9 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: desigualdades regionais da redução do crescimento na China, dificuldades de uma economia gigantesca, informações do Financial Times
Um artigo de James Kynge, do Financial Times, faz um apanhado geral das diferenças regionais na China da desaceleração que está se observando no crescimento daquela economia. Mesmo numa economia ainda fortemente centralizada, lamentavelmente, o controle da desaceleração acaba tendo impactos fortemente diferenciados do ponto de vista regional, como pode ser constatado nas informações disponíveis de diversas fontes. A tal ponto que as autoridades chinesas já cogitam de medidas para estimular algumas atividades, como as relacionadas com a infraestrutura e a construção civil, que sempre tiveram grande importância não só na China. Estas acentuadas diferenças acabam gerando insatisfações que ficam difíceis de serem suportadas, mesmo numa sociedade onde a política está controlada pelo Partido Comunista Chinês, mas com necessidade de respaldo da opinião pública.
As informações são de que as indústrias chinesas sofrem um quarto mês consecutivo de contração em abril último, de acordo com algumas pesquisas privadas, sugerindo uma desaceleração acima do esperado no PIB para o segundo trimestre deste ano. Evidentemente, isto apresenta um impacto também para outros países que dependem dos fornecimentos para a China. Mas, no interior da China, as diferenças regionais são acentuadas, sendo que algumas regiões e pessoas estão sentindo este impacto de forma mais acentuada. Os setores mais atingidos seriam os da construção civil, imobiliários e indústria pesada, e os produtores de matérias-primas que estão com excesso de capacidade, bem como os materiais poluentes como o carvão mineral. Ao nível humano, estes impactos seriam mais sensíveis entre os mais baixos na pirâmide salarial.
(Kazu, favor ilustrar este artigo somente com o mapa das diferenças regionais na China, que estou enviando abaixo, mesmo com as legendas em inglês, não havendo necessidade do resto do texto)
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9 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: base no FMI e informações de entidades do mercado, estabilidade na recuperação, G7 com pequenas flutuações
Os professores James Stock, da Universidade de Harvard, e Mark Watson, da Universidade de Princeton, forjaram a expressão “Grande Moderação” para a atual recuperação econômica, depois da crise desencadeada em 2007/2008, a mais forte depressão depois de 1929. A equipe da Bloomberg que está se consolidando com uma importante no cenário mundial, com dados do Fundo Monetário Internacional e apoiado por diversas declarações de estudiosos de instituições importantes no mercado, observa uma estabilidade na atual recuperação, que apresenta pequenas flutuações nos dados mais relevantes. Os dados do G7 mostram que a economia mundial está voltando para o seu normal, em direção ao futuro, sem grandes saltos espetaculares.
A volatilidade do crescimento entre as principais economias industriais é atualmente a menor desde 2007 e metade da que se observou nos vinte anos que começou em 1987. Os investidores estão calmos com relação aos riscos e para as previsões em ativos, moedas, commodities e bonds, depois de sete anos anteriores fracos. O cenário para o futuro parece claro para as empresas e para os consumidores. O crescimento é moderado e não apresenta os excessivos riscos dos booms do passado que terminaram em paradas.
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8 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, bancos obtêm receitas com serviços, o que pode explicar estes resultados
Um interessante artigo foi publicado no Valor Econômico contando com a autoria de Carolina Mandi e Vinícius Pinheiro. Com base nos resultados obtidos pelos bancos neste início do ano, num período em que a expansão do crédito não está sendo expressiva e há uma concorrência na taxa de juros que está num patamar elevado, constata-se que eles estão obtendo resultados expressivos com os serviços que prestam. Os quatro maiores bancos listados juntos na Bolsa, o Banco do Brasil, o Itaú Unibanco, o Bradesco e o Santander obtiveram US$ 19,5 bilhões no primeiro trimestre com serviços, um acréscimo de 11,5% com o mesmo período do ano passado, quase o dobro da inflação. Seria interessante especular sobre as razões destes fenômenos.
Muitas explicações estão sendo dadas pelos bancos. Conseguiram aumento dos seus clientes, estão conseguindo mais operações com cartões de crédito, aumentaram as intermediações de seguros, conseguem taxas de administração de fundos, e não se referem a aumentos das tarifas. No fundo, como remuneram expressivamente os seus executivos, conseguem recursos humanos da melhor qualidade que inovam e aumentam atividades de serviços dos mais variados, voltados à grande massa dos seus clientes. A escala com que operam permite resultados que não podem ser obtidos por outros operadores de menor porte, ao mesmo tempo em que inovações tecnológicas continuam sendo introduzidas nas suas operações.
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7 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: expansão do Softbank, fatos que estão acima da minha compreensão, IPO do Alibaba, possível acordo do Credit Suisse com as autoridades norte-americanas
Definitivamente, parece que os preconceitos que existiam no passado estão sendo superado, o que deve ser considerado positivo, mas existem os que acreditam que as atividades empresariais precisam se basear na ética. Ainda que se conheçam parte das atividades de bancos internacionais com atuações nebulosas, quando um banco suíço de elevada credibilidade como o Credit Suisse procura atingir um acordo com as autoridades norte-americanas, pagando uma multa estimada em US$ 1,6 bilhão para suspender as investigações em curso, fica-se imaginando o que fizeram. Outros bancos internacionais também foram punidos com multas astronômicas, que poderiam encerrar suas atividades, mas continuam operando normalmente. As informações procedentes da Suíça permitem avaliar que o acordo está sendo elaborado, pois a expulsão do banco do mercado dos Estados Unidos colocaria em risco a continuidade deste estabelecimento.
Sou antiquado a ponto de associar Alibaba aos quarenta ladrões, mas os dirigentes desta gigantesca rede internacional de vendas pela internet preparam-se para lançar um IPO no mercado dos Estados Unidos para captar recursos para suas atividades considerado recorde em valor. E seu principal dirigente aparece como um dos filantropos mais destacados recentemente. Pelo visto, o nome passou a ser adequado para dar a credibilidade para estas operações como atividades eficientes de vendas pela internet que permitem um retorno adequado para estes investimentos. Informa-se do Japão que o Softbank, de propriedade de japoneses de origem coreana, com a sua surpreendente agressividade superou as operações da antiga estatal DOCOMO em telefonia celular, e as suas operações nos Estados Unidos visam torná-lo um dos maiores do mundo.
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7 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: notícias do Bloomberg, óleo vegetal bromados, pressão dos consumidores, proibidos na Europa e no Japão
O porta-voz da Cola-Cola nos Estados Unidos, Josh Gold, anunciou ontem, segundo o artigo de Duane D.Stanford no site da Blomberg, que até o final do ano a empresa retirará o ingrediente conhecido como BVO – óleo vegetal bromado (brominated vegetable oil) de suas bebidas para aquele país, tanto as prontas como as vendidas nas fontes muito utilizadas por lá, que permite a estabilização da bebida. A Food and Drug Administration dos Estados Unidos só permite que 15 partes deste aditivo por um milhão seja usado, constando da lista de alimentos desde 1970, o que parece que nunca foi obedecido. O produto foi condenado pela famosa Clínica Mayo, mas já estava impedido na Europa e no Japão. Um forte lobby pelas redes sociais parece ter conseguido o seu objetivo. Tudo indica que a providência não beneficia outros países como o Brasil, lamentavelmente.
Este BVO é usado também em outros produtos como o Powerade, e a Pepsi removeu-o no último ano do Gatorade, mas vem utilizando nas bebidas chamadas Mountain Dew e Amp Energy drink. Os produtores de refrigerantes estão substituindo o BVO pelo ester glicerol de resina (glycerol ester of rosin) muito usado em goma de mascar, que tem sido utilizado por 14 anos em bebidas, comprovando-se como seguro. O Coke’s Powerade Sport drink, ponche de frutas e limonada de morango, já vem utilizando este ingrediente.
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5 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: artigo no China Daily, começando com os chineses nos Estados Unidos, ervas chinesas como medicamentos, estabelecimentos universitários aceitando as técnicas
Um interessante artigo foi publicado por Amy Ele, de Nova York, no China Daily na sua edição voltada para os Estados Unidos. Ela comenta que está aumentando o uso de ervas chinesas usada como medicamentos, até por que a Clínica Cleveland abriu um setor para atender a demanda dos pacientes, que começam dos descendentes de chineses. Seria uma medicação alternativa para determinadas doenças comuns como alergias, problemas digestivos, menopausa, náuseas crônicas e infertilidade. Uma especialista em medicina tradicional chinesa, Melissa Young, informa que a “farmácia” está sendo supervisionada por um médico, para dar a devida segurança.
Um herbalista chinês cuida do setor, e já existem consultas e acompanhamentos que estão sendo proporcionados para pacientes que são encaminhados por acupunturistas. A iniciativa teve andamento, pois alguns pacientes se deslocavam a outros Estados para obter as ervas desejadas. É preciso informar que na China como em muitos países do Sudeste Asiático encontram-se tais “farmácias” com um estoque de produtos para atender as demandas dos que conhecem seus efeitos, tendo já experimentado com sucesso, ainda que não esteja comprovada pelas técnicas científicas ocidentais. Também pacientes de outros locais estão chegando a esta Clínica Cleveland.
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5 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigos no Bloomberg e no Wall Street Journal, indícios de desaquecimento no setor de máquinas pesadas, limites para as compensações, os problemas cambiais
Todos sabem que a economia chinesa vinha crescendo a taxas elevadas e está se efetuando reformas para que ela dependa menos das exportações, dos investimentos em infraestrutura e em habitação, que são meios clássicos para estimular o crescimento da economia. Os novos dados do Banco Mundial, que tendem a reestimar os preços globais para a determinação do PPP – Purchase Power Parity para substituir o câmbio nas análises, estão considerando que o câmbio chinês não está mais subvalorizado, o que é discutido entre alguns especialistas. Mas todos sabem que os custos de recursos humanos subiram naquele país, que não pode depender tanto do mercado internacional para o seu desenvolvimento, pois continua com uma recuperação baixa. No entanto, também o mercado interno chinês não consegue acelerar-se se não contar com os investimentos na infraestrutura e no setor imobiliário.
O ajustamento de uma gigantesca economia como a chinesa para um patamar de crescimento mais baixo que no passado não é uma tarefa fácil, principalmente quando se necessita de reformas que afetam suas empresas estatais, que estão envolvidas em muitas corrupções. Que flutuações poderiam ocorrer na economia neste processo todos sabiam, mas as autoridades admitem que um crescimento em torno de 7% ao ano seria desejável, para poder acomodar todo o excedente demográfico do meio rural que migra para os centros urbanos.
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5 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Yomiuri Shimbun sobre o uso de hidrogênio, demonstração da viabilidade em escala, Olimpíadas de 2020 | 4 Comentários »
Todos sabem que o hidrogênio já é possível ser utilizado como combustível para os veículos que chamam FCV – Veículos movidos a célula de combustível a hidrogênio, mas ainda são caros. Estes veículos utilizarão combustíveis extraídos da água, não sendo poluentes como os derivados de combustíveis fósseis, sendo mais sustentáveis. Nas Olimpíadas de 2020 que será realizada em Tóquio, um artigo do Yomiuri Shimbun informa que estes veículos serão utilizados para o transporte dos atletas, tanto nos jogos normais como nos Paraolímpicos. O Conselho Estratégico do governo metropolitano de Tóquio será instalado neste mês para planejar o uso deste combustível limpo, começando pelas Olimpíadas, convocando todos os produtores japoneses de automóveis.
Os FCV a serem utilizados em Tóquio terão um motor alimentado por energia elétrica gerada a partir de uma reação química entre hidrogênio e oxigênio. A Toyota e a Honda pretendem ser as montadoras que estarão colocando no mercado estes automóveis a partir de 2015. Também estão trabalhando para a produção de ônibus a partir de 2016, mas os preços ainda são elevados, na faixa de US$ 100 mil, que não devem ser acessíveis a todos os motoristas, ainda que se conte com 100 postos de abastecimentos que estarão localizados nas grandes áreas urbanas de Tóquio, Osaka, Aiichi e Fukuoka.
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5 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: apesar dos atrasos nas obras, capacidade de improvisações, dificuldade em todo o mundo, galvanização dos esportes
Ainda que todos os brasileiros estejam preocupados com os atrasos nos preparativos da Copa do Mundo bem como todas as dificuldades previsíveis, parece que não existe alternativa do que acreditar na capacidade de improvisações deste povo do Brasil. Todos hão de concordar que as limitações aumentaram em todo o mundo, ao mesmo tempo em que a positiva disseminação das informações exacerba as aspirações populares, ainda que as limitações sejam crescentes e conhecidas. Que sempre as tensões poderiam ser menores, ninguém duvida, mas o Brasil veio ao longo de sua história realizando muitas coisas que muitos duvidavam. Já somos penta, o que seleção de nenhum país conseguiu.
Todos acreditam que os brasileiros estão entre os que mais apreciam o futebol, ainda que sempre estejam insatisfeitos com o que se pratica atualmente no país. Muitos dos melhores jogadores e a grande maioria dos que devem participar da seleção que disputará a Copa do Mundo estão atuando no exterior onde as condições de suas remunerações são gritantemente superiores. Mas, todos aspiram vestir a camisa da seleção, dando o melhor de si para conseguir resultados que possam dar alegria a um povo tão sofrido. Todas as providências desejáveis deveriam já estar concluídas, mas o grosso já está efetuado, faltando detalhes que se espera não prejudiquem o conjunto.
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2 de maio de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: artigos sobre os bancos, falta de levantamentos sistemáticos, os estudos da Reuters Institute at Oxford
Observando-se a imprensa internacional e a brasileira, fica-se com a impressão que no Brasil se divulga mais notícias com tons negativos que no mundo relevante, ainda que não se disponha de pesquisas sobre o assunto. O The Economist faz referência sobre uma pesquisa relacionada aos bancos no período 2007 a 2013 efetuado pelo Reuters Institute at Oxford nos países europeus influentes, que é o tipo de estudo que se dispõe, mas limitado a um assunto. No site da organização mencionada, encontra-se o estudo efetuado sobre a Cobertura da Mídia sobre Bancos e Notícias Financeiras, elaborado pelos: professor Robert G.Picard, um especialista líder sobre mídia econômica e políticas; Meera Selva, pesquisadora no Reuters Institute por Estudos de Jornalismo; e Diego Bironza, gerente sênior de Projetos da Prime Research do Reino Unido. Havia uma queixa que a imprensa estava muito negativa com o sistema bancário depois da crise da Lehman Brothers e a pesquisa foi feita pelo Reuters Institute junto com a Prime Research, e se constatou resultados diferentes.
O que se constatou em 140 mil artigos escritos pelos principais jornais e revistas europeus (Reino Unido, França, Alemanha e Itália) é que 25% tinham um tom negativo sobre o assunto, mas similarmente 24% tinham um tom positivo, e somente 3% foi julgado como mistos. Cerca da metade, 48%, foram julgados neutros. Especificamente no Reino Unido, quando um banco enfrenta dificuldades, as notícias tendem a ser apresentadas na primeira página, mais que as demais empresas listadas na Bolsa, e ficam no noticiário por mais tempo.
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