22 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: conceitos errados dos Ocidentais, Nikkei, perspectivas, políticas asiáticas
Existe um conceito errado no Ocidente sobre o papel exercido pelas mulheres nas sociedades asiáticas. Predomina a ideia que as mulheres asiáticas são submissas, exercendo um papel secundário na maioria das sociedades asiáticas. A ascensão política das asiáticas ganha um novo impulso, quando já era forte. O jornal econômico Nikkei aponta novas líderes que se apresentam ao eleitorado, com fortes possibilidades de ganharem as eleições, até para os postos máximos dos comandos de muitos países asiáticos.
Yingluch Shinawatra, a primeira-ministra da Tailândia, é uma empresária de 44 anos que ganhou as eleições de agosto último e está se empenhando para conduzir um país profundamente dividido socialmente. Ela é irmã de Thaksin Shinawatra, deposta do cargo pela compra de submarinos e helicópteros para o país. Yunglush afirma que ser primeiro-ministro não é muito diferente de comandar uma empresa, mesmo que a Tailândia tenha sofrido uma de suas mais terríveis inundações.
Corazon Aquino e Indira Gandhi
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22 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Erico Guizzo, Discovery News, sonhos para o futuro
Sempre acreditei no futuro que parece estar chegando. Pela evolução que está ocorrendo, os automóveis do futuro não precisarão mais de motoristas. Erico Guizzo publicou no Discovery News notícias sobre o forte indício que este futuro já está próximo. A Google informa que a Toyota Priuses atingiu 300 mil quilômetros no tráfego da cidade, autoestradas e estradas montanhosas somente com intervenções ocasionais dos humanos. A Google efetuou demonstrações sobre a possibilidade com carros utilizados nos campos de golfe utilizando esta tecnologia.
O professor Sebastian Thrun da Universidade de Stanford e o engenheiro da Google Chris Urmson falam sobre o assunto num discurso recente na IEEE – Conferência Internacional sobre Robôs Inteligentes e Sistemas em São Francisco no último mês. Eles mostraram os testes realizados em vídeos, onde o computador de bordo detectava outros veículos, pedestres e sinais de trânsito. Eles informaram que o projeto pode reduzir os acidentes de tráfego, congestionamentos e economizar combustíveis.
Prius da Toyota pode ser a base para o carro do futuro
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21 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: escalas intermediárias, fusos horários, problemas da duração, viagens para a Ásia
Ainda que seja um viajante internacional há cerca de 50 anos e tenha efetuado centenas de viagens do Brasil para a Ásia e vice-versa, por quase todas as rotas disponíveis: via Estados Unidos e suas muitas alternativas, via Europa pelas suas muitas cidades, via Moscou, via Índia, e só não o tenha feito via Austrália/Nova Zelândia/Chile, elas continuam demasiadamente longas. Apesar dos avanços tecnológicos, ainda é necessário fazer, no mínimo, uma escala intermediária, dispendendo-se mais de vinte horas de voo. Acrescentem-se os inconvenientes das mudanças de fusos horários que chegam a doze horas.
Já foi muito pior no passado, quando era necessário, no mínimo, três a quatro escalas intermediárias. Estas viagens exigem, ainda, uma quantidade apreciável de bagagens, pois as estações do ano são inversas nos dois hemisférios, o Norte e o Sul, podendo ser inverno num quando é verão noutro, exigindo roupas diferentes para os que não mantêm residências em ambos os lugares. Na minha atual idade, mesmo viajando em classe Executiva/Business, pois não é mais possível suportar a Turista para voos transoceânicos, mesmo que eles tenham melhorados em alguns confortos, nota-se que, na média, a qualidade dos serviços piorou nas diversas companhias aéreas que operam estas rotas, ou procuraram ser mais modestas visando reduzir os seus custos.
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21 de outubro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: Donald Keene, NHK, professor emérito da Universidade Columbia, reconstrução de comunidades, revitalização de laços humanos
Kiyu Kobayashi, 43, fotógrafo de publicidade para revistas no eixo Yokohama – Tóquio, jamais deu valor nem se interessava por fotos casuais de família (aniversários, casamentos etc.). Recentemente, porém, a pedido de um casal amigo de Yokohama, ele fez fotos da família com o filhinho, em parques e momentos de aconchego. Após o 11 de março e as consequências da catástrofe sem precedentes, os Hinos se atinaram como o momento presente das famílias podia ser tão especial quanto frágil. A sra. Hino quis então fazer fotos casuais de sua família como algo a que pudesse se aconchegar.
Ao reparar, através de noticiários de TV, a ternura como fotos de família, cobertas de lama e recuperadas do tsunami, eram acariciadas com lágrimas nos olhos por sobreviventes, o fotógrafo também começou a enxergar muito além das sofisticadas fotos de publicidade. Ele se comoveu ao constatar como essas fotos simples eram tão insubstituíveis para cada uma das pessoas, e tinham tal força de vínculos preciosos para as famílias. Então, além de visitar as áreas destroçadas fazendo fotos documentais, Kobayashi começou a aceitar fazer fotos de família – para capturar os momentos de felicidade e de pequenas histórias familiares que só interessam aos envolvidos. Ele mesmo começou a dar muita importância a momentos que consegue passar num parque ou num playground com a filha de 5 anos. Notou que, ao redor, as pessoas estão cada vez mais estreitando laços familiares e comunitários – kazoku no kizuna, tsunagari. E fotos de família, que dão forma a momentos únicos, se tornam mais e mais preciosas depois do terremoto.
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19 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento recente das pianistas chinesas, destaque na Europa, entrevista da Mitsuko Uchida no Financial Times
Os artistas de música clássica são universais, ainda que tenham começado seus estudos nos países onde nasceram. O jornal de circulação internacional Financial Times destaca, num artigo escrito por Andrew Clark, a pianista japonesa Mitsuko Okada, que reside em Londres e se consagrou na Europa. Mas recentemente tem havido uma verdadeira avalanche de artistas chineses de música clássica, pois seus ouvidos parecem treinados para ouvirem variados tons desde a infância, como os que são usados nas comunicações até verbais na China.
A entrevista ocorreu num pequeno restaurante usado pelos artistas na movimentada Kensigton Church Street. Mitsuko Uchida já está com 62 anos, mas não aparenta. Ela nasceu em Atami, mudou-se para a Europa aos 12 anos acompanhando seus pais e estudou em Viena, para muitos a Capital da música clássica. Consagrou-se na Inglaterra onde recebeu o título de Dame Commander da Ordem do Império Britânico. A sua fama está associada aos vienenses, como Mozart, Beethoven, Schubert, mas também a Schumann, Debussy, Schoenberg.
A pianista Mitsuko Uchida em bela foto de Dan Porges
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17 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Força de Autodefesa do Japão, Noda na parada militar, uso da bandeira de guerra | 4 Comentários »
Eventos militares do Japão, mesmo que sejam paradas, sempre acabam provocando controvérsias. O jornal Japan Today publicou uma foto do primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, passando em revista uma tropa da Força de Autodefesa do Japão, onde aparece o “hinomaru”, o pavilhão japonês utilizado em tempos de guerra. É o que vem acontecendo com maior frequência no Japão recentemente. Como todos sabem, depois da derrota na Segunda Guerra Mundial, a Constituição japonesa renunciou à criação de uma força militar, restringindo-se somente à chamada Força de Autodefesa, bem como o uso e presença de armamento atômico.
Yoshihiko Noda passa a tropa da Força de Autodefesa em revista. Foto: Japan Today
Esta Constituição elaborada pelos japoneses durante o período de ocupação do Japão pelas tropas militares norte-americanas refletia o ambiente da ocasião, ainda sob forte impacto dos bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasaki. Ainda que possa se entender o espírito do Japão, para muitos é anormal que um país independente tenha que viver sob o “guarda-chuva” de uma potência estrangeira, no caso a dos Estados Unidos, que enfrentam crescentes dificuldades para manter a sua hegemonia mundial.
Sempre que um primeiro-ministro do Japão visita, por exemplo, o Templo Yasukuni, em Tóquio, existem fortes manifestações políticas contrárias na Ásia, principalmente na China, pois ali, além de outros heróis japoneses, estão sepultados os considerados como criminosos de guerra do Japão derrotado na Segunda Guerra Mundial.
Diante dos atos praticados pelo Japão durante a Guerra, inclusive para o estabelecimento do chamado Eixo da Prosperidade, existem ainda resquícios fortes de contrariedade em muitos países asiáticos. Ao mesmo tempo em que a direita japonesa, cada vez com menos força, continua manifestando a sua contrariedade à política externa que vem sendo adotada pelo país.
Entende-se que todo país que não tem condições de cuidar de sua defesa externa não é totalmente independente, mesmo que tudo seja relativo. Do ponto de vista lógico, esta independência necessita ser alimentar, energética, militar e política, sendo que mesmo os Estados Unidos atual depende do fornecimento energético do exterior, a China da complementação alimentar externa etc.
Mas os seres humanos vivem de símbolos que são importantes, principalmente quando se fala da soberania nacional. E eles são sensíveis do ponto de vista emocional, ainda que a convivência política entre os que pensam de forma diferente seja de todo conveniente, resolvendo-se as controvérsias pelos meios diplomáticos.
17 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: atividades relacionadas à informática, ecologia, entrevista no Japan Today, Flavio Souza
Há alguns dias, permanece na página principal do site do jornal japonês Japan Today, editado em inglês, uma matéria sobre as atividades do brasileiro Flavio Souza, presidente do Fullciercle Innovations, escrito por Chris Betros. Segundo o autor, a empresa digital foi criada para desenvolver e promover inovações tecnológicas em prol de um planeta sustentável tendo dois sites, GreeITers.com e EcoAppsFree.com, que parecem estar ganhando a atenção da mídia.
A Fullciercle reúne profissionais e consumidores que pensam em ecologia no mundo digital, promovendo marcas e serviços sustentáveis. Flavio Souza, que vive há mais de 10 anos no Japão, com MBA obtido, conseguiu um emprego numa empresa de pesquisa de mercado até iniciar a operação de sua própria empresa.
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16 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: entrevista na Folha de S.Paulo, experiências administrativas japonesas, Murilo Ferreira, Vale | 2 Comentários »
Todos sabem que os sistemas de administração desenvolvidos no Japão ganharam espaços em todo o mundo. Numa entrevista concedida pelo presidente da gigantesca Vale, uma das maiores mineradoras mundiais com origem no Brasil, Murilo Ferreira, à Folha de S.Paulo, para a jornalista Maria Cristina Frias, ele se declarou meio mineiro e meio japonês, o que pode surpreender a muitos. Qual seria o significado de tal qualificação?
É preciso lembrar que Murilo Ferreira começou a sua carreira profissional colaborando com a Albrás/Alnorte, um projeto da então estatal Companhia Vale do Rio Doce com as empresas de alumínio do Japão, que depois de privatizada passou a utilizar somente o nome de Vale, como é conhecida mundialmente. Esta empresa ganhou projeção internacional quando estabeleceu com as siderúrgicas japonesas um sofisticado sistema logístico que permitia que o minério brasileiro chegasse às empresas do Japão de forma competitiva, ainda que tivesse concorrentes como os australianos e indianos que tinham custos de transportes mais baixos.
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14 de outubro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: liberdade e busca da felicidade), onde está a felicidade? Proposta de Emenda à Constituição Brasileira-PEC nº 19
“Fuyu wa mata natsu ga mashi-ja to i-i nikeri”.
(Inverno chega, nos queixamos como era melhor no verão)
– Uejima Onitsura, 1661 / 1738, poeta haikaista.
No verão do racionamento de energia, sob calor recorde de quase 40ºC em certos dias e regiões, japoneses se queixaram muito. Pois com amenas temperaturas de outono, a felicidade já mora no coração de todos. Ahn, sim? Quando despontarem manhãs cinzentas de nevasca e gelo escorregadiço, lamentos ouvir-se-ão, “Ahh, como éramos felizes no verão do super cool biz!”
A tendência do ser humano é sempre achar que a gente era feliz e não sabia. É um querer perpétuo que nunca parece ser satisfeito. Um dito popular já dizia, “a felicidade está onde a pomos, mas nunca a pomos onde estamos”. Que, aliás, foi título de redação em vestibular para Letras em priscas eras antes da FUVEST, quando Filosofia era disciplina no colegial; então, até citei Nietzsche e Zaratustra, e acho que me saí bem. Pois desde poetas e prosadores da antiguidade aos pós-modernos atuais, e a filósofos de todas as épocas e correntes, muito se dissertou sobre a natureza do ser ou não estar feliz, e sobre a busca ou o não encontro da felicidade. E assim falava Zaratustra.
koufuku – kanji (ideogramas: kôfuku = felicidade
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14 de outubro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: fonte inesgotável de inspirações, recuperação do prestígio da carne de porco gordurosa, rica gastronomia chinesa
Se existe algo que ainda não é bastante conhecido no Ocidente é a riqueza da gastronomia chinesa. A mais conhecida é a cantonesa, mas como a China é formada por diversas regiões com climas, etnias, culturas e outras condições diferenciadas, nada mais natural que contar com uma gastronomia extremamente rica, impossível de ser conhecida plenamente, mas que começa a influenciar as de todo o mundo. Fala-se de um livro de culinária contendo mais de 10.000 receitas. O China Daily de hoje traz um interessante artigo de Chloe Chen falando do Hongshaorou, o prato preferido dos chineses, segundo uma pesquisa efetuada pelo The Commercial Press.
Segundo a notícia, o Hongshaorou é um prato feito com camadas alternadas de carne gorda e magra suína, cozida num molho de soja, que deve derreter na boca. É um prato caseiro, com reluzente carne avermelhado e combina muito bem com o arroz. Dizem que teve origem na Dinastia Song (960-1279) na província de Hubei, e o seu inventor era o poeta Su Dongpo. Ele cortou a carne suína em cubos de 3 centímetros, deixando-a em água e vinho de cozinha, e a cozinhou por duas horas em fogo lento. Para comemorar o evento, o poeta escreveu algumas linhas: “aquecido em fogo lento com pouca água, suas melhores qualidades surgem quando se cozinha por uma perfeita quantidade de tempo”. Ou seja, o ponto de cozimento é fundamental, como na maioria dos pratos. Ele se tornou tão famoso que foi nomeado prefeito da cidade de Hangzhou, na província de Zhejiang.