10 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo sobre arqueologia no China Daily, dificuldade da seleção dos 10 mais importantes no ano, invejável descobertas
Um artigo publicado por Wang Kaihao no China Daily causa inveja aos brasileiros como a todos os ocidentais que vivem em países de histórias recentes. A Administração Estatal do Patrimônio Cultural dos chineses teve dificuldade para escolher as 10 mais importantes descobertas arqueológicas de 2013. Se no Brasil uma descoberta ocorresse numa década já seria um acontecimento memorável, e ela teve que escolher entre dezenas que ocorreram num ano, relegando alguns muitos mais antigos. É até difícil de compreender exatamente a dimensão desta diferença, mas devemos fazer um esforço para respeitar culturas de povos com longa história.
Uma das descobertas destacada e selecionada entre as dez mais importantes foi o túmulo do Imperador Yang, o último da dinastia Sul (581 a 618 AD). As autoridades chinesas esclareceram que a importância da influência destas descobertas junto ao público é uma parte dos critérios da seleção. Mas a importância acadêmica da descoberta é considerada relevante, esclareceu Wang Wei, diretor do Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais, um dos membros de um grupo de 21 juízes encarregados destas escolhas.
Shigushan Tomb of Western Zhou Dynasty (c. 11th century-771 BC), Baoji, Shaanxi province. Photo provided to China Daily
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9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: entrevista sobre o projeto nacional, o problema da escolha dos setores privilegiados numa política industrial, observações bem elaboradas
O Valor Econômico publicou uma longa entrevista de Vanessa Jurgenfeld com o professor Wilson Cano, do Instituto de Economia da Unicamp, que critica que o Brasil está sem rumo, havendo necessidade do estabelecimento de um projeto nacional. Ainda que suas observações críticas sejam adequadas, a falta da formulação de maiores detalhes de uma proposta para preencher a lacuna existente, a não ser em termos vagos, mostra a dificuldade para tanto. Sempre é mais fácil criticar, mas sugerir uma política para o país, notadamente no setor industrial, mostra a dificuldade de sua concepção, os instrumentos que seriam utilizados, bem como a escolha dos setores que seriam considerados prioritários.
Certamente, o baixo crescimento da economia brasileira depois da crise do petróleo e da dívida pública somente interrompido pelo curto período da melhoria das condições da economia global, ao lado dos elevados preços dos produtos exportados, é uma realidade incontestável. Diagnosticar o que teria resultado neste comportamento poderia ser mais explorado. Se o Brasil não consegue estabelecer um plano de longo prazo, mesmo nos diversos governos que se sucederam neste longo período, deve haver uma razão para tanto, no que o entrevistado denominou de crise estrutural. Isto teria ocorrido tanto no período do regime militar como no que chama de neoliberal que teria se seguido.
Wilson Cano
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9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: áreas que evocam o período Edo, artigo The Japan News, proximidades de Tóquio em Saitama
Os japoneses procuram aproveitar a cultura que o longo de sua história deixou para o presente. Nos arredores de Tóquio, como em Hanyu, na vizinha província de Saitama, promovem-se turismos que atraem muitos interessados que vivem na grande metrópole apresentando lembranças do período Edo (1603-1867). De acesso fácil pelos metrôs e ferrovias suburbanas, aproveitam as construções antigas, complementadas por outras que mantêm o mesmo estilo. Acabam se tornando regiões para um bom fim de semana ou mesmo uma noitada, oferecendo culinárias como o Shamo nabe (refeições com um pote de galinha), macarrão sobá (de trigo sarraceno) ou enguias, que atraem multidões.
O ambiente local lembra a parte da cidade baixa de Tóquio, que denominaram Onihei Edo-dokoro, que pode ter-se tornado famoso com algum caso, livro ou novela, e todo o pavilhão mantém o clima da época Edo, ficando numa das antigas entradas da Capital, conhecido como estacionamento Hanyu. Outros centros temáticos também estão sendo criado pela ferrovia que serve a área como o Pequeno Príncipe, todo ambientando no que consta do livro Antoine de Saint-Exupéry.
Áreas nos arredores de Tóquio remetem ao perído Edo. Fotos: The Japan News
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9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aperfeiçoamentos contínuos, aproveitamento dos veteranos liberados pela robótica, artigo no The Japan Times
A Toyota vem sendo pioneira no estabelecimento de muitos sistemas de trabalho nas suas unidades fabris. Um artigo elaborado por Craig Trudell, Yuki Hagiwara e Ma Jie para a Bloomberg e publicado no The Japan Times informa sobre inovações na utilização da experiência dos operários veteranos da Toyota que estão sendo substituídos por muitos robôs nos trabalhos repetitivos. Os japoneses sempre deram importância para as experiências dos veteranos que ajudaram a gerar as tecnologias hoje utilizadas, com contribuições que vieram sendo acumulados ao longo do tempo. O diretor técnico da Toyota Mitsuro Kawai tem consciência de todas as habilidades manuais que vieram sendo desenvolvidas pelos operários, lembrando que os mestres eram considerados como deuses com suas experiências que eram transmitidas para os jovens.
Hoje, com o largo emprego da robótica, muitas tarefas repetitivas estão sendo efetuadas pelas máquinas, mas sempre ocorrem dificuldades que não conseguem ser superadas por elas que não pensam. O número de recall da indústria automobilística é elevado, resultando em altos custos para as empresas. Os operários sabem que existem tarefas que foram aperfeiçoadas pelos verdadeiros artesãos, com o desenvolvimento contínuo do nível de arte e habilidade, que nem sempre as máquinas conseguem executar. A Toyota, com o seu período de crescimento rápido, também acabou ficando com muitas dificuldades que estão procurando sanar.
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9 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: Bloomberg sobre os entendimentos da Austrália com o Japão e a Coreia, tendências da formação de blocos, Wall Street Journal sobre entendimentos chineses e brasileiros sobre o milho
Diante do crescimento da economia e da defesa chinesa, muitos dos seus vizinhos aliados dos Estados Unidos procuram estabelecer alianças para a possibilidade de tensões na região. O site da Bloomberg informa num artigo de Isabel Reynolds e Sam Kim que, além do fortalecimento das relações da Austrália com o Japão e a Coreia em termos de defesa recíproca, avançam os entendimentos para o estabelecimento de acordos comerciais, que tendem a ajudar o chamado TPP – Transpacif Partnership, inclusive com a participação dos Estados Unidos. A Austrália se tornaria uma forte fornecedora de produtos agropecuários e facilitaria a importação de produtos industrializados, começando com o Japão e a Coreia do Sul, visitada pelo primeiro-ministro Tony Abbott. Isto dificultaria a competitividade do Brasil como fornecedor atual e potencial de importância para aqueles mercados.
De outro lado, a China, segundo o Wall Street Journal num artigo elaborado por Chuin Wei Yap, procura reduzir a sua dependência do fornecimento de milho dos Estados Unidos que é responsável por 90% do importado pelos chineses estabelecendo um acordo com o Brasil. Evidentemente, o Brasil possui interesses nas exportações para a Ásia, o que vem fazendo com muitos produtos, tendo potencial para o seu aumento significativo. Os chineses procuram também o fornecimento da Argentina para produtos agropecuários. As providências começam pelos acordos fitossanitários, mas também empresas especializadas procuram se aparelhar, para superar os elevados custos de transportes a grandes distâncias.
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7 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, certificado para o café do cerrado mineiro, evolução
O Brasil, por ser o maior produtor mundial de café, acomodou-se na política de manter a sua participação no mercado internacional sem procurar aprimorar a sua qualidade, ainda que sempre tenha existindo alguns esforços isolados neste sentido. A política oficial se concentrava na obtenção de bons preços, inclusive com a retenção de parte da produção, procurando maximizar as receitas cambiais que dependiam muito do café. Mas, na medida em que a demanda mundial e local caminha para uma maior sofisticação, multiplicam-se os esforços para consolidar a conquista da qualidade que se diferencia por regiões.
Depois de um deslocamento do Vale do Paraíba para a região de Campinas com a mão de obra de imigrantes, depois pelas terras roxas da região de Ribeirão Preto, caminhou-se pelas terras virgens do oeste paulista até chegar ao norte do Paraná, onde os solos eram convenientes, mas existiam os problemas como a geada, que, além de prejudicar a sua qualidade, geravam monstruosas flutuações no mercado internacional. Com a elevação dos custos da mão de obra, caminhou-se da região de Franca para o Sul de Minas, e de lá para o cerrado, já com o uso das técnicas de renque confinado, onde as colheitas mecânicas ficavam facilitadas. Sempre houve esforços de melhoria da qualidade da bebida, como o sombreamento e as seleções das cerejas nos chamados cafés lavados. Só mais recentemente, com a consolidação de Minas Gerais como importante produtora, estendendo-se pela Bahia e Espírito Santo, onde se produzia variedades mais pobres, caminhou-se na procura das elevadas qualidades, com produções certificadas por fazenda.
Foto: Valor Econômico
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7 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no Valor Econômico, exposição no evento para pequenas e médias empresas, grupo Odebrecht e seus investimentos
Um artigo elaborado por Fábio Pupo e publicado no Valor Econômico informa sobre a posição tomada pelo empresário Marcelo Odebrecht, presidente do seu grupo, num seminário para pequeno e médio empresário promovido por aquele jornal. Ele expressou que os empresários, como temos insistido neste site, se guiam com suas visões de longo prazo no que vai acontecer na economia global, examinando os projetos mais interessantes, independente das posições que são tomadas pelos investidores financeiros que se relacionam com os retornos de prazo mais curto. A Odebrecht é um dos grupos empresariais brasileiros que estão mais globalizados nos seus empreendimentos, que vão da infraestrutura, construção pesada como no setor petroquímico e de energia.
As visões financeiras de curto prazo acabam se alterando com frequência, gerando pessimismos exagerados não somente com relação ao Brasil como em todo o mundo globalizado. Mas este ritmo mais modesto de crescimento econômico recente gera as oportunidades para crescimentos futuros que precisam ser considerados, pois continua havendo um crescimento demográfico principalmente nos países emergentes, que estão incorporando importantes contingentes nos mercados consumidores. Apesar das dificuldades, há um avanço nos sistemas democráticos eleitorais que estão expressando as aspirações de grandes camadas da população mundial por padrões mais elevados de qualidade de vida.
Marcelo Odebrecht participa da Maratona PME 2014. Foto: Silvia Costanti
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5 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a aquisição de ingressos, a chave dos Estados Unidos, artigo no site da Bloomberg | 2 Comentários »
Um artigo publicado no site da Bloomberg por Kavitha A. Davidson tenta entender porque os norte-americanos adquiriram cerca de 10% dos bilhetes até agora vendidos pela FIFA para a Copa do Mundo no Brasil neste ano. Dos quase 1,6 milhão dos vendidos, 65% foram adquiridos pelos brasileiros, mas os norte-americanos chegaram a próximo a 10%, seguido de longe pelos australianos, ingleses e colombianos. A surpresa é a baixa venda para os argentinos, possivelmente pela crise econômica por que passam. Como é sabido, o futebol que chamam de soccer não está entre os esportes mais populares nos Estados Unidos, sendo superado pelo futebol americano, pelo basquete e pelas competições automobilísticas. Mas sabem que no mundo é o futebol que mais atrai público, e os meios de comunicação, como a televisão, devem estar ajudando na sua divulgação.
Como é sabido, os Estados Unidos foram sorteados para o grupo chamado da morte na primeira fase da Copa do Mundo, composta também pela Alemanha, Portugal e Gana, não havendo muito otimismo entre os especialistas para passarem para a segunda fase. Mas os fãs que adquiriram até agora os bilhetes da FIFA parecem mais otimistas, sabendo-se que dois países entre os quatro serão classificados. Parada dura, pois muitos consideram que a Alemanha e Portugal são os favoritos, mas não se pode desprezar nem Gana e nem os Estados Unidos. As informações são que mesmo na África do Sul, quando os norte-americanos ainda não estavam tão bem, muitos foram fazer turismo naquele país.
Alemanha, Portugal, Estados Unidos e Gana compõem um grupo difícil
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5 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: artigo no Yomiuri Shimbun, desenvolvimento conjunto de equipamentos para defesa, os problemas no Pacífico
Com os problemas de segurança que estão ocorrendo principalmente nos arredores da China, e a necessidade de fortalecimento da participação dos aliados dos Estados Unidos nos esforços para a estabilidade da região, nada mais natural que a Austrália e o Japão aumentassem seus entendimentos. O importante jornal Yomiuri Shimbun noticia que os dois países estabelecem entendimentos para fortalecer a sua cooperação, inclusive no desenvolvimento do conjunto de equipamentos de defesa, na reunião que estão realizando em Tóquio. O Japão está obtendo a autorização legislativa para aumentar sua exportação deste tipo de produtos.
O entendimento envolve também os Estados Unidos que continuam contando com as melhores condições para tanto, mas necessitam contar com o apoio dos seus aliados, para aliviar suas necessidades de recursos orçamentários. As intervenções desastrosas que ocorreram nas últimas décadas exauriram tanto os recursos financeiros que a disposição de sua população veio se alterando substancialmente, não se contando mais com a possibilidade de sacrifícios de vidas, mesmo de remunerados.
Primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe e o premiê da Austrália Tony Abbott
Dos países da região do Pacífico aliados dos Estados Unidos, que procuram estabelecer uma barreira para a expansão do poder militar da China, o Japão e a Austrália são os que contam com os melhores recursos. A Austrália é uma tradicional aliada, e o Japão não contava com espaço constitucional para uma participação mais ativa, o que está sendo tentado pelo atual governo, mesmo com restrições de alguns dos seus vizinhos que temem a repetição do que aconteceu na Segunda Guerra Mundial.
Hoje, a realidade é a pretensão da China em ampliar as seguranças de suas rotas de abastecimento, aumentando o seu poder militar que também encontra limites nas suas disponibilidades de recursos.
4 de abril de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigos no Valor Econômico, atividades intensa de João Donato com 80 anos, destaque em evento do Starup Weekend, Luiz Carvalho de 70 anos
Duas notícias diferentes divulgadas pelo Valor Econômico destacam atividades criativas do músico João Donato, de 80 anos, no suplemento Eu & Fim de Semana, enquanto Luiz Carvalho, de 70 anos, vence num evento de Starup Weekend que pela natureza contam com muitos jovens no setor de Serviços & Tecnologia voltado para as empresas. João Donato é muito conhecido entre os que se interessam seriamente por música, fazendo mais sucesso no exterior, em centros desenvolvidos como os Estados Unidos e o Japão, pelo seu estilo com forte característica do jazz para trabalhos instrumentais principalmente voltados para pequenos conjuntos. Poucos dos seus trabalhos com a participação de letras, entre eles com a parceria de Gilberto Gil, Caetano Velloso e Adriana Calcanhotto, são mais divulgados, ainda que também existam com destacada qualidade.
Este ano de 2014 está sendo o mais intenso de sua longa carreira, com destaque para uma suíte sinfônica que leva o nome de “Passeando com Debussy e Ravel”, que são os compositores que ele ouve diariamente, e que normalmente aparecem entre os de música clássica. Também lança um CD de jazz, que ele gravou numa casa do Rio de Janeiro, que é o seu ponto mais forte e conhecido, que lhe proporcionou uma longa temporada nos Estados Unidos, e o disco que elaborou com o seu filho Donatinho, tudo intermediado por apresentações nos melhores palcos brasileiros que constam de sua intensa agenda. Além do preparo de sua longa biografia. Ele não é um músico do estilo popular, mas conta com elevadíssimo conceito entre o público mais refinado e exigente.
Caricatura de João Donato publicada no Eu & Fim de Semana do Valor Econômico
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