3 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: alguns descartados, artigo do The Japan Times, boom de caipirinha no mundo e no Japão, diversos sabores exóticos, o Brasil em pauta
Um artigo publicado por Angela Erika Kubo no The Japan Times dá uma ideia da disseminação da caipirinha em todo o mundo, chegando até aos exageros como no Caipirinha Bar em Roppongi, Tóquio. O proprietário Javier Watanabe é dono de muitos outros estabelecimentos na região, entrando na onda do Brasil que está em alta no Japão, tanto pela Copa do Mundo como pela futura Olimpíada, onde os estrangeiros estão se encantando com a famosa caipirinha que apresenta flexibilidades para agradar aos seus muitos apreciadores, com os diversos ingredientes utilizados. Todos sabem que o mais tradicional é a cachaça com limão, gelo e adocicado a gosto com açúcar. Mas chegou até a ser servida com o natto, uma soja fermentada, que saiu de linha por ser exagerada na sua combinação. O novo bar conta com uma iluminação suave e relaxante música brasileira de fundo, mas com uma leitura atualizada de jazz, como se encontra em muitos lugares, não somente no Japão como no mundo, notadamente na Ásia.
Caipirinha Bar em Roppongi, um sabor do Brasil com ingredientes naturais. The Japan Times, matéria da Angela Erika Kubo
Neste estabelecimento também se utiliza muitas outras frutas, como vem ocorrendo no Brasil e em outros países, mas sempre tendo a cachaça como ingrediente obrigatório.
O seu preço atual, para os padrões japoneses, é relativamente elevado, ainda que as quantidades sejam generosas, mas pode ser obtida por um preço mais conveniente no happy hour. Alguns ingredientes não conhecidos no Brasil também são utilizados, como o wasabi, que é uma espécie de raiz forte.
Em outras localidades em Tóquio podem ser encontradas por preços mais convenientes, chegando-se a utilizar um xarope de limão em vez da fruta. Também existem versões onde os bartenders agitam a bebida como em outros cocktails, mostrando adaptações da versão brasileira para outras preferências.
2 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: inovações que estão sendo introduzidas, necessidades brasileiras, suplemento setorial sobre embalagem do Valor Econômico
Em que pesem as informações bastante otimistas de representantes do setor de embalagem neste suplemento do Valor Econômico, notadamente na introdução de inovações para atender as necessidades da economia brasileira para os consumidores brasileiros, as deficiências práticas das embalagens brasileiras comparadas com as encontradas no exterior acabam surpreendendo, ficando-se com a impressão que existem dificuldades que necessitam ser superadas. Muitos especialistas informam que, apesar das tecnologias disponíveis no Brasil, os produtores que utilizam estas embalagens resistem em arcar com os seus custos, ainda que isto seja um comportamento compreensível. As exigências de qualidade de produtos alimentícios, principalmente quando voltadas às exportações, exigem a aceleração das adoções de tecnologias já disponíveis no mundo, para preservar a competitividade dos produtos brasileiros, notadamente do ponto de vista da qualidade.
Um artigo da jornalista Simone Goldberg e outros do setor de embalagens do Valor Econômico mostram a consciência que existe da necessidade de aperfeiçoamentos, apesar de muitas inovações estarem sendo introduzidas para atender as necessidades deste mercado. A presidente da ABRE – Associação Brasileira de Embalagem informa que levantamentos estão sendo feitos com parceria com a Fundação Getúlio Vargas, informando que o setor necessita pensar como ser criativo e inovador. Seria uma ideia de agregar valor aos produtos visando tanto o mercado interno como o externo para a ampla diversidade de produtos disponíveis no Brasil, onde se destacam os alimentos e as bebidas. Um especialista do setor informa que a reciclagem e o reúso estão cada vez mais em pauta, com a consciência da necessidade de sustentabilidade, ainda que os consumidores não estejam dispostos a pagar por estas inovações, o que ele pensa poder ser superado pelo design.
Produção em 2013, segundo estudo da Abre/FGV
Os artigos constantes do suplemento demonstram que existe uma consciência do setor que há um exagero nas importações, e que precisam se qualificar para poderem ajudar os exportadores, notadamente quando os produtos embalados pretendem remeter à brasilidade, com sabores ainda pouco conhecidos no exterior.
Acompanham as inovações que continuam aceleradas no exterior, e nem sempre o seu ritmo no Brasil é suficiente para as inovações desejáveis. As exigências com relação à qualidade dos alimentos devem permitir o seu rastreamento com rapidez. Ainda que o Brasil ocupe a sétima posição mundial na área das embalagens, podendo superar ainda alguns outros países, tudo indica que os seus custos não facilitam a competitividade.
Como as exportações tradicionais do Brasil, como os minérios e as produções agropecuárias, encontram atualmente limitações, haverá necessidade de diversificação das mesmas, principalmente com o aproveitamento da biodiversidade brasileira, o que vai exigir embalagens de elevada qualidade para a preservação dos produtos que atendam as exigências das agências de vigilância de outros países importadores.
Muitos dos problemas do setor de embalagem já são conhecidos, mas as indicações é que alguns componentes ainda não estão disponíveis com produções internas competitivas, exigindo que continuem sendo importados até se atingir a escala que permitam viabilizar economicamente as produções internas.
As autoridades terão que estar atentas a estes problemas. Como o mercado interno de produtos alimentícios preparados também se encontra em expansão, uma parte destes produtos serão voltados para o atendimento de suas especificidades.
1 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a ética na economia, a lei anticorrupção, aumento das discussões, entrevista de Dalton Sardenberg para o Valor Econômico
Ainda que a entrevista concedida pelo professor Dalton Sardenbeg da Fundação Dom Cabral sobre a sua pesquisa com relação à operacionalidade da lei anticorrupção resvale em assuntos de grande importância, novamente uma simples entrevista não parece ter a capacidade de aprofundar o assunto, fornecendo um quadro que permita uma formação de opinião a respeito, ainda que ajude na sua discussão pública. Foi concedida a Marcos de Moura e Souza e publicada no Valor Econômico. O entrevistado é doutorado em governança corporativa na Universidade de Birmingham e leciona a mesma matéria nos cursos da Fundação, estando com uma pesquisa em andamento que recebeu 286 respostas de empresas brasileiras, o que é um avanço significativo nesta discussão e mostra a elevada qualificação deste pesquisador, podendo indicar algumas tendências dos novos empresários, ainda que não possa fornecer todos os dados desejáveis.
Este complexo assunto se mistura com a difícil realidade, onde na economia nem sempre se atua somente com o que é ético, infelizmente, pois as empresas procuram obter os melhores resultados possíveis, na crença de estar com isto contribuindo para a economia do país, o que nem sempre é verdade. A legislação procura, de forma limitada, fazer com que a concorrência seja a mais intensa possível, ainda que muitos fatores conspirem contra ela.
Onde leciona e pesquisa Dalton Sardenberg
Numa reunião de brasileiros com os japoneses, um experiente líder empresarial do Japão sussurrava aos meus ouvidos que os que lá estavam não eram verdadeiros empresários do Brasil. Estavam convidando os concorrentes do Japão a efetuarem investimentos no Brasil para disputarem os seus mercados, quando na realidade sempre existem mecanismos para a proteção do mercado para os grupos locais. Na legislação brasileira existe uma margem de no mínimo 20% mesmo para as concorrências efetuadas para projetos com financiamentos internacionais como o do Banco Mundial.
No mundo real, os empresários almejam o monopólio, se possível, e não apreciam a concorrência, e quando viável se organizam em cartéis para evitar a redução de suas margens de rentabilidade, até com a ajuda das autoridades. Pode parecer cínico, mas isto se aproxima mais da realidade, pois os empresários não são filantropos, ainda que evitem envolver-se no que é considerado criminoso, o que afeta a imagem de suas empresas.
Cada país possui uma legislação específica para tentar coibir as empresas de se envolver em atividades consideradas corruptas para conseguirem vantagens de autoridades estrangeiras. Em muitos casos, até o uso de recursos são admitidos se provados que sem estas operações se torna impossível a sua competitividade vis-à-vis com outros concorrentes.
Lamentavelmente, existem muitos paraísos fiscais historicamente onde estas operações são mais frequentes, notadamente quando envolvem aspectos financeiros. Alguns países são mais rigorosos com suas empresas que operam nestas localidades, visando a preservação de sua imagem.
No Brasil, depois da Constituição de 1988, parece que está se organizando um sistema onde estas operações tendem a ficar mais difíceis, com o desenvolvimento do Ministério Público que ainda está num processo de aperfeiçoamento, notadamente para evitar o vazamento de informações de processos que deveriam ser conduzidos em sigilo até a comprovação final das irregularidades cometidas e seus responsáveis. Muitas vezes, a vaidade pessoal de autoridades envolvidas preferem suas presenças nas mídias, ainda que isto seja inadequado.
Na entrevista, o professor Dalton Sardenberg mostra-se otimista com a evolução de uma cultura no Brasil contra a corrupção, notadamente entre os mais jovens. É uma esperança desejável, mas sem que mecanismos para tanto sejam explicitamente colocados numa discussão na sociedade brasileira, parece existir o risco de que isto acabe ficando no campo das meras aspirações, sem um respaldo mais amplo, que permita caminhar no sentido de legislações mais rigorosas de aplicação mais fácil.
O Brasil está em foco no mundo sobre estes aspectos, pois muitas das irregularidades acabaram ficando públicas. Mas há que se observar que muitos que estão condenando facilmente do exterior, principalmente, também continuam envolvidos em muitos escândalos financeiros que chegam a bilhões de dólares, que estão sendo encerrados com meros acordos judiciais implicando em multas.
Há que se concordar que o aumento da discussão ampla deste difícil problema pode trazer novas luzes para a redução das irregularidades.
1 de dezembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as dificuldades de compreensão dos acadêmicos, entrevista de um historiador sobre as relações das empreiteiras com o poder, mudanças que ocorrem
Uma das maiores dificuldades para as compreensões dos processos complexos dos relacionamentos das empreiteiras com o poder é que muitas análises feitas com a maior boa vontade por acadêmicos e expressos numa simples entrevista não permitem nem sempre abarcar seus aspectos mais relevantes, ainda que sejam sempre úteis pelos seus esforços. Uma entrevista concedida pelo historiador Pedro Henrique Pedreira Campos a Carol Prado, da Folha de S.Paulo, parece ser o caso. Ele leciona na Universidade Rural do Rio de Janeiro, é autor de livros como “Estranhas Catedrais”, “Nos Caminhos da Acumulação” e “Ensaios de História Social”, e ainda que ofereça algumas pistas interessantes pode conduzir a conclusões perigosas, como a sugerida pelo título atribuído à entrevista. Todos sabem que não é de hoje e nem somente do Brasil que estas relações existem, sendo famoso o chamado complexo militar industrial dos Estados Unidos, bem como estes relacionamentos duvidosos que sempre existiram em muitos países, como o Japão.
No fundo, o custo dos processos democráticos é elevado e as empresas que fornecem materiais como serviços para o governo sempre arcaram com parte destes custos, das mais variadas formas, nem sempre de modo transparente para o público, para continuarem usufruindo das benesses dos que podem ser conduzidos ao poder. Deve-se ressaltar que isto não acontece somente no setor público, mas também nos grandes interesses privados. Limitar a análise para um determinado período no Brasil apresenta algumas dificuldades, como quando ele se refere à importância da empreiteira Metropolitana no financiamento da IPES – Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais, pois ela é uma das que caracterizavam as empreiteiras de importância no período anterior, e que acabaram perdendo-a. Também havia outros interesses privados no regime do governo, que não se restringiam às empreiteiras.
A construção de Brasília determinou uma nova onda de novos empreiteiros
Parece possível identificar algumas fases, como quando a capital brasileira estava sediada no Rio de Janeiro, período em que alguns organismos tinham conseguido relacionamentos com os detentores do poder de então. Eles perderam importância no processo de construção de Brasília, quando novas empreiteiras se destacaram aproveitando as urgências bem como o trabalho intensivo nas regiões pioneiras como os cerrados do Centro-Oeste, cujos custos nem sempre foram devidamente avaliados. No período autoritário, outras que já estavam com capacidades técnicas com a construção de grandes obras complexas como as hidroelétricas no Centro-Sul tiveram uma ascensão e procuraram manter a sua posição. Para ser realístico, sempre o governo teve menos capacidade de formular programas e projetos em seus detalhes, salvo poucas exceções, e os oferecimentos de estudos feitos pelas consultorias de engenharia que pertenciam às empreiteiras sempre tiveram um papel relevante no convencimento das autoridades sobre suas prioridades, como temos apontado neste site. Isto independia dos partidos que estavam no poder.
Tudo indica que, com todos os escândalos que estão sendo divulgados, haverá uma tendência de algumas que já conquistaram dimensões apreciáveis evitarem riscos futuros nestes projetos no Brasil. Com a nova legislação que envolve a responsabilidade de membros do Conselho de Administração em crimes e utiliza as delações premiadas, muitos grupos tenderão a evitar envolvimentos, abrindo espaço para uma nova geração de empreiteiras, ainda sejam pequenas e médias, que contem com dirigentes ousados e tenham acesso às novas tecnologias que estão sendo empregadas nestas obras. Por mais que o governo se aparelhe para contar com organismos que preparem programas e projetos, o setor privado tende a ser mais flexível e dinâmico para detectar novas oportunidades tanto de projetos governamentais como público-privados.
Com as acentuadas flutuações que ocorrem no Brasil, muitos grandes grupos que já possuem apreciáveis experiências internacionais podem dar prioridade para a expansão no exterior de suas atividades, e isto não deve significar o uso de corrupções.
Seria um pouco acadêmico imaginar que haveria um processo de seleção dos empreiteiros onde todas as concorrências seriam transparentes. Parece quase inevitável que haja alguns arranjos semelhantes aos cartéis e nos projetos considerados urgentes ou de emergência sempre haverá necessidade das escolhas recaírem nas empresas que apresentam, aparentemente, as melhores propostas. Infelizmente, são segmentos de grandes projetos e que exigem tecnologias, capacidade financeira, equipes técnicas que não estejam suficientemente disseminadas pelo mundo para permitirem concorrências como as que seriam desejáveis.
O que se pode esperar é um processo que evite gritantes abusos com o avanço do processo democrático. Os grupos que estejam na oposição necessitam se aparelhar tecnicamente para apontar as tendências de distorções, por mais que estejam, aparentemente, sendo desenvolvidos sistemas de controle público. Também não parece conveniente que todas as empreiteiras sejam generalizadas, pois sempre existem alhos como bugalhos.
A primeira hipótese é que estas sociedades todas são de seres humanos e não de anjos, e por mais que se deseje que haja uma redução da ganância, parece mais produtivo que se desenvolvam sistemas que coíbam os abusos, na medida do possível.
30 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: experiência japonesa, os programas da televisão livre de madrugada, ponto de vista de madrugador
Um artigo publicado por Mauricio Stycer na sua coluna na Folha de S.Paulo comenta sobre o lançamento do programa “Hora Um”, apresentado por Monalisa Perrone na TV Globo a partir das 5 horas. A SBT já tem um noticiário a partir das 4 horas, comandado por Hermano Henning e, segundo o articulista, estas mudanças de grade das televisões abertas mostrariam uma disputa mesmo pelas baixas audiências destes horários, para atender ao público que acorda cada vez mais cedo para trabalhar, na esperança que os seus familiares se mantenham no mesmo canal nos horários seguintes. O meu comentário, de quem costuma acordar cedo, complementa-se com o que é observado no Japão, quando os melhores noticiários costumam ser os das primeiras horas da manhã. Além das necessidades dos que vão sair para o trabalho, como as informações sobre o clima previsto para o dia bem como a situação do tráfego, naquele país, as notícias do dia anterior no Ocidente costumam estar disponíveis nestes horários, por causa das diferenças dos fusos horários.
Como usuário regular de todas estas informações, os noticiários das rádios eram obrigatórios e não estão conseguindo suprir adequadamente os ouvintes das informações desejadas nestes horários, ainda que muitos comecem os seus programas às 5 horas. As notícias das rádios sobre as previsões do clima não costumam mais ser tão detalhadas e atualizadas como no passado, com Narciso Vernizzi, que ficou conhecido como o homem do tempo, o que nos leva a ligar o SBT que costuma, sem a mesma regularidade, fornecer não somente a previsão local como para todo o Brasil. Ainda que deficientes quando comparados com muitos outros países, que possuem uma rede mais intensa com serviços meteorológicos de melhor qualidade, com informações confiáveis. Os noticiários costumam repetir os que já foram divulgados na noite anterior, salvo algumas situações de emergência.
A NHK japonesa, órgão oficial que conta com uma rede de locais do Japão de onde transmitem, costuma apresentar também, ao vivo, algumas cenas com comentários de jornalistas principalmente sobre o clima. Mas também conta com sistemas de informações das principais estradas como vias importantes de grandes cidades, como Tóquio, além das relacionados com as muitas linhas de metrô, bem como dos trens que são importantes nos deslocamentos de muitos para as suas necessidades, que não se resumem somente ao trabalho. Também informações sobre os aeroportos seriam desejáveis para os usuários, que costumam se deslocar de madrugada.
Tudo indica que os que ligam a televisão nestes horários da madrugada desejam informações objetivas para estarem preparados para os problemas que podem afetar suas vidas. Vamos aguardar que a concorrência cada vez mais acirrada ajude na melhoria da qualidade das informações fornecidas.
30 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: as mudanças provocadas pela internet, efeitos das economias com baixos crescimentos, o papel da consolidação da democracia, observações no Brasil e no mundo, tendências monopolísticas
Todos reconhecem a importância da imprensa independente e livre para a consolidação e preservação da democracia, mesmo que ela, por ser uma atividade humana, também esteja sujeita a erros, que muitos veículos reconhecem quando detectados. Há indícios de uma difícil transição por que ela está passando, tanto pelo baixo crescimento econômico mundial como pelas mudanças de alguns comportamentos dos seus usuários em decorrência da internet. O que aparenta estar acontecendo, na grande maioria dos veículos e grupos da imprensa, é a queda de suas receitas, indispensável para a manutenção de sua qualidade, com um corpo de jornalistas competentes. Ao mesmo tempo, parece que parte de muitos que utilizam seus serviços tem hoje uma preferência pela velocidade na sua obtenção, ainda que haja alguma superficialidade nas matérias veiculadas. Este quadro acaba provocando também uma tendência a maior concentração econômica dos grupos envolvidos com as comunicações, gerando situações monopolísticas indesejáveis que aproveitam variados veículos para usar as vantagens da aglomeração, funcionando como uma central de informações.
Isto não parece uma tendência que se observa somente em determinados países, mas por todo o mundo que está cada vez mais globalizado. Vivemos numa aldeia cada vez mais global, onde o que acontece em determinado lugar acaba tendo repercussões em outros, quer seja do ponto de vista econômico, político ou social. Todos passam a depender dos outros, queiramos ou não. Isto fica evidente como no caso da preservação do meio ambiente, onde o aquecimento global torna mais agudo os fenômenos climáticos, afetando a todos. Ao mesmo tempo, não temos ainda a capacidade de um razoável consenso das medidas e metas que precisamos perseguir de forma coletiva. Os meios de comunicação social são vitais nestes complexos processos de decisão coletiva, ainda que a ganância humana não facilitem as tomadas de medidas razoáveis para todos.
Medidas vieram sendo tomadas por alguns veículos para aumentar as suas receitas preservando a qualidade das matérias publicadas. Muitos passaram a promover eventos patrocinados por setores ou empresas interessados na discussão e divulgação de determinados assuntos, que gerariam o material de qualidade com palestras de especialistas para a edição de suplementos ou sua veiculação normal. No entanto, a concorrência por este mercado tornou-se acirrada, e nem sempre se conta com anúncios e patrocínios que permitam a rentabilidade destes pacotes nos períodos recessivos.
A grande maioria dos grupos está ampliando o número dos seus veículos, que, além dos jornais impressos, envolvem revistas, rádios e televisões, inclusive para os mais ágeis e rápidos como os que utilizam a internet, alguns com assinaturas. Ainda que o mercado de publicidade para estes meios estejam se ampliando, eles exigem volumes que necessitam concorrer com outras organizações especializadas nestas áreas.
Todos os profissionais especializados em comunicações sabem que precisam atender as preferências dos seus usuários como dos patrocinadores. A maioria dos seres humanos parece tender a apreciar fatos mais positivos que existem na realidade que os deixam otimistas, do que a intensidade de destaque dos aspectos negativos que tendem a criar um clima depressivo. Mas também sabem que um dos papéis da imprensa é ser crítica. Um razoável equilíbrio difícil de ser definido parece o mais recomendável, ainda que muitos veículos mantenham posições ideológicas contrárias aos que se encontram no poder, confundindo as divulgações com campanhas políticas.
Alguns analistas entendem que existem muitos aspectos nos países emergentes, como o Brasil, que podem ser enfocados com um prisma mais construtivo, mesmo quando se referem às dificuldades existentes. Muitos estão lutando para superar as limitações, ou podem ser oferecidas sugestões para as possibilidades de superá-las, informando sobre o que tem sido feito em outras localidades neste sentido.
De outro lado, existem situações em que o poder político acaba relevante no mercado publicitário, mesmo que muitos órgãos de imprensa evitem ser identificados como “chapas brancas”. Há que se reconhecer também que em muitos países existem entidades públicas atuando na imprensa, muitas concentradas em assuntos de interesses culturais, educacionais ou interesse público. Parte dos seus recursos é originário dos orçamentos públicos.
Nas entidades totalmente privadas, em setores que no Brasil funciona sob o sistema de concessão, alguns horários podem ser requisitados pelo poder público. Como elas vivem das audiências, também existem programas que são consideradas mais populares, inclusive tipo novelas, que apresentam elevados níveis de interesse popular.
Em alguns países, como no Brasil, parece haver um exagero de interesse religioso nos órgãos de comunicação social que são utilizados para finalidades de ampliação do número dos seus adeptos. Como entidades religiosas costumam estar isentas de tributações, acaba se criando, em alguns casos, uma situação esdrúxula, principalmente quando existe uma separação entre o Estado e a Igreja na legislação. Como também existem programas não religiosos nestes veículos, suas receitas publicitárias acabam concorrendo com os demais meios de comunicação social, privados ou públicos.
No Brasil, parece que a maioria das entidades envolvidas com as comunicações está procurando caminhos para se adaptar a estas novas situações, tentando combinar os veículos que utilizam a internet com os mais tradicionais, utilizando as economias de aglomeração. Para que não ocorra um exagero de concentração, existem agências reguladoras, mas estas sofrem pressões daqueles que já são poderosos. São transições difíceis, mas as criatividades vêm permitindo encontrar caminhos razoáveis. É preciso manter o otimismo.
28 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: automações e uso de computadores, casos ilustrativos dos pilotos e médicos, de Nicholas Carr, instigante artigo do The Wall Street Journal, outras avaliações e considerações, publicado em português no Valor Econômico
Nicholas Carr, autor do livro “A geração superficial: o que a internet está fazendo com os nossos cérebros”, publicado em português pela editora Agir, escreveu no The Wall Street Journal, republicado em português no Valor Econômico, um instigante artigo que recebeu o título de “A automação excessiva emburrece”, que nos leva a reflexões. Ele informa que nos anos 50, James Bright, professor da Faculdade de Administração de Harvard, teria estudado os efeitos reais da automação, descobrindo que as novas máquinas estavam deixando os trabalhadores com funções monótonas e menos exigentes. Cita observações recentes que os pilotos de aviões estão dependendo cada vez mais dos computadores para as operações críticas de aterrissagem e decolagem, deixando os menos ágeis para operações de emergência que exigem as suas intervenções. Também que os médicos estariam exagerando nos usos dos protocolos que recomendam uma listagem de exames para cada situação, o que levou a incapacidade de diagnosticar o primeiro caso de ebola, por exemplo.
Mas ele menciona que existem programas de software que centram suas atenções nas capacidades das máquinas que acumulam muitas experiências e tecnologias. Como também os que procuram valorizar as decisões tomadas pelos seres humanos utilizando suas sensibilidades, centradas neles.
As possibilidades das discussões desta natureza são amplas, reconhecendo-se que muitas decisões ultrarrápidas nas operações de bolsas estão sendo tomadas pelos computadores, agravando as flutuações que sempre ocorrem, mas que não necessitariam ser tão exageradas. Também podem ser apresentadas as dificuldades decorrentes das excessivas especializações que levaram a elaboração de modelos que minimizariam os riscos, que não funcionam adequadamente. Muitas decisões estão sendo tomadas sem que todos os dados desejáveis, como as políticas e decorrentes da psicologia coletiva, como os comportamentos de massa, também sejam considerados.
Nicholas Carr, autor de “A geração artificial: o que a internet está fazendo com os nossos cérebros”, Editora Agir.
Poderia se acrescentar ainda que as informações resumidas e rápidas estão induzindo muitos à superficialidade, sem que análises mais profundas e desejáveis sejam efetuadas. Observa-se que muitos executivos não possuem sequer formações mais sólidas sobre humanidades, levando a uma exagerada automação nas decisões que até podem ser acertadas, mas requereriam um quadro mais amplo e complexo de informações que estão influindo em vários fenômenos sociais.
Quando se trata da medicina, por exemplo, observa-se a quantidade de exames inúteis que são requeridos aumentando os seus custos, sem que informações vitais como os históricos dos pacientes e de seus passados sejam considerados. Na biologia como na botânica observam-se que as cargas do que herdamos do passado nas nossas formações são relevantes para as tendências de determinadas anormalidades ou qualidades, o que parece estar sendo consideradas menos relevantes.
Distorções também ocorrem diante dos riscos a que os profissionais de medicina estão sujeitos com as potenciais ações judiciais por indenizações decorrentes de erros de diagnóstico. Diante destes fatos, muitos exames são requeridos para fundamentarem possíveis defesas.
Na comunicação social, onde a internet vem desempenhando um papel importante dada a sua velocidade, observa-se que muitos veículos estão sofrendo com as restrições de suas receitas, passando a utilizar profissionais menos experientes, disseminando informações que nem sempre foram adequadamente analisadas.
A procura de mecanismos que permitam um equilíbrio mais razoável das vantagens da internet como suas inconveniências parece que está se constituindo num desafio importante da nossa era. Tudo vai exigir um mínimo de disciplina, até para que as futuras gerações saibam os limites destas facilidades, para que não fiquem prejudicadas pelos vícios que estão se disseminando com seus usos abusivos, aumentando até a redução da comunicação adequada entre seres humanos.
28 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: a difícil compreensão do Brasil, artigo no The Economist, mesmo para os brasileiros
Uma das grandes dificuldades de compreensão para quem nunca teve a responsabilidade de governar é de que um país como o Brasil é mais complexo do que parece, onde nem sempre a lógica dos que possuem boas formações acadêmicas consegue compreender todas as restrições existentes, pois não se trata de algo científico, mas que exige muita arte. Entre os muitos princípios que costumam orientar os políticos que chegam ao poder, costuma existir um que seria continuar nele mesmo que indiretamente, que quase sempre não agrada aos opositores ou os que têm a responsabilidade de analisar esta dura realidade. Outro é que sempre se tenta fazer o melhor o que se pode, que nem sempre é o que se quer.
O Brasil é uma federação em que a quase totalidade dos eleitos na sua incipiente democracia o são pelos Estados, de cujos eleitores eles dependem e desejam recursos e só o presidente da República e o seu vice são eleitos para defender os interesses da União, com seus auxiliares nomeados. Mesmo na Constituição Brasileira de 1988, que a rege, existem incongruências que estão consagradas, não sendo fácil os seus aperfeiçoamentos políticos para se chegar a algo razoável para o país.
Dilma Rousseff reeleita num quadro de duras limitações
Se admitida esta dura realidade, já seria um passo importante para se entender algo sobre o Brasil, mas pouco se discute a respeito internamente, tanto mais no exterior. Se os brasileiros contam com dificuldade para entender as limitações deste país, parece compreensível que mesmo os mais qualificados estrangeiros tenham a capacidade de entender muitas de suas complexidades, como os competentes jornalistas do The Economist, que possuem as suas claras preferências ideológicas. Os problemas brasileiros acabam sendo tratados com as compreensíveis superficialidades de suas aparências, inclusive por alguns que tenham experiências do poder, pensando que suas vontades sejam suficientes para superar os obstáculos existentes para atingir muitos dos objetivos que todos gostariam que fossem alcançados.
Lamentavelmente, o artigo desta semana daquela revista que entende que Dilma Rousseff está mudando o rumo de sua política e parece contar com muitas limitações. Mesmo que se admita que ela mesma, com toda a experiência que acumulou até com seus erros, ainda deixe transparecer algumas de suas características pessoais. Tudo indica que Antonio Palocci, mencionado no artigo, que foi o ministro da Fazenda de Luiz Inácio Lula da Silva, deixou o governo, não pela divergência com a então ministra Dilma Rousseff que viria a suceder Lula, mas diante das atrapalhadas em que ele acabou se envolvendo. Talvez Dilma até tivesse preferência em contar com Palocci para comandar o seu setor de economia no novo mandato, mas ele, conhecendo as características pessoais da presidente reeleita, evitaria a possibilidade de potenciais atritos.
Os que entendem que os escolhidos Joaquim Levy, Nelson Barbosa e Alexandre Tombini seriam mais flexíveis no relacionamento com Dilma podem estar enganados. Estes e outros auxiliares que estão cogitados para posições chaves do governo, como a Secretaria do Tesouro, além de melhores aparelhados nas suas formações, parece que estão sendo designados porque não resta ao novo governo senão efetuar as duras correções, que diferem das cogitadas pelo candidato oposicionista à Presidência de República. O que parece evidente é que não restam alternativas e todos terão entender esta dura realidade.
Os relacionamentos internos da Presidência da República com os principais componentes do governo nem sempre ficam claros, principalmente num gigantesco grupamento com diferentes tendências entre seus componentes. As informações mais estapafúrdias são veiculadas pela imprensa, semeadas por diferentes interessados, que quase sempre não correspondem à realidade que apresenta facetas variadas para os diversos ângulos de onde são observados.
Que as dificuldades objetivas aumentaram não se pode duvidar, o que não se restringe somente ao Brasil, ainda que possam ser mais graves para o atual cenário brasileiro. Qualquer que fossem os eleitos, muitos deles existiriam, o que está sendo considerado como o novo normal. O que parece que deve ser considerado é que as variações nas margens são relevantes, devendo se distinguir os multiplicadores dos aceleradores, o que costuma ser difícil até para os especialistas.
As ineficiências existentes, por incrível que pareça, acabam gerando espaços para melhoras, mesmo que muitas gestões estejam lamentáveis. O que parece evidente é que as escolhas das linhas mestres das ações prioritárias acabam sendo relevantes, mesmo num quadro onde as incompreensões continuarão se multiplicando. Há que se admitir, na primeira impressão, é que o quadro de auxiliares com que Dilma Rousseff contará apresenta qualificações superiores quando comparados com que estão sendo substituídos, sendo que sua responsabilidade é maior do que ela gostaria de admitir. Ela será forçada a engolir mais sapos do que deseja, se não deseja perder bons auxiliares, que são aqueles que dizem a ela o que ela não gostaria de ouvir, como acontece em qualquer governo decente.
Existem todas as condições para o restabelecimento da credibilidade do governo, que é um fator subjetivo que pode sofrer rápidas mudanças. Há que se admitir que a situação brasileira não seja ímpar no mundo, ainda que por aqui ela esteja mais dramática.
27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: Mahmmad Gardo Baquaqua, notícias divulgadas pelo site de O Globo, trabalho de historiadores brasileiros com apoio do Canadá, uma biografia de um escravo que viveu no Brasil
O Brasil é um país com uma história ainda curta que conta com limitações de documentações originais que comprovam muitas versões do que consta como oficial, mesmo sobre assuntos que nem sempre merecem a atenção devida de todos. Quanto há uma notícia de um trabalho nesta área, todos que se interessam por assuntos semelhantes acabam se emocionando. Uma notícia publicada por Leonardo Vieira no site de O Globo informa sobre um jovem historiador de Pernambuco, Bruno Véras, que se interessou sobre um livro lançado em Detroit, USA, em 1854, pelo próprio ex-escravo Mahmmad Gardo Baquaqua, “An interesting narrative, Biography of Mahmmand G. Baquaqua”. Com a ajuda do Ministério da Cultura, do consulado do Canadá e outros dois pesquisadores brasileiros, está providenciando o lançamento deste livro em português, o que se espera ocorra até o final do próximo ano. O artigo pode ser encontrado na sua íntegra no http://oglobo.globo.com/sociedade/historia/historiadores-traduzem-unica-autobiografia-escrita-por-ex-escravo-que-viveu-no-brasil-14671795 .
Informa-se que existem outros livros, em inglês, escritos por ex-escravos, publicados nos Estados Unidos e na Inglaterra que receberam também apoio daqueles que desenvolviam uma campanha para a eliminação da escravidão, que já começava a ser abolida em algumas unidades dos Estados Unidos. Mas, pelo que se saiba, no Brasil só se dispõe de livros como o de Castro Alves e outros abolicionistas, que, mesmo tendo objetivos semelhantes e causem fortes impactos, não têm a força daqueles que viveram calamidades do tipo. O livro em pauta relata desde o que ocorreu dentro de um navio negreiro, que veio de Uidá, no norte da África, tendo chegado a Pernambuco, no Novo Mundo, em 1845.
Capa do livro divulgado pelo professor Bruno Véras
O artigo informa que Mahommah G. Baquaqua era filho de um comerciante proeminente, estudou numa escola islâmica, tendo adquirido conhecimentos de leitura e matemática, que o qualificavam a atuar nas rotas comerciais do então califado de Socoto e o extinto Império Ashanti, que efetuavam o tráfico de escravos de regiões da África Ocidental. Também no Brasil, chegou a desempenhar papéis mais importantes, mas sem ser reconhecido pelos seus esforços entrega-se à bebida. Foi revendido ao Rio de Janeiro, chegando a atuar no comércio de charque entre o Rio Grande do Sul até a capital de então da Corte.
Mas foi uma encomenda de café que lhe proporcionou a oportunidade para ir a Nova Iorque, e numa tentativa de fuga, acabou preso e fugiu para o Haiti, tendo se convertido e ingressado na Igreja Batista Abolicionista, onde teve possibilidade de aprender inglês, na região de Nova Iorque.
Alguns destes relatos encontram respaldo no que se conhece, como o comércio de charque e o papel da Igreja Batista Abolicionista, que até hoje continua atuando com a denominação de Igreja Metodista Livre e sempre teve importância em causas como as mencionadas, inclusive no ensino. Certamente, haverá muitas documentações adicionais que podem dar maior respaldo a esta interessante história.
27 de novembro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: colocação do suplemento Paladar do Estadão, medidas adicionais, o selo de Indicação Geográfica
O suplemento Paladar do jornal O Estado de S.Paulo informa sobre as iniciativas em andamento que procuram distinguir as regiões já existentes que se diferenciam pelas suas qualidades ou tradições de seus produtos gastronômicos. São queijos, vinhos, cafés e outros produtos de determinada região que recebem o selo de Indicação Geográfica, que valoriza o reconhecimento de suas características, como o que já acontece com o Queijo da Canastra, uma região de Minas Gerais. Algo semelhante ocorre com vinhos, e cafés, havendo outros produtos menos conhecido do público, por ainda não estarem valorizados nas suas diferenciações.
A capa do suplemento
O mapa do Brasil com as 24 Indicações Geográficas com as quatro Indicações de Origem e as demais Indicações de Procedência
Elas são importantes para que seus produtores sejam valorizados e devem ser amplamente divulgados para o conhecimento de todos os consumidores, se possível com suas características que os diferenciam. Este trabalho deve ser prestigiado pelas autoridades e deve ter um prosseguimento prioritário.
Mas outros conceitos que estão sendo valorizados, por exemplo, pela Sebrae – Serviço de Apoio às Pequenas e Médias Empresas, que procura identificar “closters” pelo país acabam sendo importantes, e são amplamente utilizados em países como o Japão. Algumas regiões brasileiras são conhecidas pelas suas produções, como de flores e todas as atividades ligadas a elas, devem ser destacadas para juntar os benefícios de assim serem reconhecidas. O mesmo acontece com frutas, doces, produtos de couro e muitos outros mais.
No Japão, todas as cidades contam com produtos pelos quais são mais conhecidos, e os que as visitam fazem questão de levar para os seus amigos lembranças que acabam valorizando esta cidade. Podem ser conservas, doces, biscoitos ou outros produtos, e os agraciados com eles ficam extremamente gratos pela lembrança, fazendo com que os produtores daquela cidade também sejam ajudados com as demandas adicionais.
Estes fenômenos já ocorrem de forma natural. Os turistas que visitam o Sul de Minas, normalmente procuram adquirir produtos da região para consumir em casa ou presentear amigos. Produtos artesanais do Nordeste, por exemplo, também são valorizados e reconhecidos no Brasil como até no exterior.
Trata-se, sem dúvida, de uma técnica de marketing que, amplamente divulgado, acaba propiciando novos negócios que nem sempre são reconhecidos se não contarem com maciças divulgações.