4 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: contribuição de Herbert Bartz, demais condições, plantio direto para evitar a erosão, reconhecimento da Embrapa
Duas matérias publicadas na Folha de S.Paulo informam como o agricultor Herbert Bartz, que enfrentava os problemas relacionados com a erosão, acabou criando a técnica do plantio direto. Hoje, a Embrapa e a agricultura brasileira consagram a nova tecnologia que provou uma verdadeira revolução, permitindo que a história da agricultura fosse dividida em antes e depois desta inovação. Acaba sendo uma demonstração que as dificuldades enfrentadas acabam provocando inovações que podem se tornar revolucionárias, contribuindo para mudar a faceta de uma agricultura ampla como a brasileira.
Como é do conhecimento de muitos, existem solos no Brasil que são vulneráveis à erosão de forma acentuada, como no noroeste do Estado do Paraná. No depoimento de Herbert Bartz, fica claro que ele enfrentava estes problemas na região de Rolândia, e a cada forte chuva todos os trabalhos e investimentos efetuados, como o tratamento da terra, uso de sementes e fertilizantes, acabam perdidos. Procurando soluções, inclusive na Alemanha e na Inglaterra onde nada conseguiu, foi descobrir que o agricultor Harry Young já utilizava o plantio direto ha dez anos nos Estados Unidos. Quando trouxe a inovação para o Brasil, foi motivo até de riso, quando hoje esta técnica vem se comprovando praticamente em todo o território brasileiro como mais eficiente, inclusive do ponto de vista ecológico, além de proporcionar elevada produtividade.
Herbert Bartz: criador do plantio direto no País
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4 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as discussões ideológicas, avaliações de custo/benefício, correções que não agradam a todos, os muitos fatores emocionais, sempre difíceis opções energéticas do Brasil
Se existe um projeto no Brasil extremamente convertido é o da Usina de Belo Monte, que, apesar de muitas correções, continua gerando discussões intermináveis, internas e externas. O The Economist, mesmo tentando uma avaliação mais objetiva, enviando um jornalista para a área, admite que os seus danos foram minimizados, mas se trata de um projeto irreversível e considera os seus elevados custos para benefícios pequenos, acabando por sugerir que existiriam opções mais racionais no Brasil, como as solares, eólicas e decorrentes de biomassa, utilizando a cana de açúcar e todas as suas variadas possibilidades.
O artigo admite que o Brasil continue necessitando atualmente de mais 6.000 MW anuais e, apesar de contar com uma matriz energética diversificada e das menos poluentes do mundo, em quaisquer das opções necessitará continuar investindo muito na área energética. O seu potencial hidroelétrico estaria concentrado na Amazônia, longe das maiores áreas de consumo que se encontram no sudeste do país, cogitando-se ainda de muitos projetos de baixa capacidade de geração energética e longe das áreas urbanas e industriais do país.
Construção da Usina de Belo Monte em ritmo acelerado
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3 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigos dos jornalistas, depoimentos, entrevistas, falta de uma ideia força, opiniões variadas, pontos importantes apontados, suplemento especial do Valor Econômico
Como parte da comemoração do 13º aniversário do Valor Econômico, elaborou-se um Suplemento Especial sobre os Rumos da Economia, levantando o problema de por que o Brasil não cresce, com alguns artigos de conhecidos economistas brasileiros, entrevistas e alguns artigos de jornalistas. Resultou num conjunto de ideias, que devem ser levados seriamente em consideração, apontando variados aspectos, que não necessitam ser consensuais. O conjunto aparenta ser difícil de ser transformado num programa de governo, que teria que ser simples com uma ideia força fácil de ser transmitida para os eleitores, havendo muitas resistências que teriam que ser superadas e que não dependem somente do Brasil, mas também como evoluirá a economia mundial nos próximos anos, principalmente envolvendo os principais parceiros externos.
Naturalmente, muitos analistas se expressaram, dando ênfase em alguns aspectos que consideram estratégicos e que mereceriam mais atenções. O que parece comum entre a maioria é que há uma necessidade de se adicionar uma visão de longo prazo, com o estabelecimento de uma estratégia que, mesmo sem entrar em todos os detalhes, trace as linhas mestras da forma com que a economia brasileira se inserirá na economia mundial, tirando o melhor partido de suas condições disponíveis, efetuando muitas correções que foram apontadas. Há um reconhecimento que o desenvolvimento industrial é indispensável e que a desvalorização cambial torna-se conveniente dentre um elenco de outras medidas, ainda que não se precise a magnitude da mesma.
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2 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: as novas legislações sobre empregadas domésticas, o que pode se aprender com a Ásia, os problemas com as ajudas aos idosos | 2 Comentários »
Intensos debates estão sendo travados nos meios de comunicação social sobre as equiparações das pessoas que estão ajudando nos atendimentos dos idosos com os empregados domésticos, diante da nova legislação, ainda que haja muitos detalhes a serem estabelecidos por uma regulamentação pragmática. O debate parece estar se tornando mais emocional que técnico e seria interessante que o assunto fosse equacionado com as experiências acumuladas em outros países. O fato inevitável é que o número de idosos no Brasil que necessitam de alguma assistência, tanto de familiares, instituições especializadas como profissionais de diferentes níveis de qualificação, é crescente, ao mesmo tempo em que os recursos humanos disponíveis para tanto tendem a se tornar escassos. Há que se adaptarem tecnologias para tanto, que já estão sendo utilizadas por países que já enfrentam estes problemas há mais tempo.
Em muitos países, como os europeus, estão sendo intensificadas as técnicas para reduzir que muitos idosos se tornem dependentes das ajudas de terceiros. Na Áustria, por exemplo, observa-se a multiplicação de conjuntos habitacionais para idosos, casais ou individuais com todas as facilidades indispensáveis para eles continuarem com suas vidas, onde todos continuam contando com algumas responsabilidades como as culturais, esportivas, de lazeres, as legais etc., de forma a evitar que fiquem desocupados acelerando o processo de sua natural esclerose. Rampas evitando escadas, banheiros que evitam quedas, luzes que se ascendem automaticamente e muitas outras facilidades são comuns.
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2 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo sobre exigências chinesas sobre automóveis, mais econômicos e menos poluentes, metas para os próximos anos | 2 Comentários »
Todos sabem que a China enfrenta problemas de tráfego dos automóveis como os problemas de poluição, como o que acontece também em países como o Brasil. O jornal econômico japonês Nikkei informa que as autoridades daquele país adotaram exigências duras similares anos que se encontram no Japão, na Europa e nos Estados Unidos sobre estes aspectos. A versão chinesa assemelha-se aos dos Estados Unidos, que em 1975 apelaram para a melhora de 50% na eficiência no consumo de combustíveis dos automóveis para 2020 com relação aos níveis atuais, bem como a redução de 30% nas emissões de CO2, ou seja, dióxido de carbono.
A meta de eficiência no uso do combustível para as montadoras será elevada para uma média de 14,5 quilômetros por litro de gasolina em 2015, uma melhora de 10% a partir de 2012. A meta para 2020 é de 20 quilômetros, comparável ao dos países desenvolvidos. As metas de emissão de CO2 serão semelhantes às europeias. Os veículos novos que não atenderem estas exigências não poderão ser comercializados, o que até especialistas japoneses consideram exigências duras que poderão diminuir as possibilidades de produção até das montadoras japonesas naquele país.
Congestionamentos na China e em São Paulo: problemas de mobilidade e poluição do ar
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1 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atual temporada no Japão, diversas variedade em todo o mundo, muito apreciado no Oriente, origem chinesa (wistéria sinensis), vídeo admirável
Não sendo um especialista no assunto, o que posso registrar são somente as belezas das glicínias nesta época do ano no Japão. Como informa o seu nome científico que se imagina original (wistéria sinensis), tudo indica que seja originária da China, mas como recebem também nomes científicos variados em diversos países, tudo indica que houve adaptações e aperfeiçoamentos que lhes permitiram ganhar características locais, com cores que vão do branco até os lilás, em muitos tons e intensidades. Aparentam serem plantas que podem ser adaptadas, com preferência onde os climas apresentem fortes contrastes entre os dias frios e ensolarados.
O vídeo abaixo, que esperamos que todos possam apreciar consta do site divulgado no Japão, www.web-town.org/ com o qual mantemos um intenso intercâmbio. São cenas colhidas no chamado Parque Tennogawa (possivelmente Rio Imperial, dependendo do ideograma) e mostram que os japoneses preparam armações que favorecem o desenvolvimento ordenado destas trepadeiras, ficando com suas flores pendentes ainda que suspensas. Mas também são encontrados em outras formas, inclusive de bonsai, todas denotando que são cuidadosamente tratadas para poder apresentar-se com toda a sua beleza.
Estes tipos de glicínia também são encontrados no Brasil, notadamente nas regiões com alguma altitude, que proporciona um clima montanhoso, com frios intensos em algumas épocas, mas fortes insolações em outras. Quando devidamente tratadas, desenvolvem-se rapidamente, parecendo que se recomendam podas para que novos ramos tenham melhores condições de floradas intensas.
Parece que também são exigentes em nutrientes, pelo seu rápido desenvolvimento, recomendando-se suplementações adequadas. Como trepadeiras, se contarem com locais de apoio, acabam permitindo que suas flores acabem apresentando-se para baixo, onde contam com espaços adequados para a sua admiração.
Algumas tentativas mostram que as glicínias devem evitar sombras e precisam de tratos contínuos para poder se desenvolver adequadamente, proporcionando a cada estação uma beleza digna de ser apreciada, proporcionando satisfações a todos que sabem apreciar o belo, sabendo que por trás dele existem intensos trabalhos cuidadosos.
1 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a ampliação das licitações para participação do setor privado, aperfeiçoamentos que estão sendo introduzidos, os estrangulamentos existentes, suplemento especial sobre rodovias do Valor Econômico
Todos se mostram impressionados com a quantidade de notícias sobre os estrangulamentos observados na infraestrutura para atendimento da economia, notadamente no escoamento da grande safra agrícola deste ano. As reclamações sobre os aumentos dos custos dos escoamentos, rodovias precárias, longos congestionamentos forçam as autoridades a acelerarem as licitações para suas melhorias, muitas em parcerias com o setor privado, que se mostram sensíveis diante das demandas existentes. Muitos consideravam que os editais de concorrência não preenchiam as condições necessárias, e as novas correções parecem atender as principais reivindicações, ainda que nem todos se mostrem ainda satisfeitos.
Um suplemento especial sobre as rodovias foi divulgado pelo jornal Valor Econômico, setor da infraestrutura que todos consideram das mais cruciais. Ainda que muitos problemas ainda estejam colocados, observa-se que o DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes vem realizando reuniões com potenciais interessados nas licitações, anunciando o calendário até 2014. Em agosto de 2012 já foi realizado algo semelhante com a licitação de 42 obras do PAC – Plano de Aceleração do Crescimento, com 41 mil quilômetros sobre obras sob o regime de CREMA – Contratos de Restauração e Manutenção Rodoviária, mas bastou sete meses para a superação da meta.
Via Dutra, que já foi privatizada
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1 de maio de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: efeitos da Abeconomics, entusiasmo entre os consumidores japoneses, Financial Times escreve sobre o Japão atual, otimismo generalizado sobre o crescimento econômico
O jornal econômico londrino Financial Times de circulação internacional constata que a chamada Abeconomics, a nova política econômica do governo Shinzo Abe, está provocando um entusiasmo nos consumidores japoneses, principalmente entre os mais idosos. Eles se mostram dispostos a aumentar os seus consumos, meta perseguida pela política, que está provocando uma desvalorização do yen, elevação das cotações nas bolsas de valores, diante de uma recuperação da economia japonesa depois de duas décadas de estagnação. Os consumidores acreditam que o Japão volta a ser competitivo no mercado internacional, seus ativos financeiros estão melhorando seus rendimentos, e revelam uma disposição de aumentar os seus consumos, que devem estimar o mercado interno para as produções locais, ainda que com pequena elevação dos custos de importação.
As vendas dos grandes varejistas acusaram um crescimento de 2,4% depois de vinte anos. Os economistas locais estimam que a economia japonesa deva crescer cerca de 2,1% no trimestre, o que vem sendo compartilhado também pelas estimativas do governo. Depois de muito tempo, todos sentem que algo está sendo feito. Na realidade, o patrimônio das famílias já era expressivo, mas elas estavam conservadoras no consumo, o que se alterou radicalmente. Com a perspectiva de inflação, ao contrário da longa deflação, os consumos não serão mais postergados.
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30 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: amplo conhecimento humanístico, da neurociência e da antropologia, geografia e cultura, hipóteses irrealistas dos economistas, história, influências da psicologia, o homo economicus é uma espécie rara
Joan Robinson, consagrada economista inglesa já falecida, afirmava que tinha estudado economia para não ser enganada pelos economistas, que continuam exagerando nos seus conhecimentos. Na atual revista The Economist consta um importante artigo baseado nas contribuições de Daniel McFadden, Prêmio Nobel da Universidade da Califórnia, Berkeley, questionando o exagero do “homo economicus” que seria soberano nas decisões dos seus gostos, um olhar de aço na percepção dos riscos e sempre procurando a maximização da sua felicidade. Certamente, a teoria teria exagerado, pois dificilmente esta figura caricatural é encontrada na realidade, o que deveria levar a maior humildade da maioria dos economistas, cujos conhecimentos se baseiam em hipóteses não realistas.
Os antigos economistas tinham, na época que este segmento do conhecimento humano era conhecido como Economia Política, uma formação mais humanista, reconhecendo a importância da história, da geografia, da cultura, das ciências sociais e notadamente da política. A Europa ainda era o centro mundial dos conhecimentos acadêmicos, inclusive da economia. Depois da Segunda Grande Guerra, com a hegemonia norte-americana, o conhecimento tendeu a ser mais especializado, departamentalizado, e com o domínio de técnicas como a econometria, muitos modelos dos economistas passaram a ocupar os livros-textos cujas hipóteses nem eram profundamente discutidas. Abusos de toda ordem prevaleceram, e economistas se afastaram da dura realidade, muito mais complexa e cheia de limitações importantes.
Daniel McFadden
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29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: 2012, editado pela Tuttle, Hong Kong, o fabuloso livro de Daniel Tudor, uma ampla cobertura profunda da Coreia do Sul | 2 Comentários »
Confesso que sou um economista antiquado que enfrenta dificuldades com as atuais análises telegráficas e superficiais que se intensificaram com o uso da internet. Fico entusiasmado quando encontro um trabalho de fôlego como este livro “Korea – The Impossible Country”, do jornalista e escritor Daniel Tudor, Editora Tuttle, Hong Kong, elogiado por toda a imprensa internacional de peso. O autor é correspondente do The Economist na Coreia, além de colaborador regular do Newsweek Korea e outras publicações. Ele conta com uma sólida formação na Oxford University e Manchester University e elaborou um trabalho quase enciclopédico que não pode ser perdido por quem se interessa em compreender a Coreia, com todas as suas profundas raízes. A Coreia que provocou um milagre tornando-se uma economia desenvolvida e democrática, superando todas as suas limitações de um país impossível.
Os meus primeiros contatos com a Coreia foram em torno de 1963, quando ajudava o Advisory Committee on Technical Service do Conselho Mundial de Igrejas. Em colaboração com o Committee of Refugies das Nações Unidas, ajudamos a promover a primeira imigração dos coreanos para o Brasil, logo depois do armistício na guerra entre o Sul e o Norte, que ainda não terminou como sempre noticiado até recentemente. A Coreia estava arrasada, quase perdendo a sua identidade. Os contados seguintes foram em torno de 1985, quando supervisionava inclusive o escritório de Seul de uma trading brasileira com muitas viagens para aquele país. Eles foram renovados recentemente com a presença do embaixador Edmundo Fujita, meu amigo pessoal, como representante do Brasil naquele país.
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