11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a Canção da Terra de Gustav Mahler, a volta na virada para o século XXI, Jorge de Almeida escreve na Revista da Osesp, o orientalismo na virada para o século XX
Nos próximos dias 22 a 24 de março, na Sala São Paulo, a Osesp – Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo estará tocando uma composição recente do brasileiro José Antônio de Almeida Prado, falecido em 2010, e outra peça do consagrado Gustav Mahler, de 1908, chamada A Canção da Terra. Na Revista OSESP deste mês, o professor Jorge de Almeida, do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Universidade de São Paulo, explica o clima em que este compositor austríaco criou esta peça, bem como o que foi utilizado.
Segundo Jorge de Almeida, o consagrado escritor e poeta alemão Johann Wolfgang von Goeth explicou a um seu aluno quando estava com um romance chinês e foi questionado se o mesmo era muito estranho: “Nem tanto, os personagens pensam, agem e sentem quase como nós, e logo nos sentimos como seus iguais, embora com eles tudo se passe de maneira mais clara, pura e comedida”. Com isto, ele introduzia, segundo o professor, um conceito de literatura mundial, um bem comum de toda a humanidade. Goeth escreveu o Divã Ocidental-Oriental. Jorge de Almeida cita ainda o ascetismo budista do filósofo alemão Arthur Schopenhauer e menciona que Franz Kafka transformou a construção da muralha da China em alegoria crítica.
Johann Wolfgang von Goeth e Gustav Mahler
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11 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: materiais para serem experimentados, Tokyu Hands, uma inovação na lanchonete
Uma das lojas mais criativas no mundo encontra-se em Tóquio, no bairro elegante de Shibuya, e se chama Tokyu Hands, que é de uma rede e conta com outras unidades. É um prédio todo, de muitos andares, onde se encontram materiais para todos os tipos de trabalhos que podem ser executados pelos clientes, interessados em criatividade. Algumas lojas mais simples e similares no Brasil são do tipo “pegue e faça”, onde se vendem produtos que podem ser utilizados pelos consumidores para trabalhos manuais com madeiras e outros materiais. Agora, o Tokyu Hands inaugurou uma lanchonete onde muitos materiais ficam à disposição dos clientes para serem manipulados lá mesmo.
Desde jovens estudantes até idosos utilizam estes tipos de lojas, que contam com materiais para serem manipulados com criatividade. Desde sofisticados equipamentos eletrônicos até simples materiais como tecidos, madeiras, papéis e tudo que se possa imaginar, com amplas variedades para a feitura de criativos produtos, normalmente manuais. Encontram-se muitos que estimulam os clientes, e nas viagens à Tóquio sempre eu faço visitas a esta loja, que frequento há décadas, desde quando lá morei, e sempre encontro novos produtos que servem de bons presentes para serem usados pelos que me são gratos, com muita originalidade.
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9 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigos sobre problemas criados por Fukushima Daiichi
Yukiya Amano, diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica, e Martin Freer, que é professor de Física Nuclear da Universidade de Birmingham entre outras ocupações, escreveram artigos divulgados pelo Project Syndicate, organismo que divulga trabalhos de grande relevância. O primeiro afirma que este tipo de energia tornou-se mais segura depois dos acidentes de Fukushima Daiichi e se tornará mais confiável nos próximos anos. Ele admite que os problemas que ocorreram foram devidos ao terremoto e o tsunami, mas também falhas humanas contribuíram para o desastre.
As regulamentações japonesas não eram suficientemente independentes e a supervisão sobre a operadora era fraca, segundo ele. A energia alternativa para a usina não estava devidamente protegida, e a resposta para o acidente não estava treinada adequadamente. Isto não ocorre só lá e serviu de alerta para os outros. Uma revisão está sendo efetuada em todo o mundo, para os novos padrões exigidos. A usina resistiu ao terremoto, mas não estava projetada para o tsunami. O uso da energia nuclear vai continuar crescendo nos próximos 20 anos, segundo o autor. A Agência Internacional prevê pelo menos 90 usinas adicionais aos 437 existentes, até 2030.
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9 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: exemplos da Grécia e da China, propagações dos efeitos no mundo globalizado, vantagens e desvantagens | 2 Comentários »
Os estudiosos de economia sempre afirmaram que algum comércio internacional é sempre melhor que a sua ausência. Um país pode exportar o que tem de competitivo e importar o que necessita ou encontra mais barato no exterior. O mundo globalizado veio ajudando a maioria dos países no seu desenvolvimento nas últimas décadas, mas a falta de cuidado com os problemas que eles também trazem geraram as crises recentes, provocadas em grande parte pelos exageros dos fluxos financeiros. Eles são muitas vezes maiores que os fluxos comerciais.
Um artigo do site da Bloomberg, escrito por Michael Heath e Andy Sharp, informa sobre as consequências da dívida grega sobre muitos países do mundo. Outro artigo, do The Wall Street Journal, informa que não é somente os Estados Unidos que reclamam do câmbio desvalorizado da China, mas até seus vizinhos asiáticos. E os países desenvolvidos acabaram criando um tsunami de recursos financeiros que está prejudicando a todos, ainda que deem a ilusão de uma recuperação temporária de suas economias.
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8 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, webtown | Tags: artigo com muitas informações de Camilla Veras Mota, novamente o café, publicado no Valor Econômico
Não sendo um especialista em café, mas como um brasileiro envolvido com sua economia há décadas, fui surpreendido pelos conhecimentos que adquiri neste artigo de elevada qualidade, elaborado por Camilla Veras Mota, publicado no Valor Econômico, referindo-se ao trabalho de Isabela Raposeiras. Apesar de ter postado recentemente um artigo sobre o assunto neste site, não há como deixar de voltar ao assunto. O artigo refere-se ao papel fundamental que Isabela Raposeiras, do Coffee Lab, desempenha atualmente nos novos cenários que enriquecem o campo dos novos apreciadores desta espetacular bebida, tipicamente brasileira.
Tive uma juventude num banco que trabalhava com a warrantagem de café, e me encantava com o aroma da sua torragem para os provadores que tinham que certificar a qualidade dos cafés que serviam de garantia para as operações bancárias. Depois, tornei-me uma modesta autoridade brasileira que cuidava, entre outras coisas, da chamada “conta café”, que era importante para a economia brasileira visando minimizar as flutuações do seu mercado. Cheguei a representar o Brasil na antiga Organização Internacional do Café em Londres, que procurava regular o seu comércio internacional. É preciso recordar, também, que a tese de doutoramento do professor Delfim Netto cuidava do Café no Brasil e a formação do seu preço no mercado internacional. Mas conhecia o problema do sabor do café somente superficialmente.
Isabela Raposeiras e uma panorâmica de seu Coffee Lab. Fotos publicadas no Valor Econômico
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8 de março de 2012
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: educação e leis para ciclistas folgados no Japão, motoristas hostis e machistas em São Paulo, pedestres incautos lá e cá
Acidentes envolvendo bicicletas e ciclistas preocupam muito no Japão também. Terceiro país do mundo em número de ciclistas, a bicicleta ganha cada vez mais adeptos no Japão pela sua mobilidade, energia limpa, facilidade de estacionamento e salubridade. É meio de transporte conveniente para fazer pequenas entregas, mães levarem e buscarem crianças na escola, donas de casa irem a compras, idosos ativos circularem. Muito mais gente tem aderido ao uso de bicicletas desde o terremoto de 11 de março há um ano, quando o transporte público bloqueado dificultou milhares de pessoas voltarem para casa.
Em países como Holanda, Alemanha ou Suécia há uma cultura bastante rígida no acatamento das leis que regem o uso da bicicleta como meio de transporte – enquanto no Japão o ciclismo foi sempre encarado mais como opção casual e de lazer, já que transporte público prima pela eficiência. Ciclistas ignoram regras mais básicas de circulação. É comum bicicletas transitarem nas calçadas ou no contrafluxo, ciclistas falando ao celular, curtindo músicas com fones de ouvido; mães estacionam suas bikes no meio fio deixando filhos na garupa enquanto entram para uma comprinha em lojas; embora obrigatório jovens abrem mão de itens de segurança como capacetes, e usam bicicletas de corrida nas ruas: piste bikes, leves e visual legal, mas perigosas para manobras emergenciais, pois contam somente com breque de pedal. O assunto agita mídia e público, abundam acidentes com vítimas envolvendo ciclistas folgados e pedestres desavisados (entre outros: Securing safe cycling for the benefit of all – Daily Yomiuri, 30/nov/2011; Schooling for cyclists, 03/nov/2011 e National bicycle policy needed, 26/fev/2012, Editoriais, The Japan Times).
Ciclista na Avenida Paulista, ciclovia na Marginal Pinheiros e ciclorrotas na cidade de São Paulo
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7 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: consumo interno estimulando a economia, melhoria na distribuição de renda, o PIB de 2011, possibilidade de 2012, recuperação no final do ano
A análise do comportamento de uma economia como a brasileira exige um cuidado maior que a simples avaliação do PIB atingido num ano. O de 2011 pode ter frustrado muitos, por ter ficado bem abaixo do desejado pelo governo e analistas, mas ainda está melhor do que está ocorrendo no mundo, tendo se tornado a 6ª ao ultrapassar a do Reino Unido, com possibilidade de superar a da França para se tornar a 5ª ainda este ano, segundo dados do IBGE e estimativa da consultoria britânica Economist Intelligence Unit, como publicado em muitos jornais, entre eles a Folha de S.Paulo, num artigo escrito por Érica Braga.
Isto está ocorrendo porque no final do ano passado ela já estava se recuperando, comandada pela demanda interna, dependendo menos do mercado internacional que começa a esboçar a sua recuperação a partir dos Estados Unidos. Mas a Europa continua problemática e até a China desacelerou o seu crescimento. O País do Meio está tentando reformar a sua economia, impulsionando o mercado interno, o que o Brasil já vem conseguindo há muitos anos.
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7 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: agilidade nas mudanças das estratégias, notícias do Wall Street Journal reproduzido no Valor Econômico, problemas de chineses como japoneses
O The Wall Street Journal, com uma equipe de jornalistas, publicou uma matéria sobre os espaços que os chineses estão conseguindo no setor petrolífero norte-americano e em outros países, onde encontravam resistências. Todos estimam que a China ocupe a posição de maior importador de energia no mundo com o seu desenvolvimento, ainda que tenham algumas reservas, inclusive de xisto, que exigem tecnologias mais eficientes para a sua exploração. Segundo o artigo, Fu Changyu, que lidera o processo de aumento chinês no espaço norte-americano, fracassou na sua primeira tentativa, mas mudou de estratégia.
Os chineses estão adquirindo fatias minoritárias nas empresas dos Estados Unidos e mantêm um papel passivo e uma distância dos funcionários da China das tecnologias americanas de ponta, conseguindo sucesso, a ponto de investirem US$ 17 bilhões em 2010.
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6 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo publicado no Foreign Affairs, conflito seria uma escolha não necessária, relações sino-americanas
Poucas pessoas estariam tão qualificadas para o tratamento da questão do relacionamento dos Estados Unidos com a China como Henry Kissinger. Ele escreveu um artigo para o respeitável Foreign Affairs, no número de março/abril de 2012, tratando deste complexo problema. Trata-se da convivência das duas maiores potências econômicas do mundo atual, que também tem facetas políticas e militares. Sua análise exige muitos cuidados, mas esta nota é somente uma avaliação superficial, tentando fazer um resumo e dando notícia de sua divulgação.
Kissinger começa com o que foi anunciado no comunicado conjunto depois da visita do presidente chinês Hu Jintao ao presidente norte-americano Barack Obama em 19 de janeiro último. Ele proclama que ambas as partes estão comprometidas com um “positivo, cooperativo e abrangente relacionamento dos EUA – China”, e que os Estados Unidos saúdam uma China forte, próspera e bem sucedida que desempenha um papel crescente nos assuntos mundiais. E a China cumprimenta os Estados Unidos como uma nação da bacia da Ásia – Pacífico, que contribui para a paz, estabilidade e prosperidade da região. Desde então, os dois países trocaram visitas setoriais de alto nível para cuidar das questões econômicas, militares e sociais.
Henry Kissinger
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6 de março de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a emblemática figura de Bo Xilai de Chonqing, artigo do Financial Times republicado no Valor Econômico, problemas econômicos e demográficos, violentas disputas políticas
Procuramos acompanhar neste site o que vem acontecendo nos bastidores da política chinesa, como quando postamos em 28 de fevereiro último o artigo A Política Chinesa Segundo Especialistas, com base no artigo de Elizabeth C.Economy divulgado pelo Council on Foreign Relations. Hoje, o Valor Econômico reproduz numa página toda artigos provenientes do Financial Times com revelações aterradoras contra Bo Xilai, o poderoso secretário do Partido Comunista em Chonqing, que representa a ala mais retrógada na China, e candidato a um dos cargos do Politburo neste ano, e tudo indica, ele não conseguirá o seu intento.
O Financial Times, com sua alta e longa credibilidade, procurou documentar-se o melhor possível para noticiar os terrores que foram cometidos em Chonqing, pelo chefe da polícia de Bo Xilai, Wang Lijun. Este já caiu em desgraça e se dispõe a revelar toda a trama contra os empresários daquela região, promovida pelo Bo Xilai, acusando-os de pertenceram a uma máfia. Li Jun, um ex-empresário que relata as barbaridades sofridas pessoalmente e pelas perseguições aos seus familiares, é a fonte principal das informações e ele está refugiado em lugar incerto e não sabido, como um pobre refugiado político, quando era antes um poderoso empresário em Chonqing. Outros expurgos desta natureza já foram efetuados na China.
Bo Xilai e a atual reunião do Congresso Nacional do Povo na China
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