21 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: escalas intermediárias, fusos horários, problemas da duração, viagens para a Ásia
Ainda que seja um viajante internacional há cerca de 50 anos e tenha efetuado centenas de viagens do Brasil para a Ásia e vice-versa, por quase todas as rotas disponíveis: via Estados Unidos e suas muitas alternativas, via Europa pelas suas muitas cidades, via Moscou, via Índia, e só não o tenha feito via Austrália/Nova Zelândia/Chile, elas continuam demasiadamente longas. Apesar dos avanços tecnológicos, ainda é necessário fazer, no mínimo, uma escala intermediária, dispendendo-se mais de vinte horas de voo. Acrescentem-se os inconvenientes das mudanças de fusos horários que chegam a doze horas.
Já foi muito pior no passado, quando era necessário, no mínimo, três a quatro escalas intermediárias. Estas viagens exigem, ainda, uma quantidade apreciável de bagagens, pois as estações do ano são inversas nos dois hemisférios, o Norte e o Sul, podendo ser inverno num quando é verão noutro, exigindo roupas diferentes para os que não mantêm residências em ambos os lugares. Na minha atual idade, mesmo viajando em classe Executiva/Business, pois não é mais possível suportar a Turista para voos transoceânicos, mesmo que eles tenham melhorados em alguns confortos, nota-se que, na média, a qualidade dos serviços piorou nas diversas companhias aéreas que operam estas rotas, ou procuraram ser mais modestas visando reduzir os seus custos.
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19 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento recente das pianistas chinesas, destaque na Europa, entrevista da Mitsuko Uchida no Financial Times
Os artistas de música clássica são universais, ainda que tenham começado seus estudos nos países onde nasceram. O jornal de circulação internacional Financial Times destaca, num artigo escrito por Andrew Clark, a pianista japonesa Mitsuko Okada, que reside em Londres e se consagrou na Europa. Mas recentemente tem havido uma verdadeira avalanche de artistas chineses de música clássica, pois seus ouvidos parecem treinados para ouvirem variados tons desde a infância, como os que são usados nas comunicações até verbais na China.
A entrevista ocorreu num pequeno restaurante usado pelos artistas na movimentada Kensigton Church Street. Mitsuko Uchida já está com 62 anos, mas não aparenta. Ela nasceu em Atami, mudou-se para a Europa aos 12 anos acompanhando seus pais e estudou em Viena, para muitos a Capital da música clássica. Consagrou-se na Inglaterra onde recebeu o título de Dame Commander da Ordem do Império Britânico. A sua fama está associada aos vienenses, como Mozart, Beethoven, Schubert, mas também a Schumann, Debussy, Schoenberg.
A pianista Mitsuko Uchida em bela foto de Dan Porges
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17 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Força de Autodefesa do Japão, Noda na parada militar, uso da bandeira de guerra | 4 Comentários »
Eventos militares do Japão, mesmo que sejam paradas, sempre acabam provocando controvérsias. O jornal Japan Today publicou uma foto do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, passando em revista uma tropa da Força de Autodefesa do Japão, onde aparece o “hinomaru”, o pavilhão japonês utilizado em tempos de guerra. É o que vem acontecendo com maior frequência no Japão recentemente. Como todos sabem, depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, a Constituição japonesa renunciou à criação de uma força militar, restringindo-se somente à chamada Força de Autodefesa, bem como o uso e presença de armamento atômico.
Yoshihiko Noda passa a tropa da Força de Autodefesa em revista. Foto: Japan Today
Esta Constituição elaborada pelos japoneses durante o período de ocupação do Japão pelas tropas militares norte-americanas refletia o ambiente da ocasião, ainda sob forte impacto dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki. Ainda que possa se entender o espírito do Japão, para muitos é anormal que um país independente tenha que viver sob o “guarda-chuva” de uma potência estrangeira, no caso a dos Estados Unidos, que enfrentam crescentes dificuldades para manter a sua hegemonia mundial.
Sempre que um primeiro-ministro do Japão visita, por exemplo, o Templo Yasukuni, em Tóquio, existem fortes manifestações políticas contrárias na Ásia, principalmente na China, pois ali, além de outros heróis japoneses, estão sepultados os considerados como criminosos de guerra do Japão derrotado na Segunda Guerra Mundial.
Diante dos atos praticados pelo Japão durante a Guerra, inclusive para o estabelecimento do chamado Eixo da Prosperidade, existem ainda resquícios fortes de contrariedade em muitos países asiáticos. Ao mesmo tempo em que a direita japonesa, cada vez com menos força, continua manifestando a sua contrariedade à política externa que vem sendo adotada pelo país.
Entende-se que todo país que não tem condições de cuidar de sua defesa externa não é totalmente independente, mesmo que tudo seja relativo. Do ponto de vista lógico, esta independência necessita ser alimentar, energética, militar e política, sendo que mesmo os Estados Unidos atual depende do fornecimento energético do exterior, a China da complementação alimentar externa etc.
Mas os seres humanos vivem de símbolos que são importantes, principalmente quando se fala da soberania nacional. E eles são sensíveis do ponto de vista emocional, ainda que a convivência política entre os que pensam de forma diferente seja de todo conveniente, resolvendo-se as controvérsias pelos meios diplomáticos.
17 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atividades relacionadas à informática, ecologia, entrevista no Japan Today, Flavio Souza
Há alguns dias, permanece na página principal do site do jornal japonês Japan Today, editado em inglês, uma matéria sobre as atividades do brasileiro Flavio Souza, presidente do Fullciercle Innovations, escrito por Chris Betros. Segundo o autor, a empresa digital foi criada para desenvolver e promover inovações tecnológicas em prol de um planeta sustentável tendo dois sites, GreeITers.com e EcoAppsFree.com, que parecem estar ganhando a atenção da mídia.
A Fullciercle reúne profissionais e consumidores que pensam em ecologia no mundo digital, promovendo marcas e serviços sustentáveis. Flavio Souza, que vive há mais de 10 anos no Japão, com MBA obtido, conseguiu um emprego numa empresa de pesquisa de mercado até iniciar a operação de sua própria empresa.
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16 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista na Folha de S.Paulo, experiências administrativas japonesas, Murilo Ferreira, Vale | 2 Comentários »
Todos sabem que os sistemas de administração desenvolvidos no Japão ganharam espaços em todo o mundo. Numa entrevista concedida pelo presidente da gigantesca Vale, uma das maiores mineradoras mundiais com origem no Brasil, Murilo Ferreira, à Folha de S.Paulo, para a jornalista Maria Cristina Frias, ele se declarou meio mineiro e meio japonês, o que pode surpreender a muitos. Qual seria o significado de tal qualificação?
É preciso lembrar que Murilo Ferreira começou a sua carreira profissional colaborando com a Albrás/Alnorte, um projeto da então estatal Companhia Vale do Rio Doce com as empresas de alumínio do Japão, que depois de privatizada passou a utilizar somente o nome de Vale, como é conhecida mundialmente. Esta empresa ganhou projeção internacional quando estabeleceu com as siderúrgicas japonesas um sofisticado sistema logístico que permitia que o minério brasileiro chegasse às empresas do Japão de forma competitiva, ainda que tivesse concorrentes como os australianos e indianos que tinham custos de transportes mais baixos.
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14 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: fonte inesgotável de inspirações, recuperação do prestígio da carne de porco gordurosa, rica gastronomia chinesa
Se existe algo que ainda não é bastante conhecido no Ocidente é a riqueza da gastronomia chinesa. A mais conhecida é a cantonesa, mas como a China é formada por diversas regiões com climas, etnias, culturas e outras condições diferenciadas, nada mais natural que contar com uma gastronomia extremamente rica, impossível de ser conhecida plenamente, mas que começa a influenciar as de todo o mundo. Fala-se de um livro de culinária contendo mais de 10.000 receitas. O China Daily de hoje traz um interessante artigo de Chloe Chen falando do Hongshaorou, o prato preferido dos chineses, segundo uma pesquisa efetuada pelo The Commercial Press.
Segundo a notícia, o Hongshaorou é um prato feito com camadas alternadas de carne gorda e magra suína, cozida num molho de soja, que deve derreter na boca. É um prato caseiro, com reluzente carne avermelhado e combina muito bem com o arroz. Dizem que teve origem na Dinastia Song (960-1279) na província de Hubei, e o seu inventor era o poeta Su Dongpo. Ele cortou a carne suína em cubos de 3 centímetros, deixando-a em água e vinho de cozinha, e a cozinhou por duas horas em fogo lento. Para comemorar o evento, o poeta escreveu algumas linhas: “aquecido em fogo lento com pouca água, suas melhores qualidades surgem quando se cozinha por uma perfeita quantidade de tempo”. Ou seja, o ponto de cozimento é fundamental, como na maioria dos pratos. Ele se tornou tão famoso que foi nomeado prefeito da cidade de Hangzhou, na província de Zhejiang.
13 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Japan Today, ele aprende com a experiência, robô que pensa | 2 Comentários »
O professor associado do Instituto de Tecnologia de Tóquio, Osamu Hasegawa, apresentou o primeiro robô no mundo que pensa, segundo o artigo publicado por Hiroshi Hiyama no jornal Japan Today de hoje. O Self-Organizing Network Incremental Neural (SOINN) é um algoritmo que permite o robô usar o seu conhecimento. Ele age como os seres humanos, apreendendo com a experiência e permite resolver problemas novos, parecendo ficção científica. O cientista está trabalhando para torná-lo capaz de executar tarefas para os quais não foi programado, e produzir bens que nunca viu antes.
O cientista concedeu uma entrevista à agência noticiosa AFP e o seu projeto examina o ambiente e coleta as informações que necessita para organizar as informações dadas, com um conjunto coerente de instruções. Dada uma ordem como “sirva água”, sem programas especiais para tanto, o robô atende às ordens. A máquina armazena informações que aprende para uso em tarefas futuras.
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13 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: alternativas mais custosas, artigo no Nikkei, uso do aço nos automóveis
Um artigo interessante foi publicado no jornal japonês Nikkei escrito por Ryohei Nakao diante das informações sobre o crescente uso de fibras de carbono, resinas e alumínio nos veículos, visando reduzir o uso de combustíveis. Mas os fabricantes de aços se mostram confiantes que seus produtos continuarão competitivos, tornando-os mais resistentes e leves. Estima-se que a redução de 30% no peso dos veículos melhore em 20% a eficiência no uso dos combustíveis, o que estimula a procura por novos materiais, segundo o artigo.
Não existe pânico na indústria siderúrgica, e seus representantes afirmam que o uso em massa de fibras de carbono nos veículos não é provável a curto prazo. Os preços do aço são um quarto do alumínio e um quinto das resinas. Ainda existe espaço para tornarem os aços especiais para veículos mais leves e resistentes com flexibilidade, como os que estão sendo desenvolvidos pela Nippon Steel e pela Kobe Steel, e a Nissan prevê o seu uso nos modelos de 2013.
Um grupo de 17 siderúrgicas afirma que o aço em estado de arte pode ser utilizado nos carros elétricos e é 35% mais leve que os de gasolina na mesma classe
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13 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: colecionadores, leilões de objetos de arte do Ocidente, objetos de arte chinesa
Um interessante artigo foi publicado por Kelly Crow no The Wall Street Journal considerando a influência da China no mercado de objetos de arte, tanto do Ocidente como do próprio País do Meio. Segundo estimativas feitas por especialistas da famosa casa de leilões Sotheby’s, os chineses estão gastando cerca de US$ 4 bilhões anuais em pinturas chinesas em todo o mundo, cifra que é superior ao que a Sotheby’s e a Christie’s, as duas mais conhecidas casas de leilões, venderam no ano passado de obras combinadas de impressionistas, modernas e contemporâneas.
Com o desenvolvimento econômico da China, os chineses se tornaram os mais importantes colecionadores do mundo atual, e eles estão prestigiando as obras produzidas na China, antiguidades como contemporâneas. O mercado mundial está se ajustando às preferências destes colecionadores, e objetos de arte da era Qing, como um vaso que está custando o mesmo preço que uma pintura de Van Gogh. Em breve, uma pintura com tinta chinesa ink vai acabar custando mais que um Picasso, segundo especialistas.
Vaso da Era Ming atinge valor recorde de US$ 22 milhões / Vaso de vinho da dinastia Shang foi vendido por US$ 3,330 mil. Foto: Imagens de Christie
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12 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: ajustamentos indispensáveis, China no mundo, vantagens e incômodos | 4 Comentários »
Muitos foram surpreendidos pelo aumento da presença da milenar e gigantesca China no mundo, principalmente nas últimas décadas. Além de se tornar o mais importante parceiro comercial de países como os Estados Unidos, o Japão e o Brasil, tanto pelas exportações como importações, transformou-se no maior supridor de recursos financeiros internacionais, até para atender continentes que passam por períodos difíceis como a Europa. Esta nova situação não é fácil de ser absorvida, pois vem acompanhada também do aumento de suas presenças política e militar, que sempre incomodam os que detinham até agora a hegemonia no cenário internacional, com destaque para os norte-americanos.
É uma situação singular, pois sempre existem os beneficiados e os prejudicados em todos os países como os relacionamentos com a China. Os que fornecem, com suas exportações, para este novo mercado que vem substituindo os que perderam dinamismo, como os Estados Unidos, a Europa e o Japão, podem se sentir aliviados, pois sem a demanda chinesa estariam numa situação complicada. Mas os que sofrem com as concorrências de produtos chineses, muitas vezes produzidos com a ajuda de empresas do seu próprio país que utilizam somente os recursos humanos baratos da China, se sentem incomodados. E quando este gigantesco dragão se movimenta militarmente para assegurar o suprimento de energia e matérias-primas que necessitam, mesmo com a incapacidade de fazer frente a estas manobras, as tensões se elevam de forma significativa, com os mais pessimistas prevendo uma inevitável confrontação, que seria catastrófica para todos.
Congresso Norte-americano e o Grande Salão do Povo
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