17 de novembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: explicações sobre a sua produção, matéria de capa sobre flor de sal, preferência na gastronomia, suplemento Paladar de O Estado de S.Paulo
Uma ampla cobertura feita pelo suplemento Paladar de O Estado de S.Paulo do período 15 a 21 de novembro sobre a produção, características e disponibilidade no mercado fornece várias informações que não são do conhecimento de muitos leitores. O que se sabe é que a flor de sal, cuja produção comercial começou na França, com as águas do Mediterrâneo, virou uma novidade gastronômica pela sua elevada qualidade, começando a ser produzida também nas salinas do Nordeste brasileiro.
O artigo principal elaborado pelo jornalista José Orenstein que foi a Mossoró, no Rio Grande do Norte, informa que a flor de sal é uma espécie de nata do sal, que se forma numa hora certa, sob um sol de rachar, apresentando algumas dificuldades para ser colhida. Já existem três salinas na região que o estão produzindo, e no Brasil a legislação exige que se adicione iodo para atender a outras necessidades de saúde dos consumidores. Nas salinas, a água do mar vai sendo saturada para começar a cristalizar-se. Mas, num momento do dia ocorre sob sol intenso, com clima seco e constante, uma formação fina de rede cristalina na superfície líquida concentrada de sal, ligando flocos frágeis, ocos e piramidais interligados de cloreto de sódio e alguns outros minerais dão origem à flor de sal, à semelhança da nata do leite.
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24 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: consumos de sal, estilos de vidas urbanas, gorduras e açúcares, necessidades de adaptações
Aprecio e respeito as posições como as que Nina Horta expressa na sua coluna semanal no suplemento Comida da Folha de S.Paulo. No entanto, sou daqueles que admitem que as mudanças impostas pelos estilos de vida urbana, com o uso de veículos e uma vida mais sedentária nos apartamentos e escritórios, há que se aperfeiçoar também os hábitos alimentares, para preservar a qualidade de vida. Quando estávamos sujeitos a maior quantidade de caminhadas, debaixo de um sol implacável, com grande dispêndio de forças nas atividades rurais, o consumo de maior quantidade de sal, gorduras e açúcares eram facilmente eliminados na forma de suores e gastos de energia.
Com a vida sedentária de muitos, para a preservação da saúde há que se reduzir o consumo do sal, das gorduras e dos açúcares, para evitar os problemas que estão se constatando, como o aumento dos problemas cardíacos, circulatórios de todos os tipos, bem como de obesidade mórbida que está se manifestando até nos adolescentes. Isto não se observa somente no Brasil, mas em muitos lugares do mundo, onde se consome muito “junk food” diante das telinhas, e desde a infância os jogos eletrônicos acabam reduzindo os exercícios físicos.
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17 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigos de Josimar Melo e Nina Horta, edições que dão alegrias, suplemento Comida da Folha de S.Paulo
Estão se multiplicando as publicações sobre a gastronomia no Brasil, mas nem todos contam com articulistas que têm o que falar. O número de hoje de Comida, da Folha de S.Paulo, dá um interessante paralelo com dois artigos de Josimar Melo, escritos de dois pontos extremos do mundo, um do Brasil e outro do Japão. Eu o considero um dos mais sérios pesquisadores no assunto e a crônica leve e inteligente de Nina Horta, que comenta o laboratório de criação que é o Mocotó, de Rodrigo Oliveira. Até dá a impressão que a linha editorial que os liga foi planejada.
Num artigo, Josimar Melo comenta com o seu conhecimento histórico a recente inauguração do Sakagura A1 do chef Shin Koike, cuja evolução ele acompanha ha muito tempo. Muitos chefs param no tempo, não correndo o risco de constantes inovações, na medida em que vai descobrindo novos ingredientes pelo Brasil, inclusive da Amazônia. Shin Koike, cujo pai tinha um restaurante de sushi e sashimi no Japã,o começou suas atividades profissionais em outros restaurantes em Tóquio, tendo passado pelo Escoffier, de cozinha francesa, absorvendo o que havia de internacional, permitindo uma nova leitura da tradicional culinária japonesa.
O chef Shin Koike e alguns dos pratos servidos no Sakagura A1
Outro artigo de Josimar Melo foi escrito no Japão, onde ele volta a visitar a convite do Basque Culinary Center (vejam até que está interessado) onde ele está descobrindo novas leituras do tradicional kaiseki japonês, com contribuições francesas e internacionais. Lamentavelmente, no Brasil só existem resquícios do verdadeiro kaiseki, que é a forma pela qual havia uma sequência de pratos, servidos nos restaurantes de alta cozinha, chamados ryoteis, muitos de origem nos templos budistas.
Ainda que ele tenha recebido informações também da Mari Hirata, a chef brasileira radicada no Japão, não me pareceu necessário o uso das referências às estrelas do Michelin, que são somente para orientar turistas. No Japão, os bons e pequenos restaurantes estão com todas as reservas tomadas, e seus clientes costumam ser os habituês. As estrelas do Michelin são irrelevantes, a não ser para os brasileiros.
Possivelmente para conhecer o que estava se internacionalizando rapidamente com base na culinária japonesa, ele comenta o restaurante Les Créations, de Narisawa, que fica próximo à luxuosa avenida Aoyama em Tóquio, que figura como dos mais destacados de origem francesa, tendo como chef Yoshihiro Narisawa.
Chef Yoshuro Narisawa, e uma de suas criações
Outro escolhido fica no bairro boêmio de Roppongi que conta com grandes novos centros de destaque. Ele escolheu o do chef Seiji Yamamoto, que tem o nome Ryugin, também que recebeu influência francesa.
Chef Seiji Yamamoto com seu prato de côngrio com matsutake
Estes chefs citados têm em comum o treinamento na culinária francesa, valendo a pena citar que a visita ao Japão foi feito no início do outono daquele país, quando o matsutake – cogumelo muito caro que nasce nas florestas de matsu – pinheiros. O uso de ingredientes da estação é marcante na culinária japonesa.
Observa-se que também está se universalizando o uso de pequenas flores, como os de manjericão e brotos de ervas, como já se encontram nos finos restaurantes de São Paulo. Como a maioria é criada em estufas, elas independem das estações do ano, mas os mais sofisticados são colhidos nos pântanos.
O interessante é que em todos estes casos, os toques locais são dados pelos ingredientes da região, muitos que eram de uso popular, e estão voltando às mesas de restaurantes sofisticados. Mas, como tudo, o exagero de uso de elementos parece acabar dificultando a apreciação dos ricos sabores, normalmente suaves, que os diferenciam, criando algumas vezes uma confusão. Os mesmos princípios estão sendo utilizados nos molhos, sempre com pouco sal, menos manteiga e quase nada de açúcar, hoje mais carregados de finas pimentas, muitas de cheiros.
Como observa Nina Horta, o laboratório do Mocotó, com a criatividade de Rodrigo Oliveira, tem nos enriquecido a todos, estimulando pesquisas por todo o país, como as de Shin Koike, apresentando a rica biodiversidade brasileira, que ainda poderá contribuir muito no que há de melhor na gastronomia internacional.
9 de outubro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: benefícios dos molhos de tomate, efeitos do licopeno sobre derrames, estudos científicos feitos na Finlândia
Já havia comprovações sobre os benefícios do licopeno para a saúde humana, principalmente nos homens. Esta substância é encontrada principalmente no tomate, mas também em muitas frutas coloridas como o mamão, grapefruit, melancia e manga. O artigo publicado por Jennifer Corbett Dooran, no The Wall Street Journal, adiciona informações importantes obtidas pelas pesquisas efetuadas tendo no comando Jouni Karppi, afiliado da University of Eastern Finland’s Department of Medicine, publicado na revista científica Neurology. O estudo envolveu 1.031 finlandeses que foram acompanhados, em média, por 12 anos, entre as idades de 42 a 61 anos.
O estudo informa que, no geral, o risco de acidentes vasculares entre os que contam com elevado nível de licopeno é cerca de 55% menor que os outros. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, as maiores concentrações são encontradas em tomate cozido como purê, molho e pasta, bem mais elevadas que no tomate fresco. Uma xícara de molho de tomate contém mais de 31.000 microgramas de licopeno, enquanto o tomate cru tem 3.165 microgramas.
As diretrizes alimentares dos Estados Unidos, segundo artigo, recomendam que os americanos consumam pelo menos 5 a 9 porções de frutas e vegetais, associando a prática com a redução dos riscos de ataques cardíacos e derrames. Estudos comprovam que o licopeno pode reduzir o risco de câncer da próstata e de outros tipos.
Os estudos efetuados na Finlândia foram acurados, e amostras dos sangues foram colhidas no início dos estudos, depois de sete anos, para a maioria de homens, que acabaram sendo acompanhados por 12 anos.
Foram examinados outros componentes que tinham a possibilidade de afetar nos acidentes vasculares cerebrais. Outros efeitos não foram detectados, mas a associação com os níveis mais altos de licopeno e a redução de 55% dos acidentes ficou clara. Outras causas destes AVC foram todas identificadas, e todo o grupo foi dividido por níveis diferentes de licopeno.
Para aqueles que consomem tomates na forma de saladas, chega a ser surpreendente que o licopeno, um antioxidante, seja mais concentrado na forma de molhos preparados. Ainda que assim seja, o consumo de produtos que tenham este elemento sempre acaba sendo recomendado, nas suas mais variadas formas, pois outros benefícios também ficam claros, principalmente para os que atingem idades que estão avançando cada vez mais.
28 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: ambiente retro Tokyo 1920, inovações de Shin Koike, localização no Itaim Bibi, Sakugura A1
Shin Koike é um consagrado chef da gastronomia japonesa contemporânea que sempre procura inovar o que já existe no Brasil, trazendo orientações como as que estão se propagando atualmente no Japão. Ele já se consagrou com outros estabelecimentos, como o Aizomê e o Rangetsu, além de supervisionar a cozinha do Consulado Geral do Japão, e inaugura agora o Sakugura A1, criando em São Paulo um ambiente retrô, inspirado em Tóquio em torno de 1920, quando a elite japonesa procurava assimilar os novos conhecimentos provenientes da Europa, passando a uma fase moderna incorporado com os hábitos mais avançados que existiam na época no mundo, notadamente do ponto de vista cultural.
Com um cardápio ampliado e atualizado, utiliza componentes disponíveis no Brasil, dando uma leitura atualizada das iguarias que têm raízes centenárias para aqueles que desejam passar horas agradáveis na companhia de amigos. Tendo por enquanto dois pavimentos, acompanha a tendência que predomina na região do Itaim Bibi, na Capital paulista, para refeições mais descontraídas, tanto no horário do almoço como para depois do trabalho normal, acompanhadas das bebidas compatibilizadas.
Shin Koike: iguarias servidas em ambiente retrô
Além de parte de sua equipe já treinada dentro de sua orientação, ele trouxe de Sapporo, no Norte do Japão, um novo chef com especial habilidade no preparo de sushis e sashimis, como se prepara atualmente naquele país. Contando com um extenso balcão, como é costume entre os japoneses, verifica-se que existem hábitos um pouco diferenciados entre os clientes locais, que utilizam tais espaços de forma mais descontraída, para verem e serem vistos.
As acomodações são maiores que os usuais nos restaurantes de culinária japonesa no Brasil, dispondo de mesas em quantidade. A ampla variedade do cardápio proporciona oportunidade para que os clientes experimentem também outras iguarias da culinária japonesa, que não são usuais até mesmo entre os que se acostumaram a apreciá-la.
Os cuidados tomados foram tanto que até as vestimentas dos que atuam no salão não são os mais usuais e conhecidos. Ajudam a proporcionar o adequado clima retrô, verificando-se que nas instalações foram utilizadas pinturas como madeiras antigas, que ajudam a lembrar o que já ocorria há um século ainda na onda da belle époque, quando se intensificou o intercâmbio cultural do Japão com a Europa.
Para os que desejarem usufruir de todo este ambiente, bem como da sua rica gastronomia disponível, pode-se acessar: www.sakaguraa1.com.br
3 de setembro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: fast food japonês, lamen em todo o mundo, macarrões instantâneos, origem chinesa | 6 Comentários »
Um artigo publicado por Steve Trautlein no The Japan Times informa que também em Nova Iorque está se generalizando o consumo de diversos tipos de lamen, que também recebe a grafia de ramen. São macarrões de origem chinesa, aperfeiçoada pelos japoneses, que viraram algo como um “fast food” japonês, pois, com variados caldos, também incluem carnes e verduras. Uma jornalista brasileira que passou um período no Japão surpreendeu-se quando pensava que consumiria sushi e sashimi todos os dias, mas descobriu que o lamen era de consumo cotidiano mesmo na Terra do Sol Nascente.
Em muitas cidades chinesas, este lamen é produzido nos estabelecimentos que ficam nas ruas, como em pequenas barracas, sendo puxados manualmente até se tornarem finos macarrões. Os caldos, normalmente de galinha, são simples. Os japoneses adicionaram carnes e legumes, como existem nos restaurantes chineses. De fácil preparo, tornaram-se deliciosos e saudáveis “fast food”, que agora estão se disseminando rapidamente por todo o mundo.
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20 de agosto de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: a arte de elaboração do sushi, estabelecimentos diferenciados, os mais consagrados sushimen | 2 Comentários »
Um dos produtos mais conhecidos no mundo da culinária japonesa é certamente o sushi. Mas o que é divulgado e consumido mundo afora difere substancialmente do que pode ser apreciado nos melhores estabelecimentos especializados em sushi no Japão. Estes estabelecimentos não costumam trabalhar com outros produtos e não são de uso cotidiano, sendo caros, e mesmo os seus melhores apreciadores o fazem algumas vezes por mês, no máximo.
Um dos mais reconhecidos no Japão é apresentado no trailler abaixo mencionado, que faz publicidade de um DVD preparado com o sushiman Jiro Ono, infelizmente somente em idioma japonês, legendado em inglês, que pode ser diretamente acessado em: http://www.magpictures.com/jirodreamsofsushi/. Como mencionado nesta publicidade, ele tem 85 anos e é proprietário do pequeno estabelecimento de nome Sukiyabashi Jiro, somente com 10 assentos junto ao balcão, localizado num dos muitos subterrâneos existentes no sistema metropolitano de Tóquio.
Apesar de o trailler mencionar a sua citação de três estrelas do Michelin, isto é de menor importância, pois os melhores estabelecimentos não fazem nenhuma questão de figurar nestas listas. O mais importante é que Jiro Ono é considerado Tesouro Nacional Vivo, um reconhecimento concedido pela SM o Imperador, depois de um cuidadoso exame do seu currículo, constatando que ele utiliza a técnica mais tradicional no preparo do sushi.
Estes títulos só são concedidos aos grandes artistas que utilizam as técnicas tradicionais nas diversas artes japonesas, como na produção de cerâmicas, produtos têxteis refinados, e outros trabalhos artesanais, que no caso japonês confunde-se com o que existe de mais considerado em arte, e decorre do trabalho manual destes artistas. Nos casos de obras de arte, todas as produções destes artistas podem ser adquiridas pelo Estado, para serem expostos nos seus principais museus.
Ainda que sejam artistas consagrados, vê-se no trailler que ele vai de sua residência para o trabalho utilizando o sistema de metrô, e entre os locais em que ele transita é possível reconhecer que se trata do mercado de Tsukiji, o mais importante de produtos marinhos no mundo.
Assistem-se cenas dos leilões de atum que ocorrem de madrugada, quando os próprios proprietários de importantes restaurantes de sushi vão escolher pessoalmente as matérias-primas que serão utilizadas na sua arte. Na redondeza do mercado, existem muitos estabelecimentos que fornecem tudo que é necessário para os restaurantes, que são numerosos na área.
Nestes restaurantes especializados em sushi não se servem outros pratos, e é preciso advertir que o chamado “combinado” que apresenta o sushi junto com o sashimi é uma invenção brasileira, não sendo comum no Japão. O máximo que pode acontecer, em alguns estabelecimentos, é ser servido uma pequena porção de sashimi chamado de “otsumami”, sendo comum ser servido um bom chá, podendo ser acompanhado também de um ótimo sakê. Pode-se perguntar se há possibilidade de se servir um “suimono”, que costuma ser um caldo muito refinado, diferindo do “missogiru”, mais adequado para refeições populares. Há estabelecimentos que servem ao final uma sobremesa, sendo o mais normal um fino melão, do tipo “mask mellon”.
Mesmo que os japoneses procurem ser corteses, se um cliente ousar pedir outro prato da culinária japonesa, ele pode ser gentilmente convidado a se retirar, esclarecendo que ele está num sushi-ya, ou seja, estabelecimento especializado em sushi. Mas, numa agradável conversa com os sushimen, pode-se perguntar sobre as matérias-primas mais adequadas da estação e de que região se originam, tudo sobre o que é utilizado na produção de um ótimo sushi.
A conserva que aparece junto com o sushi é o chamado “gari”, preparado com um gengibre fresco, para preparar as papilas degustativas para o novo sushi, cujo sabor deve ser diferente do que consumido anteriormente. As porções consumidas devem ser discretas, pois o fino sushi não é para se empanturrar com eles. Os que desejarem podem apanhar o sushi com as mãos, dispensando-se o hashi. Somente em alguns podem utilizar o mínimo de shoyu na parte do peixe, pois muitos já vêm temperados.
A reserva prévia é obrigatória, pois estes estabelecimentos costumam estar lotados com muita antecedência, e muitos proprietários evitam guias como os do Michelin, pois eventuais clientes turistas não costumam poder ser atendidos, salvo especiais recomendações de assíduos frequentadores habituês, clientes tradicionais, com a devida antecedência.
Os horários habituais destes sushi-yas de elevado padrão costumam ser mais cedo dos que os vigentes em estabelecimentos similares no exterior, havendo muitos que em torno das oito horas da noite já tenham encerrado o seu expediente, pois o dia começa de madrugada no mercado.
Não existem escolas para bons sushimen, pois eles costumam começar a trabalhar nestes estabelecimentos lavando pratos, e observando o que fazem os mais veteranos. Para o preparo de um sushiman, normalmente, o treinamento leva cerca de 12 anos de prática. Continua sendo uma espécie de corporação de ofício do passado.
Por incrível que possa parecer, o teste mais rigoroso sobre a qualidade de um estabelecimento especializado em sushi é feito com a apreciação do sushi de omelete preparado pelo sushiman.
24 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: artigo no China Daily, expressivos avanços na culinária chinesa, grande diversidade
Não se trata de novidade, mas sempre existem novas leituras criativas, como a sofisticada e delicada combinação de diversos tipos de chás na alta e contemporânea culinária chinesa. Tanto na forma de infusão como pelo uso das folhas com alimentos, nas variadas formas que são utilizadas como bebidas. A finalidade acaba sendo a mesma, ao facilitar a digestão com a absorção das gorduras. O texto completo pode ser encontrado, em inglês, nas paginas do China Daily, elaborado por Ye Jun, com ilustrações: http://usa.chinadaily.com.cn/life/2012-07/21/content_15605592.htm.
A matéria ressalta que estes pratos podem ser encontrados no Jewel Chinese Restaurant no Westin Beijing Financial Street, que conta com um menu de 16 pratos com 10 tipos diferentes de chá. O chef Cai Guangmin efetuou intensas pesquisas, absorvendo o que já havia de tradicional em diversas regiões chinesas como Hanzhou, Sichuan, Beijing, Fujian, Taiwan, sendo até objeto de pesquisas como no Departamento de Chá da Universidade de Zhejiang.
Sea bass is steamed with Xinyang maojian tea. Photos by Ye Jun / China Daily
O artigo explica que o uso do chá apresenta algumas dificuldades, pois seus sabores costumam ser suaves e delicados, sendo difícil captar inclusive suas fragrâncias, notadamente em alimentos quentes. Evidentemente, trata-se de iguarias adequadas para paladares sofisticados, treinados para apreciar todas as suas nuances. E os seus preparos demandaram longas pesquisas.
Salted tieguanyin (oolong) leaves are served with deep-fried shrimps at the restaurant
Alguns pratos são de peixes e utilizam chás de diversas origens e diferentes preparos, desde o verde até o preto, inclusive nas formas de folhas e algumas flores, como o de crisântemo. Alguns são mais conhecidos como o oolong e o pu’er, que podem ser encontrados em alguns estabelecimentos especializados no Brasil, notadamente em São Paulo. Mas eles acabam se diferenciando dependendo a região de sua procedência.
Estes chás também são utilizados com pratos de sabor marcado, como os que utilizam os patos, inclusive nas formas defumadas. Mas também em sopas tradicionais de frangos, que fazem parte da rica culinária chinesa. Igualmente em paladares que não são usuais no Ocidente, com o amargo-doce.
Stewed chicken with three cups sauce and pu’er tea, served at Jewel Chinese Restaurant in Beijing. Provided to China Daily
Existem também carnes preparados no conhecido wok, que costumam ser de cozimentos rápidos, para manterem os sabores das matérias-primas utilizadas. Com o uso do chá, os pratos acabam ficando mais leves e menos gordurosos.
O chef Cai informa que os benefícios do chá nos pratos acabam sendo os mesmos das bebidas, utilizando-se também na forma de pó. Zou Jun, diretor de uma empresa especializada em chá, informa que já em 1980 havia um conjunto completo de pratos usando chá em Taiwan. Nos anos noventa foram criados novos em várias regiões chinesas.
A culinária chinesa ampliou sua influência pelos países asiáticos, por exemplo, no Japão onde são conhecidos os usos do chá combinados com o arroz, e algumas conservas ou condimentos, que acabam sendo utilizados de forma semelhante às canjas, sendo recomendados para os que estão cansados ou ligeiramente resfriados, por combinarem amidos com os efeitos benéficos do chá. São reconfortantes.
É sempre interessante relembrar que na Ásia a alimentação se confunde com os medicamentos, destinados à manutenção da saúde.
9 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia, webtown | Tags: além da alta gastronomia, baixos custos, maravilhas do cotidiano, qualidades excepcionais | 4 Comentários »
É natural que em qualquer país a culinária praticada pelos grandes chefs que ficam conhecidos internacionalmente ganhe maior destaque na imprensa. No entanto, a população formada pelas pessoas normais raramente tem acesso a estes restaurantes de luxo, mas descobrem maravilhas que consumidos cotidianamente destacam alguns estabelecimentos. Costumo afirmar que uma jornalista brasileira que vivia um período no Japão estava preocupada com a sua estada naquele país, pois não era uma grande apreciadora de sushis e sashimis, mas descobriu que, por preços módicos, a grande massa dos japoneses consumia diariamente variados tipos de ensopados de massa, como o ramen (evolução do macarrão chinês), o udon (macarrão de tribo) e o sobá (macarrão de trigo sarraceno), entre outros, normalmente ensopados.
Robbie Swinnerton escreve regularmente no The Japan Times sobre os seus achados de culinária japonesa em Tóquio, além de manter o seu site com as indicações de restaurantes no Japão. Ele escreveu sobre o ramen de um estabelecimento chamado Rokurinsha, que tem dois endereços, um próximo à nova torre Skytree de Tóquio, e outro no bairro de Marunouchi, no centro da cidade, próximo da estação de central da metrópole. O restaurante é tão popular que é necessário aguardar bastante a sua vez de ser servido no lado de fora, ainda que as refeições sejam rápidas.
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5 de julho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: 6º Paladar Cozinha do Brasil, jornal O Estado de S.Paulo, suplemento Paladar especial
Todos sabem da imensa biodiversidade existente no Brasil, e o suplemento especial do Paladar, que procura resumir o que aconteceu no 6º evento anual, apresenta um balanço interessante que deve interessar a todos que se relacionam com o assunto. Com o título de capa “Visite a nossa cozinha”, ele mostra do que se dispõe na metrópole como na roça, na praia como no sertão, informando que deu liga foi a farinha, do feijão com o arroz fazendo companhia ao peixe.
Segundo a introdução do suplemento, o evento permitiu pesquisas de ingredientes, mergulhando nas águas, embrenhando-se pelos diversos biomas e tradições regionais, conhecendo o Brasil profundo e sua ampla diversidade. Muitos conhecidos chefs da culinária brasileira, como Helena Rizzo, Carla Pernambuco, Rodrigo Oliveira, Alex Attala e Jefferson Rueda, entre os mais badalados, tiveram a oportunidade de mostrar o que se dispõe, inclusive algumas coisas exóticas como o içá, e um sem número de ingredientes que não são os mais conhecidos nos restaurantes brasileiros. É um suplemento para ser guardado para um exame mais profundo e demorado.
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