11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no China Daily, aumento de 21% nos estudantes chineses nos Estados Unidos, outros asiáticos
Um artigo escrito por Chen Weihua foi publicado no China Daily, na sua edição voltada para os Estados Unidos, com base nos dados fornecidos pelo relatório 2013 Open Doors Report on International Educational Exchange, publicado pelo IIE – Institute of International Education. Segundo as estatísticas deste relatório, os estudantes chineses aumentaram 21,4% nos Estados Unidos durante o ano acadêmico 2012/2013, enquanto os indianos e os coreanos do sul, que eram os segundo e terceiro, declinaram. Os chineses chegaram a 233.597, representando 28,7% de todos os estrangeiros que estudam nos Estados Unidos nos mais variados níveis. Esta verdadeira invasão não ocorre somente com os estudantes, como também com executivos, turistas e imigrantes, mostrando que os chineses continuam altamente interessados nos Estados Unidos, apesar dos potenciais problemas políticos.
O salto mais expressivo ocorreu entre os estudantes universitários chamados undergraduate, que representam agora 39,8% do total, enquanto os 43,9% são graduates, ou seja, estão efetuando cursos de mestrado ou doutorado. O restante são estudantes chamados Optional Practical Training, que costumam ser de um ano. Outros países como o Brasil e a Arábia Saudita estão aumentando seus estudantes, mas ainda são pouco expressivos quando comparados aos asiáticos. A China, a Índia e a Coreia do Sul contam com 49 por cento de todos os estrangeiros estudando nos Estados Unidos.
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11 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: o problema da poluição, pesquisa publicada no China Daily, preferência por Xangai
Xangai sempre foi uma das cidades mais internacionais da China, tendo havido um período antes da Segunda Guerra Mundial onde os ingleses, os franceses e os japoneses contavam com concessões, verdadeiros bairros que eram considerados como áreas extraterritoriais, como se fossem embaixadas ou consulados. Sempre foi estratégica para os que desejavam se relacionar comercialmente com aquele país, pois o porto de Xangai é dos mais privilegiados, facilitando o intercâmbio com o exterior. Suas construções deixaram marcas que perduram até hoje, reconstruída em algumas partes. Sempre foi uma metrópole internacional, um importante centro comercial e financeiro.
Hoje, os estrangeiros que necessitam morar na China preferem Xangai por estar no litoral e sujeito a menos poluição do que Beijing, a capital, quando existem períodos críticos quando o ar se torna praticamente irrespirável, ainda que estejam sendo tomadas medidas para a sua redução. A China continua sendo a maior lançadora de CO2 do mundo, e muita da energia utilizada tem como fontes o carvão mineral e o petróleo, notadamente na indústria que tenta se tornar mais limpa, mas que demandará um vigoroso programa por décadas.
Xangai é uma das cidades da China preferidas por estrangeiros
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10 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo de Zhang Monan no Project Syndicate, benefícios para o mercado interno chinês, competitividade internacional, indústria de alto padrão tecnológico inserido na economia global
Um artigo espetacular e esclarecedor da conhecida Zhang Monan, que é fellow do China Information Center, do China Foundation for International Studies e pesquisadora do China Macroeconomic Research Platform, foi publicado no Project Syndicate. Informa o papel da nova Zona de Livre Comércio que está sendo instalada em Xangai, um dos centros mais avançados da China e onde já se contava com 393 MNCs – Multinational Corporations em setembro de 2012. Esta é uma medida que antecipa as reformas que estão sendo decididas na China, de forma que sua economia continue crescendo conectada com o exterior, mas com a visão no dinamismo do mercado interno.
O que impressiona na emergente economia chinesa é sua capacidade pragmática para pensar a longo prazo, criando mecanismos ousados para consolidar as condições para absorver conhecimentos externos para melhorar a produtividade de toda a economia, que deixa de contar com recursos humanos baratos para dispor de tecnologias avançadas para continuar competitiva no mundo, que não vem apresentando o dinamismo que seria desejável. Promove-se uma abertura para investimentos, comércio e finanças, procurando a sua inserção numa cadeia de valor global, promovendo mais uma rodada de liberalização. Acaba provocando uma inveja no países emergentes como o Brasil, que passam por dificuldades semelhantes.
Zhang Monan
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9 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as considerações pragmáticas, frequentes discussões sobre o Banco Central, problemas de política econômica
Muito papel e tempo são gastos na discussão sobre as conveniências de independência ou autonomia do Banco Central, que não se restringe ao caso brasileiro. Um artigo sobre o assunto foi publicado no suplemento Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico. Parece que existe uma apreciável maioria sobre a eficácia da política econômica quando existe um mínimo de coordenação sobre os instrumentos disponíveis para as autoridades, onde há um destaque para a política fiscal e monetária, mas que podem envolver outras como a salarial, industrial, de comércio exterior etc. Para tanto, os que representam o governo eleito democraticamente cabe a responsabilidade pelos resultados, e não seriam os aprovados indiretamente, com mandatos fixos, que poderiam se sobrepor à vontade popular, ainda que algumas pessoas achem que tecnocraticamente poderia se impor restrições ao poder Executivo. Se esta lógica for aceita, a discussão seria acadêmica ou política, e não da eficácia econômica.
Existem as mais variadas situações para as autoridades monetárias no mundo, e os analistas que não possuem experiências executivas tendem a imaginar que o mandato para os dirigentes do Banco Central seja somente a meta inflacionária, estabelecida por alguma autoridade. No Brasil, esta é estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, hoje constituído por uma ficção, pois se restringe ao Ministro da Fazenda que é o seu Presidente, Ministro Chefe da Secretaria de Planejamento da Presidência da República, e ao Presidente do Banco Central, que é o seu Secretário Executivo. Os que são realistas admitem que tal Conselho não existe na realidade, havendo no máximo uma troca de ideias gerais entre estes poucos membros.
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8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: entrevista do Dalai Lama para o Financial Times, o problema da ocupação do Tibet pela China, preservação da cultura dos tibetanos
O Dalai Lama, reconhecido como o grande líder do Budismo Tibetano no mundo, talvez um dos mais influentes pensadores atuais, Prêmio Nobel da Paz, concedeu uma longa entrevista a Amy Kazmin, correspondente para o Sul da Ásia do Financial Times, em sua residência no exílio em Larrive em Dharamsala, na Índia. A entrevista foi divulgada na sua íntegra em inglês no Financial Times Magazine. Ele mostrou um grande pragmatismo com relação ao atual problema do Tibet com a China, entendendo que existe uma grande possibilidade de convivência, respeitando uma autonomia limitada e cultural do povo tibetano, talvez algo como o que existe hoje em Hong-Kong. Ele vê os atuais líderes chineses na sua evolução histórica desde Mao e Deng até os mais recentes, alimentando esperanças de uma razoável convivência. Todos sabem que os chineses não vão permitir a independência do Tibet, pois fica próximo do Himalaia e de suas geleiras nascem as águas vitais para os poucos rios que abastecem a China e muitos países do Sudeste Asiático.
Dalai Lama vem percorrendo o mundo todo para estabelecer relações com os líderes, bem como divulgar a atitude de não violência que foi incorporada na cultura tibetana. Sua residência atrai populações de todo o mundo, reconhecendo o poder das ideias, sem que haja uma conotação restrita ao aspecto religioso. Ele vem adotando uma posição ecumênica, respeitando todas as religiões, dando até a sua contribuição para o avanço científico dos conhecimentos como os relacionados com os mais atualizados aspectos de neurologia. Ele costuma reunir os mais respeitados especialistas de todo mundo para promover encontros regulares, visando entender a força das ideias até nos comportamentos diários dos seres humanos, com repercussões nos assuntos relacionados com a saúde.
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8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: financiamentos chineses com pagamentos em exportações brasileiras, importância num momento crucial da economia mundial, investimentos chineses no Brasil, o encontro do Vice-Presidente Michel Temer com o Presidente Xi Jinping
A imprensa mundial não está dando a devida importância para uma nova aliança Sino-Brasileira que está se consolidando cada vez mais. Tanto o Brasil como a China, duas importantes economias emergentes, encontram-se bastante isoladas dos entendimentos internacionais que se consolidam mundo afora. Nada mais natural que ambos procurem intensificar seus intercâmbios visando vantagens recíprocas que são relevantes, utilizando os setores onde possuem e estão mais avançados. Quando da visita da presidente Dilma Rousseff à China, em abril de 2011, foram estabelecidos importantes acordos, que continuam se desdobrando posteriormente, com entendimentos objetivos e concretos em 2013.
A China vem intensificando a participação na exploração brasileira de petróleo, utilizando suas reservas externas que são as maiores do mundo, principalmente num dólar que está se desvalorizando. Os montantes que não passam despercebidos, ainda que não destacado pela imprensa mundial, estão sendo investidos no Brasil. O Brasil tem um elevado potencial de exploração do petróleo, e a China necessita desta fonte de energia assegurada. Também a China demanda muitas produções agropecuárias para a alimentação de sua gigantesca população, e o Brasil vem aumentando a sua produção competitiva no mundo. Nada mais natural que ambos os países procurem todas as oportunidades para fortalecer entendimentos de interesse mútuo, como nesta recente visita do vice-presidente Michel Temer à China.
Michel Temer com empresários chineses e o presidente Xi Jinping
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8 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a posição do IEDI, artigo de Pedro Luiz Passos, propostas que poderiam ser feitas, um posicionamento mais ousado
O IEDI – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial é um organismo sustentado pelos recursos dos seus membros que são empresas industriais, diferindo das entidades sindicais como a FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e da CNI – Confederação Nacional das Indústrias, que representam a indústria, mas vivem dos impostos sindicais patronais. Estas entidades são responsáveis também pela administração do SESI – Serviço Social da Indústria e do SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. Por isto, sua opinião da IEDI é mais representativa das indústrias. Como consta do artigo de seu presidente Pedro Luiz Passos, que também é conselheiro da Natura, publicado na Folha de S.Paulo, o IEDI publicou recentemente um documento relacionando as mudanças e as reformas necessárias para a volta do desenvolvimento industrial, considerado indispensável para sustentar o crescimento da economia brasileira. A íntegra do artigo pode ser obtida no: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/137886-ousadia-para-mudar-a-economia.shtml
Segundo o artigo, o desenvolvimento econômico e social do Brasil depende de melhorias significativas na educação e na infraestrutura, com ganhos no bem estar da população e elevação da produtividade industrial, para o que a parceria público-privada seria importante. O sistema tributário brasileiro necessita de reformas que o torne mais justo e menos complexo, havendo necessidade de elevação da eficiência do setor público. Deveria se adequar a legislação trabalhista às novas tendências do mercado.
Pedro Luiz Passos
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7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: diferenças com o Ocidente, esforços adicionais para aumento da democracia na China, natural aspiração dos que estão melhorando de padrão de vida, uso de mecanismos de comunicação social
Temos que entender que o conceito de democracia pode variar entre diversas culturas. No Ocidente, generalizou-se o conceito de democracia a partir das conquistas obtidas pela Revolução Francesa e Norte-Americana, esperando que todos nós sejamos iguais perante a Lei, possuindo com os votos universais os mesmos direitos políticos. No entanto, há que se admitir que existam poderosos econômica e politicamente, que possuem mais poder de influir nas organizações dos nossos governos. O Extremo Oriente, a influência do confucionismo foi profunda, e as sociedades são hierarquizadas por diversos fatores: os pais costumam ser mais influentes que os filhos, os professores mais valorizados que os alunos, os idoso mais que os jovens, não sendo, portanto, todos iguais, mas mesmo assim razoavelmente democráticos.
Na China, apesar de muitos entenderem que o poder está concentrado no Partido Comunista Chinês, existindo um regime autoritário que restringe os direitos individuais, há que se admitir que nem o presidente e o primeiro-ministro podem fazer tudo que desejam. Existe um poder distribuído pelos membros do Partido, e há um processo de descentralização que vai concedendo maior poder para as autoridades locais, muitos sendo eleitos pela população. Mas, na medida em que vai se elevando o padrão de vida material da população, parece natural que as aspirações por mais democracia aumentem, o que vem ocorrendo pelos meios mais criativos, em que pese às resistências de algumas autoridades.
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7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dados preocupantes, furação nas Filipinas, os dados sobre o Brasil, relatório da Organização Meteorológica Mundial
Os dados divulgados pela Organização Meteorológica Mundial, publicados no The Japan Times, com base nas notícias distribuídas pelas agências AFP-JIJI, informam que a quantidade de gases de efeito estufa na atmosfera da Terra bateu novo recorde em 2012, continuando com um aumento cada vez mais rápido. Segundo o secretário geral da organização, Michel Jarraud, isto está no novo relatório anual. O dióxido de carbono, o principal culpado do aquecimento global, chegou a 393,1 partes por milhão no ano passado, ou 141 por cento nos níveis pré-industriais, de 1750. As chances de limitar o aumento da temperatura global a 2 graus Celsius, que será discutido em Varsóvia na próxima semana, num evento da ONU – Nações Unidas, diminuiu sensivelmente.
No Brasil, o jornal Valor Econômico, num artigo elaborado por Daniela Chiaretti, utilizou as informações divulgadas pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases – SEEG, organizada por 35 institutos e organizações não governamentaism que vem debruçando sobre estes dados, o que é uma boa notícia. O Brasil seria o sétimo maior emissor, vindo depois da China que seria a primeira e os Estados Unidos que são a segunda. Mas o preocupante é que, apesar da redução das emissões provocadas pelos desmatamentos e queimadas, entre 1990 a 2012, as emissões brasileiras estão acima das médias mundiais, nos processos industriais, de energia e resíduos. Nas derrubadas das florestas, caiu 35%, mas no setor de energia, que inclui os transportes, subiram 126% no Brasil, enquanto a mundial foi de 37%. Nos processos industriais, aumentou 65%e nos resíduos, 64%.
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7 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: entendimento com o setor privado, entrevista de Delfim Netto para o Valor Econômico, Lei da Responsabilidade Fiscal, necessidade de manter o superávit fiscal, tempestade perfeita
Diante da reconhecida teimosia da presidente Dilma Rousseff, uma verdadeira campanha está se desenvolvendo para convencê-la de que o Brasil corre um grande risco, que poderá comprometer a sua reeleição, apesar dos fracos adversários que ela deverá enfrentar. A entrevista que Delfim Netto concedeu a Claudia Safatle, publicada no Valor Econômico, que pode ser lida na sua íntegra pelos assinantes no http://www.valor.com.br/brasil/3330794/governo-precisa-desmontar-ideia-de-que-e-contra-os-mercados-diz-delfim, onde se acrescenta aos recados que já foram enviados ontem por Joaquim Levy na entrevista publicada no mesmo jornal. Apesar do quadro não ser tão otimista como o governo gostaria, nem tão crítico como estão sendo apontado pela oposição, o resultado fiscal do governo é crucial para a possibilidade de reclassificação do Brasil pelas agências de rating, num momento em que a política monetária dos Estados Unidos deve ser mudada, terminando com o chamado easy monetary policy, elevando a taxa de juros no mercado internacional.
Os jornais estão inundados pelas informações sobre os elevados gastos do governo com programas sociais, que deverão continuar a crescer. As pressões dos governadores e prefeitos para permitir contrair novos empréstimos, com a revisão dos juros sobre a dívida com o governo federal, acabam eliminando as importantes restrições que foram conquistadas com a Lei da Responsabilidade Fiscal. O caso da Prefeitura de São Paulo é emblemático, pois atendendo os desejos do prefeito Fernando Haddad, as contas nacionais acabarão rompidas.
Professor Delfim Netto
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