1 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias, Tecnologia | Tags: automóveis elétricos, inovações
Carlos Ghosn, presidente da Renault/Nissan, nascido em Rondônia, no Brasil, e também treinado na Europa, publica uma inédita série de cinco artigos no principal jornal japonês Nikkei. O respeitável empresário que ganhou grande prestígio no Japão ao aceitar, como um estrangeiro, a missão de recuperar a Nissan, que todos achavam ser missão difícil dada às diferenças culturais e empresariais da grande empresa japonesa, com arraigada tradição. Ele tanto obteve sucesso que se tornou uma espécie de guru dos japoneses, conquistando a presidência da Renault, que atua em todo o mundo.
Ele tem autoridade no que fala a respeito das tendências futuras da indústria automobilística, e no primeiro artigo publicado destaca que a necessidade é a mãe da inovação, e o ceticismo, o pai, e de ambos derivam soluções para a vida. As indústrias automobilísticas produzem veículos que permitem aos seres humanos superarem distâncias, desafiando os terrenos. Mas eles estão numa fase de transição, pois utilizaram por 100 anos veículos movidos por motores basicamente de gasolina, apesar dos seus aperfeiçoamentos.
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30 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Notícias | Tags: continuam superiores às brasileiras, informações do Financial Times, o impressionante crescimento da economia indiana | 2 Comentários »
Os ingleses são tradicionalmente relacionados com a Índia e acompanham aquele país que pertenceram ao seu domínio por um longo período. Uma relação como Portugal teve com o Brasil, até as independências destes países. Mas, mesmo depois de uma independência conquistada com imensas e pacientes campanhas como a de Mahatma Gandhi, os ingleses acreditam que deixaram as bases de uma democracia respeitável na Índia, e torcem para que ela ultrapasse a chinesa e mesmo a norte-americana.
O Financial Times, um dos mais respeitáveis jornais econômicos do mundo, acompanha o que acontece naquela economia, como o artigo publicado hoje informando que ela cresceu 8,9% no segundo quadrimestre, acima do anterior. A estimativa de Manmohan Singh, o competente primeio-ministro daquele país é que em 2010 cresçam 8,5%, quando no ano passado cresceram 7,4%. Como já informamos neste site, os indianos continuam obtendo estavelmente um crescimento superior a 6% ao ano nos últimos 30 anos, bem superior ao brasileiro.
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29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: artigo do editor da China Confidencial, economia informal na China, inflação chinesa e suas dificuldades
Um interessante artigo de James Kynge, o conhecido editor do China Confidencial, serviço de pesquisa do Financial Times, publicado na Folha de S.Paulo com o título “A economia paralela da China”, levanta algumas questões complexas da China que podem repercutir em todo o mundo, dada a importância da economia chinesa no atual mundo globalizado. Os ingleses são profundos conhecedores daquele país, desde a época da Guerra do Ópio, quando eles contavam com um enclave em Xangai, ao lado de outras potências mundiais da época, e contavam com Hong Kong.
O artigo aponta que, pelas pesquisas efetuadas pela China Confidencial, o setor financeiro informal naquele país é muito grande, com muitos agiotas atuando fora do sistema bancário oficial, podendo contribuir para o descontrole no combate à inflação chinesa que está se tornando perigosa. Os que conhecem um pouco daquele país sabem que isto é histórico, pois muitos chineses possuem uma cultura anarquista, no sentido de que as autoridades são consideradas opressoras da população, desde antes do período maoísta.
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29 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: crescimento da classe média na Ásia, importância para o Brasil, seu consumo substitui as exportações para a Europa e USA
Insistimos neste site sobre a importância da classe média asiática, que vem crescendo substancialmente segundo o artigo publicado no jornal econômico japonês Nikkei. Mesmo excluindo o Japão, seu consumo chegou a 16% do PIB mundial em 2009, tendo crescido 9% desde o ano 2000. São, segundo o METI – Ministério de Economia e Comércio Exterior do Japão, consumidores que dispõe de US$ 5.000 a 35.000 que se aproximam de um bilhão somente na Ásia, sem contar os japoneses e nem o Oriente Médio.
São consumidores como os indianos, que estão adquirindo luxuosos automóveis da Mercedes Benz ou japoneses. Só em um único dia, uma loja vendeu 160 destes veículos. Na China onde, atualmente, estes consumidores são mais numerosos, os filhos dos consumidores de classe média adquirem brinquedos eletrônicos japoneses, e seus pais os eletrodomésticos importados ou produzidos pelos chineses.
Mercedes Bens: consumo alto na Índia
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27 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: exemplos asiáticos, não se pode tentar conviver, uma luta sem tréguas
Por mais assustadora que seja para a população do Rio de Janeiro e do Brasil, a decisão de um forte engajamento inclusive das Forças Armadas no combate ao crime organizado relacionado com o comércio de drogas, que chegaram a dominar algumas favelas, ela é uma imperiosa necessidade, e está recebendo o apoio dos cariocas, e deve contar com uma solidariedade nacional que vá além das palavras. Lamentavelmente, houve algumas autoridades, no passado que, diante da magnitude da tarefa de impor a ordem legal, pensaram que poderiam conviver, ainda que secretamente, com estas facções criminosas, que acabaram ganhando vulto diante da demanda existente destas drogas.
É importante ter a consciência que o maior culpado de todo o problema que enfrentamos são os consumidores de drogas, muitos que se apresentam como se fossem cidadãos dignos, com elevada posição social, até com elevado poder de corrupção.
A própria legislação precisa ser revista, impondo maior rigor, principalmente no cerceamento dos meios de comunicação dos líderes criminosos já presos, para que não continuem comandando dos presídios operações que acabam se caracterizando como um terrorismo urbano. Os direitos humanos são importantes, com prioridade para os bons cidadãos, e não para os criminosos. Ninguém é a favor da violência, mas as autoridades policiais precisam contar com o respaldo da população brasileira, com apoio legal e estarem equipados adequadamente para esta verdadeira guerra interna, que é de longo prazo.
É preciso que haja um grande programa nacional para educar a população contra o uso de drogas, principalmente dos mais ricos e famosos, que são consumidores conhecidos e contumazes, com amplas assistências para a recuperação dos viciados. É preciso que haja uma guerra nacional contra estas drogas, produzidas internamente, mas principalmente as importadas, bem como dos armamentos que dotam os criminosos com poder de fogo maior que das autoridades locais.
Muitos países asiáticos, que sofreram com drogas como o ópio, hoje são extremamente rigorosos, inclusive com portadores de grandes volumes destas drogas, ainda que aleguem ser de uso pessoal, até com alguns brasileiros presos com longas penas nestes países. Muitos países que acreditavam que a luta contra elas era insana, interminável, já chegaram a pontos considerados razoáveis, e continuam extirpar estas atividades do seu cotidiano.
Não podemos ser tolerantes, mesmo com aqueles que são considerados “leves”, pois acabam sustentando organizações criminosas que trabalham com os mais pesados, que chegam a constituir quase um governo paralelo, com alguns quistos onde as autoridades não conseguem chegar.
Não podem se resumir nas eventuais operações espetaculares que impressionam a todos. Mas um trabalho contínuo, usando o que melhor se dispõe dos serviços de inteligência. Neste final de administração federal e transição para o novo, mesmo com o risco de imagens negativas espalhadas por todo o mundo, pode se acreditar que uma decisão forte no seu combate acabará dando resultados que precisamos com vistas aos eventos de grande visibilidade como as Olimpíadas e a Copa do Mundo.
Mas, acima de tudo, o que está em jogo é o futuro dos brasileiros, que merecem um grande esforço constante, para que os jovens não sejam obrigados a trabalhar nas organizações criminosas, ou sejam vítimas inocentes de um terrorismo insano. É sempre importante lembrar que já houve, ao longo da história, países que foram dominados pelas drogas, e hoje estão com os mesmos controlados, com trabalhos como os que devemos fazer.
26 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: influência sobre os animais, legumes e frutas desenvolvidas com a ajuda da música clássica, preferência por Mozart
Como até hoje não existem evidências científicas, estas curiosidades que estão ocorrendo no Japão, por enquanto, tratam-se de um bom marketing. Num artigo de Daniel Krieger, publicado no jornal The Japan Times, informa-se que estão aumentando as produções de tomates, bananas e sakês onde se utiliza a música clássica, sobretudo de Mozart, para a sua produção. Já se informava que para a produção dos conhecidos Kobe beef alguns produtores utilizavam a música e a cerveja para manter o gado relaxado, para obterem carnes mais macias, o que parece ter uma lógica.
Mas agora, tanto tomates e bananas como outros produtos similares estão sendo desenvolvidos com o uso da música de Mozart, e assim são apresentados aos seus consumidores nas embalagens para vendas a varejo. O artigo informa que ainda não se obteve dos cientistas evidências de que a música contribui para a melhoria da qualidade destes produtos, mas parece que é um eficiente mecanismo de marketing, por melhorarem suas vendas.
Tomates em estufas do Tomate Harada amadurecem com o som de Mozart durante 10 horas por dia. Foto da Tomate Harada
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23 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: notícias internacionais, problemas no Norte, sucessão, tensão permanente | 2 Comentários »
Todos os jornais e sites noticiam os lamentáveis reinícios dos conflitos entre a Coreia do Norte e do Sul, com o uso de artilharias do Norte sobre uma ilha do Sul que já provocaram sacrifícios de vidas, bem como danos físicos a muitos, provocando retaliações do Sul. As mais importantes potências mundiais estão solicitando calma para não ocorrer uma escalada perigosa para uma guerra aberta. Estive recentemente em Panmunjon, na chamada Zona Desmilitarizada que separa os dois países, sentindo a tensão existente entre as partes, com armas voltadas uns contra outros. Nunca houve um tratado de paz, e as duas partes continuam numa guerra de verdade.
Estes conflitos ocorrem num particular momento crítico em que o Norte passa por grandes dificuldades econômicas, mas insiste em manter um agressivo programa nuclear, confirmado por um cientista que visitou as instalações onde se processam os enriquecimentos de urânio, em quantidade superior para seu uso pacífico. Levanta-se a suspeita que esta perigosa jogada pode fazer parte de uma tentativa de negociar uma ajuda substancial internacional, ainda que não haja a menor simpatia para tanto.
O atual líder autoritário que herdou a sua posição do seu pai, que tudo indica está muito adoecido, processa a sucessão para o seu filho, que pode encontrar resistências depois de longos períodos de grande sacrifício. O esquema de sua sustentação interna pode estar se deteriorando, mas é difícil de ser avaliado do exterior.
Todos sabem que a Coreia do Norte só pode viver com o suporte da China, tendo no passado contado com o da Rússia, no tempo da guerra fria. A do Sul conta com o suporte dos Estados Unidos, cujas tropas estão estacionadas em seus territórios. Ao mesmo tempo, os foguetes que os coreanos do norte dispõem possuem alcance para atingir o Japão, que fica muito próximo geograficamente.
As beligerantes coreias e seus vizinhos China e Japão
Já houve incidentes entre as duas partes no passado que envolveu mortes, e apesar dos esforços que se fazem para a redução das tensões, o atual conflito ocorre numa região sensível para toda a Ásia, num momento economicamente difícil para muitos países do mundo.
É costumeiro, quando se acumulam dificuldades internas, que problemas externos sejam enfatizados ou dramatizados, na tentativa de provocar uma aglutinação interna, com intensa propaganda política, principalmente nestes regimes autoritários. Tudo indica que num primeiro momento vai se tentar resolver os problemas de forma regional, ainda que isto não seja fácil com a crescente redução do poder militar norte-americano, com os desgastes sofridos no Iraque e no Afeganistão.
A China, recentemente visitada pelo atual líder da Coreia do Norte, acompanhado do seu filho, situa-se cada vez mais como o fiel da balança, mesmo com as críticas que vem recebendo, sobre a sua política cambial e comercial, em diversos fóruns internacionais. A única coisa clara é que mais este conflito em nada ajuda a resolver os problemas econômicos, ainda que todos tenham que aumentar novamente os seus investimentos em segurança externa, como desejam os mais radicais.
22 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: chineses entre os mais ativos, efetuam pesquisas sobre a sua utilização pelos chineses, empresas asiáticas adquirem japonesas com problemas | 3 Comentários »
O jornal econômico japonês Nikkei anuncia que investidores chineses e outros asiáticos estão aumentando suas aquisições de ativos no Japão. Um dos alvos dos fundos asiáticos é um resort localizado nas estações de água da província de Miyagi. É um estabelecimento de luxo com objetos da tradição cultural do Japão. Uma organização internacional baseada em Hong Kong adquiriu este resort que se encontrava com problemas financeiros, e está remodelando para receber novos visitantes asiáticos. O fundo visa atrair turistas chineses e de outros países asiáticos, pois a localidade é famosa pelas suas águas termais e fica perto do aeroporto de Sendai. A viagem de Xangai para o local é de cerca de cinco horas.
Segundo o fundo, o objetivo são os novos ricos asiáticos, com o tema “Japão moderno”. Cerca de oito entre 10 oportunidades de investimentos são adquiridos por chineses ou outros asiáticos. Além de hotéis, estão sendo adquiridas empresas que operam com confecções e fornecimento de componentes. Estudados cuidadosamente, os investidores acreditam que existem enormes potencialidades nestes ativos. Os japoneses avaliam estes ativos do ponto de vista da demanda local.
Reprodução de um sino de templo decora o hall de entrada de Chikusenso, uma pousada de luxo em Miyagi
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22 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: a procura de bons produtos com preços baixos, deflação e recessão, fenômeno não só japonês
Um artigo publicado pelo jornalista Peter Dyloco no Japan Times sobre a atual frugalidade dos consumidores japoneses, e os muitos comentários que vem recebendo, é um exemplo da perplexidade que vem tomando conta do mundo desenvolvido com a deflação e a dificuldade de sair do estado recessivo. Não é um fenômeno exclusivo do Japão, mas se repete tanto nos Estados Unidos como na Europa. Já comentamos neste site um longo artigo da acadêmica Noriko Hama publicado no The Japan Times sobre o assunto, sob um prisma mais técnico, propondo algo como “buy japanese”.
O fato concreto é que os japoneses, com uma cultura desenvolvida num arquipélago limitado em recursos naturais, estão procurando se defender da atual crise por que passam consumindo roupas boas e baratas de menos de dez dólares como as vendidas na cadeia de lojas Uniqlo, produzidos na China. Eles estão consumindo refeições completas de menos de seis dólares no Yoshinoya, os famosos “guiu don”, ou seja, carne com arroz. Ou comprando automóveis pouco poluentes e consumidores de energia como o Fit flex (gasolina e eletricidade) da Honda. Alguns comentários dos leitores mostram que o mesmo acontece com os alemães e nem por isto podem ser condenados, mas não ajudam a ativar suas economias.
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22 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: artigos distorcidos nos jornais ocidentais, aumento das visitas de líderes ocidentais à China, fórum para estudos chineses, reciprocidades
Um interessante artigo foi publicado no China Daily pelo vice-diretor da escola de inglês da Beijing Foreign Studies University, Zhang Xiaoying, expondo a necessidade de aumento dos conhecimentos recíprocos do Ocidente e da China, repetindo o que foi feito pelo Marco Polo. A posição dele é semelhante a deste site. Ele informa que tem aumentado a visita de líderes ocidentais àquele país, mas que a grande maioria dos artigos publicados na imprensa ocidental sobre a China continua refletindo uma visão estereotipada do País do Meio. Entre os comentários que tem recebido sobre seus artigos, ele menciona alguns que se posicionam radicalmente contrários à China, como tivessem sido solicitados pelas autoridades e refletissem uma pretensão demoníaca dos chineses.
Ele informa que houve recentemente o Quarto Fórum Mundial Sobre Estudos Chineses em Xangai, onde participaram 280 acadêmicos de 20 países e regiões diferentes. Tinha como lema “Vivendo Juntos, Crescendo Juntos: China Integrando no Mundo Diverso” (Living together, growing together, como no título de uma composição de Burt Bacharach). Ele entende que tais intercâmbios podem reduzir estes desconhecimentos recíprocos.
Lema do Quarto Fórum Mundial Sobre Estudos Chineses
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