Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Quase Toda a Construção Naval Japonesa Aposta no Brasil

23 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: agora é a Mitsubishi Heavy com outras associadas japonesas, disposição para competir com coreanos e chineses, já vieram a Kawasaki Heavy e a IHI, participação nas empresas brasileiras | 4 Comentários »

Anuncia-se oficialmente que a Mitsubishi Heavy, junto com a Imabari Shipbuilding, Namura Shipbuilding e Oshima Shipbuilding associadas com a gigantesca trading Mitsibishi Corp., desembarca no Brasil para investir na Ecovix-Engevix Construções Oceânicas S.A., como já foi antecipado neste site. Anteriormente, a Kawasaki Heavy começou a participar do Estaleiro Enseada do Paraguaçu S.A. com a IHI, associadas à Japan Marine United e a JGC Corp., do Estaleiro Atlântico S.A. Os dirigentes da Mitsubishi Heavy informam que suas intenções são de se tornarem os maiores estaleiros do Brasil, afirmação que foi feita por Yoichi Kujirai, Executive Vice President. Pretendem competir com os chineses e coreanos que vinham se destacando no mundo.

Com estas decisões, parte substancial da indústria de construção naval do Japão estará presente no Brasil, procurando atender as demandas que têm como centro as explorações do pré-sal, mas que também acabam atendendo outras necessidades brasileiras. Estas empresas de construção de equipamentos pesados estão capacitadas tecnologicamente para atender outras demandas, como de refinarias, liquidificação do gás, bem como outras que se estendam para as atividades petroquímicas e de utilização das energias mais limpas como do gás.

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Reformas Cogitadas no Banco Mundial

22 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: histórico e necessidades presentes, mudanças no tempo no Banco Mundial, necessidade de novos projetos fora da infraestrutura

Como é do conhecimento de muitos, o nome completo do Banco Mundial é Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento, tendo sido criado ao término da Segunda Guerra Mundial, junto com outros organismos internacionais como as Nações Unidas e o FMI – Fundo Monetário Internacional, para atender as necessidades de muitos países naquele período histórico. Muitos projetos de infraestrutura foram financiados para criar as condições para a aceleração do desenvolvimento nos países que eram chamados de subdesenvolvidos e depois em desenvolvimento. Hoje, em sua grande maioria, são chamados emergentes, contrastando com as economias industrializadas ou desenvolvidas.

Numa reunião recente, o The Economist relata que por inspiração do seu atual presidente, o coreano Jim Yong Kim, 300 banqueiros se juntaram ao monge vietnamita Thich Nhat Hanh para refletir num clima muito zen sobre a possibilidade de reformas no Banco Mundial, visando atender os projetos voltados para a eliminação da miséria absoluta, que se torna uma pauta importante nas instituições internacionais. O que se espera é que até 2030 os 40% da população mundial mais pobre tenham a condição de sacudir a economia mundial.

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Sede do Banco Mundial em Washington

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Os Doentes Terminais nos Hospitais Japoneses

22 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: atitudes perante o inevitável, os hospitais japoneses nos cuidados com os doentes terminais

Num levantamento efetuado pelo jornal Yomiuri Shimbun em 53 hospitais, 15 declararam que pararam de utilizar meios heroicos para manter a vida com os usos de respiradores artificiais ou máquinas coração-pulmão para pacientes com mínimas chances de recuperação, o que representa quase 30% dos pesquisados. Os resultados sugerem que alguns hospitais estão aceitando os desejos dos pacientes ou de seus familiares para pararem com tratamentos que prolonguem a vida quando já não existem mais esperanças de recuperação. Também foram pesquisados 262 centros médicos de emergência para pacientes em eminência de morte, mediante questionários enviados, e 168 responderam que não adotam medidas heroicas para mantê-los vivos artificialmente, ou seja, 64%.

Muitos hospitais informaram que pararam de utilizar estes meios artificiais para prolongar a vida daqueles que não contam com possibilidade de recuperação. Todos estes levantamentos mostram que os japoneses são pragmáticos com relação à morte, que consideram um fato normal. Os prolongamentos artificiais envolvem diálises artificiais, com agentes hipertensores, os fluidos de suporte nutricional, além dos respiradores artificiais e máquinas pulmão-coração. Com o desligamento destes equipamentos, o passamento costuma ocorrer em poucas horas, ou em poucos minutos. Alguns hospitais só aceitam as medidas depois das paradas cardíacas definitivas.

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Conceito de Artesão no Japão e Seu Novo Papel

22 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias | Tags: a valorização do trabalho manual, artigo publicado no The Japan Times sobre machi-koba, não se distingue do artista | 3 Comentários »

No Japão, todos os trabalhos elaborados manualmente pelos artesãos merecem uma valorização como a dos artistas não havendo esta preconceituosa discriminação que existe no Brasil e em muitas localidades do Ocidente. Os artesãos são confundidos com os artistas, pois cada peça que eles produzem envolve uma criação, porque exige o cuidado manual na sua elaboração, distinguindo-se de outras peças, ainda que tenham um design semelhante. Um artigo publicado pelo The Japan Times de autoria do Cameron Allan Mckean relata sobre as machi-koba, que seriam pequenos estabelecimentos em cidades japonesas normalmente operados por uma família que vem mantendo a sua tradição por gerações. Seus produtos costumam ser valorizados por envolverem cuidadosos trabalhos manuais.

Os anos de baixo crescimento da economia japonesa fez suas vítimas, mas o Japão tenta reinventar estas atividades artesanais com o desenvolvimento do conceito de machi-koba, que literalmente significaria cidade-fábrica. Eles produzem todos os tipos de manufaturas de uso cotidiano como bules, caixas de papelão, tesouras, tofus, copos de vidro, peças automotivas, facas e talheres que são alguns exemplos. Existem outros milhares de itens produzidos nestes espaços. Promovem-se atualmente verdadeiros festivais, como na Prefeitura de Niigata, onde 54 machi-kobas provocam o renascimento da metalúrgica com o uso de designs. O seu centro é Tsubamesanjo, que é visitado por cerca de 11 mil pessoas na procura de facas, mesmo não sendo uma região de turismo, que se tornou uma das especialidades mais destacadas da região.

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The factory floor: Visitors watch as demonstrates his cutting machine during a tour of his cardboard box factory. | CAMERON ALLAN MCKEAN

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Solução Menos Ruim Para o Leilão da Libra

21 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: CNPC e CNOOC, condições mínimas, Petrobrás, Shell, Total, um consórcio formado por todos os licitantes importantes

O resultado do leilão para exploração do campo de Libra, parte do pré-sal na costa brasileira, atendeu ao mínimo estabelecido pelo edital. Para surpresa de muitos, a Shell anglo-holandesa, a Total francesa, com 20% cada, além das já previstas Petrobras com mais 10% além dos 30% assegurados previamente, as chinesas CNPC e CNOOC, com 10% cada, completam o consórcio único que aceitou as condições mínimas estabelecidas pelo edital. Portanto, a União fica com a parcela mínima de 42,65% do óleo produzido no local, alem do bônus fixo de R$ 15 bilhões. Muitos entenderão que o leilão não conseguiu os melhores resultados, pois havia uma esperança de dois ou mais consórcios, mas há que se admitir que os tempos não sejam os mais favoráveis no momento.

Ainda que o campo de Libra fique somente com uma lâmina de água de 1.500 metros, as três maiores, a Petrobras, a Shell e a Total, possuem experiências em águas profundas. Os desafios maiores deverão ser juntar a produção de diversos pontos para uma localidade para o seu transporte final para o litoral, que fica a cerca de 190 quilômetros daquele local. Os chineses acabaram assegurando parte de sua produção para o seu abastecimento. A operação ficará por conta da Petrobras.

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Financial Times Publica Dois Artigos Sobre a China

21 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: dificuldades de ajustamento da economia chinesa, subsídios envolvidos, um sobre a capacidade ociosa e outro sobre imóveis residenciais

Um artigo de Lydia Guo e outro de Simon Rabinovich do Financial Times tratam de problemas que estão sendo enfrentados pela economia chinesa. No primeiro, informa-se que o Conselho de Estado da China estabeleceu um plano de cinco anos para lidar com o problema de excesso de capacidade existente em alguns setores produtivos, e o segundo, do problema do plano de construção de 36 milhões de residências, todos envolvendo subsídios difíceis de serem controlados, mesmo dentro de um regime autoritário de orientação socialista. O Financial Times tem um nítida tendência liberal e é dos organismos da imprensa mundial que vem sendo critico ao governo da China, apontando suas dificuldades com estes gerenciamentos dos subsídios.

No caso das indústrias, informa-se que existem setores onde a capacidade de produção utilizada gira em torno dos 70%, entre eles a de produtos siderúrgicos, cimento, alumínio, vidros planos e construção naval. Como os prejuízos das estatais são elevados, deverão ser tomadas medidas para ajustamento em cinco anos, que deverão resultar em desemprego e aumento dos empréstimos incobráveis dos bancos. Um dos destaques é a Tome Rongsheng Heavy Industries, a maior com construção naval privada na China, que está com uma dívida bruta de US$ 5,3 bilhões. Seus empregados estão em férias coletivas obrigatórias, o que também provoca greves dos mesmos.

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Mitsubishi Heavy na Construção Naval Brasileira

21 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: encomendas para o pré-sal, japoneses com a Ecovix-Engevix, notícia sobre a participação da Mitsubishi Heavy

Uma notícia foi publicada pelo jornal econômico Nikkei informando que a Mitsubishi Heavy e quatro outras empresas japonesas planejam unir suas forças para investir nos estaleiros brasileiros, para competir com os rivais coreanos e chineses nas embarcações para a exploração dos recursos naturais no alto-mar, notadamente no pré-sal com o petróleo e o gás. O consórcio japonês é liderado pela Mitsubishi Heavy, que é no Japão a quinta maior empresa de construção naval. Mas também participam a Imabari Shipbuilding, que é atual líder industrial, mas também a trading Mitsubishi Corp., a Namura Shipbuilding, e a Oshima Shipbuilding. O grupo japonês contará com 30% de participação na Ecovix – Engevix Construções Oceânicas, com cerca de US$ 400 milhões até o final deste ano fiscal que termina em março próximo.

Quando concluído estes negócios, será o maior investimento dos japoneses da indústria de construção naval no exterior, segundo o artigo. Isto permitirá a construção de embarcações de perfuração de poços com elevado valor agregado, na esperança de fornecer para a exploração de petróleo e gás nas costas brasileiras das reservas descobertas.

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Disseminação de Notícias Sobre os Protestos Brasileiros

21 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: ligados à Copa do Mundo, notícias do The Observer reproduzidos no The Japan Times, relacionados com os choques dos manifestantes com as forças policiais

Lamentavelmente, as notícias sobre as manifestações que estão ocorrendo no Brasil e os choques com as forças policiais vêm se disseminando pelo mundo. Um artigo escrito por Dom Philips do The Observer foi republicado no The Japan Times, informando que diante da Copa do Mundo, as desigualdades existentes no Brasil estão provocando iras dos mais variados setores, como dos professores no Rio de Janeiro. Mesmo reconhecendo que milhões de pessoas superaram a pobreza absoluta. Mesmo com as vitórias esportivas como na Copa das Confederações onde o Brasil ganhou da poderosa seleção espanhola. Mas, fora do estádio do Maracanã, os manifestantes enfrentavam as tropas de choque.

O artigo menciona que as manifestações dos professores estão infiltradas pelo Black Bloc, mascarados que promovem depredações. Muitos se perguntam se a Copa do Mundo vai se realizar. Mesmo que o Brasil seja o B dos BRICS, com Lula da Silva tendo conseguido os avanços sociais que beneficiaram 40 milhões de brasileiros, com muitos conseguindo comprar os seus celulares. A reportagem registra que alguns analistas veem uma relação positiva com a desigualdade.

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79 Anos da Imperatriz Michiko do Japão

21 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 79 anos da Imperatriz Michiko, centenário da imigração japonesa ao Brasil, os contatos pessoais com ela, uma longa vida de obrigações oficiais, visitas ao Brasil

Apesar de ser a atual imperatriz do Japão, Michiko nasceu plebeia com o nome de Michiko Shoda há 79 anos, que completou neste domingo, dia 20 de outubro. Ela conheceu o então príncipe herdeiro Akihito em Karuizawa, uma pequena cidade nas montanhas próximas de Tóquio, semelhante com Campos do Jordão no Brasil, onde praticavam tênis, frequentada pela elite japonesa, hoje mais popularizada com muitos turistas. Acabou contraindo o seu matrimônio sob a rígida supervisão da Casa Imperial, tendo sofrido no seu duro e longo processo de adaptação à vida palaciana, havendo um período que tinha perdido a sua capacidade de fala com as pressões psicológicas que sofria. Mas, pessoalmente, ela é uma senhora de conversa muito agradável, que foge um pouco do antigo padrão da nobreza japonesa.

Tive o privilégio de alguns contatos pessoais com ela, na companhia do imperador Akihito, quando ele ainda era o príncipe herdeiro ou já ocupava o Trono do Japão. Ela visitou algumas vezes o Brasil, quando Akihito ainda era o príncipe herdeiro, e sempre nas conversas bastante elegantes costumam revelar as saudades que sentem do Brasil, cujas impressões transmitiram para seus filhos, que também tiveram a oportunidade de visitar o Brasil. O Japão tem a plena consciência que o Brasil é o país que conta com maior número de imigrantes japoneses e seus descendentes, tendo-os acolhido num período onde o excedente populacional japonês era um problema.

Mas foi quando ocupei a posição de Comissário do Governo Brasileiro para a EXPO TSUKUBA 85 que tive mais oportunidades para estes contatos, inclusive para explicar o significado do Pavilhão Brasileiro que já apresentava na ocasião a tecnologia do álcool, que depois ficou mais conhecido como etanol.

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Casal Imperial do Japão. AP Photo/Imperial Household of Japan

Com o longo treinamento de muitos contatos oficiais, ambos são dotados de uma memória respeitável. Tanto que os encontrando novamente em São Paulo num evento, depois de um rápido cumprimento em Brasília, eles tiveram a gentileza de mencionar que tinham a lembrança do nosso encontro na Capital brasileira.

Os nobres japoneses costumavam conversar somente sobre assuntos gerais como a natureza sem se referirem as questões corriqueiras das vidas das pessoas. Mas tanto Michiko como Akihito procuravam romper estas antigas tradições, para se referirem de seus sentimentos com relação aos brasileiros, notadamente aos descendentes dos imigrantes, cujos sofrimentos na sua adaptação ao Brasil parecem comovê-los sinceramente.

Quando da apresentação do Pavilhão brasileiro em Tsukuba, por exemplo, o então príncipe herdeiro, quando lhe apresentei um quadro pintado pelo meu amigo Manabu Mabe, entre outros trabalhos artísticos de nikkeis brasileiros, que lembrava num estilo figurativo o perfil de um imigrante revelando a sua saudade do Japão, Akihito perguntou algo que me deixou impressionado. Ele, que deve ter estudado muitas coisas dos artistas nikkeis, perguntou-me se Manabu Mabe não trabalhava somente com o estilo abstrato, ao que lhe informei que na sua fase inicial ele era figurativo, como em alguns dos seus períodos mais maduros havia uma mistura de algo figurativo, ainda que com forte conotação abstrata e gesticular.

Mas o que mais me impressionou, como a todos que participaram no Japão dos eventos relacionados com o Centenário da Imigração Japonesa no Brasil, foi que o Casal Imperial rompeu totalmente o que estava previsto no protocolo. Previam-se somente alguns discursos num evento que seria seguido de um coquetel. Para desespero dos que cuidavam da segurança, eles fizeram questão de permanecer no evento circulando entre os convidados, por um longo período de tempo, aceitando que muitos aproveitassem não somente para conversar com eles, como tirar fotografias juntos, o que não deveria ser protocolar.

É muito confortante saber que o Casal Imperial, mesmo com a idade e os problemas de saúde que já foram enfrentados no passado, agora está bem para poder comemorar os 79 anos da Imperatriz Michiko. Vida longa para eles.


Gigantescos Interesses Envolvidos no Pré-Sal

18 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias | Tags: interesses chineses, o leilão do campo Libra do Pré-Sal, outros participantes, programado para 21 de outubro, um dos maiores leilões do mundo

Mesmo um jornal econômico como o Valor Econômico, que costuma ser comedido na redação utilizada, solta uma manchete de primeira página informando que o pré-sal exige investimento de US$ 500 bilhões em 12 anos. Ocupa mais de duas páginas importantes para noticiar o que se sabe deste leilão no campo Libra, mobilizando jornalistas como Cláudia Schüffer, Marta Nogueira, Flavia Lima, Francine de Lorenzo e Karin Sato, uma grande equipe como em poucos casos. Onze empresas se inscreveram para o leilão, pagando taxas de R$ 2 milhões cada, havendo uma expectativa da formação de dois ou três consórcios. O vencedor terá que pagar bônus de assinatura de R$ 15 bilhões para as autoridades brasileiras.

Três companhias estatais chinesas, a CNOOC, China National Petroleum Corporation e a Sinopec, a última em parceria com a espanhola Repsol, a malaia Petronas, a indiana ONGC, a japonesa Mitsui, a francesa Total, a Shell e a colombiana Ecopetrol, além da Petrobras participam da disputa. As ausências de outras empresas gigantes de petróleo mundial foram explicadas com o estoque elevado de reservas que elas já possuem, não permitindo grandes novos investimentos. O noticiário internacional, como do Financial Times, publica uma grande matéria sobre as dificuldades que a Petrobras atravessa, com a exagerada interferência do governo brasileiro nos negócios que afetam seus interesses. Nada mais natural que nestes tipos de disputas as informações mais variadas sejam divulgadas. Os funcionários da Petrobras estão em greve e existem tentativas de ações judiciais da parte daqueles que entendem que o Brasil não defende adequadamente seus interesses.

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Os desafios são gigantescos, pois este campo é considerado como dos mais elevados potenciais, e somente especialistas podem fazer uma avaliação com uma ampla margem de erros. Apesar de estar abaixo de uma lâmina de água em torno de 1.500 metros, que não é das mais profundas, envolve uma área de 1,5 mil quilômetros quadrados, comportando dezenas de poços, cuja produção terá que ser concentrada num ponto para ser transportada para o litoral.

As cifras envolvidas são todas gigantescas. Uma consultoria especializada, a IHS, estima que sejam necessárias 630 mil toneladas de aço, 7.800 quilômetros de linhas flutuantes, 52 mil toneladas de tubulações, e 75 mil toneladas de equipamentos submarinos. Uma parte destes equipamentos terá que ser produzido pelos estaleiros brasileiros, sendo um dos grandes desafios.

Se tudo correr bem, o Brasil depois de alguns anos se tornará um importante produtor de petróleo e gás, quando ocupa hoje o 13º lugar no mundo. Somente Libra pode representar 65% da produção atual do país em petróleo e gás.

Informa-se que a China está muito interessada em assegurar uma importante alternativa para o seu abastecimento, o que se torna claro com a participação de suas principais estatais neste leilão. A Petrobras, que poderá participar de um dos consórcios, mesmo que não seja o vencedor, estará presente obrigatoriamente por um dispositivo legal especialmente aprovado pelo Congresso e sancionado pelo Executivo.

Ao mesmo tempo em que este leilão é uma grande oportunidade para o Brasil também é um dos maiores desafios já enfrentados, inclusive do ponto de vista tecnológico. Existem muitas pesquisas que ainda terão que ser feitas. Não se pode contar com os seus benefícios até que a produção se torne uma realidade.