Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Tentando Definir o Caráter dos Japoneses

2 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: artigo do Japan Times, considerações do australiano Gregory Clark, especialista em sociologia do japonês | 2 Comentários »

Segundo uma matéria divulgada no Japan Times, escrito por Casey Baseel, um estudioso dos japoneses por cinco décadas, com base num publicado no site chinês BW, haveria algumas características que definiriam o caráter dos nipônicos, que decorreria de sua história isolacionista num arquipélago. A primeira seria uma mentalidade que dá prioridade ao grupo em detrimento do indivíduo, que pode ser notado nas mais variadas circunstâncias, o que determinaria também uma hierarquia na sociedade japonesa. Ele observa também uma honestidade, que constatou quando esqueceu uma pasta numa linha de metrô. Ao comunicar a um policial, teria recebido a recomendação de aguardar a volta do trem, onde encontrou a mesma intacta.

Há que se considerar que o Japão também veio mudando recentemente, mas muitas destas características ainda são mantidas como regras. Ele destaca, ainda, o respeito pela ordem e pela limpeza, que é uma característica quando pública, pois nos lares dos jovens atuais observam-se desleixos nestes cuidados, até pela falta de tempo para tanto. Ele observa também que os japoneses preferem fazer as coisas manualmente, e escrever um bilhete seria considerado mais respeitoso que fazê-lo eletronicamente.

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The Economist Afirma Que Batista Mancha o Brasil

1 de novembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: derrocada do grupo X de Eike Batista

O que impressiona a todos é a deficiência das avaliações dos investidores e financiadores, oficiais e privados que deveriam estar melhores aparelhados, considerando a derrocada do grupo X comandada por Eike Batista, que mereceu até um artigo no The Economist. Muitos sabiam que havia algo de muito estranho nas obtenções de licenças de exploração de variadas jazidas brasileiras por grupos privados, que decorriam de trabalhos preliminares com o emprego de recursos públicos, que vêm se repetindo há décadas. Eike Batista não era considerado nem mesmo por alguns dos seus familiares mais chegados pelo seu caráter pessoal e exuberância nas aparições públicas. A maioria dos seus empreendimentos só existia no papel. Ainda assim, criou-se um clima emocional com divulgações exageradas, que fizeram com que investidores e financiadores nacionais e estrangeiros, que deveriam contar com uma maior capacidade de avaliação, inclusive autoridades, tivessem um comportamento semelhante ao de manadas, explicitando que muitas decisões não são tão racionais e técnicas como aparentam, mostrando toda a fragilidade do sistema.

Muitos que ganharam nas especulações deveriam ser chamados nas suas responsabilidades por entidades que deveriam cuidar do mercado de valores como as bolsas. Se eles compraram quando ainda as cotações eram baixas e venderam nos seus picos, deveriam contar com informações privilegiadas. Os pequenos investidores gananciosos, responsáveis por assumir elevados riscos, acabam arcando com expressivos prejuízos. Mas o Brasil fica manchado pela fragilidade do seu

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Complexidades da Política Econômica na Prática

31 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: o caso da meta inflacionária no Brasil, o conjunto dos objetivos, os reajustamentos salariais no Japão

Dois artigos apresentados no Valor Econômico mostram as complexidades da política econômica que tem objetivos múltiplos, quando alguns instrumentos foram especializados para determinadas finalidades específicas. Um artigo de Eduardo Campos informa que o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central do Brasil, Luiz Awazu Pereira, estaria propondo, com base nos estudos efetuados por ele com Pierre Richard Agénor, da Universidade de Manchester, uma meta que se chamaria inflação integrada, incorporando explicitamente preocupações com a estabilidade financeira.

Outro artigo de Yoko Kubota e Maki Shiraiki, originário da Reuters, informa que o governo estimula as empresas a aumentarem os salários dos seus empregados, para que não haja uma redução do poder de compra, tanto com a inflação que estaria eliminando a deflação como com os aumentos dos impostos de vendas que passaram dos 5 para 8% no primeiro momento, tentando evitar que haja um acentuado crescimento da dívida pública com relação ao PIB daquele país. Ambas as preocupações indicam que os objetivos da política econômica são múltiplos e complexos, exigindo uma adequada coordenação de setores do governo, não resultando em resultados satisfatórios com segmentos do governo atuando com objetivos restritos ao seu setor, como seria o caso das autoridades monetárias.

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Dilema da Agricultura Japonesa

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: aproveitamento dos seus aspectos positivos, mudanças inevitáveis, precipitação com as discussões do TPP, reformas na agricultura japonesa

Intensificam-se as discussões sobre as difíceis reformas indispensáveis na agricultura japonesa com o afunilamento das negociações sobre a participação japonesa no chamado TPP – Transpacific Partnership. O professor Masayoshi Honma, da Universidade de Tóquio, apresenta seus pontos de vista no AJISS – The Association of Japaneses Institutes of Strategics Studies Commentary que reúne acadêmicos para a discussão destes temas complexos. Ele mostra que a agricultura daquele país vem perdendo a sua importância e, independentemente do TPP, eles precisam se ajustar à atual realidade internacional. O seu ponto crucial está na pequena escala da sua atual produção de arroz efetuada pelos idosos agricultores, de forma não competitiva com o que é feito no exterior. Nos demais segmentos, como a horticultura e a fruticultura, já haveria uma estabilidade com a forte concentração em algumas variedades especializadas.

O seu ponto de vista é que existem alguns segmentos como se fossem closters, como o que acontece na Holanda, com a consolidação de alguns vales especializados na produção de alimentos. Haveria a necessidade de envolvimento dos jovens, bem como um tempo para processar as mudanças indispensáveis. O governo perseguiria uma redução do custo da produção do arroz no Japão em 40%, com a intensificação de pesquisas, e certamente a concentração na produção de destacada qualidade diferenciada, para consumidores de alto poder aquisitivo.

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Reunião do AJISS Commentary                               Masayoshi Honma da Tokyo University

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Problemas Com os Bancos Internacionais

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: abusos dos bancos internacionais, necessidades de regulamentações mais rigorosas, notícias publicadas no The Wall Street Journal

Se estas notícias não tivessem publicadas num mesmo número do The Wall Street Journal poderia se desconfiar que uma campanha estivesse sendo desenvolvida contra os bancos internacionais. Desde os lamentáveis acontecimentos com os bancos em 2007, com volumosos créditos imobiliários incobráveis por má gestão, os bancos acabaram recebendo exageradas assistências das autoridades para que não ocorresse um problema sistêmico internacional. Tudo indica que os bancos se consideraram imunes de eventuais punições, pois eram demasiadamente grandes para serem abandonados. Esta falta de punição aparenta ter estimulado muitos dos seus dirigentes a efetuarem operações duvidosas que estariam os beneficiando, em prejuízo de toda a economia mundial.

Um artigo escrito por Devlin Barrett informa que parte das negociações do J.P.Morgan Chase & Co. e o governo dos Estados Unidos parece apresentar risco de colapso, segundo fontes bem informadas, diante dos desentendimentos sobre os esforços para reembolsar os fundos controlados pelo governo numa tentativa de resolver uma pendência criminal. O valor desta pendência poderia chegar a assustador montante de US$ 13 bilhões. O banco já teria acordado em pagar US$ 5,1 bilhões para a Agência Federal de Financiamento Habitacional, para resolver os títulos hipotecários que foram vendidos ao Fannie Mae e Freddie Mac que iniciaram a crise financeira atual no mundo. Se o acordo não for obtido, a questão poderá ir para o Judiciário, por iniciativa do Departamento de Justiça dos EUA.

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Nature Chama a Atenção Sobre a Poluição do Setor Rural

29 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: a revista científica Nature chama a atenção para a poluição provocada pelo setor rural, aperfeiçoamentos na pecuária, culturas da soja, o plantio direto

Um assunto que não é muito divulgado é que o setor rural mundial contribui com 14% das emissões de gases que provocam o efeito estufa, independente das provenientes das queimadas. A revista científica de prestígio internacional Nature publicou um artigo elaborado por Nicola Jones mostrando que se fazem esforços como no setor pecuário, que ocupa uma área expressiva no mundo. Uma equipe do CIAT – Centro Internacional de Agricultura Tropical localizado em Cali, na Colômbia, está trabalhando com a Dow AgroSciences para obter sementes de uma das espécies de brachiaria que evitaria esta dificuldade. Também no Brasil, a técnica do plantio direto, disseminada pela Embrapa principalmente para a soja, vem contribuindo para a redução da liberação destes gases do solo, ao mesmo tempo em que fixa o nitrogênio, um fertilizante importante.

Existe mais de 200 espécies de brachiarias conhecidas desta gramínea que tem origem em diversas partes do mundo. As mais utilizadas no Brasil humidícola, que se adaptaram muito bem nos cerrados, são de origem africana, mas são invasoras dominantes, impedindo o desenvolvimento de outras gramíneas nativas, e mesmo as consorciações de pastos.

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Multinacionais Brasileiras

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: ausências notadas, dificuldades nas suas definições, levantamentos da Fundação Dom Cabral, suplemento multinacionais brasileiras do Valor Econômico

Não há dúvidas que muitas empresas brasileiras estão se tornando importantes no mundo, com suas atuações além das fronteiras, assunto que está sendo abordado pelo suplemento especial Multinacionais Brasileiras do Valor Econômico. Três indicações teriam sido utilizadas, com base nos dados elaborados pela Fundação Dom Cabral, fornecendo um ranking por índice de transnacionalidade, ganhos externos e mais atuações em países estrangeiros. Comentários de estudiosos relacionados com o assunto foram coletados, como da SOBREET – Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica, da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas.

No entanto, acaba se ficando com algumas dúvidas sobre os critérios utilizados, em decorrência da ausência de nomes conhecidos. Entre as que causam estranheza pela ausência estão a Embraer, a Ambev/Imbev, as de sucos de laranja como a Cutrale e a Citrosuco, as que atuam com frangos como a Brazil Foods, entre as mais evidentes.

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Entrevista de Guilherme Estrella para a Folha de S.Paulo

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: Guilherme Estrella, posição ideológica, pragmatismo, reservas da Libra com a Petrobras

Guilherme Estrella é um conhecido geólogo que chegou a diretor de Exploração da Petrobras, sendo lhe creditado e à sua equipe a descoberta do pré-sal. Na entrevista concedida a Eleonora de Lucena, publicada na Folha de S.Paulo, expressa sua opinião que a reserva de Libra deveria ser exclusiva do Estado, contando com o monopólio da Petrobras, pois a sua magnitude seria estratégica para aumentar a importância do Brasil no mundo, como afirma que é feito também pelos outros países detentores deste tipo de reserva petrolífera e de gás natural. É, portanto, contrário ao que foi decidido no recente leilão que permitiu a participação de 20% da Shell anglo-holandesa, 20% da Total francesa e 10% cada das duas estatais chinesas, ficando a Petrobras com 40% da empresa que será criada para esta finalidade, que será a responsável pela sua exploração, além dos 41,65% da produção que ficaria com o governo brasileiro. O total acaba acima de 60% para o Brasil.

Em que pese a sua abalizada opinião, há que se considerar também outros fatos que exigem um pragmatismo que ele não leva em conta como técnico. A Petrobras encontra-se fragilizada do ponto de vista financeiro, não dispondo de todos os recursos indispensáveis para a sua exploração como monopolista, que não costuma proporcionar a eficiência desejada. Não se pode assegurar que o petróleo continuará a ter a importância atual como fonte de energia, pois a matriz energética mundial está se alterando, não somente com a economia de energia poluente, como outras fontes como a solar e a eólica que são pequenas, além do famigerado petróleo e gás do xisto que vem aumentando sua participação no curto prazo.

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Guilherme Estrella

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O Crime Organizado e a Economia Japonesa

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política | Tags: aperto das autoridades, artifícios usados, artigos no Nikkei e no Financial Times sobre envolvimento do Mizuho Bank, problemas existentes por décadas

São antigas as notícias sobre empresas e bancos japoneses acusados de serem chantageados por elementos do crime organizado, o que vem sendo combatido pelas autoridades japonesas. Era tradicional criminosos adquirirem poucas ações destes estabelecimentos, comparecerem nas suas assembleias de acionistas e apresentarem longos pronunciamentos incômodos para todos, com indícios de irregularidades. Para se defenderem destas ações, as assembleias da maioria das empresas passaram a ser convocadas todas para as mesmas datas e horários. Agora, as fiscalizações sobre o Mizuho Bank indicam que uma de suas subsidiárias que atuava no financiamento de automóveis, entre outras vendas, estava financiando suspeitos de crimes já há muito tempo, desde antes das fusões que resultaram no atual banco. As notícias divulgadas sobre o assunto aparecem no Financial Times como no jornal econômico japonês Nikkei, informando que seus dirigentes estão se autopunindo, com a redução de seus honorários, incluindo também demissões de alguns diretores e punições equivalentes aos dirigentes já aposentados.

A comprovação destas irregularidades é difícil, pois muitos destes financiamentos são de veículos normais que eram utilizados pelos acusados de crime, não havendo necessidade de plenas garantias dos financiados e das empresas de fachada que os empregam na legislação japonesa. Os japoneses, quando sob investigações, ainda que não tenham confirmadas as irregularidades, costumam assumir suas responsabilidades perante o público, utilizando-se das autopunições.

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Religiosidade dos Japoneses

28 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: a natureza, artigo de Chris Betros no Japan Today, o problema do politeísmo, tentando responder a muitas perguntas dos estrangeiros

Num artigo publicado no Japan Today, Chris Betros, que mora no Japão desde 1980 e é católica, dá a sua forma de ver o comportamento do povo japonês sob o aspecto religioso. Informa que todos participam de eventos como os finados, ano aovo, bem como outras datas quando comparecem aos templos para fazer as suas orações e oferecerem incensos ou pequenas contribuições, o que entende como parte de sua cultura, que considera espiritual. Certamente, é uma dificuldade para uma pessoa que seja monoteísta compreender o comportamento daqueles que são politeístas, chegando considerar todos os objetos da natureza como deuses. Muitos japoneses, cuja religião oficial é o xintoísmo, marcam ativamente eventos importantes de suas vistas com cerimônias Budistas.

No artigo, a autora informa que a Agência de Assuntos Culturais do Japão registrou desde 2011 mais de 180 mil novos grupos como corporações religiosas, e interpreta com isto que os japoneses são espiritualitas. Muitos têm um respeito religioso à natureza, como as pedras, as árvores, os rios, as montanhas, e temem as manifestações climáticas ou naturais como os ventos, tufões, trovões e os terremotos.

Expressam seus votos quando visitam os templos, quando vão prestar exames vestibulares, ou simplesmente numa data folclórica. Certamente, é difícil entender todos estes comportamentos para aqueles que são religiosos como os ocidentais, mesmo que adotem posições ecumênicas de respeito a todas as crenças.

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