16 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: adaptações e especializações, fugindo das megastores, serviços mais personalizados | 2 Comentários »
Mesmo as redes japonesas de varejo estão se adaptando às demandas dos consumidores, procurando oferecer serviços mais personalizados, com especializações em alguns setores. O jornal japonês Nikkei noticia sobre algumas alterações que estão sendo introduzidas, fugindo de ofertas extensivas para especializadas. Muitas lojas especiais da rede Aeon operam focadas nas bicicletas, nas bebidas e nos pet stores, nas ruas concentradas no comércio de Tóquio. Eles vendiam uma ampla gama de bebidas, alimentos importados e flores. Evoluem para instalações com decorações mais informais, mas mantém ofertas de bebidas contando com sommeliers, que podem ser encontrados em cerca de 20 de suas lojas.
A rede Aeon opera cerca de 10 diferentes tipos de lojas, incluindo desde as especializadas em lenços e lojas de artigos para jardins. A outra rede Seven & i trabalham com lojas voltadas para crianças, e a rede Ito-Yokado operam Kids Town, com uma seção voltada para as vendas de brinquedos e roupas para crianças. Estes Kids Town informam que estão vendendo mais 30% por metro quadrado do que as lojas tradicionais da rede, pois contam com áreas mais atrativas para os consumidores específicos.
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15 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: Celso Furtado, pronunciamentos de Dilma Rousseff, Valor Econômico
Num artigo publicado hoje no Valor Econômico, Fernando Exman noticia que a própria presidenta Dilma Rousseff solicitou aos seus auxiliares a inclusão explícita do ilustre brasileiro Celso Furtado como expressão da independência com que o Brasil deseja formular o seu caminho do desenvolvimento. Muitos dos ensinamentos elaborados por este autor indicam a conveniência da industrialização para consolidar o mercado interno e estabelecer a primazia do interesse nacional.
Mas é preciso que se tome o devido cuidado, pois o seu livro “Formação Econômica do Brasil”, citado no artigo, é uma ótima formulação acadêmica e lógica de uma mente privilegiada que pouco tem de história, como ensinava a professora Alice P. Canabrava nas suas aulas na FEA-USP. E na formulação de política econômica como medidas para o desenvolvimento do Nordeste, ele propôs os incentivos fiscais que acabaram beneficiando uma exagerada intensidade de capital, quando os recursos disponíveis eram exatamente a abundância de mão-de-obra naquela região do país.
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15 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: artigo no The New York Times, japoneses, norte-americanos no Brasil, retorno de brasileiros | 2 Comentários »
Um artigo publicado no The New York Times, escrito por Simon Romero com o auxílio de Myrna Domit, que está trabalhando em São Paulo, informa sobre o aumento da presença de executivos norte-americanos no Brasil. Acompanham a redução do dinamismo nos Estados Unidos e na Europa, enquanto o Brasil está atraindo as atenções do resto do mundo, mantendo um crescimento elevado, ao mesmo tempo em que melhora sua situação macroeconômica. Estes executivos e qualificados profissionais veem oportunidades no Brasil, inclusive com possibilidades como as abertas pelo pré-sal, com o aumento das demandas de engenheiros e outros profissionais qualificados.
O que eles constatam são os mesmos problemas que outros executivos, como os provenientes do Japão, estão sentindo. Nota-se o aumento recente destes profissionais junto com suas famílias. Eles se queixam da demora na concessão de vistos de trabalho, assunto que está merecendo as atenções das autoridades locais. Também se assustam com os preços dos imóveis, inclusive aluguéis que são bem superiores aos de cidades como Miami. Os custos das refeições feitas nos restaurantes também são mais elevados dos que os observados no exterior. Isto decorre em grande parte do real extremamente valorizado, e todos acabam se preocupando com a continuidade desta situação.
Real valorizado e investimentos no pré-sal atraem executivos estrangeiros
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15 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: cooperação tripartite com o Japão, experiência brasileira na exploração dos cerrados, savanas de Moçambique | 2 Comentários »
A Folha de S.Paulo publicou no domingo, dia 14 de agosto, uma importante matéria de Patrícia Campos Mello informando que Moçambique está oferecendo uma área de 6 milhões de hectares para os agricultores brasileiros com experiência na exploração dos cerrados. Corresponde a uma área superior a ocupada pela cana de açúcar no Estado de São Paulo, e seriam concessões de 50 anos, renováveis, com um custo anual de R$ 21,00 por hectare. Isto já está mobilizando agricultores de Mato Grosso como os participantes da Ampa – Associação Mato-Grossense dos Produtores de Algodão.
Moçambique, como outros países africanos que utilizam a língua portuguesa, tem uma consideração especial pelo Brasil, que consideram como um país “irmão mais velho”, que não tem os ranços do colonialismo. A Embrapa já efetua pesquisas para o melhor aproveitamento da savana africana, muito semelhante ao cerrado brasileiro, que fica nas proximidades do mesmo paralelo. Num acordo tripartite com o Japão, que utiliza a JICA – Japan International Cooperation Agency para tanto. Trata-se de um projeto de alta potencialidade, que exige somente alguns cuidados de ordem antropológica. Na África, predomina os comportamentos tribais que possuem uma tradicional força que exige até das autoridades locais um respeito aos seus costumes. Os chefes tribais costumam gozar de um poder sobre os seus territórios, que nem sempre correspondem às fronteiras impostas pelas metrópoles europeias aos novos países.
Mapa de Moçambique, com as províncias do Norte: Niassa, Cabo Delgado, Nampula e Zambézia
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15 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: alguns desejos de exportação, aumento da produção no Brasil, necessidades de pragmatismo
Existem alguns setores da economia brasileira que contam comprovadamente com vantagens comparativas com o resto do mundo. Entre eles, está a produção de celulose e papel, pois as produções das florestas manejadas como agricultura, podem produzir árvores em torno de sete anos, quando em outras localidades se chega a exigir o dobro do tempo. Parte desta produção é exportada, ajudando a economia brasileira. Entre os grandes produtores japoneses, destaca-se a Oji Paper, a gigante asiática que é a controladora da brasileira Cenibra, e está mantendo contatos com a Fibria, que nasceu da fusão da Votorantim e da Aracruz, ambas gigantes brasileiras, como noticiado pelo Valor Econômico, num artigo de Stella Fontes, na sua edição para o fim de semana passado.
O presidente Kazuhisa Shinoda anunciou o desejo de a Oji Paper entrar no mercado latino-americano de papel, não se limitando à compra de celulose que é sua matéria-prima. A Fibria parece interessada em concentrar suas atividades na produção de celulose usando sua tecnologia florestal. É interessante que estes grupos japoneses adicionem valor no Brasil em seus produtos, dos setores onde possuem avançadas tecnologias.
Planta industrial da Cenibra
Kazuhisa Shinoda e uma das instalações da Oji Paper no Japão
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15 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: inflação comportada, necessidade de uma política anticíclica, os influxos de recursos externos, redução dos juros reais
Cláudia Safatle, do jornal Valor Econômico, na sua última coluna semanal, repassa a oportunidade perdida em 2008 para a redução dos juros reais no Brasil, que continuam os mais altos do mundo, e aponta que a atual crise por que passa a economia mundial é uma nova oportunidade para a correção desta distorção. Ela aponta, com sua usual competência, que o atual presidente do Banco Central do Brasil, Alexandre Tombini, somente diretor em 2008, mas membro do Copom, posicionou-se isoladamente a favor da redução dos juros, no que foi vencido pelo presidente de então e demais diretores que atuavam coordenados com os interesses do setor financeiro.
Com a necessidade de fortes ajustamentos nos Estados Unidos e na Europa, com repercussões em todo o mundo, verifica-se que os preços das principais commodities já acusam tendências de redução. Os efeitos inflacionários vindos do exterior não justificam mais juros tão altos, que ainda adicionam o influxo de recursos financeiros do exterior para o Brasil. Ainda que estes sejam necessários, acabam provocando uma exagerada valorização do real, dificultando as exportações e facilitando as importações, pois são em volumes mais elevados do que o do comércio.
O presidente do Banco Central Alexandre Tombini a articulista e Claudia Safatle
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11 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, webtown | Tags: comportamento de manada, concentração nos dados físicos, exagero nas flutuações financeiras
Quando ocorrem problemas financeiros, os agentes envolvidos acabam provocando flutuações exageradas, fazendo com que fatores psicológicos coletivos determinem o que se chama de comportamento de manada. Vendo que seus vizinhos estão vendendo ações, por exemplo, eles pensam que eles possuem mais informações, e tendem a vender também. Quando muitos agentes estão vendendo seus ativos em dólar norte-americano que tendem a desvalorizar, eles repetem o mesmo comportamento. E isto é agravado pelas instruções existentes em alguns computadores que, automaticamente, vendem quando se registra quedas de certo percentuais. Isto também se repete nas altas, de forma similar, exagerando as flutuações além do que seria racional.
Mas, os dados físicos não se alteram na mesma velocidade. A população mundial continua crescendo, está se tornando mais idosa, demanda mais alimentos, moradias, roupas e aspira consumir novos produtos. A produtividade do trabalho está aumentando em todos os setores como consequência das pesquisas que estão melhorando a produtividade, juntamente com a melhor qualificação dos recursos humanos. Não há necessidade de pânico, pois as mudanças reais são mais lentas.
O Brasil físico continua o mesmo, com uma grande extensão territorial, abençoado pela natureza, com ricos recursos minerais, terras férteis, abundância de água, grande biodiversidade, insolação intensa, podendo abastecer o mundo em muitas de suas necessidades básicas, com produtos de maior valor agregado. Conta com uma população que está se aperfeiçoando para poder trabalhar com maior eficiência, e continuar demandando produtos que permitem a melhoria de qualidade de vida de todos, com a melhoria na distribuição dos benefícios da produção.
Afirmar que alguém se tornou mais rico ou pobre pelas cotações virtuais nas bolsas só serve para alimentar os egos pessoais de poucos. É o mundo dos sonhos e das ilusões. Isto não tem correspondência com o mundo real, que é feito de coisas físicas, e muito trabalho sério acumulado, alguns sacrifícios e muitas alegrias.
Mas podemos ser contagiados pelo mundo que não é real, é virtual, pois eles usam os meios de comunicações para gerarem pânicos, especulando com as grandes flutuações, ganhando nas quedas como nas altas. Precisamos manter os pés no chão, apegados as coisas reais da vida, para não sermos envolvidos nos climas de exagerado pessimismo ou otimismo que em nada ajudam a população trabalhadora.
É claro que o otimismo ajuda na realização de diversos projetos, mas é preciso conter a euforia exagerada que pode nos levar a endividamentos que precisam ser honrados ao longo do tempo. O pessimismo só contribui para agravar as depressões individuais ou coletivas que em nada ajuda nas nossas vidas.
O mundo não está acabando, vai continuar crescendo, mais moderadamente, com o auxílio das próprias pernas. Não há necessidade de bolhas alimentadas pelos comportamentos de manada, que dão a falsa impressão de euforia, mas são ilusões como as criadas pelos exageros de bebidas ou pelas drogas, que acabam deixando consequências desastrosas no prazo mais longo.
Vamos ser somente realistas, sabendo que só devemos consumir o correspondente a que produzimos. Não devemos depender de dividas pesadas, com altos encargos, que estejam acima da capacidade de pagamento gerado pelos benefícios do que adquirimos.
11 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: aumento da oferta de petróleo, estimativas do IEA, Financial Times, queda na demanda
Num artigo de David Blair, publicado no Financial Times, consta que os elevados preços do petróleo tendem a cair, com o aumento da oferta da Arábia Saudita para compensar a redução da produção da Líbia, e o crescimento mais lento da demanda diante da menor expansão prevista para a economia mundial, utilizando informações da IEA – International Energy Agency.
Em junho último, a demanda não cresceu, segundo a IEA. A produção da Arábia Saudita alcançou o nível mais alto dos últimos 30 anos, chegando a 9,8 milhões de barris diários no mês passado, com a OPEP compensando a diminuição da oferta da Líbia. A demanda asiática teve um decréscimo de 500 mil barris, comandada pela China, que vinha aumentando os seus estoques, livrando-se dos seus ativos financeiros. Nos últimos 12 meses, a demanda global não cresceu, mantendo-se no mesmo nível.
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11 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: Mitsui, Nippon Keidanren, otimismo, visita à Salvador – Bahia
Numa nota publicada no jornal econômico japonês Nikkei, o empresário japonês Masami Iijima, chairman do Comitê Empresarial Brasil-Japão do Nippon Keidanren e CEO da Mitsui & Co. e que chefiou uma delegação de cem empresários do Japão para contatos com os brasileiros, mostrou-se impressionado com o que viu em Salvador, capital do Estado da Bahia. Ele notou que o Nordeste e o Brasil como um todo está se modificando, aparentando oportunidades como os que se observam na China. Ele afirmou que o Brasil sofrerá pouco com as atuais turbulências que se observam em todo o mundo, pois continua crescendo.
Ele informou que notou dificuldades na infraestrutura de transportes do país, fazendo com que os produtores rurais não possam se aproveitar das melhores oportunidades de vendas. A Mitsui & Co. é detentora de 100% do capital da Multigrain, que está atuando ativamente no agrobusiness, indo desde a produção de cereais em cerca de 100 mil hectares na Bahia, Goiás e Maranhão, bem como a sua comercialização e pretendendo ampliar suas operações. Tomou conhecimento das oportunidades de participação nos projetos de melhoria da infraestrutura de transportes no Brasil, notadamente ferroviária, que deverá ligar o Centro do País com o Norte, ao mesmo tempo em que permite o escoamento de parte da produção para o Leste.
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10 de agosto de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: atividade industrial é fundamental, Dani Rodrik, empregos de qualidade, Project Syndicate
A organização Project Syndicate divulga o artigo do professor Dani Rodrik de Economia Política Internacional da Universidade de Harvard. Ele reafirma que a indústria é fundamental para proporcionar empregos de qualidade em qualquer economia. O professor Delfim Netto vem defendendo esta tese no caso da economia brasileira, que passa por um período de contrição de suas atividades manufatureiras que já tinham conquistado uma complexidade razoável diante do nível de renda do país, sofrendo agora com os elevados juros e câmbio valorizado mantidos por uma política econômica com problemas há alguns anos.
O professor Rodrik alerta que alguns países correm risco na saúde de suas atividades industriais pensando que devemos viver numa era pós-industrial com tecnologias da informação, biotecnologia e serviços de alto valor que direcionam a economia. Estes exigem mão-de-obra qualificada e criam poucos empregos. A indústria, ao contrário, cria muitos empregos estáveis exigindo habilidades moderadas, proporcionando salários e benefícios expressivos. É nela que a classe média mundial cresce e ganha forma, e sem ela a sociedade tende a se dividir entre ricos e pobres. A indústria é fundamental para manter a democracia, segundo o professor Rodrik.
Professor Dani Rodrik em foto do New York Times
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