21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: limitações para as medidas de estímulo, preocupações na China e outros lugares do mundo
Como um exemplo da preocupação generalizada no mundo sobre o desaquecimento que se observa em todas as economias, o site do Bloomberg informa que o premiê chinês Wen Jiabao prometeu concentrar os esforços do governo no estímulo ao crescimento naquele país. Ainda que a taxa de crescimento da China continue elevada em termos internacionais, houve um desaquecimento, e para a manutenção da sua estabilidade política e social é vital que a mantenham alta. Os problemas das pressões inflacionárias são considerados secundários, pois os das commodities importadas estão em queda, havendo necessidade de manter os salários em elevação para ampliar o seu mercado interno.
Estes tipos de colocações ocorrem na maioria dos países emergentes, inclusive na Índia e no Brasil. Mas, no caso da China, existe uma limitação que parte substancial do mercado financeiro depende das instituições não bancárias, e a redução da taxa de juros tem um efeito mais limitado. O câmbio na China, depois de uma valorização continua e gradual por longo tempo, também acusou algumas mudanças, para preservar suas exportações.
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21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: direções variadas, fluxos internacionais de estudantes, instalações de unidades nos países emergentes
Um interessante artigo dos jornalistas Ken Moriyasu e Satoshi Iwaki, do jornal econômico Nikkei, informa a diversificação dos fluxos de estudantes de pós-graduação no atual mundo globalizado. Até algumas décadas, notava-se o aumento de estudantes chineses nas prestigiosas universidades, principalmente as norte-americanas. Informa-se que em 2010 estimavam-se mais de 150 mil chineses e mais de 100 mil hindus nas universidades norte-americanas, representando cerca de um terço dos estrangeiros, gastando cerca de US$ 20 bilhões por ano. Mas com a crise depois de 2008, os subsídios e os levantamentos de recursos para bolsas e pesquisas sofreram reduções.
Hoje nota-se a intensificação de cursos de universidades estrangeiras na China e na Índia, notadamente, tanto para aproveitar as populações ascendentes destes países por estudos complementares, como de estrangeiros que pretendem fazer carreiras nestes países emergentes. O artigo informa que somente no mês passado instalaram-se na China unidades da Monash University da Austrália em Suzhou, província de Jiangsu, como da Queen’s University de Belfast, uma instituição de pesquisa britânica, com campus em Shenyang, província de Liaoning.
Prédio da Universidade de Pequim / Harvard Business School em Mumbai, India
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21 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: assuntos sérios com poesia, filme de Hirokazu Kore-eda, nuances da cultura japonesa
Alguns frequentadores de cinemas podem achar que o filme “O que mais desejo” (kiseki – milagre), do cineasta japonês já consagrado Horikazu Kore-eda, seja de uma poesia ingênua. Mas ele está agradando a muitos críticos e certamente ao público, mesmo aqueles que não têm a completa compreensão de todas as nuances da atual cultura japonesa que são captadas. O drama dos filhos de pais separados é universal, mas acaba ganhando conotações mais profundas numa sociedade como a japonesa, onde o divorcio é mais numeroso entre idosos aposentados, sendo raro que irmãos pequenos sejam separados.
O filme reflete uma realidade das crianças na região sul do Japão, na província tradicional de Kagoshima, onde vive o irmão mais velho que tem um tratamento específico “onisan” no idioma japonês, junto com a mãe e os avós, separado do irmão mais novo que vive com o pai em Fukuoka, uma província vizinha. Somente numa sociedade hierarquizada como a japonesa existe este tipo de tratamento respeitoso com relação a um simples irmão mais velho com uma palavra específica. Ele que sonha por juntar a família separada.
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18 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: comportamentos bipolarizados, moderações, nada extremado, os comentários dos analistas financeiros
Ouvindo, vendo ou lendo alguns comentaristas financeiros que opinam nos meios de comunicação social brasileiro, fica-se com a impressão que muitos deles poderiam ser considerados como pessoas que possuem comportamentos bipolares, alternando períodos de euforias excessivas e irreais com os depressivos profundos e exagerados. Até recentemente, criticavam as autoridades monetárias do Brasil pelos excessos de cautela reduzindo as taxas de juros, elas que tinham uma compreensão mais adequada das dimensões da crise mundial e do tempo de sua propagação, e agora prognosticam dificuldades sistêmicas com os problemas da Grécia, contaminando toda a Europa. Nem tanto o mar nem tanto a terra.
Todos os operadores dos mercados financeiros estão conscientes das dificuldades porque passam os gregos e alguns países da Europa já há algum tempo, e procuraram adotar políticas cautelosas, tendo “precificados” (como eles usam nas suas exóticas terminologias) os seus ativos financeiros, constituindo parte das reservas para enfrentarem situações desfavoráveis. As autoridades europeias vieram exigindo que as instituições financeiras se preocupassem com a sua solidez, preparando-se para os assistirem no que for necessário, para evitar riscos sistêmicos. Nada do que está acontecendo é uma novidade, inclusive as dificuldades eleitorais de quem estava no poder neste quadro econômico, e se as bolsas apresentam flutuações acentuadas nos últimos dias, tudo ocorre no mundo virtual, nada no mundo real das coisas concretas. Nenhuma casa ou edifício foi destruído, nem uma fábrica, os campos agrícolas continuam os mesmos, como todos os habitantes dos muitos países.
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17 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista de Masatoshi Ito da Ajinomoto, mudanças de posturas dos empresários japoneses
Reconhecendo que os principais grupos empresariais do Japão estão se tornando multinacionais, nota-se que os seus principais líderes intensificam a concessão de entrevistas para a imprensa internacional. Se o CEO da Hitachi, Hiroaki Nakanishi, falou com o jornalista do The Wall Street Journal, agora o da Ajinomoto, Masatoshi Ito, concedeu entrevista aos jornalistas Kana Inagaki e Hiroyuki Kachi do mesmo jornal, reproduzido pelo Valor Econômico. Como estes empresários não costumavam se manifestar nos meios internacionais de comunicação, com raras exceções como o Akio Morita que foi o presidente da Sony, parece ocorrer um reconhecimento que a maior parcela dos seus mercados já não está no Japão, mas no mercado mundial.
O artigo em questão informa que a Ajinomoto está buscando aquisições de empresas no mercado internacional, visando acelerar o processo de sua expansão. O grupo já atua no Brasil, tanto para a produção de matérias-primas para seus temperos como a colocação de alguns dos seus produtos cuja demanda está em crescimento. Tendo adquirido o controle de uma empresa japonesa que produzia macarrões com preparos instantâneos, com temperos orientais, notaram que no mercado brasileiro a sua demanda estava crescendo rapidamente. Isto decorria da disseminação dos hábitos de consumos de produtos da culinária japonesa, como ampliação de uma nova classe média local, bem como aumento do emprego de mulheres que se dedicavam no passado exclusivamente às lides domésticas.
Masatoshi Ito
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17 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Siva Yam e Paul Nash, surpreendente artigo no prestigioso The Diplomat
Necessitamos sempre refletir sobre o que precisamos executar como lição de casa do que recomendar aos terceiros o que devem fazer. Existe um ditado japonês que, numa tradução livre, poderia ser expresso como: não sou tão burro para ser chamado de professor. Tendo lecionado na Universidade de São Paulo, mas afastando-me para executar alguns projetos governamentais, preciso policiar-me para ter a humildade e abster-me de recomendar que outros façam isto ou aquilo. Precisamos compreender as limitações a que os outros estão sujeitos para executar o que pensamos seja recomendável.
Um artigo foi publicado pelos norte-americanos Siva Yam e Paul Nash, respeitáveis senhores com ricos currículos e treinados no relacionamento com a China. Ele está no consagrado site The Diplomat, com o título “How China’s Economy Must Change”. Siva Yam estudou no prestigioso Duke University e na Hong Kong Polytechnic, é presidente da Câmara de Comércio US-China, além de membro do FED de Chicago, e managing director do seu próprio banco de investimento. E Paul Nash é editor e analista do China Alert da mesma Câmara.
Siva Yam e Paul Nash
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16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: algumas lideranças destacadas, dificuldades na média, influencias culturais
Há um evidente contraste na Ásia: enquanto algumas mulheres conseguem galgar as posições máximas, mais que em outras regiões no mundo, na média das sociedades asiáticas elas continuam contando com restrições culturais para a sua ascensão. Aquelas que superam estes obstáculos acabam se destacando. Um artigo publicado por Vishakha N.Desai, Astrid S. Tuminez e Gerald Rolfe no Project Syndicate procura discutir estas questões complexas.
Os autores observam que as atenções mundiais se voltam hoje para a Ásia, principalmente a China e a Índia. As performances recentes de suas economias, a dimensão populacional, os desenvolvimentos tecnológicos e a vitalidade empresarial ajudam neste processo, que se espalha pelo Sudeste Asiático, ao mesmo tempo em que o Japão e a Coreia mantêm os níveis já conquistados. Mas, segundo o artigo, continuam se estimando que cerca de 1,3 milhão de meninas por ano não chegam ao nascimento, somente na China e na Índia.
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16 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo sobre a Hitachi no The Wall Street Journal, empresas japonesas procuram novos caminhos, sobre a Mitsubishi Heavy no Nikkei
No atual mundo econômico conturbado e sofrendo grandes mudanças, alguns exemplos de empresas japonesas procurando novas posturas estão sendo divulgados pela imprensa. Num artigo publicado por Daisuke Wakabayashi no The Wall Street Journal sobre os esforços do grupo Hitachi, que nos últimos quatro anos somaram prejuízos de US$ 12,5 bilhões, mostra o seu esforço para se tornar uma empresa multinacional sob a presidência de Hiroaki Nakanishi, cortando funcionários e unidades deficitárias, fugindo do tradicional padrão japonês. Algo semelhante acontece com outros grupos como a Fujitsu, Nintendo, Panasonic, Sony e Toshiba, cujos resultados continuam não satisfatórios.
O jornal econômico Nikkei anuncia que a Mitsubishi Heavy desenvolveu a maior planta de recuperação do CO2, dióxido de carbono, que consegue captar 3.000 toneladas deste gás por dia, multiplicando por seis a maior até agora existente para esta finalidade. Este desenvolvimento tecnológico visa atender grandes complexos industriais, como as produtoras de energia elétrica a partir do carvão mineral e indústrias produtoras de aço. Sem as mudanças substanciais deste tipo, não parece possível se ajustar às novas necessidades do atual mundo globalizado.
Hiroaki Nakanishi e a planta da Mitsubishi Heavy em Alabama
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15 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do presidente do BID, e presidente do ADB, globalização, Haruhiko Kuroda, Luis Alberto Moreno
Um artigo conjunto do presidente do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Luis Alberto Moreno, e do presidente do ADB – Asian Development Bank, Haruhiko Kuroda, foi publicado pelo jornal Valor Econômico. Eles mencionam que há cinco séculos as embarcações espanholas (deixaram de mencionar os portugueses) percorriam a América Latina e a Ásia, ligando parceiros comerciais. As relações das Índias Orientais e Índias Ocidentais eram sólidas, segundo os autores. Hoje, desde 2000 até 2011, o comércio entre as duas regiões cresceram anualmente a uma média de 20%, chegando a um montante de US$ 442 bilhões.
Também os fluxos de investimentos e financiamentos aumentaram significativamente, bem como 18 acordos de livre comércio foram firmados nos últimos 8 anos. Não mencionaram que o Brasil ficou atrasado neste processo, por tentar acordos mundiais como a rodada de Doha. Anunciam que foi publicado por ambos os bancos um relatório com o título “Construindo o futuro das relações entre América Latina, Caribe e Ásia”.
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15 de maio de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: análises mais acuradas, exageros nas flutuações voláteis, medidas tomadas, problemas dos dados
Folheando-se as notícias dos principais meios de comunicação econômica relevantes no mundo, nota-se a perplexidade que toma a conta de muitos pseudoanalistas. A abundância de informações “on time” proporcionados pela internet provocam uma espécie de poluição que acaba confundindo até os estudiosos mais experientes, acentuando a natural volatilidade dos mercados nos períodos de crise. A concorrência acirrada dos diversos veículos de informação, disputando as atenções dos agentes econômicos, faz com que os jornais sofram as desvantagens do tempo indispensável para serem impressos e atenderem os seus leitores. Muitos assuntos se tornaram descartáveis e as paranoias dominam muitos ávidos de informações atualizadas, muitas delas plantadas por interesses variados. E que acabam se invertendo no dia seguinte.
Jamil Anderline, do Financial Times, publicou um artigo, reproduzido pelo Valor Econômico, que começa refletindo uma expressão que teria sido utilizado por Li Keqiang no passado, que deverá substituir o premiê Wen Jiabao no próximo ano. Que os dados sobre o PIB chinês seriam “produzidos pelo homem” e, portanto, pouco confiáveis. Muitos chineses não se fiam demasiadamente nos seus dados estatísticos, que devem apresentar deficiências de elaboração superiores aos que são os da maioria dos países emergentes, inclusive os brasileiros. Muitos preferem utilizar “proxis” como o consumo de energia elétrica, dados de transportes ou empréstimos bancários para avaliarem a evolução do produto nacional. E tudo que se refere à China parece carregar admirações ou contrariedades, diante da performance impressionante de sua economia nas últimas décadas.
Li Keqiang
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