberdade e responsabilidade da população chinesa foram reconhecidos. A China é mais complexa do que a sociedade autoritária dos últimos 30 anos, com a penetração da internet, que transmitiu a todos as demandas por mais participações. Está se reconhecendo as organizações sociais, que poderiam resolver alguns dos seus problemas como cuidar dos seus doentes, idosos e pobres, fazendo uma ponte com o futuro e as ligando com as reformas econômicas, e as políticas que poderão vir. Mudanças serão feitas no Judiciário, criando sistemas de contrapeso.
O documento recomenda a Xi Jinping: “atreva-se a roer até mesmo ossos duros, a enfrentar corredeiras perigosas, romper os grilhões de conceitos ideológicos com resolução ainda maior” (tradução livre de “dare to gnaw through even tough bones, dare to ford dangerous rapids, break throught the fetter of ideological concepts with even greater resolution”). É poesia pura.
No outro artigo, The Economist reconhece Xi Jinping é o mais rápido para explicitar os projetos de grande alcance desde que Mao chegou ao poder em 1949, superando até Deng que assumiu em 1978. Ele vai do relaxamento da política do filho único, abolição do campo e desmantelamento dos controles das taxas de juros. Afirma que poucos líderes enfrentaram desafios como seus planos.
A revista afirma que mesmo os jornais chineses não foram capazes de desvendar a profundeza das reformas, uma mudança tão incomum. Ele liderou a elaboração de todo o plano, comandando uma equipe de 60 membros. O artigo mostra todo o espanto da revista, dando substância ao desejo do mercado exercer um papel decisivo. Provavelmente, um sistema de seguro será implantado para proteger os depositantes, acelerando a possibilidade do mercado determinar a taxa de juros. O yuan pode se tornar totalmente conversível.
A redação final do documento é mais radical do que foi antecipado, pois o mercado deve ser livre para decidir sobre qualquer coisa, com o governo não devendo fazer intervenções indevidas, quando se imaginava que era somente para recursos essenciais como a água, o óleo, o gás natural, eletricidade e transporte. O discurso de Xi Jinping é considerado como idêntico de governos centristas de qualquer país, como manter a estabilidade, proporcionando serviços públicos, garantindo a concorrência leal, salvaguardando os procedimentos do mercado quando falham.
A revista informa que não ficou muito claro o papel das estatais, mas elas deverão entregar 30% dos seus lucros para o governo em 2020, quando atualmente é de menos de 15% como dividendos. O setor privado poderá entrar no setor bancário. No setor rural, ficou mais claro, com a propriedade liberada e a habitação controlada.
Os meios de comunicação controlados pelo Estado saudaram o manifesto como passos decisivos, de forma bastante efusiva, como se fora uma liberação da informática, utilizando o termo de reforma 2.0, ou que seria o sonho chinês. A revista informa que se falou pouco da reforma política, mas mencionou as organizações sociais. No Judiciário teria ficado mais claro, com os direitos humanos assegurados contra o trabalho forçado e o relaxamento da política de filho único.
The Economist prevê, ainda assim, fortes resistências a Xi Jinping. Mas reconhece que as reformas propostas poderão fazer inveja a Deng, ainda que este tenha sido menos estridente.
Estes reconhecimentos do Financial Times e do The Economist são da maior relevância internacional, e deverão ter efeitos em todo o mundo, levando a reconsiderar a superficialidade com que se vinha considerando as intenções reformistas da China e de Xi Jinping.
22 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: até Harvard estuda os efeitos da yoga e meditação, aumento de praticantes, casos brasileiros, conhecimentos milenares
Apesar dos conhecimentos milenares que o yoga e a meditação ajudam na saúde humana, notadamente no afastamento do estresse e doenças, agora se intensificam os estudos acadêmicos de importantes instituições científicas sobre o assunto. Makiko Kitamura da Bloomberg elaborou um artigo mostrando os estudos que estão sendo feitos pelo psiquiatra da Harvard Medical School, John Denninger, que é diretor de pesquisas do Instituto Benson-Henry de Medicina Body Mind do Hospital Geral de Massachusetts. Por cinco anos, acompanham um grupo de pessoas que apresentam problemas. As formas como estas práticas antigas afetam os genes e as atividades cerebrais das pessoas cronicamente estressadas, prosseguindo estudos já feitos por outros cientistas, mostram que as técnicas assim chamadas demonstram que mente e corpo podem ligar e desligar alguns genes relacionados ao estresse e as funções imunológicas.
Os estudos até agora efetuados tendem a utilizar ferramentas como questionários dos praticantes, bem como frequências cardíacas e monitoramento da pressão arterial, informa o artigo. Recentemente, as neuroimagens e tecnologias genômicas estão sendo utilizadas, permitindo medir as mudanças fisiológicas em maior detalhe. Quando se medita, os efeitos se disseminam não somente sobre o cérebro como por todo o corpo. Este estudo tenta rotas alternativas para enfrentar uma série de doenças modernas.
Dr. John Denninger
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21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: evolução do problema da segurança na Ásia, novas revisões entre os Estados Unidos e o Japão, uma visão japonesa
O professor de política internacional da Universidade de Kanagawa Ryo Sahashi, expressa num artigo distribuído pela AJISS – Associação dos Institutos Japoneses de Estudos Estratégicos seu ponto de vista sobre as atuais tendências do entendimento militar entre os Estados Unidos e o Japão. Como todos sabem, depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão renunciou a contar com força militar para a sua defesa externa, dispondo somente de meios para a chamada sua autodefesa, passando a contar com o suporte dos Estados Unidos para o que venha a necessitar. Com as despesas militares norte-americanas em diversas regiões do mundo, os Estados Unidos passam a esperar a colaboração dos países aliados para neutralizar o aumento da capacidade militar dos chineses nos mares que cercam a China, com a alegação de proteção de suas rotas de suprimento.
Os dois países mantêm um CCS – Comitê Consultivo de Segurança USA-JAPÃO ao nível dos ministros de Defesa e Relações Externas de ambos os países que se reúnem regularmente, o último no início de outubro último. O Secretário de Estado John Kerry vem afirmando que os Estados Unidos reconhecem que as ilhas Senkaku disputada com a China pertencem ao Japão. Também existem disputas com a Coreia do Sul, e a Coreia do Norte com seus foguetes com armamentos atômicos são preocupações constantes dos japoneses, como do resto do mundo, notadamente dos asiáticos.
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21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: simplicidade da origem japonesa, suas qualidades humanas
Tomie Ohtake, considerada a Primeira Dama das artes plásticas brasileiras completa o seu 100º aniversário. Muito se vai falar e escrever sobre ela, suas qualidades artísticas e humanas. Mas eu desejava registrar o meu modesto depoimento sobre o nosso longo relacionamento com Tomie, gente, simples, com a qual tenho privilégio de convívio por um bom tempo, menos frequentemente do que desejaria, até por limitações minhas. Respeito sua intensa atividade, inclusive tempo para pensar sobre suas obras, que requer mais elaboração intelectual do que muitos imaginam, exigindo dela uma atitude de reserva.
Conheci-a ainda no tempo do saudoso Seibi, grupo de artistas plásticos de origem japonesa no Brasil, quando no início de sua brilhante carreira, que começou tardiamente, depois de já ter criado seus filhos Ruy e Ricardo sozinha, e ela não era tão reconhecida e merecidamente consagrada.
Desde a minha infância, portanto, antes dela iniciar a sua carreira artística, conheci muitos dos membros deste grupo Seibi e frequentei muitas das suas exposições coletivas. Entre os primeiros, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Shigeto Tanaka, Yuji Tamaki, depois Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Kazuo Wakabayashi entre muitos outros. Tomie era uma das poucas mulheres que participavam ativamente do grupo, já no tempo do pós-guerra.
Uma das características mais importantes é que, mesmo depois de sua consagradora fama, continuou a mesma, modesta, humana, zen, prestigiando os relacionamentos com seus amigos. Não procurava o destaque, mas apreciava os vernissages, as novidades, incentivando outros artistas. E mesmo tarde da noite, quando tudo já estava terminado, ainda perguntava: aonde vamos agora?
Todos a admiravam pela sua fina bagagem que trouxe de sua vida em Quioto, antes de vir ao Brasil, onde se naturalizou brasileira. Para todos que tinham origens mais modestas, tendo passado como imigrantes no meio rural, ela já era motivo de admiração, pelo seu diferenciado nível cultural dos demais artistas.
Permitam-me partilhar de alguns poucos episódios comuns. Ela aprecia um bom missogiru, e quando eu dispunha de um missô de produção caseira levava um pouco para ela. A produtora deste produto faleceu e já não contamos com este missô diferenciado do que se encontra no mercado. Ela sempre me pergunta ainda sobre o missô.
Quando estávamos em Tóquio, depois de uma exposição que ela fez, fomos jantar de forma íntima num restaurante que eu conhecia, também na companhia de Ruy e de Ricardo. Tinha escolhido este restaurante, pois ele tinha boa culinária e uma vista privilegiada para o Palácio Imperial, em frente ao parque Hibiya. O cozinheiro preparou uma escultura de tempura, usando macarrão japonês, o que era usual. Tomie encantou-se com a criatividade da peça que ficou enfeitando a nossa mesa.
Nunca ouvi de Tomie uma queixa, ela se mostrava e transmitia o seu alto astral, mesmo quando acometido de limitações que a obrigava a usar uma cadeira de rodas. Acredito que ela era assim com todos os seus amigos.
Mesmo consagrada, ela continuou a mesma, orgulhosa do seu trabalho que a deixava realizada. Mostrava as maquetes dos muitos monumentos que estava preparando para o centenário da imigração japonesa, peças que pareciam simples, mas elaboradas, e imaginávamos como ficariam nas suas dimensões projetadas.
Poucas pessoas são tão humanas como ela, ainda que a fama de sua imagem tenha corrido o mundo. Simples, é das que facilitam a conversa, mesmo que sejam de assuntos corriqueiros dos seres humanos. Quisera que o tempo não nos limitasse, mas de forma zen, temos que aceitar a natureza das coisas.
21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as dificuldades existentes, entendimentos de cúpula entre a China e a Comunidade Europeia, Harvard Business Review sobre as opiniões de Josef Joffe
Os que imaginam que o desenvolvimento é um processo fácil devem observar o que está ocorrendo na China que, apesar das suas dificuldades, empenha-se no estabelecimento estratégico de entendimentos com a cúpula da Comunidade Europeia. Ao mesmo tempo em que é criticado por estudiosos como Josef Joffe, autor do livro “The Myth of America’s Decline” (tradução livre, o Mito do Declínio Americano), que estudou também aquele país. O presidente Xi Jinping da China encontrou-se com o presidente Herman Van Rompuy do Conselho Europeu e o presidente Jose Manuel Barroso da Comissão Europeia, na reunião de cúpula do novo governo chinês com a União Europeia, segundo o China Daily. Justin Fox da Harvard Business Review entrevistou Josef Joffe, que analisou os países que poderiam disputar com os Estados Unidos a supremacia da liderança econômica e política mundial, apontando os problemas que a China deve encontrar.
O que o presidente da China espera é que a União Europeia promova novas áreas de cooperação, incluindo a urbanização, a inovação, a aeronáutica e a astronáutica, cuja discussão será comandada pelo primeiro-ministro Li Keqiang, procurando um plano para até 2020. Ainda que existam interesses de ambas as partes, os mecanismos atuais terão que ser aperfeiçoados, pois a Europa criou problemas com os painéis solares da China, e esta retaliou com investigações sobre o dumping com vinhos da Comunidade Europeia. Os chineses solicitam maiores facilidades para que possam fazer investimentos na Europa. Os parceiros procuram quais os papéis que podem desenvolver num longo prazo.
Herman Van Rompuy, Xi Jinping e Jose Manoel Barroso. Foto: Xinhua
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20 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, as considerações discutidas no Japão, experiências internacionais
Estamos insistindo neste site sobre a necessidade de estabelecer alvos mais amplos, intangíveis, para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, como já postamos num artigo discutindo o assunto. Já informamos como as Olimpíadas de 1964 influíram nas importantes mudanças culturais observadas no Japão, como a melhoria no atendimento dos turistas estrangeiros nos transportes e nas lojas. Agora um interessante artigo publicado por Wakako Yuki do Yomiuri Shimbun, distribuído pelo AJISS – Associação dos Institutos Japoneses de Estudos Estratégicos, baseado na sua experiência de cobertura de 10 Olimpíadas e 5 Jogos Paraolímpicos, com sugestões destes tipos de considerações visando a Olimpíada de Tóquio de 20202. Isto gera uma rara oportunidade de reflexão sobre considerações mais amplas no Brasil do que as vitórias em algumas modalidades, ou mesmo as dificuldades para avanços significativos na infraestrutura do país, que também são importantes.
O Japão está incluindo as Olimpíadas de 2020 entre os projetos da quarta flecha do Abeconomics já desencadeado naquele país, como já foi expresso pelo ex-ministro japonês Reizo Takenaka na palestra proferida na FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e confirmado no artigo que estamos discutindo. Wakako Yuki menciona que antes das Olimpíadas de Londres de 2012, Jacques Rogge, ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional, destacou a importância dos legados dos Jogos, mencionando a importância dos intangíveis, que duram mais tempo que os tangíveis. O que está sendo discutido no Brasil sobre a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 a respeito deste assunto?
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19 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: exames regulares com urologistas, frequência dos problemas, recomendações do Doutor Luiz Akio Sakano, RTV de próstata
Tendo sofrido um procedimento cirúrgico de alta tecnologia chamado RTU – Ressecção Transuretral de Próstata, recomendado para tratamento da HPB – Hiperplasia Prostática Benigna, efetuada com rara habilidade pelo médico urologista Luiz Akio Sakano, num consagrado hospital de São Paulo, acabei me atualizando como leigo sobre os assuntos médicos que deve preocupar todos os homens. Os problemas de próstata atingem a quase totalidade dos homens com o avanço da idade, tanto quanto os problemas que ocorrem nos seios, principalmente das mulheres. Eles exigem o acompanhamento hoje recomendado para todos que atingirem 50 anos, feito por um urologista competente, diante das disseminações das informações. Mas, para os que contam com antecedentes de problemas similares entre os seus familiares, está se recomendando que estes exames sejam feito a partir dos 45 anos, bem como os homens da raça negra, com menos idade. Este artigo é escrito por um leigo que foi paciente, com o mínimo de expressões médicas, para uma compreensão do público em geral.
Uma indicação de problemas pode ser fornecida pelos exames de sangue que indicam as presenças de proteínas PSA – Antígeno Prostático Especifico que pode ser proporcionado pelo seu total, que é somente uma aproximação geral na medida em que ultrapassa um determinado valor de referência. Ela pode ser indicativa antes mesmo que os incômodos comecem a afetar os homens, que acabam ficando com maior frequência da micção de menor volume e força. Outra estimativa da sua dimensão pode ser fornecida pela Ultrassonografia da Próstata, que mesmo adequada, não é suficientemente precisa. O seu diagnóstico mais correto só pode ser feito por um toque retal que é feito pelo médico urologista competente, que constrange alguns homens, por serem feitos pelos ânus para chegar à próstata com dedos sensíveis. O Dr. Luiz Akira Sakano informa que o toque permite, pela consistência da próstata, constatar se ela só aumentou de dimensão ou está também com um tumor, que pode ser cancerígeno. No último caso, o tratamento será mais radical, ainda que hoje a grande maioria seja curável, eventualmente com o auxílio da quimioterapia e radioterapia.
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