7 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: desperdício de água, excesso de ar condicionado no verão, exemplos de localidades que enfrentam carência | 2 Comentários »
Os brasileiros que sempre contaram com abundância de água potável no país e energia elétrica de origem hidráulica barata enfrentam novas situações, notadamente nos principais centros metropolitanos com a possibilidade de racionamentos dos seus fornecimentos. As chuvas não têm sido contínuas e intensas, fazendo com que os reservatórios estejam em níveis críticos, principalmente se nas próximas semanas não se registrarem mudanças climáticas sensíveis. Os meteorologistas informam que somente no final de fevereiro haveria possibilidades de chuvas, não se sabendo sobre a sua intensidade, principalmente na região Centro Sul do país.
Como o Brasil é um país sabidamente amplo, com relativa abundância de águas potáveis, não se desenvolveu uma cultura para a sua economia, havendo um consumo exagerado, bem como desperdícios no seu fornecimento como no seu uso, pois suas tarifas são baixas. Os sistemas de abastecimentos são do início do século XX, construídos pelos ingleses, e as tubulações utilizadas continuam as mesmas, sem uma manutenção adequada. Da sua captação ao transporte para os locais de consumo existem perdas substanciais que nunca foram objetos de sua eliminação de forma sensível, pois as tarifas das águas não eram compensadoras. Em alguns centros estas captações estão ocorrendo atualmente a grandes distâncias, que tendem a se elevar.
Desperdícios de água devem ser evitados
Sistema Cantareira está em nível crítico
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7 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo de Kevin Short no Japan News, mukurfoji, razões de muitas arvores, visitas aos templos Xintoístas e Budistas
Mesmo que o longo inverno japonês ainda não tenha sido totalmente superado, a população começa a comemorar a chegada da primavera, ainda que as temperaturas estejam baixas. Estas mudanças de estações são importantes para os japoneses e outros povos que habitam regiões temperadas no mundo, mais do que para aqueles que vivem em regiões tropicais como do Brasil, onde as diferenças das estações do ano não são tão marcantes, condicionando toda a forma de viver destes povos. Kevin Short é um naturalista e antropologista, professor da Tokyo University of Information Sciences, e escreve regularmente para a imprensa acerca de suas pesquisas sobre plantas e árvores no Japão, bem como o seu folclore.
O mês de fevereiro ainda não permite as floradas como das cerejeiras que são as festas para países como o Japão. No calendário koyomi asiático tradicional, a última terça feira marcou o Risshun, ou o início oficial da primavera. No cômputo lunar, a primeira lua do Ano Novo marca o evento, e no caso chinês passou-se do Ano da Serpente para o do Cavalo com o Ano Novo Lunar. Bastante comemorado usualmente com os fogos tipo traques, além de afastar os demônios permite a reunião das famílias para apreciarem os bolinhos que são preparados para a data. Mas no Japão, o sol foi subindo lentamente sobre as encostas nevadas do Monte Fuji, alimentando as esperanças de dias melhores.
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7 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: artigo no The Wall Street Journal, emprego de trabalhadores de 25 a 54 anos, mesmo com títulos acadêmicos, tempo de desemprego
Um artigo publicado no site do The Wall Street Journal, elaborado por Mark Peters e David Wessel, informa sobre as dificuldades dos trabalhadores norte-americanos na faixa dos 25 a 54 anos conseguirem empregos formais, quando estão desempregados por muito tempo, afetados pela crise atual. As indicações são que as recuperações da economia norte-americana, que apresentam dúvidas com alguns dados, devem ser mais lentas que esperadas. Muitos continuam se candidatando, mas não recebem respostas animadoras, mesmo na faixa de salários de US$ 40.000 anuais, tendo alguns até cursos como de MBA – mestrado em negócios administrativos. Outros desistiram, vivendo de subsídios que estão terminando ou dos trabalhados dos seus familiares, sem contar com condições de reescalonarem as hipotecas a que estão sujeitos.
Muitos casos são citados, mostrando variadas situações em que adultos nesta faixa estão vivendo com algumas tarefas temporárias abaixo das qualificações com que contam. Somente uma recuperação vigorosa da economia, que ainda não apresenta nenhuma possibilidade que venha a ocorrer em breve, poderá absorver esta massa de trabalhadores que não constam como desempregados, pois até muitos desistiram de procurar emprego. Os que possuem filhos pequenos e outros encargos insistem em enviar seus currículos, mas não conseguem sequer respostas para suas solicitações.
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6 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: a coluna na Folha de S.Paulo, dificuldades na velocidade dos problemas reais, exageros nas euforias e nos pessimismos, notícias de maior impacto, o artigo do The Wall Street Journal no Valor Econômico
Muitos estão percebendo que na imprensa nacional como mundial predominam matérias que se relacionam com as flutuações de curto prazo das economias, passando muitas vezes rapidamente de exageradas euforias para pessimismos. O artigo de Jon Hilsenrath do The Wall Street Journal publicado em português no Valor Econômico refere-se às visões dos mercados mundiais que vão do otimismo à angústia num curto espaço de tempo. Na Folha de S.Paulo, o colunista Marcelo Miterhof analisa seus pontos de vista sobre o jornalismo econômico que atualmente exagera no pessimismo. Seria interessante examinar o que estaria provocando tendências desta natureza.
É evidente que imprensa procura atender às preocupações mais agudas dos seus leitores, e entre eles estão os que acompanham os mercados nas suas flutuações de curto prazo, hoje com grande disponibilidade de dados de acesso rápido por meios como a internet, acabando por exacerbar as impressões que não fornecem o quadro completo, considerando também as tendências de longo prazo. Muitos que continuam atuando nas bolsas e nos mercados financeiros tendem à neurose no seu anseio de recuperações rápidas e acabam ficando frustrados com as mais lentas que ocorrem no lado real da economia.
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5 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: análises do Bloomberg e do Financial Times, preocupações expressas em notícias divulgadas em diversos meios de comunicação, salários no Japão ainda continuam baixos, sucesso do Abeconomics | 6 Comentários »
Dos muitos artigos publicados nos meios de comunicação do mundo preocupados com os salários reais dos japoneses, vamos comentar o assunto utilizando os divulgados por Andy Sharp e Masaaki Iwamoto publicados no site da Bloomberg e de Jonathan Soble do Financial Times. O primeiro registra que o de 2013 ficou como o mais baixo dos últimos 16 anos, registrado em 2009, quando o mundo foi tomado pela recessão. Seria um risco elevado para os gastos dos consumidores que deverão arcar com um imposto sobre vendas mais elevado previsto para este ano. Excluídos os bônus usuais e as horas extras no Japão, o pagamento em 2013 caiu para 98,9 pontos no índice mantido pelo Ministério do Trabalho, que tem o índice 100 em 2010, voltando para o patamar de 1990.
O primeiro-ministro Shinzo Abe está convidando as empresas a aumentarem os salários diante do yen que caiu 18% com relação ao dólar no ano passado. Este assunto, que deveria ser cuidado somente entre as empresas e os sindicatos, não está proporcionando aumentos para os assalariados, pois os seus representantes sindicais não estão mais estruturados para tanto, com o nível de renda dos países desenvolvidos. A Bolsa japonesa recuperou-se e os lucros das empresas estão em alta, como no caso da Toyota que quintuplicou no último trimestre, levando a previsão de US$ 18,8 bilhões no ano fiscal que termina no próximo mês de março.
Primeiro-ministro Shinzo Abe
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4 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: influência confuciana, os idosos americano-asiáticos, realidade com idosos de todas as origens, suplemento do The New York Times
Um artigo publicado em português no suplemento do The New York Times encartado na Folha de S.Paulo descreve a situação dos idosos americano-asiáticos mostrando não só os dramas deles, mas de todos os idosos que continuam aumentando em todo o mundo proporcionalmente. Mas, fortemente influenciados pelos ensinamentos de Confúcio, muitos asiáticos sentem a necessidade de assistirem seus idosos, mesmo sacrificando a necessidade de cuidarem de suas próprias vidas. Na medida em que estes idosos não possuem a capacidade de se comunicar adequadamente em inglês, havendo também uma cultura diferente, não se ajustam às clínicas locais que se multiplicam para atender os idosos norte-americanos.
O artigo começa a referir-se aos idosos de origem vietnamita com doenças como Alzheimer que imaginam estar retornando à sua terra natal e precisam ser cuidados pelos seus descendentes que deixam os seus empregos. Como estes casos são muitos, existem organizações que procuram orientar os cuidadores nos seus pesados encargos que acabam estressando a todos, ainda reforçado pelo senso de responsabilidade de uma cultura que lhes foram incutidas ao longo do tempo nos seus países de origem.
Foto: Burger/Phanie/Rex Features Foto: Jessica Kourkounis/The New York Times
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4 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: coluna de Delfim Netto no Valor Econômico, entrevista de Luis Stuhlberger para a Folha de S.Paulo, participação da China e do resto do mundo, problemas dos EUA e dos emergentes
Duas apresentações magistrais esclarecem de forma simples os problemas de países emergentes, notadamente do Brasil, diante do quadro atual de acentuado nervosismo na economia mundial. Luis Stuhlberger, considerado um dos melhores operadores de fundos, atualmente no Credit Suisse-Hedging Griffo que administra fundos de RS$ 20 bilhões no Brasil, esclarece as responsabilidades pela atual crise numa entrevista concedida à Mariana Carneiro da Folha de S.Paulo. Para ele, não se trata da política do FED – Sistema Federal de Reservas, o Banco Central dos Estados Unidos, nem da redução do crescimento da China, pois quando o dinheiro estava fácil no mundo e o clima favorável, os países emergentes, inclusive o Brasil, não efetuaram as reformas que eram necessárias.
Outro esclarecimento é fornecido pela coluna do professor Delfim Netto no Valor Econômico mostrando Janet Yellen, hoje presidente do FED, mas já membro do Fomc – o Copom dos EUA em 2002, explicando as suas relações com os países emergentes. Os norte-americanos cuidam de sua economia, que, por ser importante no mundo, acaba provocando facilidades e dificuldades no resto do mundo. Mas caberia aos emergentes cuidarem de suas economias, o que nem sempre fazem quando o clima é favorável, para sofrerem quando as dificuldades se acumulam.
Prédio do do FED em Washington e do Great Hall of People em Beijing
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3 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: exageros na ansiedade e no nervosismo, pronunciamentos desnecessários, quadro previsível, recuperação lenta | 2 Comentários »
Num cenário em que os primeiros dados relacionados com a recuperação da economia norte-americana não se mostram tão robustas como desejadas, ao mesmo tempo em que os dados chineses baseados nas percepções dos gerentes de compras se mostram mais difíceis para a manutenção de uma redução gradual do seu crescimento, acrescentam-se desnecessárias manifestações de ansiedade como o de secretário do Tesouro dos EUa Jacob Lew no Bipartisan Policy Center que explicita a necessidade de um rápido acordo para elevação do endividamento pelo Congresso para evitar artifícios contábeis ou um potencial default fiscal. Os mercados estão exageradamente nervosos, mesmo que estas dificuldades já estivessem no radar, não havendo necessidade de considerações tão conservadoras.
Todos sabem que num processo de recuperação lenta como a que se observa atualmente na economia norte-americana, os dados mensais podem apresentar pequenas flutuações que mostram que não seriam os mais desejáveis, mas não indicam problemas mais profundos que determinam as mudanças das tendências de recuperação que estão se delineando. Também na economia chinesa, todos sabiam que as reformas indispensáveis são difíceis de serem efetuadas, podendo haver turbulências momentâneas, fazendo com que o crescimento de 7,5% possa ser um pouco mais baixo, pois não existe precisão tão segura nas estimativas elaboradas. É preciso que haja um razoável intervalo com margens para estas estimativas. Mesmo que todos tenham consciência que o existe uma profunda divisão nos Estados Unidos, com o Congresso estabelecendo estreitos limites para o Executivo, ninguém pode imaginar que os parlamentares sejam tão irresponsáveis para conduzir a sua economia para uma situação de default.
Congresso dos EUA Casa Branca
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3 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: as características da presidente Dilma Rousseff, avaliação das mudanças iniciais dos ministros, indícios das melhorias possíveis, o melhor dentro das restrições existentes
Diante das conveniências eleitorais, a presidente Dilma Rousseff iniciou as primeiras mudanças no seu ministério, que dentro das limitações políticas existentes devem ser consideradas as escolhas mais convenientes. Todos sabem que a ministra chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann retorna ao seu cargo de senadora para disputar o governo do Estado do Paraná e o ministro da Saúde Alexandre Padilha o governo do Estado de São Paulo, em eleições disputadas, onde os candidatos já posicionados são considerados fortes. Dentro das atuais circunstâncias, as soluções adotadas parecem as mais recomendáveis.
O posto mais relevante é sem dúvida a da Casa Civil, que dentro do atual quadro exige um titular com experiência na administração pública, que tenha também um transito adequado junto aos políticos e empresários. Aloizio Mercadante já é uma figura conhecida e experimentada na política, e sendo senador sempre encontrará maior facilidade no difícil diálogo, mesmo nos bastidores com os seus colegas políticos e empresários podendo preparar o terreno para um acerto final com a presidente. Tendo sido ministro de Ciência e Tecnologia bem como da Educação conhece toda a burocracia indispensável para o bom funcionamento do Executivo, tendo também uma visão geral dos problemas brasileiros no contexto do mundo globalizado em que se encontra o Brasil. Deve tomar as precauções para não se chocar com outros ministros, notadamente da área econômica.
Aloizio Mercadante José Henrique Paim Arthur Chioro Thomas Traumann
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2 de fevereiro de 2014
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: a China e suas circunstâncias, além do Sudeste Asiático, Canadá e Austrália, os destaques nos EUA, tendências históricas e recentes
Este site vem chamando a atenção para a importância da diáspora dos chineses pelo mundo, fenômeno que não é recente, mas está se acelerando. Um artigo publicado por Chen Jia no China Daily, na sua versão para os Estados Unidos, informa sobre um relatório escrito por Sean Randolph, CEO do Bay Area Council Economic Institute, junto com Neils Erich, com 144 páginas, com o título “Ties That Bind: San Francisco Bay Area’s Economic Links to Greater China”, sobre o impacto na área da Baía do San Francisco, incluindo o Vale do Silício, aumentando a conexão com a China. Este fenômeno já tem mais de 160 anos, quando trabalhadores chineses ajudaram na construção das ferrovias que atingiam o Oeste dos Estados Unidos, ampliou-se na construção do Canal do Panamá, e continua se aprofundando recentemente nos setores que se estendem pelo aumento dos estudantes chineses nas universidades norte-americanas, bem como intercâmbio de turistas.
Além de uma população na China que se aproxima do bilhão e meio, os chineses estão tradicionalmente no Sudeste Asiático, como Hong Kong e Macau já incorporados com o critério de um país, dois sistemas. O que poderá acontecer com Taiwan, cujas negociações já começaram. Também em Cingapura já se conta com 60% de população de origem chinesa, que ocorre em grandes metrópoles como Bangcoc na Tailândia ou Jacarta na Indonésia, ainda que os nomes deles tenham mudado para os locais. Além da presença tradicional dos chineses em Londres e Nova Iorque, recentemente vem chamando a atenção a ampliação dos seus imigrantes na Austrália e no Canadá, países que contam com grandes espaços, ainda que estejam muito espalhados pelo mundo todo. Há estimativas que já somam mais de 250 milhões, cujos registros pessoais continuam ocorrendo nas áreas de origem de suas famílias ou clãs, mesmo que estejam gerações no exterior.
Comemoração do ano novo chinês em Chinatow, Nova Iorque, e na Liberdade, São Paulo
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