24 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: diferenças culturais, dificuldades de alimentação, interpretações complicadas, problemas de sexo | 2 Comentários »
Duas matérias publicadas neste sábado na forma de colunas na Folha de S.Paulo mostram como mesmo os brasileiros bem informados contam com dificuldades para entender os japoneses em alguns dos seus comportamentos, no que é básico para todos os seres humanos, a preservação da espécie e a alimentação. O primeiro elaborado por Alexandre Vidal Porto, escritor e diplomata, que leva o título “A economia do sexo” tratando do assunto entre os japoneses, e o segundo de Álvaro Pereira Junior, com o título ¨Churrasco de aorta”, quando procurou um lugar para se alimentar nos meandros de Osaka.
No primeiro, o colunista se confessa que nunca compreendeu como um casal japonês chega do primeiro contato à intimidade física e cita outros meios de comunicação como o The Guardian e a BBC que teriam dificuldades semelhantes com relação ao sexo no Japão. Eles, que são ingleses, informam que cerca de 45% das mulheres e 25% dos homens japoneses da idade entre 16 a 24 anos se declaram desinteressados em sexo, o que não parece refletir a realidade, mas a formalidade. O autor constata que a indústria de pornográfica japonesa movimenta bilhões de dólares, e a arte erótica no país é conhecida desde o século XIV. Para ele, o sexo dos japoneses parece momentâneo, não se relacionando com um relacionamento amoroso mais profundo, o que parece extremamente injusto, ainda que sua interpretação possa ser diferente.
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23 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais e Notícias | Tags: análises de Financial Times e do The Economist, diretrizes aprovadas para os próximos dez anos, o poder de Xi Jinping, profundidade das mudanças em andamento
Os ingleses estão entre os melhores avaliadores do que acontece em países estrangeiros complexos como a China. Mesmo com posições ideológicas claras a favor de uma menor interferência governamental, o Financial Times e o The Economist reconhecem que do exame mais acurado do sumário de 22 mil caracteres do que foi o terceiro plenun do Partido Comunista Chinês divulgado no último dia 15 de novembro pode-se concluir que Xi Jinping obteve um poder quase imperial, provando que é o verdadeiro herdeiro de Deng Xiaping, para comandar as reformas que serão executadas até o final do seu mandato. As condições com que ele conta podem esmagar possíveis resistências que venham a se levantar, na difícil tarefa de criar as condições políticas para a continuidade do desenvolvimento chinês, com profundas alterações demográficas e nas desigualdades que existiam no país.
O Valor Econômico reproduz em português o artigo de David Pilling do Financial Times publicado originalmente em inglês. Reconhece que as orientações definidas são fortes, podendo ser abreviado e definido como “The Decision”, o que seria por extenso “Decisão Sobre Importantes Questões Referentes ao Aprofundamento de Reformas”. Detalharia o mais ambicioso esforço de reformas desde que o ex-primeiro-ministro Zhu Rongji coordenou uma reforma radical do setor estatal, mais de dez anos atrás. Mostra, também, que a equipe de Xi Jinping está encarando os graves problemas com as desigualdades chinesas, movida pelos investimentos, com coragem para enfrentá-los.
Xi Jinping, além de consolidar em pouco tempo suas posições de secretário geral do Partido Comunista, presidente da Comissão Militar e presidente da China, ficou com o controle do Conselho de Segurança Nacional, combatendo a corrupção, reprimiu as críticas na internet e ficou diretamente responsável pela política externa como econômica.
The Decision aborda 16 áreas de reforma, com mais de 60 iniciativas significantes, dando uma guinada para o papel decisivo do mercado, que significa certamente uma regulamentação para as poderosas estatais e autoridades locais. Abrandando a política de filho único, não só atende aos clamores da população han, como procura minorar os problemas demográficos. Elimina os infames trabalhos forçados e concede liberdade para a migração, melhorando as condições dos agricultores pela propriedade de suas áreas rurais.
As reformas mais profundas serão econômicas e financeiras, segundo o artigo. Embora alguns setores fundamentais continuem nas mãos das estatais, passarão a ser comandadas pelo mercado, suprimindo subsídios e financiamentos privilegiados, bem como terras e eletricidade. Para desenvolver o setor social, colocará a demanda dos consumidores como o motor da economia, em vez dos investimentos.
Todas estas orientações, bem executadas, poderão mudar a face da China, sendo uma necessidade inevitável, como declarou no Brasil o diretor Chen Changsheng, do Departamento de Pesquisa Macroeconômica do Centro de Pesquisa para Desenvolvimento – DRC. Xi Jinping terá que promover todas estas mudanças enquanto a economia chinesa mantém um crescimento acima da média mundial e dos países emergentes.
The Economist faz um reconhecimento semelhante em dois artigos na edição deste fim de semana. Num que poderia ser traduzido como “Deixe algumas flores desabrocharem” (Let quite a few flowers bloom) e outro “O manifesto Xi” (The Xi manifesto). O documento decorrente do terceiro plenum é considerado mais ousado do que foi antecipado. Algo como liberar o trabalho, o conhecimento, a tecnologia, a gestão, o capital e o seu dinamismo, as riquezas espalhando e todas as pessoas apreciando o fruto do desenvolvimento de forma mais justa. A revista diz que Xi Jinping venceu a batalha até o momento, provando ser um legítimo herdeiro de Deng Xiaping, considerado o grande reformador da China.
A revista reconhece que, além das reformas econômicas anunciadas, as mudanças sociais foram impressionantes, como o relaxamento da política de filho único. Os fermentos das aspirações por mais liberdade e responsabilidade da população chinesa foram reconhecidos. A China é mais complexa do que a sociedade autoritária dos últimos 30 anos, com a penetração da internet, que transmitiu a todos as demandas por mais participações. Está se reconhecendo as organizações sociais, que poderiam resolver alguns dos seus problemas como cuidar dos seus doentes, idosos e pobres, fazendo uma ponte com o futuro e as ligando com as reformas econômicas, e as políticas que poderão vir. Mudanças serão feitas no Judiciário, criando sistemas de contrapeso.
O documento recomenda a Xi Jinping: “atreva-se a roer até mesmo ossos duros, a enfrentar corredeiras perigosas, romper os grilhões de conceitos ideológicos com resolução ainda maior” (tradução livre de “dare to gnaw through even tough bones, dare to ford dangerous rapids, break throught the fetter of ideological concepts with even greater resolution”). É poesia pura.
No outro artigo, The Economist reconhece Xi Jinping é o mais rápido para explicitar os projetos de grande alcance desde que Mao chegou ao poder em 1949, superando até Deng que assumiu em 1978. Ele vai do relaxamento da política do filho único, abolição do campo e desmantelamento dos controles das taxas de juros. Afirma que poucos líderes enfrentaram desafios como seus planos.
A revista afirma que mesmo os jornais chineses não foram capazes de desvendar a profundeza das reformas, uma mudança tão incomum. Ele liderou a elaboração de todo o plano, comandando uma equipe de 60 membros. O artigo mostra todo o espanto da revista, dando substância ao desejo do mercado exercer um papel decisivo. Provavelmente, um sistema de seguro será implantado para proteger os depositantes, acelerando a possibilidade do mercado determinar a taxa de juros. O yuan pode se tornar totalmente conversível.
A redação final do documento é mais radical do que foi antecipado, pois o mercado deve ser livre para decidir sobre qualquer coisa, com o governo não devendo fazer intervenções indevidas, quando se imaginava que era somente para recursos essenciais como a água, o óleo, o gás natural, eletricidade e transporte. O discurso de Xi Jinping é considerado como idêntico de governos centristas de qualquer país, como manter a estabilidade, proporcionando serviços públicos, garantindo a concorrência leal, salvaguardando os procedimentos do mercado quando falham.
A revista informa que não ficou muito claro o papel das estatais, mas elas deverão entregar 30% dos seus lucros para o governo em 2020, quando atualmente é de menos de 15% como dividendos. O setor privado poderá entrar no setor bancário. No setor rural, ficou mais claro, com a propriedade liberada e a habitação controlada.
Os meios de comunicação controlados pelo Estado saudaram o manifesto como passos decisivos, de forma bastante efusiva, como se fora uma liberação da informática, utilizando o termo de reforma 2.0, ou que seria o sonho chinês. A revista informa que se falou pouco da reforma política, mas mencionou as organizações sociais. No Judiciário teria ficado mais claro, com os direitos humanos assegurados contra o trabalho forçado e o relaxamento da política de filho único.
The Economist prevê, ainda assim, fortes resistências a Xi Jinping. Mas reconhece que as reformas propostas poderão fazer inveja a Deng, ainda que este tenha sido menos estridente.
Estes reconhecimentos do Financial Times e do The Economist são da maior relevância internacional, e deverão ter efeitos em todo o mundo, levando a reconsiderar a superficialidade com que se vinha considerando as intenções reformistas da China e de Xi Jinping.
22 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: até Harvard estuda os efeitos da yoga e meditação, aumento de praticantes, casos brasileiros, conhecimentos milenares
Apesar dos conhecimentos milenares que o yoga e a meditação ajudam na saúde humana, notadamente no afastamento do estresse e doenças, agora se intensificam os estudos acadêmicos de importantes instituições científicas sobre o assunto. Makiko Kitamura da Bloomberg elaborou um artigo mostrando os estudos que estão sendo feitos pelo psiquiatra da Harvard Medical School, John Denninger, que é diretor de pesquisas do Instituto Benson-Henry de Medicina Body Mind do Hospital Geral de Massachusetts. Por cinco anos, acompanham um grupo de pessoas que apresentam problemas. As formas como estas práticas antigas afetam os genes e as atividades cerebrais das pessoas cronicamente estressadas, prosseguindo estudos já feitos por outros cientistas, mostram que as técnicas assim chamadas demonstram que mente e corpo podem ligar e desligar alguns genes relacionados ao estresse e as funções imunológicas.
Os estudos até agora efetuados tendem a utilizar ferramentas como questionários dos praticantes, bem como frequências cardíacas e monitoramento da pressão arterial, informa o artigo. Recentemente, as neuroimagens e tecnologias genômicas estão sendo utilizadas, permitindo medir as mudanças fisiológicas em maior detalhe. Quando se medita, os efeitos se disseminam não somente sobre o cérebro como por todo o corpo. Este estudo tenta rotas alternativas para enfrentar uma série de doenças modernas.
Dr. John Denninger
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21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política | Tags: evolução do problema da segurança na Ásia, novas revisões entre os Estados Unidos e o Japão, uma visão japonesa
O professor de política internacional da Universidade de Kanagawa Ryo Sahashi, expressa num artigo distribuído pela AJISS – Associação dos Institutos Japoneses de Estudos Estratégicos seu ponto de vista sobre as atuais tendências do entendimento militar entre os Estados Unidos e o Japão. Como todos sabem, depois da Segunda Guerra Mundial, o Japão renunciou a contar com força militar para a sua defesa externa, dispondo somente de meios para a chamada sua autodefesa, passando a contar com o suporte dos Estados Unidos para o que venha a necessitar. Com as despesas militares norte-americanas em diversas regiões do mundo, os Estados Unidos passam a esperar a colaboração dos países aliados para neutralizar o aumento da capacidade militar dos chineses nos mares que cercam a China, com a alegação de proteção de suas rotas de suprimento.
Os dois países mantêm um CCS – Comitê Consultivo de Segurança USA-JAPÃO ao nível dos ministros de Defesa e Relações Externas de ambos os países que se reúnem regularmente, o último no início de outubro último. O Secretário de Estado John Kerry vem afirmando que os Estados Unidos reconhecem que as ilhas Senkaku disputada com a China pertencem ao Japão. Também existem disputas com a Coreia do Sul, e a Coreia do Norte com seus foguetes com armamentos atômicos são preocupações constantes dos japoneses, como do resto do mundo, notadamente dos asiáticos.
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21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: simplicidade da origem japonesa, suas qualidades humanas
Tomie Ohtake, considerada a Primeira Dama das artes plásticas brasileiras completa o seu 100º aniversário. Muito se vai falar e escrever sobre ela, suas qualidades artísticas e humanas. Mas eu desejava registrar o meu modesto depoimento sobre o nosso longo relacionamento com Tomie, gente, simples, com a qual tenho privilégio de convívio por um bom tempo, menos frequentemente do que desejaria, até por limitações minhas. Respeito sua intensa atividade, inclusive tempo para pensar sobre suas obras, que requer mais elaboração intelectual do que muitos imaginam, exigindo dela uma atitude de reserva.
Conheci-a ainda no tempo do saudoso Seibi, grupo de artistas plásticos de origem japonesa no Brasil, quando no início de sua brilhante carreira, que começou tardiamente, depois de já ter criado seus filhos Ruy e Ricardo sozinha, e ela não era tão reconhecida e merecidamente consagrada.
Desde a minha infância, portanto, antes dela iniciar a sua carreira artística, conheci muitos dos membros deste grupo Seibi e frequentei muitas das suas exposições coletivas. Entre os primeiros, Tomoo Handa, Yoshiya Takaoka, Shigeto Tanaka, Yuji Tamaki, depois Manabu Mabe, Tikashi Fukushima, Kazuo Wakabayashi entre muitos outros. Tomie era uma das poucas mulheres que participavam ativamente do grupo, já no tempo do pós-guerra.
Uma das características mais importantes é que, mesmo depois de sua consagradora fama, continuou a mesma, modesta, humana, zen, prestigiando os relacionamentos com seus amigos. Não procurava o destaque, mas apreciava os vernissages, as novidades, incentivando outros artistas. E mesmo tarde da noite, quando tudo já estava terminado, ainda perguntava: aonde vamos agora?
Todos a admiravam pela sua fina bagagem que trouxe de sua vida em Quioto, antes de vir ao Brasil, onde se naturalizou brasileira. Para todos que tinham origens mais modestas, tendo passado como imigrantes no meio rural, ela já era motivo de admiração, pelo seu diferenciado nível cultural dos demais artistas.
Permitam-me partilhar de alguns poucos episódios comuns. Ela aprecia um bom missogiru, e quando eu dispunha de um missô de produção caseira levava um pouco para ela. A produtora deste produto faleceu e já não contamos com este missô diferenciado do que se encontra no mercado. Ela sempre me pergunta ainda sobre o missô.
Quando estávamos em Tóquio, depois de uma exposição que ela fez, fomos jantar de forma íntima num restaurante que eu conhecia, também na companhia de Ruy e de Ricardo. Tinha escolhido este restaurante, pois ele tinha boa culinária e uma vista privilegiada para o Palácio Imperial, em frente ao parque Hibiya. O cozinheiro preparou uma escultura de tempura, usando macarrão japonês, o que era usual. Tomie encantou-se com a criatividade da peça que ficou enfeitando a nossa mesa.
Nunca ouvi de Tomie uma queixa, ela se mostrava e transmitia o seu alto astral, mesmo quando acometido de limitações que a obrigava a usar uma cadeira de rodas. Acredito que ela era assim com todos os seus amigos.
Mesmo consagrada, ela continuou a mesma, orgulhosa do seu trabalho que a deixava realizada. Mostrava as maquetes dos muitos monumentos que estava preparando para o centenário da imigração japonesa, peças que pareciam simples, mas elaboradas, e imaginávamos como ficariam nas suas dimensões projetadas.
Poucas pessoas são tão humanas como ela, ainda que a fama de sua imagem tenha corrido o mundo. Simples, é das que facilitam a conversa, mesmo que sejam de assuntos corriqueiros dos seres humanos. Quisera que o tempo não nos limitasse, mas de forma zen, temos que aceitar a natureza das coisas.
21 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: as dificuldades existentes, entendimentos de cúpula entre a China e a Comunidade Europeia, Harvard Business Review sobre as opiniões de Josef Joffe
Os que imaginam que o desenvolvimento é um processo fácil devem observar o que está ocorrendo na China que, apesar das suas dificuldades, empenha-se no estabelecimento estratégico de entendimentos com a cúpula da Comunidade Europeia. Ao mesmo tempo em que é criticado por estudiosos como Josef Joffe, autor do livro “The Myth of America’s Decline” (tradução livre, o Mito do Declínio Americano), que estudou também aquele país. O presidente Xi Jinping da China encontrou-se com o presidente Herman Van Rompuy do Conselho Europeu e o presidente Jose Manuel Barroso da Comissão Europeia, na reunião de cúpula do novo governo chinês com a União Europeia, segundo o China Daily. Justin Fox da Harvard Business Review entrevistou Josef Joffe, que analisou os países que poderiam disputar com os Estados Unidos a supremacia da liderança econômica e política mundial, apontando os problemas que a China deve encontrar.
O que o presidente da China espera é que a União Europeia promova novas áreas de cooperação, incluindo a urbanização, a inovação, a aeronáutica e a astronáutica, cuja discussão será comandada pelo primeiro-ministro Li Keqiang, procurando um plano para até 2020. Ainda que existam interesses de ambas as partes, os mecanismos atuais terão que ser aperfeiçoados, pois a Europa criou problemas com os painéis solares da China, e esta retaliou com investigações sobre o dumping com vinhos da Comunidade Europeia. Os chineses solicitam maiores facilidades para que possam fazer investimentos na Europa. Os parceiros procuram quais os papéis que podem desenvolver num longo prazo.
Herman Van Rompuy, Xi Jinping e Jose Manoel Barroso. Foto: Xinhua
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20 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: a Copa do Mundo e as Olimpíadas no Brasil, as considerações discutidas no Japão, experiências internacionais
Estamos insistindo neste site sobre a necessidade de estabelecer alvos mais amplos, intangíveis, para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016, como já postamos num artigo discutindo o assunto. Já informamos como as Olimpíadas de 1964 influíram nas importantes mudanças culturais observadas no Japão, como a melhoria no atendimento dos turistas estrangeiros nos transportes e nas lojas. Agora um interessante artigo publicado por Wakako Yuki do Yomiuri Shimbun, distribuído pelo AJISS – Associação dos Institutos Japoneses de Estudos Estratégicos, baseado na sua experiência de cobertura de 10 Olimpíadas e 5 Jogos Paraolímpicos, com sugestões destes tipos de considerações visando a Olimpíada de Tóquio de 20202. Isto gera uma rara oportunidade de reflexão sobre considerações mais amplas no Brasil do que as vitórias em algumas modalidades, ou mesmo as dificuldades para avanços significativos na infraestrutura do país, que também são importantes.
O Japão está incluindo as Olimpíadas de 2020 entre os projetos da quarta flecha do Abeconomics já desencadeado naquele país, como já foi expresso pelo ex-ministro japonês Reizo Takenaka na palestra proferida na FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São Paulo e confirmado no artigo que estamos discutindo. Wakako Yuki menciona que antes das Olimpíadas de Londres de 2012, Jacques Rogge, ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional, destacou a importância dos legados dos Jogos, mencionando a importância dos intangíveis, que duram mais tempo que os tangíveis. O que está sendo discutido no Brasil sobre a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 a respeito deste assunto?
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19 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: exames regulares com urologistas, frequência dos problemas, recomendações do Doutor Luiz Akio Sakano, RTV de próstata
Tendo sofrido um procedimento cirúrgico de alta tecnologia chamado RTU – Ressecção Transuretral de Próstata, recomendado para tratamento da HPB – Hiperplasia Prostática Benigna, efetuada com rara habilidade pelo médico urologista Luiz Akio Sakano, num consagrado hospital de São Paulo, acabei me atualizando como leigo sobre os assuntos médicos que deve preocupar todos os homens. Os problemas de próstata atingem a quase totalidade dos homens com o avanço da idade, tanto quanto os problemas que ocorrem nos seios, principalmente das mulheres. Eles exigem o acompanhamento hoje recomendado para todos que atingirem 50 anos, feito por um urologista competente, diante das disseminações das informações. Mas, para os que contam com antecedentes de problemas similares entre os seus familiares, está se recomendando que estes exames sejam feito a partir dos 45 anos, bem como os homens da raça negra, com menos idade. Este artigo é escrito por um leigo que foi paciente, com o mínimo de expressões médicas, para uma compreensão do público em geral.
Uma indicação de problemas pode ser fornecida pelos exames de sangue que indicam as presenças de proteínas PSA – Antígeno Prostático Especifico que pode ser proporcionado pelo seu total, que é somente uma aproximação geral na medida em que ultrapassa um determinado valor de referência. Ela pode ser indicativa antes mesmo que os incômodos comecem a afetar os homens, que acabam ficando com maior frequência da micção de menor volume e força. Outra estimativa da sua dimensão pode ser fornecida pela Ultrassonografia da Próstata, que mesmo adequada, não é suficientemente precisa. O seu diagnóstico mais correto só pode ser feito por um toque retal que é feito pelo médico urologista competente, que constrange alguns homens, por serem feitos pelos ânus para chegar à próstata com dedos sensíveis. O Dr. Luiz Akira Sakano informa que o toque permite, pela consistência da próstata, constatar se ela só aumentou de dimensão ou está também com um tumor, que pode ser cancerígeno. No último caso, o tratamento será mais radical, ainda que hoje a grande maioria seja curável, eventualmente com o auxílio da quimioterapia e radioterapia.
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18 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: avanços na política demográfica, comentários da BBC de Londres, desequilíbrio entre os sexos, envelhecimento da população chinesa
Em qualquer país, os problemas demográficos possuem uma influência expressiva na sua evolução. No caso da China, comentada por alguns jornalistas da BBC inglesa, que costumam estudar outros países do mundo, muitas das reformas recentemente aprovadas começaram a ser detalhadas a partir de medidas para ajustar a sua política demográfica, conforme notícia divulgada pela agência estatal chinesa Xinhua. Mas parece conveniente que sejam informadas algumas peculiaridades daquele país, cuja população é a maior do planeta, para a adequada compreensão dos problemas que estão enfrentando. A política do filho único por casal era mais efetiva no meio urbano, onde havia a figura da inspetora de quarteirão que impedia que os chineses da etnia han, que compreende 80% da China, não a respeitasse. As minorias étnicas não estavam sujeitas a esta regra naquele país. Também parece que havia outras flexibilidades em algumas regiões, pois as autoridades locais poderiam ser mais rigorosas ou não.
De outro lado, no meio rural, que ainda conta com quase metade da população daquele país, esta fiscalização não era tão efetiva, havendo muitos casos de gêmeos e trigêmeos de idades diferentes. Um dos problemas é que culturalmente os chineses preferem herdeiros homens, o que resultou no sacrifício de muitas crianças do sexo feminino, situação chocante para todos. Hoje, existe um excesso de população do sexo masculino, havendo dificuldade para muitos conseguirem o casamento, o que amplia as insatisfações populares, que o governo parece desejar reduzir. Mas parece difícil atribuir a redução do crescimento populacional chinês somente a esta medida, pois o fenômeno também ocorre em outros países que não possuem esta política.
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15 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades das grandes empresas, mesmo os empresários questionam os benefícios do xisto, utilização do gás barato
A revista The Economist publica um artigo sobre a controvérsia sobre a exploração do xisto para a produção do petróleo e o gás, usando a tecnologia conhecida como fracking, que deixou o campo dos que se preocupam com o meio ambiente para atingir também as grandes empresas petrolíferas. Peter Voses, como o responsável pela Shell, afirma que um dos seus maiores arrependimentos são os investimentos de US$ 24 bilhões efetuados nas camadas de xisto nos Estados Unidos, segundo a revista. Também no mês passado, a BHP Billiton, que gastou cerca de US$ 20 bilhões em 2011 numa aposta no xisto, afirmou que vai leiloar a metade de suas áreas de petróleo e gás de xisto no Texas e no Novo México. Existem os que afirmam que estas grandes empresas de petróleo chegaram atrasadas, quando os melhores locais já estavam ocupados.
Mas pequenos empresários também se tornaram céticos sobre o xisto, na medida em que muitas explorações estão se esgotando rapidamente, não justificando os investimentos efetuados. Também, afirma a revista, analistas de empresas investidoras, como a Goldman Sachs, informam que os benefícios totais são modestos. Ninguém nega que a produção de petróleo e gás nos Estados Unidos aumentou sensivelmente, devendo ultrapassar a Rússia e a Arábia Saudita neste ano, bem como criou empregos.
Regiões onde é possível a exploração do xisto nos Estados Unidos
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