5 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Matriz Energética, o custo da energia elétrica no Brasil, privatização, segmentos do mercado
Entre os muitos problemas enfrentados pela economia brasileira, de difícil compreensão para todos, está o do custo da energia elétrica, e dentro do pacote de correções recentes que foram introduzidos pelo governo muitos empresários notaram a ausência de qualquer medida. Em termos internacionais, o Brasil é um dos países que conta com a energia hidroelétrica na sua matriz, que deveria ser mais barata que as geradas por outras fontes. No entanto, os empresários alegam que pagam custos elevados que tendem a subir, tornando-os menos competitivos que os seus concorrentes externos, em parte devido a tributações elevadas sobre seus fornecimentos.
O problema é de grande complexidade, pois existem diferenças regionais pelos setores consumidores de energia e também para os grandes consumidores a possibilidade de contarem com fornecimentos próprios ou adquiridos de terceiros em leilões. Além das dificuldades de gerações, existem os relacionados com a sua transmissão até chegarem aos consumidores, que continuam deficientes. E, nos últimos anos, as precipitações pluviométricas contribuíram para manter os reservatórios abastecidos, o que nem sempre tem sido favoráveis.
Termoelétrica de Candiota (RS), Hidrelétrica do Funil (RJ) e usina de etanol
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4 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: caso da Boeing, FMC Technology, fornecimentos com tecnologias avançadas, pesquisas
As tradicionais empresas multinacionais também estão se voltando às pesquisas necessárias no Brasil, pois parecem convencidas que os desafios da economia brasileira exigem tecnologias de ponta para assegurarem seus fornecimentos. Dois casos noticiados hoje pelo Valor Econômico mostram casos concretos em que esta orientação está sendo adotada. A filial da Boeing no Brasil, comandada por Donna Hrinak, ex-embaixadora dos Estados Unidos no país, anuncia a montagem de um centro de pesquisas com vistas ao desenvolvimento de biocombustíveis. A FMC Technology, fornecedora de soluções de tecnologia para a indústria de petróleo, anuncia um acordo de US$ 1,5 bilhão com a Petrobras para o fornecimento inicial de 78 equipamentos (valor de US$ 900 milhões), as chamadas árvores de natal submarinas que serão utilizadas no pré-sal, submetidas às maiores profundidades e pressões.
As necessidades brasileiras estão se tornando mais complexas, e a Boeing estima que a demanda do Brasil de aeronaves nos próximos 20 anos devem chegar a US$ 100 bilhões. Mas, no estágio inicial das pesquisas, os montantes investidos são modestos, devendo girar em torno de US$ 4 a 5 milhões. Além do biocombustível, as pesquisas devem ser voltadas ao controle do tráfego e desenvolvimento de novos materiais para a aviação. Além da Embraer, deverá se manter entendimentos com a FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Donna Hrinak, da Boing no Brasil, e José Mauro Ferreira, diretor comercial da FMC Technology no Brasil
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3 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: as opções das autoridades, dosagens, limitações a que estão sujeitos, medidas possíveis
Todos concordam que existem problemas na economia brasileira, principalmente na competitividade do seu setor industrial no mercado internacional, havendo um razoável consenso sobre o seu diagnóstico. Como um câmbio valorizado diante do forte influxo de recursos externos, taxas de juros internos elevados, tributações mais pesadas que de muitos concorrentes, e o conjunto de custos fora do chão de fábrica, que costumam ser chamado de “custo Brasil”, muitos relacionados com as infraestruturas deficientes. Mas quando as autoridades procuram iniciar algumas de suas correções mais cruciais no momento, as críticas abundam sem que alternativas sejam apresentadas. Muitos parecem imaginar que as autoridades não possuem restrições e que basta querer que podem fazer o que desejariam.
Ainda que muitos não concordem, o governo admitiu explicitamente que o câmbio no mundo se encontra extremamente manipulado das mais variadas formas, e declara que procurará manter o brasileiro dentro dos limites que considera razoável, ainda que a sua aquisição de divisas no mercado acabe tendo um custo. A acumulação de reservas já está acima do mínimo indispensável, e enquanto sua aplicação no exterior rende pouco, necessita absorver os excessos de meios de pagamento no país, com a contração de dívidas adicionais que exigem encargos elevados, sem o que acabaria gerando pressões inflacionárias.
Guido Mantega ao lado de Marco Maia, Dilma Rousseff, Michel Temer e Gleisi Hoffmann, durante anúncio de medidas de incentivo. Foto: Roberto Stuckert Filho/Divulgação/Presidência
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3 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: evento da ONU por iniciativa do Butão, FIB – Felicidade Bruta, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, prêmios Nobel de Economia Joseph Stiglitz e Jeffey Sachs
Nem todos os analistas do mundo concordam que o PIB – Produto Interno Bruto utilizado por muitos economistas indicam o nível de bem-estar de um país. Assim, Butão criou em 1972 o FIB – Felicidade Interna Bruta, utilizando 72 variáveis para mensurar o bem-estar de sua população, e a sua discussão continua em andamento para fazer parte dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da ONU, como propõe o prêmio Nobel Jeffrey Sachs. O assunto deve ser discutido no próximo Rio + 20 em junho próximo. Segundo os participantes destas conferências, ações para prevenir problemas ainda não vivenciados, mas previstos como inevitáveis, como as consequências das mudanças climáticas ou esgotamentos de recursos naturais devem ser debatidos, como foi colocado num artigo de Ana Cristina Duarte, publicado no O Globo.
Outro prêmio Nobel, Joseph Stiglitz, defende a sanção comercial aos Estados Unidos, pois sendo um dos maiores poluidores do mundo não aderem às metas que precisam ser estabelecidas para a redução da poluição, como vem acontecendo desde o Protocolo de Kyoto. Ele entende que um avanço na agenda sobre o assunto é indispensável mesmo sem o apoio daquele país.
Joseph Stiglitz e Jeffrey Sachs
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aguardam-se medidas drásticas, divulgação da Bloomberg, montadora de equipamentos de diversas empresas multinacionais, os problemas encontrados na auditoria
A Bloomberg divulga no seu site uma série de fatos chocantes encontradas numa inspeção efetuada por uma equipe liderada pelo CEO da Apple, Tim Cook, numa visita às instalações da Foxconn na China informando que foram encontradas sérias e persistentes (serious and pressing) violações das leis chinesas de trabalho. Como é amplamente conhecido depois do suicídio de mais de 10 operários em 2010, a Apple que monta muitos aparelhos terceirizados para aquela empresa chinesa aderiu em janeiro último ao Fair Labor Association ( tradução livre, Associação pelo Trabalho Correto) com sede em Washington, USA.
A Foxconn foi instalada para cortar as horas de trabalho extra que chegam ao total de 16 horas diárias sem a redução dos salários, bem como permitir visitas externas às fábricas, como decorrência de suicídios de operários e mortes provocadas por explosões. Tudo mostra como a imagem da Apple foi atingida pelo uso de trabalhadores em condições degradantes em economias emergentes para a produção de seus equipamentos. A ampla reportagem informa que, além da Apple, a Microsoft, Dell, Hewlett Packard e a Samsung terceirizam com a Foxconn a montagem de muitos equipamentos.
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: artigo no AFP publicado no Japan Today, diversos estudos sobre câncer, fumantes japoneses
Mesmo com a intensa divulgação no Japão sobre os males do fumo, os japoneses ainda se encontram entre os que mais usam o cigarro. Um artigo publicado no Japan Today informa que metade de todos os cânceres poderia ser evitada, segundo estudos efetuados nos Estados Unidos, apontando que o fumo é o responsável por um terço dos cânceres naquele país. Um artigo publicado no Science Translational Medicine informa que até três quartos dos casos de câncer no pulmão nos Estados Unidos poderiam ser evitados sem o fumo.
Outros cânceres poderiam ser evitados, tanto com vacinas do papiloma humano e hepatite, que podem causar cancros cervicais e câncer no fígado, como evitando exposições exageradas ao sol, no caso do câncer de pele. Com bons hábitos, como exercícios físicos, alimentações corretas e evitando-se o fumo, metade das 577.000 mortes anuais por câncer nos Estados Unidos poderia ser evitada.
Alimentação saudável, exercícios e não fumar diminui o risco de câncer. Foto: Japan Today
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do Financial Times, dificuldades nos relacionamentos apesar das conveniências, ponto de inflexão no relacionamento bilateral
Aproxima-se a data em que a presidente Dilma Rousseff deve fazer uma visita oficial aos Estados Unidos e certamente a pauta dos assuntos a serem tratados é extensa e importante. Mas não se devem aguardar grandes avanços nas relações bilaterais destes dois maiores países das Américas, ainda que pequenos gestos possam dar sinais que estes entendimentos estão subindo de patamar. Os Estados Unidos encontram-se num ano eleitoral e o Brasil não é um país que perfila automaticamente com algumas posições de política internacional daquele país, possuindo uma posição própria e independente. Joe Leahy, do Financial Times, trata destes assuntos num artigo, mostrando que existem muito mais assuntos que os comerciais, onde as cifras com a China estão superando a destes gigantes das Américas.
Existem interesses norte-americanos no fornecimento de aviões, do mesmo modo que fornecimentos brasileiros foram suspensos. Sobre o etanol brasileiro foram suspensas as tarifas, mas o Brasil é hoje importador deste produto. A reivindicação brasileira de um assento permanente no Conselho de Segurança, sem sacrificar a sua neutralidade, pode ser um ponto importante, que ainda encontra resistência por parte da China.
Barack Obama e Dilma Rousseff
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cogitações depois de duas décadas, instrumento interessante para a ativação industrial procurada pelo governo, notícias sobre ZPE no Valor Econômico
Depois de um longo período em que o governo não mostrou maior interesse na implementação das chamadas ZPEs – Zonas de Processamento das Exportações, começam a aumentar as notícias sobre medidas que permitam a sua implantação. Elas foram criadas em 1988, prevendo-se que 80% da sua produção seriam destinadas à exportação, mas agora se cogita da sua redução para 60 a 50%, promovendo a substituição de parte das importações que continuam se elevando no Brasil. O assunto mereceu uma ampla reportagem do Valor Econômico, comandada por João Villaverde.
O governo vem sentido a necessidade de dar um forte impulso para o setor industrial que veio perdendo competitividade internacional, aumentando as importações de bens que poderiam ser produzidos no país, criando empregos de qualidade. Mesmo o índice de nacionalização de 60% sobre os equipamentos pesados que seria utilizado no pré-sal, cogita ser reduzido, diante dos atrasos que estão sendo observados na sua produção, que pode prejudicar importantes programas do governo. Teoricamente, existem 24 ZPEs que estão aprovadas no Brasil, mas muitas delas podem sofrer modificações, e se as regulamentações forem alteradas, novas podem ser pleiteadas.
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2 de abril de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a força do exemplo realizado, além do discurso, contribuições relevantes
Muitos analistas estão enfatizando somente os discursos feitos pelo Brasil e parceiros na última reunião dos BRICS, países com características diferentes, sem reconhecer devidamente as ações concretas dos brasileiros e de outros membros do grupo que contribuem para o novo cenário internacional. É evidente que as críticas às políticas adotadas pelos países já desenvolvidos ficaram mais explícitas. Elas geraram problemas financeiros para muitos e agora só estão remediando alguns dos seus próprios problemas, sem contribuir para a melhoria do quadro geral mundial e até pelo contrário, mas este não parece ser o ponto principal do que está acontecendo no mundo.
Na realidade, os países emergentes estão ampliando seus mercados internos e promovendo a sensível melhoria de distribuição de renda na sua economia, como é marcante no exemplo do Brasil, até dentro de um quadro de sólida consolidação democrática do ponto de vista político. A troca de experiências entre os países membros do BRICS pode ajudar na melhoria da política em cada de um deles que apresentam limitações diferentes.
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31 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: divulgação pela imprensa, exposições consagradoras, reconhecimento de um trabalho persistente
Quando uma Galeria como a Deco, fundada em 1981 por Hideko Suzuki Taguchi e René Sadayuki Taguchi, encerra suas comemorações de 30 anos de atividades com uma exposição que se denominou "Olhares Oblíquos", apresentando trabalhos inéditos e recentes de Tomie Ohtake junto com instalações de Nobuo Mitsunashi. É preciso que se apresentem as devidas homenagens. Tomie Ohtake, a primeira dama das artes plásticas brasileiras, conta com o Instituto que leva o seu nome e uma galeria que trabalha com suas obras, mas resolveu associar-se às homenagens ao aniversário da Galeria, cedendo quatro de suas obras de 2011 e 2012, mostrando que continua ativa e foi influenciada pelos desastres que abalaram o Japão recentemente, num gesto de desprendimento que é uma de suas grandes marcas.
Nobuo Mitsunashi já é conhecido do público brasileiro desde a sua participação na 21ª Bienal de São Paulo, em 1991, tendo se apresentado no Brasil em diversas ocasiões, com suas obras expostas até em lugares públicos como a Pinacoteca do Estado. Mas o que deve ser ressaltado é a persistência do trabalho da Galeria Deco, na apresentação de artistas contemporâneos japoneses, nipo-brasileiros e locais, num espaço tradicional na Rua dos Franceses, na Bela Vista da capital paulista, conseguindo marcar o seu papel fundamental no intercâmbio artístico entre o Brasil e o Japão, ainda que seja um imóvel não chamativo.
Tomie Ohtake e Nobuo Mitsunashi / Caiaque, de Mitsunashi, e obra s/ título de Tomie
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