Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Revolução em Marcha na Agricultura Brasileira

24 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: artigo da Folha de S.Paulo, aumento de produtividade, dificuldades de escoamento, mecanização | 4 Comentários »

Um artigo do jornalista Rodrigo Vargas publicado hoje na Folha de S.Paulo dá um retrato de corpo inteiro do que vem acontecendo na agricultura brasileira: a expressiva melhoria da produtividade com o emprego da alta tecnologia. Com dados coletados no IBGE e na Conab, principalmente, o artigo mostra a evolução da soja e do algodão da safra de 2000/2001 até a atual de 2010/2011. Na soja, que utilizava 13,9 milhões de hectares, passou a 24,1 milhões, ou seja, um aumento de pouco mais de 70%, mas a produção aumentou de 38,4 milhões de toneladas para 72,3 milhões, ou seja, um aumento próximo a 90%, beneficiada pelos bons preços externos. Algo semelhante ocorreu com o algodão que cresceu cerca de 50% na área cultivada, mas a produção aumentou cerca de 110%.

Hoje, a agricultura brasileira, além das sementes melhoradas pelas pesquisas como da Embrapa, com as crescentes preocupações ecológicas que impedem o avanço sobre áreas novas, empregam-se equipamentos para plantar e colher com piloto automático, guiados por GPS e capazes de gerar relatórios em tempo real da produção, que chega a custar R$ 1,1 milhão por unidade. Os ganhos de eficiência dentro das fazendas são brutais, mas as limitações se encontram na infraestrutura para o seu escoamento até os portos, que também estão sobrecarregados, além da forte valorização do câmbio.

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Empresário brasileiro comemora boas vendas na Páscoa

23 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: artigo do web-town, Páscoa no Japão

Portal Web News
Reportagem: Eder Hashizume


Entre os ovos de Páscoa recheados, o empresário Lucas Miho, comemora o bom desempenho deste ano

Devido ao Grande Terremoto Tohoku Kanto, seguido do maremoto (tsunami, em japonês) e o perigo da radiação, que provocaram o retorno de milhares de brasileiros ao Brasil, muitas lojas brasileiras de produtos em Gunma não se preocuparam em se abastecer para a Páscoa deste ano, temendo um fraco movimento. Inclusive, em alguns estabelecimentos, os tradicionais ovos de chocolates nem foram expostos. Mas, muitos não deixaram de comemorar a tradicional data cristã, que relembra a ressurreição de Jesus Cristo, e tiveram a grata opção de encontrar um produto diferenciado: o ovo de chocolate recheado.

Encontrar Lucas Miho, de 40 anos, nessa época do ano na loja Amor em Cestas, é muito difícil. Vai chegando a Páscoa e ele geralmente pode ser encontrado ajudando seus funcionários em seu outro empreendimento, a fábrica Truffa & Cia, na produção de ovos recheados. Apesar do grande abalo ter provocado o retorno de milhares de brasileiros, o empresário comemorou o desempenho. “As vendas deste ano se estabilizaram e mantivemos os mesmos números dos quatro anos passados”, afirmou. Nessa época do ano são feitos cerca de dois mil ovos. Os pedidos surgem de todo o Japão, do norte ao sul, e algumas bastante distantes, como Hiroshima.

O produto é uma boa opção de presente para a data festiva cristã. O mais vendido é o Prestígio, recheado com coco. Cada casca de ovo de chocolate recebe uma generosa porção de um dos onze recheios. Não são totalmente maciços já que, por dentro, são colocadas balas de coco. “Já faz três anos que nossos clientes descobriram essa opção. E essa é a tendência do mercado, que é a de procurar ovos de chocolate diferenciados”, explicou Miho.

Foi no século XX, que ovos de Páscoa foram criados como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. A tradição do coelho da Páscoa surgiu no norte da Europa há mais de 350 anos. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa. Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida.

Páscoa, artes e prova

Alunos do Centro de Estudos Paralelo penduram ovos coloridos em galhos secos que representa Jesus Cristo: prova de artes e chocolate

Ainda, em Ota, os alunos do Centro de Estudos Paralelo comemoraram a Páscoa de uma maneira nada convencional: fazendo prova. Parece ruim? Até que não. É que as crianças tiveram que fazer pinturas com motivos sobre a Páscoa em cascas de ovos de galinha. O trabalho valia nota para o teste de educação artística. No final, eles penduraram os ovos coloridos em uma árvore seca, que representava Jesus Cristo crucificado. Os estudantes comemoraram as boas notas e ganharam ovos de chocolate da instituição de ensino reconhecida pelo governo japonês e brasileiro.


Mobilização Surpreendente de Voluntários

22 de abril de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: estudantes, NPO-ONGs, The Japan Times, universidades; NHK-News

O Centro de Ajuda Voluntária de Tóquio, em Shinjuku, visando gente que trabalha em seus afazeres normais, mas almeja poder fazer trabalhos voluntários, abriu inscrição para 200 pessoas interessadas em se engajar no feriado do Golden Week (que emenda alguns feriados japoneses). A tarefa principal é para ajudar na remoção de escombros e lama em cidades do litoral leste atingidas pelo tsunami. O anúncio, colocado na internet do dia 20 último, teve 600 inscrições nos primeiros 10 minutos, o que levou o Centro a interromper as inscrições para fazer uma primeira seleção. As condições básicas desejáveis são: ter tido experiência de ajuda voluntária em desastres naturais; ter carteira de motorista; ter condições de saúde para enfrentar jornada dura.

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A Ásia e o Verdadeiro Sentido da Páscoa

20 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: a Páscoa e o sentido do renascimento, mudanças de comportamento ao longo do tempo, outros marcos com o mesmo sentido | 2 Comentários »

A Páscoa é comemorada no Ocidente com forte influência do cristianismo, como um marco do renascimento, com a ressurreição de Cristo. Mas também é comemorado de forma diversa pelos judeus, e sempre se trata de um momento de reflexão para as nossas vidas. Eles comemoram a saída do Egito em direção a Israel, a Terra Prometida. No caso da maioria dos países orientais, predominam outras religiões, mas outras datas acabam tendo sentidos semelhantes, como o reflorescer da vida com a primavera.

Para os sul-americanos que vivem, por exemplo, no Japão, sente-se uma carência da Páscoa como a falta de um Natal, que se tornou somente uma data para promoções comerciais. Os ovos que simbolizam este renascimento não são generalizados nas lojas, ficando restritas somente para aquelas voltadas às pequenas comunidades de estrangeiros ou cristãos, que são minorias.

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Profundas Revisões nas Políticas Econômicas

20 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: entrevista com Blanchard, reunião de muitos prêmios Nobéis de Economia, Valor Econômico noticia sobre importantes revisões

O jornal Valor Econômico de hoje inclui um importante suplemento chamado Eu & Fim de Semana, onde o jornalista Alex Ribeiro publica uma entrevista com Olivier Blanchard, economista-chefe do FMI e considerado um dos pais da atual macroeconomia, e uma matéria sobre as reuniões que estão ocorrendo para uma profunda revisão dos conhecimentos teóricos em que se baseiam as atuais políticas econômicas, que entre outros reúnem prêmios Nobéis como Robert Solow, George Akerlof e Joseph Stigltz, como já noticiado neste site em 11 de abril último.

A importância destas revisões é que reconhecem que as atuais críticas que vem sendo formuladas pelos economistas ligados ao sistema financeiro ao atual governo brasileiro e ao Banco Central carecem de fundamentos. Não se pode utilizar somente a elevação de juros para manter a inflação sob controle, mas muitos objetivos são perseguidos simultaneamente, fazendo com que um conjunto de medidas deva ser utilizado, como já foi feito no passado. O mercado ajuda em muito, mas o governo precisa agir como na estabilidade cambial, evitando valorizações exageradas que acabam prejudicando as exportações, facilitando as importações e cortando empregos.

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Somente especialistas em economia podem avaliar profundamente as consequências destas revisões, mas quando o mundo está passando por turbulências econômicas, mesmo os leigos podem sentir que algo está errado. Os títulos públicos dos Estados Unidos estão sendo colocados em dúvidas, países europeus necessitam de assistência financeira internacional, o mundo sofre pressões inflacionárias, a reconstrução japonesa exige volumosos recursos, o mundo árabe enfrenta dificuldades. São as economias emergentes como a China, a Índia, o Brasil, a Rússia e até a África do Sul que ganham importância no cenário internacional, ainda que mal compreendidos pelos economistas que estão se defasando da realidade em defesa de um sistema financeiro que só visa o seu lucro, a custa dos problemas da população mundial.

Quem foge dos preceitos defeituosos pregados como religiões por estes economistas acabam sendo criticados. O Brasil vem sendo destacado por estes renomados economistas, pois está na vanguarda da renovação da política econômica, que incomoda os bancos, infelizmente. O poderoso lobby internacional montado pelo sistema financeiro envolvendo televisões, jornais, revistas e rádios só pregam a elevação dos juros, como um santo remédio, ainda que isto arrase as economias que tentam crescer, melhorando o padrão de bem-estar de suas populações, voltando à recessão que foi provocada por eles em 2008.

É importante que todos saibam que estes economistas vieram efetuando análises viesadas, e que no passado, quando não havia uma sofisticação tão grande no sistema financeiro, muitas das medidas hoje aceitas já eram aplicadas, e que a intervenção do governo justifica-se em muitos casos, para defesa da produção e do emprego. Os que vinham sendo atacados porque se posicionavam a favor do desenvolvimento, do aumento da oferta e melhoria da distribuição de renda sentem-se com a “alma lavada”, por este reconhecimento. O mercado pode ajudar, mas precisa ser controlado em seus excessos pelas autoridades ou regulações adequadas, que os bancos ainda não aceitam.

Só eles desejavam ficar com os lucros, mesmo nas recessões, e os prejuízos socializados pela população.


Faleceu o Doutor Teiichi Haga

19 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: advogado pioneiro entre os nikkeis, algumas de suas contribuições, profundo participante e conhecedor do início da comunidade japonesa em São Paulo | 47 Comentários »

Aos 95 anos bem vividos, faleceu o doutor Teiichi Haga, formado na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1940, deixando esposa, filhos e netos. Seus pais chegaram ao Brasil no Kasato Maru, o navio que trouxe a primeira leva de imigrantes japoneses. Ele nasceu e morou por muitos anos na rua Conde de Sarzedas, no bairro da Liberdade, o primeiro núcleo dos japoneses em São Paulo, tendo estudado na Escola Taisho (Escola Piratininga durante a guerra) na sua época pioneira, em torno de 1920, quando era a primeira escola primária da comunidade onde se lecionava japonês e português.

Ele era um arquivo ambulante da história da comunidade em São Paulo da época, com uma privilegiada memória preservada integralmente até a sua morte. Personalidade alegre e animada, gostava de cantar músicas em português como em línguas estrangeiras, como o italiano, francês e inglês.

Foi uma figura importante na fundação da Liga Estudantina Nipo-Brasileira ainda em 1934, que reunia a elite de estudantes nikkeis, publicando seus artigos na pioneira revista Gakusei e Transição, ainda antes da Segunda Guerra Mundial. Foi a fonte principal que me permitiu escrever o livro “O Olhar dos Nisseis Paulistanos”, no qual anexei uma entrevista com ele.

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Ele foi advogado da famosa colonizadora Bratac, que entre muitas organizações resultou no Banco América do Sul e cidades como Bastos e Assaí. Ajudou dona Margarida Watanabe a organizar a defesa dos japoneses presos durante a Guerra e assistir as suas famílias, e a elaborar os estatutos do Ikoi-no-Sono, Instituto Dom José Gaspar. Foi presidente do São Paulo Base-Ball Club.

Na Liga Estudantina, convivia com personalidades importantes da comunidade Nikkei, como os deputados federais Yukishigue Tamura, João Sussumu Hirata e Diogo Nomura, deputado estadual Ioshifumi Utiyama, o ministro Fábio Yasuda, o doutor Masaaki Udihara que foi o único nikkei oficial da FEB (cujo diário transformei no livro “Um médico brasileiro no front”) e jornalistas como Hideo Onaga e José Yamashiro.

Na Faculdade de Direito, foi colega do deputado federal Ulisses Guimarães. Para poder estudar, entregava os doces que eram preparados pelo seu pai para as famílias ricas de São Paulo que moravam nas avenidas Paulista e Angélica.

Ele era conhecedor profundo da vida dos japoneses em São Paulo durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar de tudo isto, nunca foi lembrado para ser condecorado pelas entidades nikkeis ou governo japonês.

Com seu falecimento, virou-se uma página importante da história da comunidade nikkei no Brasil, deixando muitas saudades.


Magnífico Jantar Beneficente no Hotel Unique

18 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: jantar beneficente comandada por Jun Sakamoto e mais de 20 chefs consagrados, solidariedade às vitimas japonesas do terremoto e tsunami, uma adesão maciça | 1 Comentário »

Os brasileiros deram uma grande demonstração de solidariedade com o povo japonês no jantar beneficente de ontem à noite. Foi um evento ímpar, surpreendente, de onde todos saíram extremamente satisfeitos, tendo o cônsul geral do Japão recebido o valor das arrecadações que será entregue à Cruz Vermelha japonesa. Ele manifestou o seu agradecimento, emocionado com a demonstração feita por brasileiros, japoneses residentes no Brasil e principalmente pelos nipo-brasileiros, bem como até autoridades de outros países.

Ainda que seja secundário, envolver os mais consagrados chefs que atuam no Brasil, num jantar para mais de 500 pessoas, pode parecer difícil, comprometendo a sua qualidade. Mas, surpreendentemente, com o empenho de todos nesta demonstração de solidariedade, os cinco sofisticados pratos do cardápio estavam excepcionais em sua qualidade. Foi uma soberba manifestação do preparo dos profissionais envolvidos.

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Os chefs que se doaram para o evento. Monja Coen (ao centro). Cônsul geral do Japão recebendo o cheque simbólico. Público lotou o salão do Hotel Unique. Emoção da apresentadora Marília Gabriela

O clima que se sentiu no evento contagiou a todos havendo um grande congraçamento de brasileiros e japoneses, e deverá ser um marco importante na intensificação do intercâmbio entre os dois países, que não se efetua somente no campo econômico-comercial.

O “oniguiri”, simples bolinho de arroz, era o símbolo desta solidariedade, e Marília Gabriela que fez a apresentação inicial e geral chegou a se emocionar, apesar de sua longa experiência. Mas o jantar, extremamente sofisticado mesmo nos mais elevados padrões internacionais, com um prato da cozinha contemporânea, um japonês, um italiano, um brasileiro e uma sobremesa francesa, contou com equipes formadas de chefs de diversos restaurantes. Foram acompanhados por vinhos que se compatibilizavam com os pratos de requintada elaboração, mesmo com a elevada quantidade pessoas que compareceu.

As instalações do Hotel Unique ajudaram na criação do clima adequado, com decoração discreta, mas elegante. Foi leiloada uma gravura da Tomie Ohtake, de tiragem limitada, que alcançou um valor surpreendente, como gesto de solidariedade.

O sofrido povo japonês, com os eventos recentes, como com as dificuldades de controle das usinas de Fukushima Daiichi, deve sentir os fortes sentimentos de solidariedade dos brasileiros, não pelo valor das doações, mas pelo espírito expresso no evento.

Mesmo as pessoas mais experientes com eventos desta natureza ficaram emocionadas com este jantar beneficente de ontem à noite, não só pela sua qualidade, mas pelo clima que foi criado, com a colaboração de todos, chefs, autoridades, participantes, contribuintes e muitos trabalhos voluntários. A monja zen budista Coen também abrilhantou o evento, assim como o ex-ministro brasileiro das relações exteriores, Celso Lafer. Personalidades raras em jantares, como grandes empresários nipo-brasileiros, também marcaram a sua presença.

Este jantar beneficente ficará fortemente marcado nas mentes de todos que participaram, pois estas experiências são raras, para uma causa meritória. Que ela tenha consequências estreitando os laços de amizade que unem os dois povos, brasileiros e japoneses.


Chanceler Antonio Patriota Visita o Japão

16 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Intercâmbios | Tags: comunidade dos brasileiros, condolências, restabelecimento das importações | 6 Comentários »

Depois de participar a comitiva da presidente Dilma Rousseff na sua visita à China e participação na reunião de cúpula dos BRICS, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, visita o Japão. O jornal Nikkei noticiou o seu encontro com seu colega ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Takeaki Matsumoto, quando apresentou as condolências oficiais do Brasil às vítimas dos terremotos e tsunami no Japão, depois de participar dos entendimentos bilaterais. O Itamaraty informa que ele deve se encontrar também com representantes da comunidade dos brasileiros residentes naquele país, que estão preocupados com a sequência dos terremotos e engajados nos trabalhos voluntários às vítimas.

O chanceler brasileiro prometeu eliminar as restrições à importação de produtos alimentícios japoneses logo que se consiga o controle das radiações da usina nuclear de Fukushima, e contribuir nos trabalhos de reconstrução do Japão. Deve-se lembrar que o Brasil foi dos primeiros que ajudaram aquele país depois do término da Segunda Guerra Mundial, encomendando navios para os estaleiros japoneses que estavam sendo convertido da construção de equipamentos militares para os de uso civil.

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Antonio Patriota cumprimenta Takeaki Matsumoto


Professor Donald Keene Vai Requerer Cidadania Japonesa

15 de abril de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Notícias | Tags: Columbia University Release e NHK-News; professor emérito de cultura japonesa.

A Universidade de Colúmbia, Nova Iorque, convida estudiosos, admiradores e alumni (ex-alunos) para a última aula que o professor emérito de cultura japonesa Donald Keene profere na sexta feira, dia 15 de abril, no Kent Hall, Campus Morningside. Com apoio da Fundação Japão – Nova Iorque, o evento faz parte do simpósio “Os Legados de Donald Keene”, que é realizado em homenagem aos cinquenta anos de contribuição do professor aos estudos japoneses.

Formado em literatura com Ph.D. pelas Universidades de Colúmbia e Cambridge, é conhecido por alunos de literatura japonesa fora do Japão, com dezenas de livros de ensaios, críticas, traduções e história sobre a cultura e literatura do país. Donald Keene recebeu também inúmeros prêmios e menções honrosas. Para citar os principais: Prêmio Kikuchi Kan Para o Avanço da Cultura Japonesa (1962), Ordem do Sol Nascente- 3ª classe (1975) e 2ª Classe (1993), Bunka Koro-sha (Pessoa de Mérito Cultural, do governo japonês – 2002), Bunka Kunsho (Ordem da Cultura, que o governo japonês concede a quem contribuiu excepcionalmente para a arte, literatura e cultura; o professor Keene foi o primeiro estrangeiro a receber este prêmio – 2008). Dentre as suas obras, além das críticas sobre poetas e escritores japoneses, destacam-se os volumes sobre o teatro Nô, e a biografia do Imperador Meiji – best seller em 2002. Publicações do professor no Japão incluem obras suas traduzidas do inglês, e também de originais escritas diretamente em japonês.

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Donald Keene, da Universidade de Colúmbia

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Avaliação Justa da Importância Industrial do Japão

15 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: a cadeia industrial globalizada, artigo do Wall Street Journal, expansões industriais nos outros países | 2 Comentários »

Um interessante artigo de Chester Dawson do The Wall Street Journal foi publicado no jornal Valor Econômico de ontem, inspirando esta nota, com os dados que foram possíveis de serem coletados nas fontes disponíveis internacionalmente. Ao mesmo tempo em que o artigo informa que o desastre japonês vai acelerar a reforma do seu setor industrial e sua modernização, mostra-se que a redução da importância de sua indústria foi sendo compensada, ao longo das últimas décadas pela sua expansão em outros países. As economias de alto nível de renda per capita foram ampliando o seu setor de serviços ou indústrias sofisticadas tecnologicamente, e as atividades manufatureiras mais simples foram transferidas para países como a China que apresentavam custo mais baixo da mão-de-obra.

O gráfico abaixo mostra a situação em 2008 de algumas economias.

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No caso japonês, no gráfico abaixo, verifica-se que desde 1980 vem ocorrendo uma redução da importância do seu setor industrial no PIB do Japão.

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Mas este outro gráfico abaixo mostra que as empresas japonesas estão realizando crescentemente suas produções no exterior, chegando próximo de 20%.

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Este tipo de dados mostra que, no atual mundo globalizado, não faz muito sentido utilizar somente os dados do PIB para dizer que uma economia está estagnada ou em expansão. Uma parte substancial do crescimento da economia chinesa recebeu a contribuição de investimentos industriais provenientes do exterior, onde a indústria japonesa tem uma participação elevada.

Mas muitas empresas procuraram se aproximar dos mercados consumidores, e os Estados Unidos atraíram muitas japonesas. Agora, a expansão está ocorrendo nas economias chamadas emergentes, e a própria China que já atingiu um estágio razoável no seu setor industrial, passa a fazer investimentos como no Brasil. Não se trata somente de assegurar matérias-primas minerais ou produtos agropecuários, mas utilizar componentes, produtos semielaborados e até alguns de tecnologia avançada para suprir as suas necessidades, que estão se sofisticando também nos consumidores finais.

Tudo isto vem aumentando a interdependência das diversas economias, fazendo com que desastres como os que ocorreram no Japão acabem afetando muitos países no mundo.