20 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: capacidade de entendimento fácil com outros profissionais, competência rara na execução, falecimento prematuro
Todos que tiveram a oportunidade de conviver com Michal Gartenkraut, falecido aos 66 anos, vão sentir muito a sua falta pelo seu desaparecimento prematuro. Profissional competente e discreto, era uma hábil personalidade de fácil entendimento com outros, tanto superiores como subordinados, tendo uma privilegiada e sólida formação. Nada menos que engenheiro pelo prestigioso ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica, instituição na qual chegou a ser seu reitor. Era PhD pela Universidade de Stanford em engenharia e economia. Tanto no setor público como privado, cativava a todos pela sua elevada capacidade de análise e trabalho, sem nenhuma arrogância, mas uma modéstia que escondia seu rico currículo.
No setor público, além da reitoria do ITA, foi presidente do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA), foi secretário geral de Planejamento da Presidência da República e secretário de assuntos econômicos do Ministério da Fazenda, entre outros elevados cargos que honram qualquer profissional. No setor privado, era sócio-fundador da consultoria Rosenberg & Associados, tendo também atuado como consultor de organizações internacionais como o Banco Mundial e de diversos órgãos públicos brasileiros.
Michal Gartenkraut
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19 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: divulgações técnicas sobre as radiações, dois artigos no Project Syndicate, efeitos políticos, o aumento das redes sociais na Índia
Dois artigos publicados no Project Syndicate exigem reflexões sobre os atuais meios de comunicação social: um da dupla de especialistas em radiações, David Roberts e Ted Lazo, sobre as divulgações precipitadas sobre as radiações provocadas pelos problemas de Fukushima, e outro de Shashi Tharoor, que é ministro para Desenvolvimento de Recursos Humanos da Índia, sobre a rápida disseminação das redes sociais utilizadas pelos políticos daquele país. Acredito que as informações rápidas e curtas tendem a fornecer quadros incompletos para uma adequada avaliação, mas estão se disseminando numa velocidade impressionante, inclusive em países emergentes como o Brasil, a Índia e a China, onde os meios tradicionais eram deficientes, que passam a utilizar muitos celulares.
David Roberts e Ted Lazo, utilizando exemplos de informações distorcidas até pela imprensa escrita tradicional, propõem que haja uma espécie de ombudsman com elevada credibilidade científica, para oferecer informações abalizadas nos futuros desastres que venham a ocorrer no mundo, pois os prejuízos causados por informações incompletas são elevados. Shashi Tharoor, que se considera um dos pioneiros na utilização do Twitter na Índia, coloca a sua posição que estas redes ainda não decidem eleições, mas estão se tornando importantes para a comunicação dos políticos com a população, dada a sua rápida propagação.
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19 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: boletim da Câmara de Comércio, destaque da carne suína brasileira no Japão, esforços para aumento do intercâmbio bilateral, intensas atividades | 4 Comentários »
O boletim deste mês de julho da Câmara de Comércio Brasileira no Japão permite uma boa avaliação das atividades que as empresas brasileiras presentes no Japão estão desenvolvendo, bem como os intercâmbios que se fazem com as japonesas. O destaque de sua capa acabou sendo a recente abertura do mercado japonês para a carne suína brasileira, com realce para as provenientes do Estado de Santa Catarina, depois de uma grande batalha. Os japoneses já são grandes consumidores de frangos brasileiros, mas, apesar do elevado consumo da carne suína no Japão, suas autoridades resistiram para conceder as licenças para a sua importação do Brasil, ainda que o façam de outros fornecedores como a China.
O boletim é apresentado de forma bilíngue, em português e em japonês, dois idiomas pouco utilizados nos intercâmbio externos. Depois de um longo período em que Câmara contava com a colaboração de Osvaldo Kawakami, representante da Petrobras no Extremo Oriente, o seu retorno para o Brasil, para exercer as funções de gerente geral das operações daquela empresa em Santos, determinou a sua substituição por Marcos Turini, representante da Vale no Japão. Esta também é uma empresa com tradicional relacionamento com os japoneses, que continuam sendo um dos maiores importadores de minérios brasileiros.
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18 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: empréstimos japoneses para a Petrobras, para aquisição de equipamentos japoneses ou produzidos por suas subsidiárias, participação do setor privado do Banco Mizuho
Ainda que nem sempre divulgado adequadamente, o JBIC – Japan Bank for International Cooperation é um dos maiores credores do Brasil, principalmente por intermédio da Petrobras para fornecimento de equipamentos de origem japonesa, e agora de subsidiárias de empresas japonesas instaladas no exterior, inclusive no Brasil. O jornal econômico Nikkei confirma num artigo publicado na edição de 17 de julho, que o montante chega ao limite de US$ 1,5 bilhão, envolvendo também instituições privadas lideradas pelo Banco Mizuho.
O Japão vem se esforçando para que seus equipamentos sejam competitivos com outros produzidos por seus concorrentes, notadamente os vizinhos asiáticos. Para tanto, o atual governo vem desvalorizando o yen bem como ampliando as linhas de crédito de longo prazo para a aquisição dos mesmos, inclusive de suas subsidiárias no exterior. Algumas delas estão instaladas no Brasil e podem se destinar a plataformas como as que visam dar apoio as operações do pré-sal, reformulação de refinarias bem como instalações de gasodutos que foram fornecidos no passado, sem que estejam sendo utilizados adequadamente.
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17 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Francisco Lopes no Valor Econômico, editorial do Valor Econômico, papel do governo
Todos concordam que a economia brasileira passa por um difícil período de transição, como ressaltado no editorial de hoje do jornal Valor Econômico. Mesmo que o PIB brasileiro possa crescer 4% neste ano, como expressou o economista Francisco Lopes, ex-presidente do Banco Central, no seu artigo no mesmo jornal, muitos analistas entendem que a posição que será adotada pelo governo na reformulação de sua política econômica será crucial para o que continuará acontecendo no resto do ano. O cenário internacional com alterações importantes, a já aguardada desaceleração do crescimento da economia chinesa, o início da mudança da política do FED norte-americano bem como as manifestações populares de insatisfação que se espalham pelo mundo, não somente no Brasil, são alguns fatos que necessitam ser considerados.
O governo brasileiro, que de se um lado empenha-se no atendimento das demandas populares com suas novas prioridades, de outro conta com crescentes limitações decorrentes das pressões inflacionárias, limitações dos recursos disponíveis e desejo de manter um crescimento mínimo na sua economia. Não vem revelando uma capacidade para administrar todas as suas dificuldades, com o adequado diálogo com todos que possuem o poder para tanto. Não mostra de onde poderá retirar os recursos para todas as suas necessidades, usando quais instrumentos e com que estratégia. Vem registrando um crescente desconforto dos empresários que são considerados estratégicos para efetuar os investimentos indispensáveis.
Dilma Rousseff e a equipe ministerial
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16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo na revista científica Nature, aumento dos problemas de sustentabilidade, presença de metano nas águas utilizadas para a exploração do xisto
Nature é considerada mundialmente uma das mais prestigiosas revistas científicas, sendo extremamente rigorosa nas informações que divulga decorrentes de trabalhos efetuados pelos cientistas. Noticiam que aumentam as dificuldades de sustentabilidade da exploração do xisto para a produção de petróleo e gás, mediante o fraqueamento (fracking) das rochas com o uso de água e produtos químicos, como vem sendo efetuado nos Estados Unidos. Os cientistas liderados pelos pesquisadores que atuam na Duke University, Carolina do Norte, USA, identificaram traços de metano e outros contaminadores nas águas subterrâneas na formação chamada Marcellus, que fica abaixo dos Estados de Nova Iorque, Pensilvânia, Virgínia Ocidental e Ohio.
Eles constataram que as taxas de contaminação aumentam com a aproximação dos poços utilizados, e vão, a um passo além, identificando os produtos químicos contaminantes das águas subterrâneas para a produção do gás de xisto, que está sendo extraído de profundidades que vão de 2 a 3 mil metros. Segundo Rob Jackson, diretor do Centro das Mudanças Globais de Duke, a contaminação é, provavelmente, mais frequente do que aparenta, devido aos equipamentos pobres utilizados do que do fraqueamento hidráulico das rochas em si, mas seria um sinal de alerta para as empresas que operam as perfurações.
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16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 27º lugar no mundo, ainda modesto, mas melhorando, o Brasil no Nature Publishing Index 2012
A revista científica Nature publica regularmente um índice que mostra a quantidade de artigos científicos que foram produzidos nos diversos países e publicados na mesma, onde o Brasil chegou em 27ª posição, avançando sete lugares comparado com 2008. Em primeiro lugar, aparece os Estados Unidos, seguidos do Reino Unido e da Alemanha. Do total de 3.560 artigos publicados, entre os países emergentes a China chegou a 8,5% dos autores e 303 artigos, enquanto o Brasil conseguiu somente 39 artigos, ainda numa posição modesta.
As cinco instituições mais destacadas neste índice figuram a Universidade Federal do Rio de Janeiro, seguido pela Universidade de São Paulo, pelo Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (de Campinas), Universidade de Campinas e pela Universidade Estadual do Norte Fluminense. Mas a nota especial sobre o Brasil que acompanha esta publicação observa que ainda não se conseguiu publicações de grande impacto na comunidade científica internacional, que por ora consegue quantidade, mas não qualidade.
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16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Reuters sobre a reciclagem da água utilizada, as discussões no Reino Unido, os problemas em outros países
Um assunto que vem sendo tratado por muitos artigos publicados nos mais variados veículos de comunicação social do mundo é o da extração do petróleo e o gás do xisto, mediante a fragmentação hidráulica de suas rochas com o uso abundante da água com produtos químicos. Entre outros problemas de sustentabilidade, existe uma forte pressão para a redução da água que está se tornando um produto raro em diversas regiões. O custo de seu transporte passa ser importante nesta exploração. Algumas empresas como a Halliburton, Baker Hughes e FTS International nos Estados Unidos estão tratando a água de poços já utilizados para o seu reuso. Mesmo empresas menores estão adotando as mesmas tecnologias. Uma equipe da Reuters elaborou um longo artigo sobre o assunto.
Até recentemente, muitas empresas consideravam a reciclagem muito cara, usando somente as frescas. Mas elas estão sendo forçadas as reutilizações que, feitas em grande escala, acabam baixando seus custos, e contando com alto teor de sal proporcionam melhores resultados. Os ambientalistas afirmam que estas empresas nada fazem para evitar a contaminação das águas subterrâneas e só facilitam a extração de combustíveis fósseis que produzem gases que contribuem para o aquecimento do clima, não resolvendo seus problemas.
Campos de exploração do xisto
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16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exagero de artigos sobre o assunto, impacto mundial, preocupações com uma desaceleração descontrolada
Todos que acompanham a economia chinesa e mundial ficam impressionados com a quantidade de artigos que estão sendo publicados no mundo sobre o assunto. As estimativas oficiais que começaram a ser publicadas por trimestre também na China indicavam uma estimativa anualizada de 7,7% no primeiro trimestre e agora de 7,5% no segundo trimestre, havendo preocupações com uma cifra menor que a esperada pelas autoridades chinesas para 2013, que era de 7,5%. Na realidade, os resultados que vêm sendo obtidos no mundo são bem mais modestos, e todos esperam que o crescimento da China ajude os demais países na continuidade de sua recuperação, inclusive o Brasil, os Estados Unidos, o Japão como a Europa como um todo. Este exagero de artigos publicados parece indicar a preocupação de uma maior desaceleração da China, que não consistiria num soft landing para permitir as reformas visando maior dependência do mercado interno, e redução da dependência das exportações.
Na realidade, as contas nacionais de qualquer país é uma aproximação que não permite um nível de precisão como os analistas pretendem atribuir. São o que os profissionais de economia denominam de proxy, ou seja, uma aproximação tomando alguns indicadores que são considerados relevantes, notadamente quando se referem às estimativas trimestrais. No passado, os analistas se preocupavam com as deficiências das estatísticas chinesas, considerando-as pouco confiáveis.
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16 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades analisadas pelo The Economist, dois artigos sobre o assunto, esporte mais popular do mundo, os variados problemas existentes
Todos sabem que, lamentavelmente, os esportes profissionais que envolvem cifras astronômicas estão sujeitos às ações costumeiras dos criminosos. Quando o Japão resolveu criar a sua J. League efetuou um estudo que mostrava que a metade dos recursos publicitários envolvendo todos os esportes no mundo se destinava ao futebol, que desperta a paixão de pessoas simples como sofisticadas na maioria dos países, pobres ou desenvolvidos. A revista inglesa de circulação universal The Economist publica dois artigos que relacionam algumas atividades ilícitas que envolvem este esporte. Se existem brasileiros que pensam que estas irregularidades são marcas nacionais podem ficar aliviados, pois ocorrem por toda a parte, apesar dos esforços para coibi-los.
As autoridades procuram auxiliar este esporte ocasionalmente, pensando promover o país e quando necessário utilizando a sua força policial. Como em muitos países existem pesadas apostas envolvendo os resultados, a revista aponta que existem gângsteres profissionais envolvidos no futebol. São até cômicas as histórias conhecidas sobre estas manipulações, como de times falsos de alguns países, e muitas associações nacionais como o da China foram atingidas por descréditos públicos. Grandes esforços estão sendo feitos para evitar estas pragas, com pouco sucesso.
Joseph Blatter, presidente da FIFA
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