29 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do brasileiro José Graziano da Silva da FAO, mudanças importantes nas orientações dos países membros, publicado no Project Syndicate
Como é do conhecimento geral, o atual Diretor Geral da FAO – Organização para Alimentação e Agricultura, unidade das Nações Unidas com sede em Roma, é o brasileiro José Graziano da Silva. Num artigo seu publicado no Project Syndicate, ele informa que uma importante orientação está sendo aperfeiçoada naquela entidade, desde dezembro último, com uma sutil alteração na redação dos objetivos. Até agora se perseguia a redução da fome, e agora se passou para erradicar a fome, a insegurança alimentar e desnutrição, processo que ainda deverá ser confirmado pela conferência da organização em junho deste ano, por todos os países membros.
Apesar da população mundial já ter atingido 7 bilhões de habitantes, nos últimos 12 anos perseguia-se a redução da fome pela metade até 2015. Conseguiu-se que em 1990-92 o percentual de pessoas famintas fosse reduzido de 23,2% para os atuais 14,9%, mas em números absolutos passou-se somente de 980 milhões, para 852 milhões, ou seja, mais de quatro vezes a população brasileira, segundo o autor.
O brasileiro José Graziano da Silva é diretor geral da FAO
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29 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: adaptações decorrentes do exterior, artigo no Valor Econômico, pesquisas, variedades de tomates disponíveis no Brasil | 2 Comentários »
Quem frequenta um grande mercado como o Ceagesp de São Paulo fica impressionado com a velocidade com que novas variedades de produtos estão sendo oferecidos aos consumidores, tanto de verduras, frutas, flores como de cebolas e tomates. Sempre existem novidades que não são conhecidas até pelos frequentadores habituais. Muitos produtores agrícolas estão se empenhando nestas inovações, com alguns apoios de instituições de pesquisa como a Embrapa, mas principalmente com os fornecedores internacionais de sementes.
A jornalista Janice Kiss publicou um artigo no Valor Econômico dando conta que uma variedade de tomate conhecida como Intense ganha à preferência dos consumidores, enquadrada na classe gourmet onde predominam as pequenas do tamanho de uma uva, apesar do seu tamanho normal, que estão ampliando suas presenças nas lojas de varejo. Conta com o trabalho de agricultores como Edson Trebeschi que utiliza, para tanto, um vinil house, para ter um total controle das condições climáticas, inclusive da quantidade de água. Ele foi conhecer este novo produto na Alemanha, que já está sendo comercializada na Europa, Estados Unidos e Austrália.
O tomate e algumas de suas variedades
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28 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a cidade de Santa Maria, a tragédia que exige manifestações e providências concretas, mudança de cultura no país
Quem conhece Santa Maria, no Rio Grande do Sul, fica assombrado com as muitas falhas que provocaram este pavoroso desastre naquela cidade. O sacrifício de centenas de vidas jovens e preciosas exige de todos os brasileiros decisões concretas na totalidade do país para evitar a repetição de algo semelhante, que nos desclassifica como civilizados e atualizados. Santa Maria destaca-se como um centro universitário, tendo sofrido fortes influências positivas de muitas correntes de imigrantes de origem europeia. Sua população ordeira costuma acatar as recomendações que parecem mais sensatas em todas as atividades. Mas parece que sempre existem lamentáveis exceções.
Não é compreensível o funcionamento de qualquer estabelecimento sem os alvarás exigidos, sem plena validade nos seus prazos. As condições necessárias para o funcionamento de locais que podem receber grandes massas de frequentadores necessitam obedecer todas as normas de segurança, para qualquer eventualidade, e os disponíveis devem ser amplamente divulgados. Não se podem admitir materiais inflamáveis nas suas construções e instalações como é comum se observar em muitos lugares, e muito menos o uso de efeitos pirotécnicos.
Vista aérea de Santa Maria, no Rio Grande do Sul
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28 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dados de 2012 indicam que a Toyota superou a General Motors, diversos modelos em muitos países, notícias em diversos jornais internacionais, produções das controladas | 2 Comentários »
Segundo notícias publicadas em diversos jornais no mundo, inclusive a japonesa Nikkei e o site do Valor Econômico com base na agência Dow Jones, a Toyota e suas controladas teriam superadas as produções da General Motors e da Volkswagen em 2012, recuperando a posição que teria perdido em 2011. A Toyota teria totalizado 9,75 milhões de veículos de venda, com um aumento de 23%, enquanto a General Motors 9,29 milhões e a Volkswagen 9,07 milhões. A Nissan e a Honda também teriam vendas recordes, indicando que as japonesas superaram os problemas de abastecimento do Nordeste do Japão e da Tailândia, e apesar da crise mundial e os problemas de política internacional que enfrentam na China e na Coreia.
A Toyota inclui os dados da produção de minicarros da Daihatsu e os caminhões da Hino. O seu sucesso teria decorrido da boa aceitação do seu modelo híbrido Prius, dos sedans como o Camry e SUVs, além do luxuoso Lexus. A Nissan teria vendido mais 5,8% sobre o ano anterior, atingindo 4,94 milhões de unidades, e a Honda 3,82 milhões, com um aumento de 19%.
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28 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aperfeiçoamentos possíveis, legislação disponível, medidas preventivas disponíveis, o lamentável desastre de Santa Maria
O lamentável desastre que ocorreu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, com a perda de tantas vidas preciosas de jovens, nos obriga a refletir profundamente nas medidas adicionais preventivas que devem ser aperfeiçoadas no Brasil, além das já existentes. Todos os desastres decorrem da acumulação de muitos erros cometidos, que certamente foram múltiplos no lamentável caso, mas existem algumas providências que devem ser tomadas para evitar a repetição dos mesmos, acima de ficar repetindo as irregularidades ocorridas, que já não podem ser revertidas, infelizmente. É evidente que as punições dos responsáveis pelas falhas necessitam ser exemplares, para coibir o descumprimento futuro das normais já existentes, como as validades dos alvarás necessários, saídas suficientes de emergência e brigadas eficientes para as emergências como as já repetidas até nas salas de cinema, e que podem ser aperfeiçoadas, com exigências adicionais.
Quando o Brasil tentou exportar, no passado já distante, alguns materiais de construção para o Japão, a primeira exigência que se fazia era a comprovação de que eles não fossem inflamáveis. Como naquele país ocorrem muitos terremotos, eles acabam aumentando a possibilidade de incêndios, e as exigências já existentes eram rigorosas há muitas décadas. E algumas podem ser adaptadas para uso neste país, pois não é o primeiro incêndio que provoca tantas perdas de preciosas vidas, lamentavelmente.
Incêndio em boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Foto: Germano Roratto/Agência RBS
Os constantes terremotos exigem normas de construção mais seguras do que as que são adotadas atualmente no Brasil. Aprender um pouco com estas experiências de outros países parece uma coisa sensata.
Fica difícil compreender que plásticos inflamáveis sejam utilizados em locais de grandes aglomerações de pessoas, que incêndios possam ser provocados por faíscas utilizadas em alguns espetáculos com pirotecnia. Estes materiais e estes efeitos precisam ser terminantemente proibidos, pois até em locais abertos são extremamente controlados.
Qualquer incidente numa multidão pode provocar um pânico de difícil controle. Se até nos estádios esportivos existem delimitações em blocos dos espectadores, não se compreende porque estes tipos de medidas também não sejam adotados em qualquer aglomeração de qualquer tipo.
Ainda que as lotações de diversas salas de espetáculos sejam regulamentadas no Brasil, parece conveniente estabelecer uma margem maior de segurança, diante do elevado número de “convidados” que costumam ser admitidos pelos seus administradores.
Os especialistas poderiam fazer uma revisão das atuais exigências para a concessão dos alvarás, até com punições multiplicadas pelo número de eventuais vítimas, nos casos de seus descumprimentos, abrangendo até as suas faltas de atualizações.
Sempre as medidas preventivas parecem mais inteligentes do que as punições posteriores que costumam ser flexibilizadas, atingindo os proprietários das salas de espetáculos e não somente os funcionários responsáveis pelas suas operações.
27 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: câmbio, contribuição de Ronald McKinnon da Stanford, déficit fiscais e comerciais, juros
O conhecido professor emérito da Universidade de Stanford Ronald McKinnon publica um artigo no Project Syndicate dando sua posição no interminável debate sobre o atual desequilíbrio econômico mundial. Ele ensina no seu artigo que os atuais enfoques estão errados, tanto no suporte como na crítica, e para tanto elaborou o seu livro “The Unloved Dollar Standard: From Bretton Woods to the Rise of China”, que numa tradução livre poderia ser “O não amado padrão dólar: de Bretton Woods à ascensão da China”. As críticas que costumam ser feitas é que a taxa de juros do Fed – Banco Central dos Estados Unidos está baixa, com sua política favorecendo a expansão do crédito, tanto no país como em todo mundo inundado de dólares, com o aumento da dívida pública, o que faz com que o câmbio acabe valorizando as demais moedas (o que corresponde uma desvalorização do dólar), dificultando as exportações de muitos países, favorecendo as dos Estados Unidos. Apesar disto, o dólar continua como a principal reserva de valor, desde o término da Segunda Guerra Mundial e a realização da reunião de Bretton Woods, que criou o FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, para promover a recuperação da Europa e o Japão, destruídos durante o conflito, promovendo o chamado Plano Marshall.
Ronald McKinnon
A China, o Brasil e os países europeus reclamam da política norte-americana, que também já provocou no passado a valorização do yen, como no chamado Acordo de Plaza. Mas o professor Ronald McKinnon ressalta que o problema não está nos aspectos monetários nem cambiais, mas no déficit fiscal de muitos países como nos Estados Unidos, que vem atrapalhando a economia mundial, como já ocorreu no passado.
Ele apresenta um gráfico mostrando os períodos onde os produtos japoneses e depois os chineses inundam os Estados Unidos, que continuam não resolvidos pelas medidas de política econômica, segundo o autor.
Com tudo isto, infelizmente, todos continuam insatisfeito, e fazem o que entendem como mais favorável para o seu país, pois não conseguem diminuir os seus déficits fiscais, mais por questões políticas a que estão condicionados, como se vê tanto nos Estados Unidos, Europa como no Japão.
27 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a First Lady das Artes Plásticas Brasileiras, dificuldades para compreendê-la totalmente, exposições, muitas reportagens
Como neste ano de 2013 comemora-se os cem anos de vida da Tomie Ohtake, muito se escreverá sobre ela, inúmeros eventos serão realizados, variadas versões serão dadas sobre a sua personalidade e a sua contribuição, tanto para as artes plásticas brasileiras como para o exterior. Só no Instituto que leva o nome dela informa-se que estão programadas três exposições sobre seus trabalhos. Além do muito que já foi publicado, inclusive livros sobre ela e sua obra, dos críticos mais abalizados.
Mas, como uma boa japonesa que ela é, ainda que tenha vivido a maior parte de sua vida no Brasil, onde se consagrou como artista plástica, todos nós só teremos possibilidade de entendê-la em partes de suas muitas facetas, tão rica é a sua personalidade. Na Serafina, suplemento dominical da Folha de S.Paulo, está sendo apresentada uma entrevista, com visita à sua residência e ateliê, tentando dar uma visão panorâmica de Tomie Ohtake e sua obra, numa matéria elaborada por Cadão Volpato e fotos de Ludovic Carème, como que inaugurando esta maratona.
Tomie Ohtake: escultura na Avenida 23 de Maio e Vermelha, acrílica de 1985
Conheci Tomie Ohtake ainda na época do saudoso grupo Seibi, convivendo com nomes já mais conhecidos na época como Yoshiya Takaoka, Yuji Tamaki, Tomoo Handa, Manabu Mabe e Tikashi Fukushima, entre muitos outros, pois ela começou a pintar tardiamente, diferindo do usual entre os grandes artistas. Acompanhei a sua evolução para um abstrato diferenciado dos outros que tinham traços gesticulares mais claros, de origem na caligrafia oriental, chinesa e japonesa.
Sua obra sempre me deu a impressão de algo zen, decorrente de uma introspecção profunda, para se chegar a uma síntese de formas e cores, que sempre me pareceu mais universal. Onde está sua forte marca brasileira? Como nos impressionistas, os artistas de origem japonesa ficavam maravilhados com o Brasil pela força de suas cores que estava no ar, que não os inspiravam tanto como nas regiões de clima temperado. A luz é diferente, é o que afirmam muitos deles…
Sua popularidade decorre, na minha modesta opinião, não somente pela qualidade do seu trabalho, mas da simpatia no relacionamento com as pessoas, ainda que o seu forte seja o que consegue transmitir com sua arte. Evidentemente, falando em japonês ela é mais fluente.
Apesar de ser uma grande intelectual, Tomie Ohtake é simples, principalmente nos contatos com os que lhe são mais íntimos, que sabem que estão com ela pela simples amizade, sem os interesses e as badalações que sempre existem nas atividades artísticas, em qualquer lugar do mundo. Era comum, mesmo nas altas horas depois de um vernissage, ela perguntar aos amigos: “onde vamos agora?…”
Ela gosta de um simples e bom missogiru, se possível preparado por um missô caseiro, como continua sendo do seu cotidiano. Mas também lembro-me de uma viagem que fizemos para o Japão, onde ela apresentava seus trabalhos numa famosa, mas pequena instituição. Jantamos juntos com os seus filhos Ruy e Ricardo, num restaurante que ficava no alto de um edifício junto ao Parque Hibiya, em Tóquio. Ela se encantou com um tempura que vinha com uma escultura feita com algumas massas, como costuma ser apresentado no Japão.
Muitos artistas brasileiros ficaram conhecidos no exterior pelas divulgações com que contaram, com os patrocínios e as estratégias que escolheram. É o caso como do Manabu Mabe, que, além do Japão, contou com o reconhecimento a partir de Washington, com muitas de suas obras nos acervos de grandes museus internacionais, que parte substancial se perdeu num desastre aéreo.
Tomie Ohtake parece ser uma unanimidade no Brasil, ainda que não conte com esquemas semelhantes no nível internacional. Mas o título de First Lady das Artes Plásticas Brasileira é legitimamente dela, não se restringindo à pintura, como muitos monumentos espalhados pelo país. Vamos continuar a ter grandes alegrias durante o ano.
26 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no China Daily sobre o assunto, movimento dos restaurantes de Beijing, problema no Brasil
Um interessante artigo foi publicado por Cheng Yingqi no China Daily, um jornal oficial do governo chinês, sobre o movimento que está ocorrendo na China para evitar o desperdício de alimentos. Os funcionários dos restaurantes estão convidando os fregueses a levarem as sobras em recipientes ecológicos, para reduzir o desperdício. Cerca de 750 restaurantes de Beijing participam do movimento, recomendando que os fregueses só façam o pedido necessário para atender as necessidades de uma mesa. O tamanho das porções também está sendo reduzido à metade.
A estimativa feita pela Universidade Agrícola da China é que em 2007 e 2008 foram desperdiçadas 8 milhões de toneladas de proteínas e 3 milhões de toneladas de gorduras, o suficiente para alimentar cada ano 200 milhões de habitantes. Os chineses costumam tomar as refeições em grupos, não fazendo o pedido de um prato para cada pessoa, como costuma ocorrer em muitos países ocidentais.
Funcionários de um restaurante chinês incentivam os fregueses a cooperarem com a campanha. Foto: Xinhua
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26 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: abordagem biográfica, contradições da época, publicado no The Japan Times, resenha do livro Ásia para os Asiáticos | 2 Comentários »
Florian Coulmas, reconhecido como um profundo conhecedor do Japão e da Ásia, publicou no The Japan Times uma resenha do interessante livro “Asia for the Asians: China in the Lives of Five Meiji Japanese”, de Paula S.Harrell, publicado pela Mervin Asia em 2012. Como é do conhecimento geral, a Era Meiji caracteriza-se pela abertura do Japão para o Ocidente. Mas, segundo o articulista, esta absorção da tecnologia e cultura ocidental era para os japoneses uma defesa contra o potencial imperialismo dos Estados Unidos e países europeus. Os chineses confiavam na sua longa história e cultura como defesa, ainda que a dinastia Qing estivesse em evidente decadência. A surpreendente vitória militar japonesa sobre a China em 1895 teria aumentado o desdém dos japoneses pelos chineses da época. O livro se baseia na biografia de cinco japoneses da época, muito diferentes entre eles, que tinham interesses no desenvolvimento da China da época. Reflete também as contradições existentes neste período no Japão como na Ásia sobre a política de fortalecer suas relações, diante da ameaça Ocidental, problema que parece perdurar até hoje.
Segundo a resenha, a autora baseou-se na vida do príncipe Atsumaro Konoe, político influente na atual Gakushin University, na época Peers School, um forte defensor da política Ásia para os Asiáticos. Do pedagogo Unokichi Hattori, que criou uma instituição de ensino superior em Pequim e que testemunhou a revolta dos Boxers. Da professora Misako Kawahara que aceitou ensinar em Xangai, e passou depois para a Mongólia para incutir o tipo de ensino japonês naquele país ocupado. De Naniwa Kawashima, um aventureiro antiocidental que ascendeu a uma posição influente junto à burocracia Qing. E Nagao Ariga, professor da atual Universidade de Waseda, na época Senmon Gakko de Tóquio, que assessorou os chineses sobre a reforma constitucional.
Todos eram indivíduos talentosos que viveram uma época turbulenta, e a autora Paula S.Harrell consegue descrever o drama em evolução, com o Japão procurando consolidar-se como uma nação civilizada, travando guerras que achavam justas, contra a China e a Rússia.
O Japão, que tentava conter a influência ocidental, numa das contradições, acabou se juntando a elas para subjugar um levante antiocidental na China. Proclamando a solidariedade à China, fazia apologia ao separatismo da Manchúria. Abraçando as instituições de governança dos Ocidentais, procurava as orientações de Confúcio, ao mesmo tempo em que se envolvia em atrocidades.
Ao mesmo tempo em que os personagens escolhidos admiravam a cultura chinesa, levavam para lá seus conhecimentos técnicos, de educadores e diplomatas. Alegando o desejo da expansão do Estado de Direito, encarnavam a ambição japonesa de se tornar um global player, utilizando a força militar. O sucesso nos campos de batalha conduziu-os ao mesmo cinismo da natureza oportunista dos ocidentais.
Em 1911, segundo o autor da resenha, a cortina caiu sobre o período Meiji e a dinastia Qing. Enquanto o Japão tinha conseguido modernizar-se, a China ficou hesitante. O papel exercido pelos cinco personagens, apesar de suas boas intenções com a China, acabaram por ajudar no novo papel que o Japão exerceu na Ásia e no mundo.
Pelo visto, o mundo continua o mesmo, e a leitura deste livro pode ajudar na compreensão de muitos problemas atuais.
25 de janeiro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: importância do intercâmbio econômico, tentativa de superar as disputas de ilhas, Xi Jinping aproveitou a visita do líder do New Komeito
Aproveitando a visita do líder do New Komeito, Natsuo Yamaguchi, a Beijing, coligado com o LDP – Partido Liberal Democrático que comanda atualmente o governo japonês, o secretário-geral do PCC – Partido Comunista da China, Xi Jinping, transmitiu que deseja preservar as relações bilaterais, apesar das disputas sobre as ilhas denominadas Senkaku pelos japoneses e Diaoyu pelos chineses. A notícia consta tanto do jornal econômico japonês Nikkei, baseado numa nota distribuída pela agência Kyodo, como do jornal oficial da china China Daily, que é a versão inglesa do Xinhua da China, que inclui uma foto da entrevista.
Todos sabem que a China vem utilizando muito das tecnologias das empresas japonesas instaladas naquele país, bem como os produtos chineses abastecem muito do mercado varejista do Japão, inclusive os supermercados. O intercâmbio de bilateral vinha sendo prejudicado pela disputa das ilhas Senkaku/Diaoyu, criando um clima hostil, que a revista inglesa The Economist aventava até chegar a um conflito armado. Muitas empresas japonesas instaladas na China, como as automobilísticas, estavam sofrendo quedas nas suas vendas para os chineses, e o número de turistas chineses para o Japão tinha se reduzido de forma sensível.
Encontro de Natsuo Yamaguchi com Xi Jinping teve um clima amigável
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