Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

O País Impossível Chamado Coreia do Sul

29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: 2012, editado pela Tuttle, Hong Kong, o fabuloso livro de Daniel Tudor, uma ampla cobertura profunda da Coreia do Sul | 2 Comentários »

Confesso que sou um economista antiquado que enfrenta dificuldades com as atuais análises telegráficas e superficiais que se intensificaram com o uso da internet. Fico entusiasmado quando encontro um trabalho de fôlego como este livro “Korea – The Impossible Country”, do jornalista e escritor Daniel Tudor, Editora Tuttle, Hong Kong, elogiado por toda a imprensa internacional de peso. O autor é correspondente do The Economist na Coreia, além de colaborador regular do Newsweek Korea e outras publicações. Ele conta com uma sólida formação na Oxford University e Manchester University e elaborou um trabalho quase enciclopédico que não pode ser perdido por quem se interessa em compreender a Coreia, com todas as suas profundas raízes. A Coreia que provocou um milagre tornando-se uma economia desenvolvida e democrática, superando todas as suas limitações de um país impossível.

Os meus primeiros contatos com a Coreia foram em torno de 1963, quando ajudava o Advisory Committee on Technical Service do Conselho Mundial de Igrejas. Em colaboração com o Committee of Refugies das Nações Unidas, ajudamos a promover a primeira imigração dos coreanos para o Brasil, logo depois do armistício na guerra entre o Sul e o Norte, que ainda não terminou como sempre noticiado até recentemente. A Coreia estava arrasada, quase perdendo a sua identidade. Os contados seguintes foram em torno de 1985, quando supervisionava inclusive o escritório de Seul de uma trading brasileira com muitas viagens para aquele país. Eles foram renovados recentemente com a presença do embaixador Edmundo Fujita, meu amigo pessoal, como representante do Brasil naquele país.

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Dirigentes da Política Econômica Chinesa

29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Martin Feldstein de Harvard comenta no Project Syndicate sobre os responsáveis pela política econômica chinesa, novo Ministro das Finanças Lou Jiwei, recondução de Zhou Xiaochuan no PBOC

Dada a atual importância da economia chinesa para o mundo, efetua-se um esforço para conhecer os dirigentes da sua política econômica. Depois da posse do presidente Xi Jinpíng e do premiê Li Keqiang, o mandato do governador do Banco Popular da China (PBOC), o Banco Central daquele país, Zhou Xiaochuan, que tinha chegado à idade de sua aposentadoria, foi prorrogado por mais dois anos, indicando a cautela com relação à política monetária. Ele se consagrou pelo aumento da internacionalização da moeda chinesa e veio se empenhando para conter as pressões inflacionárias.

O novo ministro das Finanças é Lou Jiwei, que veio do China Investment Corporation, o fundo soberano da China, também um economista treinado, que já foi vice-ministro das Finanças, uma forte voz pelas reformas pró-mercado. Ainda que não seja um favorável pela contenção fiscal e elevação dos impostos, mas vem evitando elevados déficits fiscais. São duas demonstrações de cautela com que os novos líderes estão cuidando da política econômica.

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Zhou Xiaochuan                                                      Lou Jiwei

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Incompreensível Surpresa com a Desaceleração Chinesa

29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: anúncios das novas autoridades do país, muitos artigos mostrando-se surpreendidos com a desaceleração do crescimento chinês, reformas e mudanças de estratégia

Verificando-se o noticiário recente nos principais meios de comunicação social internacional, constata-se que predomina uma surpresa com a sensível desaceleração do crescimento da economia chinesa neste começo de 2013. Ao mesmo tempo, tanto o novo primeiro-ministro Li Keqiang como o presidente Xi Jinping não mostram nenhuma preocupação com o que está acontecendo, que está dentro das decisões dos dirigentes do Partido Comunista Chinês, como já anunciado desde no final do ano passado. Parece que o mundo não acreditava que a meta de crescimento do próximo quinquênio que se situa entre 7 a 8% ao ano, com reformas estruturais e mudança da estratégia para ampliação do mercado interno, reduzindo a dependência das exportações era para valer, tratando-se somente de retórica, como costuma ocorrer com muitos políticos. Se existe alguma surpresa é com este noticiário, pois estas cifras continuam sendo elevadas, mesmo admitindo que já se manifestem pressões inflacionárias.

Todos sabem que as decisões na China não dependem somente de poucas pessoas, mas existe um razoável consenso dentro do Partido, onde estão representados os mais variados segmentos da sociedade chinesa. Todos sabiam que era impossível manter o crescimento que vinha se observando nos últimos anos, principalmente depois da crise que afetou o mundo após 2007/2008. A desaceleração é mundial, e mesmo os esforços dos Estados Unidos, da Europa, do Japão e dos países emergentes não indicam que haja resultados mais otimistas. A China está efetuando o que é possível, pois não haveria como manter o crescimento anterior, porque as necessidades de reformas tornaram-se importantes, e há uma forte pressão para a melhoria do mercado interno.

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Presidente Xi Jinping e primeiro-ministro Li Keqiang

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Nordeste Asiático no Limite da Crise

29 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Yuriko Koike, dificuldades adicionais, política japonesa com capacidade de análise

Yuriko Koike escreve regularmente para o Project Syndicate. Ela é uma influente parlamentar japonesa, de origem acadêmica, que já foi ministra da defesa do Japão e continua desempenhando um papel importante na formulação da política externa do seu país como uma das líderes do seu partido, que está atualmente no comando do governo. Ela comenta a recusa da China em participar dos entendimentos anuais de cúpula com o Japão e a Coreia do Sul visando resolver os problemas existentes, ainda que seja a região mais dinâmica do mundo no momento, o que não é nada bom. Segundo ela, seria uma oportunidade para a criação de um mecanismo trilateral para diálogo institucionalizado entre os três grandes da região.

Estas reuniões de cúpula costumam ser aproveitadas para assinar acordos e não para iniciar as difíceis negociações entre os três países no momento de elevada tensão. A oportunidade poderia ser aproveitada para aumentar a estabilidade estratégica na região, mas parece que as tensões vão continuar. Seria uma sinalização para as suas populações da crescente interdependência econômica entre as três economias, no comércio, nos investimentos e nas cadeias de produção, como não poderia ser imaginado há 20 anos, como ocorreu na Europa depois da Segunda Guerra Mundial.

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Impacto Cultural das Transformações no Sudeste Asiático

28 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: 25 artistas do Sudeste Asiático, artigo de Claudia Sarmento no O Globo, exposição de arte contemporânea em Yokohama

O site do jornal O Globo publica um expressivo artigo elaborado por Claudia Sarmento sobre uma exposição que está ocorrendo em Yokohama, no seu Museu de Arte, com o título “Welcome to Jungle” com os trabalhos de 25 artistas do Sudeste Asiático, de países como Cingapura, Malásia, Filipinas, Indonésia, Tailândia, Vietnã, Mianmar e Camboja. Nada mais justo, pois a região passa por um acelerado processo de transformação e os artistas procuram registrar a sua percepção do que está acontecendo, com a mudança do que tinham no passado, com a nova realidade que estão encarando.

O artigo informa que é em Cingapura, no seu Museu de Arte, é que se dispõe de um importante acervo que inclui fotos, vídeos, pinturas e escultura, mostrando que, além de sua importância econômica e política, também reúne o que dispõe de mais importante do ponto de vista cultural, ou seja, a maior coleção de arte contemporânea sobre a região. Ainda que se refira à selva, informa-se que o cenário é cada vez mais urbano, e os artistas procuram questionar o que está acontecendo, o preço da transição para a modernidade, servindo de inspiração para a nova geração.

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Uísque Japonês Mencionado no The Wall Street Journal

28 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: a qualidade do uísque japonês, elaboração aprimorada, elevado nível de consumo, reconhecimento no The Wall Street Journal

Ainda que já não seja mais consumidor de bebidas alcoólicas de elevador teor há muito tempo, sempre ficava impressionado com a quantidade e qualidade dos uísques consumidos pelos japoneses, inclusive de produção local, tanto no Japão como no exterior. Uma autoridade no assunto, Lawrence Osbore elaborou um artigo publicado no The Wall Street Journal Magazine, que se encontra no seu site. Ele reconhece que os melhores single malt do mundo são japoneses. Ele se refere à experiência nos bons bares de Kyoto, onde a arte de beber ganhou um patamar de sofisticação que não é encontrado em muitos lugares do mundo. Realmente, como os japoneses bebem muito, seus bares são refinados, contando com cuidados que não se encontram em muitos lugares.

Em 2012, eles ganharam o World Whiskies Awards, com o Suntory Yamazaki 25 anos, para o melhor single malt, enquanto a Nikka ganhou o primeiro lugar na categoria do Blended Malt, e hoje eles exportam para os Estados Unidos, França e Reino Unido. Existem razões que determinaram estas qualidades dos uísques japoneses. Segundo o artigo, dois japoneses contribuíram para que isto ocorresse. Masataka Taketsuru, o fundador da destilaria Nikka, e Shinjiro Torii, um farmacêutico que começou com o Suntory nos idos de 1923, em Yamazaki. Taketsuru viajou sozinho para a Escócia em 1918. Ele era casado com uma escocesa e estudou na Universidade de Gasgow, sendo o primeiro japonês que estudou o uísque cientificamente.

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Quatro uísques produzidos pela destilaria Yamazaki. Foto: Hiroji Kubota/Magnum Photos

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Chef da Yamazaki confere aroma do uísque. Foto: Jeremy Sutton-Hibbert/Alamy

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Tonéis de cobre da destilaria Hakushu. Foto: Cortesia da Suntory

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Golden Week no Japão

28 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento do turismo interno, intensidade de turismo, redução das viagens para o exterior, sequência de feriados até 6 de maio, situação econômica e cambial

Uma tradição que vem desde o período em que as férias regulares dos assalariados não eram comuns no Japão, sempre as sequências de feriados era aproveitada para viagens. Como o Natal não é uma data significativa naquele país, o Ano Novo costumava ser alongado, permitindo que muitos japoneses que trabalhavam nas grandes metrópoles pudessem visitar seus familiares nas regiões de onde provinham. Isto vinha diminuindo, mas depois dos desastres de Fukushima parece que os japoneses sentiram a necessidade de retomar seus relacionamentos familiares. A segunda sequência mais importante sempre foi o chamado Golden Week, que se estende do final de maio para começo de junho, quando existem alguns feriados que são aproveitados para turismos internos e externos, quando multidões aproveitam no mínimo uma semana para viagens. Inclui o Dia dos Meninos que é comemorado com figuras de peixes que ficam ao vento.

Neste ano, o próximo dia 6 de maio também é considerado feriado, pois quando alguns caem nos dias de semana são transferidos para a segunda-feira seguinte, para evitar o que os brasileiros denominam ponte, ou seja, que mais um dia útil seja utilizado para a folga. Portanto, desde este fim de semana até o próximo, incluindo 6 de maio, será aproveitado para estas excursões que estão estimadas para envolvem cerca de 22,7 milhões de japoneses, segundo as estimativas da JTB – Japan Travel Bureau, a principal agência que trabalha com estas viagens, conforme artigo publicado no Japan Times. Seria o recorde em número desde quando se dispõe destas estatísticas, envolvendo mais de 17% de toda a população japonesa.

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Aeroportos, estradas e estações ferroviárias lotados durante o golden week

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Crescimento Mundial do Consumo de Macarrão Instantâneo

26 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Nikkei, crescimento no mundo emergente, preparações rápidas, superação de 100 bilhões de porções

O jornal econômico japonês Nikkei noticia que, segundo dados da Associação Mundial de Macarrão Instantâneo que conta com 175 produtores nas mais variadas partes do mundo, no ano passado a suas vendas globais chegaram a superar a 100 bilhões de porções, com valores que superam a US$ 100 bilhões. A primeira pesquisa destes dados foi de 1997, informando-se que em 15 anos cresceram 150%.

O crescimento é particularmente notável no mundo emergente, sendo que na Índia chegou a 24% sobre o ano anterior, e no Brasil a um aumento de 8%. A China é onde mais se vende, tendo chegado a mais de 44 bilhões de porções, seguido da Indonésia com 14,1 bilhões e o Japão com 5,4 bilhões. Os dados mostram que na Índia, nos últimos cinco anos, passou de 1,5 bilhão para 4,4 bilhões de porções, enquanto no Vietnã cresceu 20% e 40% na Tailândia.

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Diversos Tipos de Atum Utilizados no Japão

26 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigo no Japan Times, o peixe bonito (katsuo) utilizado no Japão, preocupações com a preservação do atum

Makiko Itoh é uma autora conhecida que escreve regularmente no Japan Times e publicou um artigo mostrando que existe mais que um atum para sushi e sashimi, como já temos informado neste site. O chamado bleufin tuna (maguro) é o que considerado mais fino no momento, mas existe uma preocupação com a sua extinção dada a sua pesca exagerada, o que está levando até a sua criação. Mas, ele se tornou mais popular no Japão somente no século XX. Antes, o mais preferido era o chamado skipjack tuna (katsuo) que também é conhecido internacionalmente como bonito. Na Associação de Pesca do Japão, tive a oportunidade de conhecer um cartaz que trazia mais de 15 espécies diferentes de atum, de dimensões que vão desde próximo a 500 quilos até os menores de poucos quilos.

Katsuo é um dos peixes mais importantes no menu japonês, seco e fermentado torna-se o chamado katsuobushi (duro como uma pedra), um dos ingredientes fundamentais da culinária japonesa, de onde são extraídos os principais molhos depois de ralados em finas tiras. Mas a autora informa que é consumido como um petisco para acompanhamento de bebidas conhecido como tsukudani, preservado num molho doce-salgado, ou como o chamado shiokara, curado em sal, mas pode ser consumido revestido de farinha e frito, e também cru na forma de sashimi. A forma mais popular é servida hoje como tataki – ligeiramente tostado no fogo do lado de fora, havendo variações da forma do tostado como na província de Kochi, numa palha cheirosa.

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Katsuo e o prato Katsuo no Tataki

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Bento Box Faz Sucesso na França

25 de abril de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: aromas e sabores, beleza na apresentação, bento box nos concursos franceses, diversas formas de apresentações, dos mais simples aos sofisticados

No intenso intercâmbio da gastronomia francesa com a japonesa, tudo indica que os mais variados motivos acabam ganhando um destaque na fusion que ocorre intensamente entre duas consagradas culinárias. Os japoneses, que sempre tiveram consideração pela cozinha francesa, suavizando seus usos de sais, gorduras e açúcares, com apresentações esmeradas, ganharam uma admiração dos consagrados chefs franceses como Paul Bocuse e Joel Robuchon. Um artigo no Yomiuri Shimbun, de gigantesca tiragem no Japão, escrito por Yoshiko Kosaka, destaca o papel destacado que o Bento Box de Noriyuki Hamada, do Hoshino Resort, ganhou no concurso Bocuse d’Or realizado em Lion, na França.

É preciso esclarecer que o chamado genericamente de Bento Box ganha as mais variadas formas no Japão, desde simples lanches que oferecem uma refeição fria nas estações de metrô ou trens japoneses, como refeições tipo executivos nos restaurantes comuns, até formas sofisticadas que são apresentadas nos estabelecimentos de alta cozinha. O que os diferenciam são os variados conteúdos, mas que costumam envolvem diversos alimentos apresentados dentro de um tipo de caixa, formando um conteúdo que vão de esplêndidas apresentações até as mais simples e práticas.

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