2 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: de Inovação, fora dos padrões normais, suplementos de rumos da economia
Há muitos dias em que o jornal Valor Econômico surpreende seus leitores com suplementos de excepcionais qualidades, como na sua edição de hoje. Traz um especial tratando dos rumos da economia brasileira, com artigo da Claudia Safatle, “O santo ainda é de barro”, que trata do desafio para a presidente Dilma Rousseff combater a inflação sem destruir tudo o que foi feito nos últimos 15 anos no Brasil. O fluxo de capitais estrangeiros atraídos pelos elevados juros brasileiros continua elevado, mas as pressões inflacionárias exigem medidas de contenção do crédito onde os juros continuam sendo o principal instrumento, ainda que o superávit fiscal primário já esteja ajudando.
Num outro artigo, Marcos Nobre, professor de filosofia da Unicamp, aborda “Governo com pouca margem de manobra e ‘excesso de adesão’”; Michael Reid, do The Economist, trata da política externa com “O multilateralismo como base para ganhar influência”.
O artigo mais longo e profundo é de Antonio Delfim Netto, “Um voto de confiança”, analisando a política econômica do governo e seus fundamentos nos atuais conhecimentos, com a revisão da macroeconomia e os novos pensamentos, como o de Olivier Blanchard. O texto pode ser lido na íntegra, em PDF, por meio dos links :
https://www.asiacomentada.com.br/wp-content/uploads/2011/05/parte4.pdf
https://www.asiacomentada.com.br/wp-content/uploads/2011/05/parte5.pdf
Ainda traz “Os desafios que os jogos impõem ao país”, de Claudio Frischtak, Victor Chateaubriand e Felipe S.Katz; bem como uma ótima entrevista com Ricardo Paes de Barros, “Bolsa Família parte agora para a inserção produtiva”; além do artigo de Flavio Cunha, da Universidade da Pensilvânia, sobre “Políticas alternativas para maior oferta de trabalho qualificado”.
O suplemento “Especial de Inovação” também trazem artigos de grande importância, como a de Gleise de Castro, “Centros Avançados”; de Paulo Fortuna sobre “Empresas investem em solução para o mercado nacional”; de Jacilio Saraiva sobre os “Complexos vão estimular o registro de patentes” e “Pré-sal e ação do governo atraem a GE para o Rio”; de Marcelo Pinho sobre “Reforço de recursos se Finep virar banco”; e de Rosangela Capazoll sobre “Agora, a iniciativa de pedir pesquisas é da Petrobras”.
O que impressiona no conjunto destes e outros artigos do suplemento é que estão se formando organizações para enfrentar estes desafios, como a Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras – Anpei, Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores – Anprotec, Rede de Inovação para Competitividade da Indústria Naval e Offshore – Ricino. Além dos centros de pesquisas nacionais, empresas estrangeiras e nacionais consagradas já estão implantando os seus P&D, como a Schulumberger, Baker Hughes, FMC Technologies, Usiminas, Halliburton, Tenaris Confab e General Eletric com o seu Centro de Pesquisa Global (Global Research Center), Vale, Centro de Desenvolvimento de Software da TOTVS e MRS Logística entre outras.
Estes dois suplementos e suas imperdíveis informações mostram que realmente o Brasil passa por um particular momento de seu desenvolvimento, passando a cuidar de aspectos básicos indispensáveis para a sua sustentabilidade por um prazo longo.
2 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: circo renovado, intercâmbio internacional, livros históricos culturais, Sesc no fomento da cultura
O Sesc – Serviço Social do Comércio, na sua unidade de São Paulo, tem um setor específico que vem se destacando no fomento das atividades culturais, tendo o competente Danilo Santos de Miranda como diretor regional, estimulando iniciativas nacionais e intercâmbios internacionais. Dois exemplos recentes dão uma indicação da amplitude de suas atividades bem como o papel estimulador de patrocínios de empresas, dado o prestígio que conseguiu com a qualidade dos seus trabalhos.
Tendo uma editora própria, vem prestigiando livros de importância como o de autoria do Ricardo Ohtake e Carlos Dias. O primeiro é ex-secretário da Cultura do Estado de São Paulo e principal executivo do Instituto Tomie Ohtake e o segundo é um historiador e doutor pela Universidade de São Paulo. Trata-se do “Jardim da Luz, um museu a céu aberto”, que fornece um levantamento organizado de forma cronológica, com quase 150 registros iconográficos, produzido ao longo dos seus 200 anos, bem como outras documentações sobre este importante marco da cidade de São Paulo.
Ao mesmo tempo, Miranda prestigia iniciativas como o “Circo Roda”, que provoca uma inovação nas atividades circenses contemporâneas, agradando tanto as crianças como até intelectuais com o espetáculo “DNA – somos todos muito iguais”, que conta com o roteiro e a direção de Hugo Possolo, utilizando todos os recursos do circo tradicional, com palhaços, equilibristas, acrobatas, interação com o público, música e projeções visuais criativas. Estimula a reflexão sobre o sentido de nossas vidas, mostrando que além da racionalidade as emoções são relevantes, expressando a esperanças no desenvolvimento das ciências para atender os que sofrem de limitações.
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29 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: aumento da capacidade dos atuais aeroportos, novas cogitações com o setor privado | 8 Comentários »
No último dia 27 de abril, o governo brasileiro, por intermédio do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, na presença da presidente Dilma Rousseff, anunciou que está preparando editais para a ampliação da capacidade dos aeroportos de Cumbica, Brasília e Viracopos, inclusive com a participação do setor privado. A ideia seria incorporar novos terminais aos existentes com a máxima urgência possível, para atender as demandas adicionais decorrentes da Copa do Mundo e da Olimpíada, dadas as limitações atuais da Infraero. Outros aeroportos estariam sendo cogitados para também serem ampliados no futuro, como o Galeão e Confins, além da possibilidade de se autorizar aeroportos privados.
A Infraero foi criada para a finalidade de ampliar e operar os aeroportos brasileiros, mas parece que sua baixa eficiência ficou comprovada pelas inúmeras crises, entre outras razões pelas burocracias naturais dos serviços públicos, além das dificuldades de coordenação com outros órgãos envolvidos como a ANAC com o assunto, para citar os mais importantes.
(Aeroportos de Cumbica, Brasília e Viracopos: ampliações à vista
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29 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: admiração dos brasileiros pelos japoneses, comentários recebidos pelo site
Exemplos de comentários recebidos por este site indicam que muitos brasileiros têm uma profunda admiração pelos japoneses e confiam na reconstrução do Japão, chegando a expressar algumas contrariedades com artigos postados que apresentam observações que podem ser consideradas críticas.
Orozimbo Benevides escreveu às 17:28 em 28 de abril de 2011:
Caro escritor:
Em 2010, o Japão registrou 32.156 patentes, ficando em segundo lugar no ranking da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (atrás apenas dos EUA). Aliás, a Panasonic foi a empresa líder em registro de patentes. Aquele país tem, outrossim, um dos maiores orçamentos em tecnologia do planeta. Como é cediço, a cultura nipônica sempre valorizou a educação.
Acho, portanto, que o povo japonês tem totais condições para construir usinas mais seguras no futuro (eólica, solar etc.) e, também, continuar a desenvolver outros produtos competitivos (carros, computadores, televisões, robôs, motos etc.).
Agora, acho que cada país, cada povo, cada cultura tem suas próprias peculiaridades. Não é pelo fato do Brasil ter um povo mestiço que, obrigatoriamente, os japoneses devam se misturar com outras etnias. Não é pelo fato de gostarmos tanto de futebol que eles devem “abandonar” o “baseball”. Acho importante preservar a própria cultura, como eles fazem. Taiko, gueixas, sumô, xintoísmo, ikebana, origami, cerimônia do chá, vinho de arroz, caligrafia, kenjutsu, quimono, Kabuki, empresas arcaicas (Sudohonke, Toraya, Hoshi Ryokan, Kongo Gumi, Takenaka) etc, ou seja, muitas coisas foram e continuam sendo preservadas.
Se o Japão chegou onde está, ou seja, potência econômica e tecnológica, é pelo fato de ter extraordinárias qualidades. Defeitos todos temos, sejam norte-americanos, caboverdianos, australianos, alemães, brasileiros etc.
Aliás, aprecio muito a beleza delicada das japonesas. Mestiças são bonitas também, mas a “puras” são belíssimas.
Mariana Resende escreveu às 19:41 em 28 de abril de 2011:
Prof. Paulo Yokota:
É mister tomarmos cuidado ao se criticar o Japão, com a nossa visão ocidental de mundo. O oriental (coreano, chinês e japonês) tem, certamente, uma olhar que lhe é peculiar deste planeta.
Ao acompanhar a conduta dos nipônicos após o trio abalo sísmico, maremoto e crise nuclear, não tive dúvidas sobre a minha afirmativa anterior. A polidez, a delicadeza, a racionalidade e o respeito mútuo dos japoneses foram espetaculares.
Entendo que um país apaixonado por tecnologia e internet como o Japão e presente nos cinco continentes com suas multinacionais procura, sim, aprender com outros países e culturas. Até mesmo para adequar os seus produtos e serviços aos mercados consumidores alienígenas, há, por certo, um estudo pelos japoneses de outras nações.
Diga-se, de passagem, que muitos turistas nipônicos visitam, frequentemente, os EUA, o continente europeu, o Brasil, a África etc. Indubitavelmente, aprendem um pouco sobre costumes estrangeiros. Sei, inclusive, de professores de universidades do Japão realizando pesquisas em instituições de ensino superior no Brasil, na Europa e nos EUA e vice-versa.
A meu ver, os japoneses, atualmente, não são tão fechados assim. Li, hoje, no O Globo uma carta do primeiro-ministro japonês agradecendo-nos pela ajuda e solidariedade, o que é uma atitude de humildade e não de isolamento.
Lembre-se, igualmente, da ajuda humanitária que o Japão presta a paises do continente africano e outros que sofreram com catástrofes como o Haiti e a Indonésia. É ato de amizade, benevolência e não de isolacionismo.
E a cooperação tecnológica com o Brasil no tocante ao sistema de televisão digital? Há, também, algumas alianças entre japoneses e sul-coreanos em setores como siderurgia e exploração de petróleo. Existem artigos publicados em revistas importantes que foram elaborados, conjuntamente, entre japoneses e estadunidenses. Deveras, o Japão mudou muito nas derradeiras décadas.
Então, é necessário termos cuidado nas censuras aos japoneses.
Estes comentários extremamente elegantes devem confortar os japoneses, mesmo que não haja necessidade de concordância total com eles. Algumas ponderações foram enviadas, talvez sem a mesma elegância por falta de talento, como consta do site, mas a intenção desta postagem especial teve o intuito de homenagear seus autores.
28 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: mudanças que estão ocorrendo na economia, oportunidade da reconstrução, prioridade para os setores onde são fortes | 18 Comentários »
Todo o mundo fica impressionado com o ritmo de reconstrução do Japão, mas não se percebe qual a ideia-força que orienta as milhares de ações de reconstrução que estão sendo executadas, por falta de uma liderança de um estadista. A imperiosidade da reconstrução é uma oportunidade para tirar o Japão do marasmo em que se encontrava nas últimas décadas, e numa sociedade que não dispõe de uma forte classe política, a força do trabalho coletivo costuma estar fundamentada numa estratégia clara para todos que estão participando dela, sem necessidade de palpites de analistas estrangeiros. Mas é possível que de fora haja uma perspectiva que nem sempre é perceptível por aqueles que estão envolvidos diretamente com a emergência.
O mundo verifica que o Japão dispõe de uma engenharia de construção respeitável, pois os grandes edifícios resistiram aos fortes tremores que ocorrem numa sequência interminável. A reconstrução ocorre aceleradamente, pois os japoneses estão habituados a utilizar materiais pré-fabricados, mesmo na sua infraestrutura, havendo residências que podem ser montadas em poucos dias, principalmente para atender os seus desabrigados. O estoicismo e a capacidade de aglutinação dos japoneses são admirados.
A necessidade costuma ser a mãe das inovações e muitos alimentos práticos, que utilizam o mínimo de energia, estão com elevada demanda, a partir do oniguiri, o simples bolinho de arroz. Já estavam acostumados para macarrões instantâneos de boa qualidade, como todos os tipos de alimentos pré-preparados, baratos, que estão disponíveis nas muitas lojas de conveniência e que fazem parte do cotidiano japonês. Somente os estrangeiros é que pensam que os japoneses consumem sashimi e sushis todos os dias; o que eles mais consomem diariamente são os populares udons (macarrão ensopado), soba (macarrão sarraceno), raisucare (do inglês rice curry, um arroz com uma mistura de carnes e legumes com molho indiano), algumas vezes com um pouco de missogiru (sopa de soja fermentada) e um tsukemono (conserva de legumes levemente fermentado), que podem ser encontrados nas formas semielaboradas industrialmente.
O consumo de produtos de luxo, que denotam ostentação, está em baixa. As inovações tecnológicas eletrônicas demonstraram a sua utilidade numa emergência como a japonesa, mas também no apelo aos que eram considerados os mais humildes do mundo árabe. São twitters, facebook, ipod, ipad, tablets, muitos outros produtos e serviços que são quase descartáveis, de uso temporário, pois inovações são lançadas continuamente.
Parece que o mundo se tornou descartável. Roupas, alimentos, casas, eletrodomésticos, veículos e tudo que faz parte do nosso cotidiano parecem que se tornou de uso temporário, não só no Japão. Saíram de moda produtos de longa durabilidade, qualidade apurada e caros. Muitos dos novos produtos japoneses tinham estas características, que se acentuaram com as transformações por que passam.
Tudo isto está sendo disseminado mundo afora, de forma natural, pois os produtos japoneses possuem ainda uma boa imagem que precisa ser reforçada, pois está sendo arranhada. Pelas atuais dificuldades automobilísticas, perda de competitividade com outros asiáticos, e os problemas de suas velhas usinas nucleares e a incapacidade de equacionar rapidamente as dificuldades de radiações. O intercâmbio tecnológico com o exterior parecia baixo, mas agora estão sendo forçados a admitir a dos norte-americanos, franceses e outros estrangeiros. Um pouco de humildade sempre é interessante.
Certamente, isto e muito mais está sendo pensado intensamente pelos japoneses nos seus muitos think tanks, centros acadêmicos, ministérios, mas tudo parece demasiadamente burocratizado e lento para os olhos dos estrangeiros. Os jovens japoneses estão diante do desafio da reconstrução, não só interna, mas de sua posição no mundo. Todos esperam ter uma resposta à altura das tradições e história do Japão.
Eles estão mais preparados que seus antepassados para atuarem de forma integrada com o mundo globalizado. Dominam outros idiomas, conhecem outras formas de viver, e a duras penas estão aprendendo que não se pode continuar com a cultura de Galápagos. Ainda que vivam num arquipélago limitado em recursos naturais, sujeitos a muitos desastres, eles contam com recursos humanos que devem reconhecer não ser as mais respeitáveis do mundo. É preciso que voltem a se empenhar como quando eram pobres e precisavam conquistar mercados no exterior.
É imperativo acelerar a sua miscigenação com outras etnias e culturas, respeitando as qualidades de outros que são tão capazes como eles, e ainda estão dotados de maior capacidade de usufruir a alegria de viver. Os japoneses têm tudo para dar a sua contribuição, abandonando ideias obsoletas e ultrapassadas, que devem ser enterradas com as homenagens que devem aos seus desaparecidos.
27 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: alguns estimuladores, as respostas, comentários recebidos | 5 Comentários »
Recebemos um bom número de comentários sobre os artigos postados, e tomamos a liberdade de incluir abaixo dois destes exemplos dos mais estimuladores, bem como as respostas enviadas. Procuramos publicar todos os que não consideramos absurdos “spam” ou “lixos” que, lamentavelmente, os sites recebem em quantidade, e na medida do possível respondemos a todos.
Não podemos incluir a íntegra dos dois exemplos abaixo, pois nos comprometemos a não divulgar seus emails.
De Rosana,
Parabéns pelo site!
Considero um dos melhores blogs econômicos do Brasil, não somente pelas informações, mas também pelo conteúdo moral, sem agredir ninguém e procurando ser sempre positivo (é melhor deixar os comentários negativos para os sites políticos).
Não sei como você encontra tanto tempo para juntar tantas informações, resumir, postar e ainda responder. Existe colaboração de outras pessoas?
Para Rosana,
Muito obrigado pelos comentários. Somos uma pequena equipe de voluntários, eu com alguma experiência do Brasil e seu “fundão” (tive a oportunidade de conhecer toda a nossa fronteira internacional, do Uruguai até as Guianas, percorrer pelas pequenas cidades da Amazônia como do Nordeste, conheço bem o Centro-Oeste, tenho livros publicados sobre o Sul), bem como muitas viagens pelo exterior (trabalhei na Europa com base em Genéve (Suiça), nos Estados Unidos, principalmente em Washington, e em muitos países da Ásia – tive base no Japão e trabalhei na China onde visitei o interior do país como suas principais cidades, na Coreia, em Cingapura, na Malária e na Tailândia e visitei a Índia), principalmente a trabalho; Naomi Doy, também com experiência internacional, procura nos ajudar com assuntos culturais; Kazu Kurita é jornalista ajudando na revisão e na ilustração; Samuel Kinoshita com cursos internacionais na Europa e nos Estados Unidos ajuda na verificação de alguns jornais e revistas em inglês; e Decio Yokota e Fernando Sakon, com experiências internacionais, nos ajuda nos detalhes tecnológicos. Temos amigos espalhados pelo mundo, e estamos convencidos que regiões importantes no mundo, como a Ásia e a América do Sul, pouco se conhecem reciprocamente. Como os fusos horários não coincidem nestes continentes, temos a vantagem de poder trabalhar dia e noite. Sempre adotamos uma posição humanista, respeitando as convicções religiosas (sou ecumenista) como as políticas.
Tentamos, precariamente, estimular os interesses de todos, de forma superficial. Temos visitantes no site de todo o mundo.
De Paulo Ramos,
Estimado amigo:
Sem querer bajular, mas o seu site é espetacular! Visito quase que diariamente, a fim de obter informações CONFIÁVEIS sobre o Japão. Os seus artigos são imparciais e bem atualizados. Ademais, o senhor conhece REALMENTE a cultura japonesa, ao contrário de falsos "experts", que pipocaram na mídia, após as recentes catástrofes. Abraços e continue assim!
Para Paulo Ramos,
Muito obrigado pelos comentários e pelas visitas ao site.
Meu conhecimento sobre o Japão decorre de centenas de viagens àquele país, onde morei por algum tempo, utilizando como base para meus trabalhos na China, na Coreia e no restante da Ásia. Procuro utilizar fontes credenciadas, bem como informações de amigos que mantenho naquele país. Percorri muitas regiões do Japão e conseguí acumular uma experiência para comparar com outros lugares do mundo, como os Estados Unidos e a Europa, bem como alguns países emergentes onde atuei. Procuro ser isento, utilizando fontes de posições ideológicas diversas, para tentar ter uma posição mais equilibrada. Mas estamos sujeitos a erros, e recomendo utilizar outras fontes também.
Recebemos muitos outros com críticas, informações adicionais bem como outras observações, algumas solicitações de dados adicionais que estimulam os nossos trabalhos.
Parece que o mundo está reconhecendo a importância da Ásia que conta hoje com 60% da economia e da população mundial, ainda que tenhamos a consciência da importância cultural do Ocidente. A história da humanidade iniciou-se na África, passou pelo Oriente Médio e consolidou-se na Ásia, quando a Europa ainda se encontrava nos seus estágios iniciais de desenvolvimento. As Américas são recentes, mesmo considerando os incas e os astecas, e só recentemente viemos a saber que, muito antes de Vespúcio e Colombo, os chineses percorreram estas bandas, deixando suas marcas bem como mapas, da Antártica até o Ártico.
Parece útil, nestes períodos de grandes revisões, que muitos antes de Gutenberg já havia uma espécie de imprensa na Mesopotâmia (hoje Iraque). Que tudo isto nos leve a considerar mais os que são diferentes de nós.
Não canso de recomendar o melhor conhecimento que foi acumulado por Joseph Needham no Instituto que se mantém na Universidade de Cambridge, que entre outras coisas demonstram que a atual China que impressiona o mundo foi a que mais inovou em ciência e tecnologia ao longo de sua vasta história, e que contribuiu para o bem estar da humanidade.
26 de abril de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: Auld Lang Syne, Hotaru no Hikari, Sora Yori Takaku, The Japan Times, Valsa da Despedida | 2 Comentários »
“Adeus amor, eu vou partir, ouço ao longe um clarim;
Mas onde eu for irei sentir os teus passos junto a mim…
(Alberto Ribeiro e Carlos Alberto F. Braga)
Não há brasileiro que não conheça esta canção, Valsa da Despedida. Costumava-se tocar ou cantar ao fim de eventos, em bailes de debutantes e formaturas, em encontros de amigos. É melodia universal, como Happy Birthday ou Noite Feliz. A letra da canção e a motivação diferem, mas a melodia é conhecida no mundo inteiro. No Japão, Hotaru no Hikari (“À Luz de Vagalumes”), cantava-se em despedidas de formaturas de colégios e de universidades, e a letra em japonês remete à vida de duros estudos e boa camaradagem:
“Hotaru no hikari, mado no yuki,
Fumi yomu tsuki hi kasane tsutsu…”
Nos países de língua inglesa cantavam ao alvorecer do Ano Novo, como uma despedida às velhas reminiscências:
“Should old acquaintance be forgot and never be brought to mind?
Should old acquaintance be forgot and days of auld lang syne?…”
A versão inglesa é um poema escrito pelo escocês Robert Burns em 1788, ajustado para uma antiga e anônima melodia muito popular, Auld Lang Syne – mais ou menos como “Pelos Velhos Tempos”.
Coral dos pequenos da escola infantil Child School de Ninohe, Iwate
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25 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: dificuldades dos controles tradicionais, indícios na Coreia e na China, problemas inflacionários | 4 Comentários »
Muitos indícios mostram que algumas unanimidades alcançadas na Ásia estão apresentando dificuldades, que se procura contornar pelas formas mais variadas. Na Coreia, segundo notícias divulgadas pelo Financial Times, as chaebols, grandes conglomerados econômicos de base familiar que permitiram escala para o desenvolvimento do país, a fim de competir com grupos como os japoneses, começam a sofrer pressões para deixar espaços para as pequenas e médias empresas, estimuladas pelo governo. No passado, havia uma forte coordenação dos interesses destes grupos com os poderes constituídos, mas levantam-se novas aspirações que necessitam ser acomodadas, e o ex-primeiro-ministro Chung Un-chan comanda uma comissão criada para proteger as pequenas e médias empresas, reservando-lhes espaço para desenvolverem suas atividades nas indústrias alimentícias.
De forma similar, ainda que a economia chinesa seja controlada pelo Partido Comunista Chinês, que é único, a disseminação do processo inflacionário, mais amplo do que desejado pelas autoridades, acaba por provocar manifestações dos trabalhadores pelas melhorias de suas condições. Como as que ocorrem com muita frequência atualmente com os empregados nas fábricas das indústrias automobilísticas estrangeiras de Guangdong, motoristas de caminhões de Xangai ou trabalhadores rurais.
O ex-ministro coreano Chung Un-chan e o empresário chinês Liu Changle
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25 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: indicação do Web-Town, reportado por Terrie Loyd, visita diferenciada | 2 Comentários »
Normalmente, as visitas oficiais de governantes estrangeiros ao Japão visam o simples incremento do intercâmbio, apresentando as solidariedades tradicionais às autoridades japonesas, depois dos desastres recentes. Roberto Tongu, do Web-Town, recomendou-me Terrie Loyd, um jornalista estrangeiro diferenciado que mantém o site www.terrie.com de onde retirei uma cobertura de parte da visita da primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, ao Japão, que percorreu também a devastada cidade de Minami Sanriku.
Num jantar beneficente em Tóquio, Julia Gillard, que era a convidada de honra, fez um discurso que tocou no coração dos presentes, parlamentares e outros dignitários que ficaram com a sua mensagem gravada. Conseguiu fortalecer com atos a amizade entre os dois países. Ela determinou que a embaixada da Austrália providenciasse a sua visita à região afetada do Japão, apesar dos riscos ainda existentes.
Primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard
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25 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: mudanças nos consumos, nova classe média, produtos descartáveis
Observam-se mudanças nos padrões de consumo em todo o mundo, inclusive no Brasil. Os consumidores, tanto dos países industrializados como emergentes, parecem acompanhar os rápidos desenvolvimentos tecnológicos, que lançam novos produtos com frequência cada vez maior. Assim, tudo indica que, em vez da preferência por produtos de elevada qualidade e durabilidade, normalmente mais custosos, há fortes tendências por aqueles que incorporam novos aperfeiçoamentos tecnológicos, cujos preços baixam com grande rapidez e constância. Os eletrônicos, por exemplo, como os telefones celulares ou computadores, estão sendo lançados com inovações mais de uma vez por ano, induzindo os consumidores a considerarem-nos quase descartáveis. Muitos alimentos estão se tornando práticos, como os fast foods, havendo aqueles que são semipreparados para uso quase instantâneo, com evidente queda de qualidade e preços. As roupas passam a ser utilizadas por pouco tempo, não se importando mais com a sua qualidade, mas com a sua aparência. Os designs ganham importância cada vez maior.
Novos consumidores estão sendo incorporados nos mercados, tanto por pertencerem às economias emergentes que vêm crescendo rapidamente mesmo com uma piora da distribuição de renda, como está melhorando em alguns países como o Brasil, com o surgimento de uma nova classe média, cada vez mais importante para o mercado local.
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