12 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: bluefin tuna, criação do atum, parceria da Kyokuyo e Nippon Formula Feed | 7 Comentários »
Como é do conhecimento de todos, a demanda internacional de atum da melhor qualidade (bluefin tuna em inglês, honmaguro em japonês) vem aumentando substancialmente pela popularidade mundial da culinária japonesa, principalmente porque a sua gordura é considerada colesterol de boa qualidade. Recentemente, ela ganhou novo impulso com os numerosos chineses passando a apreciar o sushi e o sashimi. Antes, eles não tinham o costume de consumir produtos crus na sua alimentação. O jornal japonês Nikkei publica hoje um artigo informando sobre uma parceria das tradicionais empresas japonesas Kyokuyo e a Nippon Formula para aumentar a sua produção de atum criado, como forma de reduzir a sua captura em todo o mundo.
O método empregado pelas duas firmas é fertilizar artificialmente as ovas dos peixes capturados e cultivar os filhotes até a idade adulta. Este ciclo é repetido com os peixes cultivados. Este tipo de criação de peixes é presentemente usado somente por poucos criadores, como a empresa líder nesta área, a Maruha Nichiro e Kiinki University. Convencionalmente, peixes ainda jovens são capturados nos oceanos e criados em fazendas por um período de dois a três anos, quando atingem o peso adequado para o mercado. Os japoneses possuem uma tecnologia comprovada para a criação de produtos marinhos em suas fazendas marítimas.
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12 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: China Daily, práticas no Japão, Shaolin na Shenzhen Universiade | 4 Comentários »
O jornal chinês China Daily, na sua seção que cuida de cultura, apresenta uma série de fotos da demonstração de artes marciais efetuada pelos membros do Songshan Shaolin Temple, na Shenzhen Universiade, tendo como alguns assistentes também apreciadores estrangeiros. Diante das versões populares apresentadas intensamente nas televisões e cinemas nas últimas décadas, muitos leigos no assunto acabam fazendo algumas confusões sobre as artes marciais, inclusive como esporte e suas relações com alguns monastérios, tendendo a considerá-las como meras técnicas para ataques e defesas.
No entanto, verifica-se que também no Japão o arco e flecha, que exige uma extrema concentração e depende muito da meditação e do controle da mente, é praticado por alguns monges nos templos. Acabou se tornando técnicas para a concentração e disciplina mental, fazendo parte da filosofia que formam algumas das muitas divisões religiosas.
Atletas estrangeiras acompanham as apresentações na Universidade de Shenzhen
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11 de setembro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: Ken Watanabe, NHK, Norman Mineta, Onze de Setembro, Político Americano, Segunda Guerra
Astro de primeira grandeza no Japão, Ken Watanabe (O Último Samurai, Cartas de Iwo Jima, Batman Begins, Inception) empresta seu carisma e competência para assuntos além do show biz. Sorte nossa. Engajado social e politicamente, arregimentou não só famosos japoneses, mas também celebridades de Hollywood, à frente de organizações como Kizuna 3-11 e United for Japan, de apoio e arrecadação de fundos pós 11 de março. Transitando entre Tóquio, Nova Iorque e Los Angeles, falando fluente inglês, o ator se dedica também à produção de documentários de impacto. Para marcar os seis meses do 11 de março e os 10 anos do 11 de setembro, a emissora NHK-TV está apresentando um excelente e tocante documentário produzido e conduzido por ele (www.nhk.or.jp/kenwatanabe). Com sobriedade e profundidade, Watanabe faz paralelos entre os dois acontecimentos, e de como tais fatos abalaram e repercutiram (e continuam repercutindo) no caminhar dos dois países.
Reportando-nos mais especificamente ao 11 de setembro, o documentário traça a trajetória do congressista californiano Norman Mineta, 80 anos, 2ª geração nipo-americana. Nomeado secretário do Comércio (Governo Clinton) e dos Transportes (Governo Bush) entre 2000 e 2006, foi o primeiro nipo-americano a servir no gabinete de dois presidentes, em cargos que no Brasil correspondem a de ministros.
O ator Ken Watanabe e o congressita norte-americano Norman Mineta
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10 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: CSN adquirindo ações da Usiminas, noticias no Brasil e no Japão | 4 Comentários »
A Usiminas foi a primeira siderúrgica brasileira que nasceu da cooperação nipo-brasileira, e continua sendo um ícone desta relação bilateral, mesmo com todos os problemas que vêm enfrentando, introduzindo inovações tecnológicas. Uma evidência desta importância pode ser verificada na cobertura que o assunto do seu controle acionário recebe na imprensa de ambos os países. O principal jornal econômico japonês Nikkei publicou seu terceiro artigo sobre o problema, sempre com destaque. Os jornais brasileiros também destacam suas matérias sobre o assunto.
A Nippon Steel sempre foi uma acionista minoritária da Usiminas que era uma estatal, fornecendo sua tecnologia e inicialmente participando da Nippon Usiminas, um consórcio de empresas japonesas, que detinha 40% de seu capital, que se reduziu no tempo. Depois de privatizada a Usiminas, a Nippon Steel voltou recentemente a aumentar sua participação no seu capital, detendo o seu controle num acordo de acionistas com os grupos Camargo Correa e Votorantim. Nos últimos meses, a CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, controlada pelo grupo Steinbruck, passou a adquirir ações da concorrente Usiminas, e as notícias recentes informam que deseja adquirir os blocos de ações da Camargo Correa e Votorantim, sobre as quais a Nippon Steel possui direito de preferência. A CSN teria a vantagem de tornar-se uma importante siderúrgica mundial, apropriando-se da tecnologia da Usiminas.
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9 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Turismo, webtown | Tags: artigo no Daily Yomiuri, Kevin Short, uma pausa no mundo conturbado | 2 Comentários »
No mundo conturbado pelos problemas de terrorismo e dificuldades econômicas, sempre é conveniente apreciar as belezas proporcionadas pela natureza combinada com a história e o folclore. Num magistral artigo do naturalista e antropologista cultural Kevin Short, da Tokyo University of Information Sciences, publicado no jornal japonês Yomiuri, o autor faz um emocionante relato do que observou em Inzai, na província de Chiba, no local conhecido como Kioroshi. Ficou com o título Nature in Short: explore Japanese folklore in living color on autumn nature treks. O local é rico em tradição folclórica que se mistura a uma natureza simples, mas privilegiada. Como é sabido, o outono é considerada a estação mais linda do Japão, com o tom avermelhado das folhas, rivalizando com a primavera marcada pela florada das cerejeiras.
O particular local visitado pelo autor é famoso como tendo pertencido a Kikyo no Mae, amante do grande herói folclórico Taíra no Masakado, tido como o primeiro samurai, ainda no século X. Conta a história que ele foi um carismático líder nascido em família rica, que venceu os demais chefes locais nos campos de batalha. Acabou desafiando o Imperador, que na ocasião estava na antiga capital Quioto, por questões de impostos. Para combater o rebelde, foram enviadas tropas e a história oficial dá conta que ele morreu em combate. Mas o folclore fala que ele foi morto pela sua amante e esposa.
Cidade de Inzai Chiba. Flor Kikyo, que infla para depois se abrir
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8 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: noticias do Nikkei, presença também no Brasil, Sany chinesa no Japão | 6 Comentários »
Segundo o credenciado jornal econômico japonês Nikkei, a líder de equipamentos pesados de construção da China, a Sany Heavy, está desafiando os produtores japoneses tradicionais, como a Komatsu, Hitachi Construction Machinery e Kobelco Construction Machinery, efetuando suas primeiras vendas de cinco a dez escavadoras hidráulicas de médio porte para uma empresa local japonesa de aluguel de equipamentos. Esta empresa chinesa já está instalada no Brasil disputando com as grandes empresas internacionais, como a Caterpillar, a Fiat e a própria Komatsu, contando com a liderança pessoal de um dos seus cinco fundadores.
Como é do conhecimento de todos, a construção civil pesada da China chega a representar mais da metade do mundo todo, e a sua gigantesca demanda determinou o espantoso crescimento de empresas como a Sany Heavy, com tecnologias avançadas e preços competitivos. No Japão, seus escavadores hidráulicos de multiuso estão sendo oferecidos com preços 20 a 30% mais baixos que seus concorrentes, que são grandes empresas tradicionais e mundiais.
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7 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: provas incontestáveis da cultura milenar, relíquias de 6.000 a.C. encontradas nas escavações | 1 Comentário »
Nas visitas que efetuei na China, os meus anfitriões chineses fizeram questão que eu conhecesse uma escavação arqueológica com os resquícios de uma povoação estimada como sendo de 6.000 a.C. (anos antes de Cristo), datação que hoje é possível ter uma boa segurança usando técnicas de radiação. Isto comprovava uma civilização de no mínimo 8.000 anos. Um artigo do China Daily informa hoje que em 1987 foram encontradas 16 flautas de osso, em tumbas do início do período Neolítico em Jiahu, na região central da China, também estimada como sendo de 6.000 a.C., que se encontra atualmente no Museu de Henan, província daquele país. Este jornal se compromete a divulgar sobre estas relíquias culturais semanalmente.
Uma das flautas de osso encontra-se em ótimo estado de conservação, com cerca de 22 centímetros de comprimento com 7 perfurações, sendo que os demais contam com 5 a 8 perfurações. Comprovam que a música sempre esteve presente com os seres humanos desde os seus primórdios. Estas relíquias estão entre as mais antigas encontradas na China, e são mais antigas que as da Mesopotâmia e do Egito.
Uma das16 flautas da coleção do Museu de Henan. Foto publicada no China Daily
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7 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Gastronomia, webtown | Tags: ampla cobertura, evento no Senac Aclimação, produção do Wagyu no Brasil
A palavra Wagyu é uma combinação de dois ideogramas que significam Japão (wa, nosso dos japoneses) e carne (gyu). A raça bovina desenvolvida e aperfeiçoada no Japão proporciona uma carne marmorizada de gorduras muito apreciadas na elaboração de uma tradicional culinária japonesa chamada sukiyaki, que é um cozido de carne com legumes, bem com outros ingredientes complementares, tipicamente do Japão. Este prato passou a ser conhecida no exterior antes do sushi e do sashimi, elaborados do peixe cru. Outro prato em que se usa muito desta carne é o shabu-shabu, uma palavra onomatopaica, decorrente do som provocado pelo mergulho das carnes e legumes num caldo. Este é de origem mongol, que originalmente utiliza a carne do carneiro, e que era conhecida na Europa como fondie chinoise.
O evento permitiu que a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Wagyu, composta de 30 criadores, divulgasse a sua produção que já atingiu uma qualidade razoável para os rígidos critérios japoneses. Eles consideram muitos fatores para a sua classificação, como a maciez e coloração da carne, a quantidade e coloração da gordura, entre outros fatores. Na sua publicidade, exalta-se a qualidade desta gordura, que seria rica em ácido oléico, não sendo prejudicial à saúde, apesar de ser demasiadamente gordurosa para os paladares ocidentais, principalmente para os que consomem a carne em grande quantidade. Os japoneses consomem pouca carne, que é muito cara, principalmente a produzida no Japão.
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7 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: competição saudável, muitas informações, suplemento publicitário sobre a China na Folha de S.Paulo
Os jornais estão sendo utilizados para incluir suplementos com informações concentradas nos assuntos que interessam ao intercâmbio com outros países. Assim, a Folha de S.Paulo, por exemplo, publica semanalmente um suplemento com artigos gerais selecionados do The New York Times, mensalmente da Gazeta Russa com assuntos relacionados com a Rússia e hoje apresenta um suplemento publicitário de 8 páginas sobre a China, incluindo anúncios da Jac Motors que vem importando automóveis chineses, programada para produzir no Brasil a partir de 2014. Os países que não o fazem acabam ficando com menos espaços nestes jornais.
O suplemento sobre a China mostra dados sobre o intercâmbio da China com o Brasil, onde fica claro que exportamos muitos produtos primários, enquanto nas importações predominam os produtos industrializados, mas o saldo continua a favor dos brasileiros. Enfatizam-se a cooperação bilateral no lançamento dos satélites com o uso dos seus portadores, os foguetes de longo alcance. Bem selecionadas, as matérias escolheram os aspectos que mereceram destaque na imprensa internacional, com os ótimos resultados da educação que vem sendo alcançada em Xangai.
Porto de Xangai, o maior do mundo. Foto: Anamuna
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6 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de Delfim Netto, outras considerações, reações à redução da Selic | 2 Comentários »
Como registra hoje o professor Antonio Delfim Netto na sua coluna semanal sempre brilhante no Valor Econômico, a reação de muitos analistas à redução de 0,50% na taxa Selic decidida pelo Copom do Banco Central do Brasil parece estar influenciado pelo fígado e não pelo cérebro. Muitos críticos procuram confundir as coisas, para preservarem seus pontos de vista que eram pela manutenção da taxa, ainda que o mundo esteja em desaceleração, com menos pressões inflacionárias. A economia brasileira com a sua atual situação macroeconômica não tem a necessidade de continuar ser a campeã mundial dos juros, mesmo com a redução que começou a ocorrer. O ponto principal dos opositores à queda dos juros parece atribuir a decisão do Copom à pressão do Executivo, acabando com a independência do Banco Central, com o risco de provocar no sistema de metas um aumento das pressões inflacionárias.
Venho insistindo que estes analistas trabalham vendo o vidro retrovisor, analisando somente o passado, mesmo sabendo que qualquer decisão de política monetária demanda muitos meses para que tenha um impacto efetivo na economia. Muitos países estão facilitando a expansão dos meios de pagamento, mas as empresas insistem em manter seus ativos em caixa, diante da falta de confiança no crescimento da economia mundial, cujas estimativas continuam sendo revistas para baixo. Muitos insistem que os serviços estão com seus preços em alta, não reconhecendo que muitos deles deixaram mecanismos de indexação perversos como os relacionados com as tarifas de energia elétrica, comunicações e outros com indexações baseadas no passado, sem incluir uma perspectiva do que vai ocorrer no futuro. E sobre estes preços os juros têm pouco efeito.
Banco Central do Brasil, Federal Reserve e Banco Central Europeu
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