11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: convivência necessária, importância mundial, problemas no Pacífico, visita de autoridades militares
Com a ascensão militar chinesa e o aumento de sua importância econômica e política no mundo, todos se preocupam com a polarização que ocorreu com a Guerra Fria, tendo de um lado o bloco dos Estados Unidos e de outro a União Soviética e seus aliados. Os americanos, ainda que estejam reduzindo a sua importância em todo o mundo, continuam sendo a potência mais relevante e devem fazer os esforços para uma convivência adequada com os chineses, principalmente quando ocorrem atritos isolados no Pacífico e no Índico, mas mantendo suas pressões.
O jornal norte-americano The New York Times, de importância mundial, anunciou ontem, num artigo de Michael Wines, que o almirante Mike Mullen, Chairman do Joint Chiefs of Staff, organismo que reúne os comandantes das forças terrestres, aéreas e marítimas dos Estados Unidos, o militar de maior importância no país, visitará a China e suas instalações militares, como fez recentemente o General Chen Bingde, seu correspondente no Exército de Libertação da China.
Almirante Mike Mullen e o general Chen Bingde,
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11 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: adaptações, automóveis menores, consumos contidos, economias nas alimentações, utilização de ar condicionado
Procura-se economizar o consumo de energia elétrica em todo o mundo, não só no Japão, o que acaba afetando a produção, introduzindo novos hábitos nos consumidores. Os japoneses, informam os noticiários, já consomem automóveis de menor porte, como o Fit, da Honda, que ultrapassou a venda do Corolla, da Toyota, além de todos os inconvenientes provocados pelo racionamento no uso da energia, em que todos estão colaborando, mesmo com sacrifícios. Também na Europa, ainda que os aparelhos de ar condicionado sejam utilizados, estabelecem-se limites para a redução da temperatura, e mesmo em locais de luxo sente-se calor. As demandas de bicicletas, motos e pequenos carros de todas as procedências aumentam substancialmente. Os restaurantes, até de luxo, introduzem “pacotes” para a escolha de uma entrada, um prato principal e uma sobremesa, com preços mais baixos que os brasileiros, em parte como decorrência do câmbio. Somente os turistas chineses e brasileiros continuam comprando produtos com grifes, cuja bolha deve se esgotar.
Trânsito em Roma e em Paris: carros pequenos nas ruas
Turistas brasileiros e chineses na Europa
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6 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: mercado promissor, nova tecnologia, titânio
O jornal econômico japonês Nikkei noticiou que a Nippon Steel, numa colaboração com a Toho Titanium, desenvolveu uma nova tecnologia que encurta o prazo para a produção de chapas de titânio em cerca de 20%. Os especialistas sabem que estes titânios estão com seus consumos em crescimento, dada a facilidade de produção de muitas peças, até as de grande porte, que são utilizadas na indústria aeronáutica, substituindo grande número de outras, reduzindo os custos de produtos de alta tecnologia. São produtos leves e resistentes, devendo ser utilizados num grande número de outros produtos.
O artigo do Nikkei destaca a sua utilização em componentes de automóveis e nas usinas de dessalinização de águas marítimas para os tornarem consumíveis pela população, onde ela é escassa. O novo processo, segundo os produtores, economiza uma fase da produção, pois permite a sua utilização direta na produção de peças.
A nova tecnologia pula etapas da produção de placas de titânio.
Ainda que nem todas as possibilidades de utilização possam estar claras, estes produtos são estratégicos para as explorações em altas profundidades, no mar, em projetos como o do pré-sal ou para a exploração das reservas de metais raros no Pacífico localizado pelos japoneses.
O fato concreto é que estas descobertas tecnológicas se somam a muitas outras que vão tornando muitas indústrias competitivas, com novos materiais empregados na produção de componentes importantes para diversos setores industriais. Os desafios que estão se apresentando com novos projetos em condições de atuação adversa, como no caso do pré-sal e dos metais raros, indicam que o conjunto de desenvolvimentos tecnológicos vai tornando estas atividades mais viáveis, contribuindo para resolver problemas complexos.
6 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: a volta do arroz em embalagens semelhantes, grandes possibilidades, o sucesso do macarrão instantâneo
Todos que acompanham as tendências mundiais do fast food no mundo notam que os aperfeiçoamentos dos macarrões instantâneos deixaram de ser consumidos somente pelos mais modestos, passando a ser servido até na primeira classe dos vôos internacionais de algumas companhias. A vida atual está exigindo soluções cada vez mais práticas, com todos contando, em algumas ocasiões, com falta de tempo para o preparo de uma refeição ligeira, mais rápida e prática.
O consumo mundial de alimentos desta natureza também está em expansão nas economias emergentes, com novos consumidores entrando neste mercado. Não se trata somente do McDonald’s, mas da multiplicação de muitos produtos, com qualidades cada vez mais aceitáveis, pois todos estão passando a se preocupar também com a saúde no prazo mais longo. O importante jornal Nikkei anuncia a volta dos pacotes de arroz semipreparados que, somente com a adição de água quente, fica pronto em um prazo curto e com sabores variados.
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6 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: alertas de todos os tipos sobre os problemas da China, colocações ideológicas, da inflação, dos empréstimos, dos investimentos
Nota-se uma infinidade de artigos nas revistas internacionais alertando sobre problemas na economia chinesa, que certamente existem como em todos os países emergentes e existiram nos atualmente desenvolvidos. Problemas relacionados aos investimentos, os financiamentos, os débitos públicos, as pressões inflacionárias etc. Acabam dando a impressão que a economia chinesa está na beira de uma crise, e aspectos que não foram alertados no comportamento da economia norte-americana e nas suas repercussões internacionais agora estão sendo levantados. Todos sabem que existem problemas, e o processo de desenvolvimento de um país emergente é a constante superação das mesmas, e na medida em que algumas sejam resolvidas outras novas aparecerão.
Não existe nenhuma economia no mundo que seja perfeita, e até agora os constantes desequilíbrios que se procuram corrigir são os que exigem a ação dos governantes daquele país, como sempre foi no passado. Quem imaginar que a China é diferente do resto do mundo pode estar enganado, e ela vai passar por todas as dificuldades dos emergentes que se tornaram desenvolvidos. É evidente que existem desequilíbrios, mas o que parece adequado analisar é se seus dirigentes estão corrigindo os possíveis, dentro dos seus constrangimentos. O que parece é que a China está incomodando muitos que perderam espaços para ela.
É evidente que existem problemas políticos como em qualquer país. As liberdades democráticas não são as desejáveis, como se as desigualdades econômicas em outros países não determinem maiores poderes para determinados grupos. Veja-se o poder do sistema financeiro internacional, que não permite uma regulação razoável dos fluxos financeiros exagerados, das especulações desenfreadas. Achar que a igualdade política existe nos países considerados mais liberais é uma ficção. Mesmo os problemas ecológicos, os de previdência social, de subsídios aos pobres, como a alguns setores menos eficientes da economia existem por toda a parte. Parece injusto atribuir somente à China.
Tudo indica que, mesmo com comando único, convivem dentro do Partido Comunista Chinês diversas facções, como nos diversos partidos nos países ocidentais considerados democráticos, mas há um pragmatismo chinês que vai aumentando a influência do mercado naquele país, até porque o controle estatal está se deteriorando, principalmente no nível local. Há um processo de descentralização dando maior importância às regiões menos desenvolvidas. Existem grupos que divergem do Partido, que são cada vez mais numerosos e importantes. É natural que o país tenda a ser mais democrático com o desenvolvimento.
Em muitos países está se admitindo que a ação governamental tente equilibrar o exagero do mercado, tanto pelos controles dos poderes de tendências monopolísticas como pela necessidade de ações indicativas para o setor privado, que sempre precisa também da proteção do Estado. O mercado só funciona se o governo garantir um mínimo de regras para todos, mas seria uma ingenuidade admitir-se que todos gozam dos mesmos privilégios.
Certamente, existem distorções na China e seria desejável que fossem corrigidas, assim como nos países que utilizam os mecanismos de mercado e possuem um sistema político considerado aberto. A China, com uma longa história e uma cultura respeitável, bem mais antiga e profunda que a existente no Ocidente, tem os seus problemas, mas quem não os tem também? Parece ser mais interessante ter uma atitude mais pragmática, aperfeiçoando o que for possível, em ambos os lados, sem um radicalismo ideológico que não ajuda a ninguém.
A China já vem reduzindo o seu ritmo de desenvolvimento, procura corrigir os seus problemas inflacionários, estimula o enxugamento das máquinas administrativas públicas, é obrigada a discutir internamente seus problemas. E com todas as suas dificuldades, vem crescendo bem acima da média mundial, continuando como locomotiva da economia internacional, substituindo outros que já passaram pelos seus momentos mais brilhantes. É possível que também ela, a China, venha a entrar em decadência, mas parece que não será para as nossas gerações, até porque até a revolução industrial era a que mais inovava em tecnologias em todo o mundo, como mostrou Joseph Needham, da Universidade de Cambridge. Um pouco mais de respeito com ela parece não fazer mal a ninguém, deixando de se concentrar somente nos problemas de prazo mais curto.
5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: artigo do Financial Times, o pioneiro brasileiro Carlos Ghosn, outros na linha da globalização | 8 Comentários »
O brasileiro nascido em Rondônia, Carlos Ghosn, tornou-se o principal executivo da Nissan e obteve grande sucesso na sua reestruturação, tanto que se acabou acumulando a presidência da Renault mundial de origem francesa. Poucos acreditavam que isto fosse possível, pois as empresas japonesas tinham uma cultura muito específica, e enfrentavam dificuldades na sua atuação no mundo globalizado. Mas Carlos Ghosn acabou provando a sua capacidade de incorporação de tudo o que os japoneses tinham de bom, acrescentando uma larga experiência internacional. Ele orgulha o Brasil e a comunidade internacional de executivos, pois acabou abrindo o mercado japonês para executivos estrangeiros no Japão, cujas empresas atuam cada vez mais com os olhos voltados para o mundo, não se restringindo somente ao mercado japonês, bem como seus sistemas de produção.
Carlos Ghosn, Sir Howard Stringer, Michael Woodford e Craig Nylor
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5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: antecipação, dificuldades são mães de inovações, possibilidade de grandes terremotos
Os cientistas japoneses da Agência Japonesa de Meteorologia, que é encarregada também das previsões antecipadas dos terremotos, estão desenvolvendo uma tecnologia que poderá antecipar com maior precisão, ainda experimentalmente, a ocorrência destes grandes acidentes naturais que afetam muitas localidades. As regiões onde as placas tectônicas se encontram, tanto no Japão, em Tokai, entre Shizuoka e Aiichi, onde vivem muitos brasileiros, como nos Estados Unidos, na região de São Francisco e Los Angeles, estão sujeitas a fortes terremotos. Estima-se que em Tokai, nos próximos oito a trinta anos, esta possibilidade está estimada em 87%, que é quase uma certeza. Esta notícia acaba de ser divulgada pelo importante jornal japonês Nikkei.
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5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: ainda não chegaram às atividades sofisticadas, aproveitando as liquidações, hordas de chineses pelo mundo
A notícia que os turistas chineses estão aproveitando as liquidações em París, Nova Iorque ou Londres está publicado no China Daily, que tem edições especiais para as Américas como para a Europa. Como no Hemisfério Norte as liquidações começam logo no início da temporada, os produtos voltados para o verão já estão em liquidação em todas as lojas, com os turistas chineses aproveitando tudo, inclusive nas lojas de grifes conhecidas. Superam o que os norte-americanos e os japoneses efetuaram nas décadas passadas, quando suas economias estavam melhores.
Como é natural neste início de ampliação dos conhecimentos do exterior, no primeiro momento procuram os produtos mais conhecidos na própria China. Mas como não dá para reconhecer os provenientes de diversas regiões, nota-se que mulheres elegantes, possivelmente de Hong-Kong, Cingapura e Taiwan, são confundidas com a massa de chineses mais modestos. A diferença é que, diferente dos japoneses, muitas famílias ou pequenos grupos fazem suas excursões, tanto pelas lojas e museus como em restaurantes.
Turistas chineses aproveitam as liguqidações no exterior. Foto: Nelson Ching / Bloomberg
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5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cuidados, reservas em águas internacionais, tecnologias para a extração, terras raras | 2 Comentários »
As notícias provenientes do Japão foram disseminadas rapidamente pelo mundo, pois as terras raras são minerais estratégicos cujas ofertas, no momento, estão concentradas em cerca de 90% nas produções chinesas, que restringem suas exportações e são utilizadas as altas tecnologias, principalmente voltadas para a microeletrônica. No entanto, os entendimentos para a sua exploração apresentam dificuldades de todas as ordens até se tornarem economicamente factíveis.
Os dados informam que os anúncios efetuados pelos técnicos japoneses, comandados pelo professor associado Yasuhiro Kato, da Universidade de Tokyo, numa pesquisa conjunta com uma agência governamental japonesa voltada para estes assuntos, foram transmitidos para a entidade britânica de credibilidade internacional, a Nature Geoscience. Os volumes potenciais são extremamente elevados, centenas de vezes maiores que as terrestres, mas devem exigir muitas pesquisas adicionais e tecnologias específicas, pois foram localizadas a grandes profundidades nas águas internacionais entre Havaí, dos Estados Unidos, e o Taiti, ainda dependente da França.
Terras raras localizadas no Japão
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4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: mesmo com as dificuldades, necessidade de melhoria da convivência
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, segundo notícias publicadas no jornal econômico Nikkei, encontrou-se nesta segunda-feira com o ministro Yang Jiechi, em Beijing, para tratar da melhoria da comunicação entre os dois países, a fim de evitar problemas de posição com relação à segurança regional no Extremo Oriente. Este site vem chamando a atenção para a necessidade imperiosa do Japão se entender com a China, evitando o agravamento de problemas entre estas duas potências no Extremo Oriente, até por falta de alternativas.
Além dos problemas que vem ocorrendo com acidentes com navios japoneses, disputas de ilhas por ambos os países, existem outras dificuldades maiores, como as relacionadas com a Coreia do Norte e Taiwan. Na medida em que se estabelecem mecanismos mais ágeis de comunicação entre os dois países, o agravamento das tensões pode ser evitado, resolvendo-os no seu nascedouro.
- Ministro japonês Takeaki Matsumoto durante encontro com o ministro chinês Yang Jiechi
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