25 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: confissão da esposa Gu Kalai, inacreditável notícia ligada a Bo Xilai, publicado no Bangkok Post citando Asahi Shimbun
Uma das notícias políticas mais surpreendentes da China nos últimos anos foi à destituição de Bo Xilai, o poderoso chefe do Partido Comunista em Chongqing que pretendia posições mais elevadas na hierarquia chinesa, um dos nove lugares no seu Politburo. Atribuem a ele diversas atrocidades durante a sua carreira. Recentemente, verificou-se a morte do empresário inglês Neil Heywood, com a suspeita de ter sido eliminado pelos seus conhecimentos das operações irregulares pelas quais Bo Xilai teria enviado parte dos seus recursos para o exterior. A notícia do credenciado jornal tailandês Bangkok Post citando como fonte o importante jornal japonês Asahi Shimbun é que sua esposa Gu Kailai teria confessado ser a responsável pela morte do inglês, com uma bebida contendo cianeto. Mesmo com uma tentativa de confirmação desta informação nos jornais chineses e japoneses, não consegui ainda este intento.
Todo o processo de destituição de Bo Xilai foi cercado de eventos espetaculares como a deserção do seu chefe de política e morte de um dos seus auxiliares diretos na fuga. Ele conseguiu um desenvolvimento econômico surpreendente em Chongqing e tudo indica que se comportava como um ditador violento. Sua esposa Gu Kailai era considerada uma controvertida e poderosa empresária e já estava considerada como a principal suspeita da morte do inglês Neil Heywood. Um roteiro fictício de filme policial teria dificuldade de rivalizar com estes fatos.
Bo Xilai e sua mulher Gu Kailai / Neil Heywood
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25 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do China Daily, contatos frequentes, fugindo do dólar, outros assuntos | 4 Comentários »
Paralelamente à reunião do Rio + 20, a recente reunião do G20 e do BRICS em Los Cabos no México, a presidente Dilma Rousseff e o premiê Wen Jiabao mantiveram entendimentos demorados para incrementar as relações bilaterais. O jornal chinês China Daily destaca que no Rio de Janeiro a reunião entre ambos, a portas fechadas, durou cerca de 90 minutos e proporcionou alguns resultados relevantes. O de maior expressão internacional é o acordo entre os dois países para o uso de US$ 30 bilhões, em yuan e em real, para as mais variadas finalidades, inclusive no intercâmbio comercial, sem ter que passar pelo dólar norte americano.
Na reunião dos BRICS, os países participantes fortaleceram a ideia de que estes países se mantêm dinâmicos, enquanto o mundo desenvolvido apresenta problemas, podendo gerar problemas da escassez de financiamentos internacionais. Eles poderiam ser superados pela cooperação recíproca. É evidente que o yuan está procurando tirar partido do enfraquecimento do dólar e a instabilidade do euro, ampliando a sua presença internacional, como com o acordo que permite que o comércio da China com Taiwan seja feito nesta moeda. Na relação com o Brasil, que já conta com a China como o principal parceiro comercial, está se permitindo que as transações sejam feitas nas moedas dos dois países. Bancos chineses devem ampliar a sua presença no Brasil, e dentro do critério de reciprocidade, a presença do Banco do Brasil e de bancos privados brasileiros devem se estender com transformação dos atuais escritórios em agências plenas.
Encontro de Dilma Rousseff com o Wen Jiabao no Rio de Janeiro
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22 de junho de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: Anti-aging tips for the elderly-Amy Chavez-The Japan Times-09/junho/2012, Souda Murakami-san ni kiite miyou-Haruki Kurakami-Ed. Asahi Shimbun-2000. | 13 Comentários »
Conversava-se de tudo no site de diálogo com leitores que o escritor Haruki Murakami manteve entre 1996 e 1999: ele respondia com verve e dicas espirituosas às perguntas pertinentes e impertinentes de seus fãs. Em 2000, a editora Asahi Shimbun-sha, Tóquio, compilou saboroso livrinho selecionando 282 perguntas dentre os mais de 6.000 e-mails enviados por internautas: Souda, Murakami-san ni kiite miyou (É isso, vou perguntar pro Murakami-san). Entre outros assuntos, pondera o escritor que, próximo dos quarenta anos, homens japoneses já começam a relaxar, adquirem ares de oji-san, “tiozões” – quando hoje em dia a onda ikemen (pós-metrossexuais) fazem japoneses entre 20 e 35 anos se superproduzirem em salões e terem cabelos, unhas e pele melhor cuidados que mulheres. Vamos às “dicas Murakami-san pra não ficar com jeitão de oji-san”:
1. Shisei tadashiku – mantenha postura ereta, ande com leveza, não arraste os pés. 2. Comer e mastigar silenciosamente. 3. Não palitar dentes em público, muito menos circular com palito nos cantos da boca. 4. Caprichar na higiene bucal. 5. Alimentar-se saudavelmente, fugir de junk food. 6. Não falar alto nem gargalhar ruidosamente em público quando em grupos. 7. Não dar bandeira fashion–exibicionista esbanjando em grifes caros (roupas, objetos pessoais, eletrônicos, carros etc.). 8. Mas aposte nas roupas íntimas: nunca arrematá-las em supermercados nem em liquidações. 9. Seja original, tenha ideias próprias: não fique papagueando opiniões ouvidas de outrem. 10. Assistir ao mínimo de TV, mas ler, e ler muito (jornais, revistas, livros). 11. Guchi o kobosazu: não se fazer de vítima choramingando pelos cantos.
Escritor Haruki Murakami e Amy Chavez, cronista do The Japan Times).
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21 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alguns resultados paralelos, críticas generalizadas, desgastes para o Brasil, falta de ousadia, trabalho diplomático e burocrático | 1 Comentário »
Só se ouvem críticas ao documento da Rio + 20, no Brasil e no exterior, e se ele for aprovado como esperado o será somente formalmente. Deveria se ter a coragem de propor o seu cancelamento, pois até o secretário-geral das Nações Unidas lamenta a falta de ousadia do mesmo. E o Brasil está sendo considerado o principal responsável pela sua elaboração dentro da generalidade aceitável para todos os países.
Sem a presença das autoridades mais expressivas dos países considerados mais poluidores do mundo, como os Estados Unidos e a China, ou dos que detêm o poder político e econômico, a Rio + 20 acaba proporcionando uma lamentável imagem do Brasil, ainda que isto se deva em grande parte ao momento econômico mundial.
Com a tentativa de evitar retrocessos nas declarações sobre o meio ambiente, a diplomacia brasileira se destacou como a principal responsável pela falta de ousadia do documento. Ele não tem sequer correspondência com os discursos que estão sendo feitos pelos chefes das delegações presentes.
O documento é somente burocrático e formal, ainda que a Rio + 20 esteja disseminação estudos e avanços pontuais nas reuniões paralelas. Se o Brasil foi considerado um dos pioneiros na reunião há 20 anos no Rio, vai acabar ficando com o débito da falta de avanço ou de um caminho claro do que deve se perseguir.
Sente-se a falta de um estadista que propusesse algo que representasse a galvanização de um sonho coletivo, os desejos gerais de maiores avanços na preservação do meio ambiente. Dilma Rousseff teve a sua oportunidade, mas parece ter ficado constrangida com as reações surdas às tentativas de passos mais ousados contrariando os poderosos. Acabou nas mãos da burocracia diplomática, acomodadora.
O documento, na tentativa de ser abrangente, acomodando as divergências de posições existentes entre os diversos países e entidades participantes, acabou sendo uma longa, simples e maçante listagem, sem nenhum conteúdo substantivo.
Se alguns países sequer homologaram as decisões anteriores do Rio, de Kyoto e outras reuniões internacionais sobre o assunto, são eles que deveriam ser responsabilizados pelas dificuldades, e os custos políticos deveriam ficar com eles pela falta de avanços. Com o documento costurado pela diplomacia brasileira, mesmo diante da falta de consenso, as responsabilidades acabaram ficando com os brasileiros.
Os únicos que serão beneficiados são os diplomatas que ficarão três anos trabalhando na sede da ONU visando elaborar esboços de metas que ainda serão submetidos à aprovação geral. É o império da burocracia, que vai ser custeada por nossos bolsos.
Parece que o caminho mais funcional e operacional são os avanços nas medidas pontuais, sem procurar-se consenso onde elas não existem. Os retumbantes só podem ser os discursos, que podem ser elaborados com a ajuda dos poetas. A criatividade e ginga brasileira não tiveram oportunidade de se fazer presente, o que deixa a todos frustrados. Mas pode-se manter a esperança que milagres também existem e é nas dificuldades que eles aparecem, principalmente quando as insatisfações são um consenso.
20 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Jaswant Singh, diferenças entre países asiáticos, Europa e Estados Unidos afetando a economia da Ásia, reformas locais indispensáveis | 2 Comentários »
Jaswant Singh é uma das mais credenciadas personalidades indianas que pode fazer uma boa análise como a que foi distribuída por Project Syndicate com o título The Ill Wind from the West (O vento mal que vem do Oeste), por ter sido ministro da Fazenda em dois períodos, ministro das Relações Exteriores e ministro da Defesa da Índia. Ele afirma que muitos asiáticos imaginaram que a Ásia tinha se descolado do Ocidente, há quatro anos, quando registraram um robusto crescimento. No entanto, os problemas Europeus e a lenta recuperação dos Estados Unidos afetam a todos, de formas diferentes. Muitos asiáticos culpam o Oeste, mas também as dificuldades de efetuar suas reformas internas são igualmente responsáveis, senão as mais cruciais para o crescimento da região, segundo o autor.
Destacando a Índia, ele considera que os fluxos dos investimentos do exterior secaram naquele país, não pelas condições mundiais. Mas decorrem da perda de confiança do exterior na economia local, com os problemas inflacionários de dois dígitos, metade dos indianos vivendo abaixo da linha de pobreza, reformas na economia somente anunciadas pelo governo, e a corrupção minando o dinamismo do setor privado.
Jaswant Singh
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20 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: preconceitos com relação aos chineses, realidades tecnológicas chinesas, relacionamentos comerciais e econômicas | 21 Comentários »
Observando muitos comentários que os frequentadores deste site nos enviam gentilmente, nota-se que existem ainda entre alguns preconceitos sobre as tecnologias disponíveis atualmente na China. Eles afirmam que os chineses só produzem quinquilharias que invadem os mercados externos com preços subsidiados, que pode ser uma pequena parcela da realidade. Mas, observando que a China é o terceiro país que conseguiu colocar em órbita uma estação espacial tripulada, eles deveriam reformular muito destes conceitos. Agora, um artigo publicado por Wang Qian no China Daily divulga que eles chegaram com o seu Jiaolong, um submergível que atingiu a profundidade de 6.965 metros, com potencial para superar os 7.000 metros, quando japoneses, norte-americanos e europeus não conseguem atingir esta profundidade para efetuar pesquisas.
De outro lado, no jornal econômico japonês Nikkei informa-se que numa pesquisa conjunta anual dos japoneses e chineses chegaram a 84% de japoneses e 64% de chineses que possuem uma impressão negativa do outro país. A pesquisa foi feita pelo think tank japonês Genron NPO e pelo China Daily, e vem sendo elaborado anualmente desde 2005. Mas eles são os maiores parceiros comerciais uns dos outros, mostrando o pragmatismo dos empresários.
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20 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: anúncio de novas tecnologias em favor da ecologia, GE americana e Sargas norueguesa, usos na extração de petróleo
Em pleno desenvolvimento das complexas negociações da reunião das Nações Unidas no chamado Rio + 20, a General Eletric norte-americana e a Sargas norueguesa anunciam o desenvolvimento conjunto de uma nova tecnologia para captura das emissões de dióxido de carbono, conhecido como CO², com um custo baixo, a tal ponto que dispensa a utilização de subsídios governamentais. Todos sabem que a poluição básica da atmosfera é provocada pelo lançamento de CO², tanto pelo consumo de combustíveis fosseis como o petróleo, ou pior, com a utilização de carvão mineral ou xisto betuminoso, cujas reservas estão sendo ampliadas por novas descobertas.
Estas duas empresas informam, num artigo escrito por Ed Crook de Nova Iorque, e publicado pelo Financial Times, que a nova tecnologia permite a captura do CO² a um custo mais baixo que US$ 30 por tonelada, que é pago pela indústria petrolífera para ser injetada em poços que já são considerados antieconômicos, como em Texas nos Estados Unidos. As duas empresas anunciam que duas fábricas de CO², uma na costa da Noruega e outra no Golfo do México, serão as primeiras a funcionarem, previsto para no máximo 2016.
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20 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diferenças das chinesas no Brasil, recomendações, relatório do CEBC sobre as empresas brasileiras na China | 2 Comentários »
Existem estudos sistemáticos por décadas efetuados pelo atual JBIC – Japan Bank for International Cooperation mostrando que os investimentos efetuados no exterior ajudam a aumentar o intercâmbio bilateral. O CEBC – Centro Empresarial Brasil China, presidido no Brasil pelo embaixador Sérgio Amaral, que reúne empresas brasileiras e chinesas, vem elaborando estudos importantes sobre estes investimentos diretos. O elaborado no ano passado pelo professor Barros de Castro mostrou que os investimentos chineses no Brasil vêm aumentando expressivamente, estimando-se que chegou a US$ 20 bilhões com uma rápida ampliação nos últimos anos. Agora, o CEBC publica um importante estudo mostrando que as empresas brasileiras, em número de 57, mantêm US$ 500 milhões de investimentos diretos na China e, apesar de crescer em número, o montante total não está crescendo.
O mais recente estudo, de junho de 2012, tem o título “Empresas Brasileiras na China: Presenças e Experiências”, e contando com o suporte do Banco do Brasil S.A. que mantém um escritório em Xangai, foi elaborado por Claudio Frischtak, do CEBC, contando com a colaboração destas empresas brasileiras presentes na China no fornecimento dos dados e relatando suas experiências.
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20 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: capacidade pessoal, nomeação de um novo ministro de Defesa não político, o complexo quadro político japonês | 2 Comentários »
No complexo quadro político japonês, o atual primeiro-ministro Yoshihiko Noda e seu partido, o DPJ – Partido Democrata do Japão, não contam com o suporte necessário para efetuar as reformas indispensáveis, principalmente para a sua proposta da elevação substancial dos impostos sobre as vendas, visando que sua dívida pública não se torne impagável. Ao mesmo tempo, o Japão precisa encontrar um entendimento com os Estados Unidos para assegurar a sua defesa externa, tendo como ponto crucial a transferência das forças estacionadas em Okinawa que se tornou um problema emblemático. Num gesto de desespero, necessita também do apoio do partido da oposição, o LDP – Partido Liberal Democrata, para enfrentar questões cruciais.
Na última modificação do quadro de ministros, o primeiro-ministro acabou por escolher para o complexo cargo de ministro da Defesa Satoshi Morimoto, considerado um profissional extremamente qualificado, não político, que já serviu diversos governos do atual partido oposicionista, o LDP. Jeffrey W.Hornung que é professor no Centro Pacífico-Asia para Estudos de Segurança em Honolulu, Estados Unidos, escreveu um artigo sobre o assunto publicado no prestigioso The Diplomat, com o título “Japan’s Sensible New Defense Chief”.
Satoshi Morimoto
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18 de junho de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: reportagem especial do The Economist, republicado em português na CartaCapital
The Economist costuma ser crítica sobre a China, pela sua posição ideológica mais liberal, o que ressalta a importância desta reportagem especial que tem o título em inglês de “Pedalling prosperity”. Ela foi republicada em português pela revista CartaCapital na sua íntegra, com exclusividade, apesar de ocupar mais de 10 páginas. Traz informações que esclarecem aspectos que são erroneamente considerados até pelos que acompanham a evolução daquele país asiático nas últimas décadas, e que exige aperfeiçoamentos para continuar no seu caminho de desenvolvimento, vital para o resto do mundo.
Num gráfico expressivo que compreende informações desde 1980 até hoje, com dados compilados pela CEIC Data, especializada em estatísticas sobre os países emergentes, a reportagem mostra que o crescimento do PIB chinês veio dependendo fortemente dos seus investimentos e consumos internos, e marginalmente de suas exportações líquidas, ou seja, deduzidas as importações. O seu consumo privado veio declinando desde o início de sua decolagem, menos que ocorreu no Japão e na Coreia, sendo que seus investimentos superaram o que ocorreu neste outros dois países do extremo leste da Ásia. A reportagem informa que cerca de metade do PIB daquele país é poupada, não dependendo do exterior para financiamentos e investimentos.
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