6 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: a volta do arroz em embalagens semelhantes, grandes possibilidades, o sucesso do macarrão instantâneo
Todos que acompanham as tendências mundiais do fast food no mundo notam que os aperfeiçoamentos dos macarrões instantâneos deixaram de ser consumidos somente pelos mais modestos, passando a ser servido até na primeira classe dos vôos internacionais de algumas companhias. A vida atual está exigindo soluções cada vez mais práticas, com todos contando, em algumas ocasiões, com falta de tempo para o preparo de uma refeição ligeira, mais rápida e prática.
O consumo mundial de alimentos desta natureza também está em expansão nas economias emergentes, com novos consumidores entrando neste mercado. Não se trata somente do McDonald’s, mas da multiplicação de muitos produtos, com qualidades cada vez mais aceitáveis, pois todos estão passando a se preocupar também com a saúde no prazo mais longo. O importante jornal Nikkei anuncia a volta dos pacotes de arroz semipreparados que, somente com a adição de água quente, fica pronto em um prazo curto e com sabores variados.
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6 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: alertas de todos os tipos sobre os problemas da China, colocações ideológicas, da inflação, dos empréstimos, dos investimentos
Nota-se uma infinidade de artigos nas revistas internacionais alertando sobre problemas na economia chinesa, que certamente existem como em todos os países emergentes e existiram nos atualmente desenvolvidos. Problemas relacionados aos investimentos, os financiamentos, os débitos públicos, as pressões inflacionárias etc. Acabam dando a impressão que a economia chinesa está na beira de uma crise, e aspectos que não foram alertados no comportamento da economia norte-americana e nas suas repercussões internacionais agora estão sendo levantados. Todos sabem que existem problemas, e o processo de desenvolvimento de um país emergente é a constante superação das mesmas, e na medida em que algumas sejam resolvidas outras novas aparecerão.
Não existe nenhuma economia no mundo que seja perfeita, e até agora os constantes desequilíbrios que se procuram corrigir são os que exigem a ação dos governantes daquele país, como sempre foi no passado. Quem imaginar que a China é diferente do resto do mundo pode estar enganado, e ela vai passar por todas as dificuldades dos emergentes que se tornaram desenvolvidos. É evidente que existem desequilíbrios, mas o que parece adequado analisar é se seus dirigentes estão corrigindo os possíveis, dentro dos seus constrangimentos. O que parece é que a China está incomodando muitos que perderam espaços para ela.
É evidente que existem problemas políticos como em qualquer país. As liberdades democráticas não são as desejáveis, como se as desigualdades econômicas em outros países não determinem maiores poderes para determinados grupos. Veja-se o poder do sistema financeiro internacional, que não permite uma regulação razoável dos fluxos financeiros exagerados, das especulações desenfreadas. Achar que a igualdade política existe nos países considerados mais liberais é uma ficção. Mesmo os problemas ecológicos, os de previdência social, de subsídios aos pobres, como a alguns setores menos eficientes da economia existem por toda a parte. Parece injusto atribuir somente à China.
Tudo indica que, mesmo com comando único, convivem dentro do Partido Comunista Chinês diversas facções, como nos diversos partidos nos países ocidentais considerados democráticos, mas há um pragmatismo chinês que vai aumentando a influência do mercado naquele país, até porque o controle estatal está se deteriorando, principalmente no nível local. Há um processo de descentralização dando maior importância às regiões menos desenvolvidas. Existem grupos que divergem do Partido, que são cada vez mais numerosos e importantes. É natural que o país tenda a ser mais democrático com o desenvolvimento.
Em muitos países está se admitindo que a ação governamental tente equilibrar o exagero do mercado, tanto pelos controles dos poderes de tendências monopolísticas como pela necessidade de ações indicativas para o setor privado, que sempre precisa também da proteção do Estado. O mercado só funciona se o governo garantir um mínimo de regras para todos, mas seria uma ingenuidade admitir-se que todos gozam dos mesmos privilégios.
Certamente, existem distorções na China e seria desejável que fossem corrigidas, assim como nos países que utilizam os mecanismos de mercado e possuem um sistema político considerado aberto. A China, com uma longa história e uma cultura respeitável, bem mais antiga e profunda que a existente no Ocidente, tem os seus problemas, mas quem não os tem também? Parece ser mais interessante ter uma atitude mais pragmática, aperfeiçoando o que for possível, em ambos os lados, sem um radicalismo ideológico que não ajuda a ninguém.
A China já vem reduzindo o seu ritmo de desenvolvimento, procura corrigir os seus problemas inflacionários, estimula o enxugamento das máquinas administrativas públicas, é obrigada a discutir internamente seus problemas. E com todas as suas dificuldades, vem crescendo bem acima da média mundial, continuando como locomotiva da economia internacional, substituindo outros que já passaram pelos seus momentos mais brilhantes. É possível que também ela, a China, venha a entrar em decadência, mas parece que não será para as nossas gerações, até porque até a revolução industrial era a que mais inovava em tecnologias em todo o mundo, como mostrou Joseph Needham, da Universidade de Cambridge. Um pouco mais de respeito com ela parece não fazer mal a ninguém, deixando de se concentrar somente nos problemas de prazo mais curto.
5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: artigo do Financial Times, o pioneiro brasileiro Carlos Ghosn, outros na linha da globalização | 8 Comentários »
O brasileiro nascido em Rondônia, Carlos Ghosn, tornou-se o principal executivo da Nissan e obteve grande sucesso na sua reestruturação, tanto que se acabou acumulando a presidência da Renault mundial de origem francesa. Poucos acreditavam que isto fosse possível, pois as empresas japonesas tinham uma cultura muito específica, e enfrentavam dificuldades na sua atuação no mundo globalizado. Mas Carlos Ghosn acabou provando a sua capacidade de incorporação de tudo o que os japoneses tinham de bom, acrescentando uma larga experiência internacional. Ele orgulha o Brasil e a comunidade internacional de executivos, pois acabou abrindo o mercado japonês para executivos estrangeiros no Japão, cujas empresas atuam cada vez mais com os olhos voltados para o mundo, não se restringindo somente ao mercado japonês, bem como seus sistemas de produção.
Carlos Ghosn, Sir Howard Stringer, Michael Woodford e Craig Nylor
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5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: antecipação, dificuldades são mães de inovações, possibilidade de grandes terremotos
Os cientistas japoneses da Agência Japonesa de Meteorologia, que é encarregada também das previsões antecipadas dos terremotos, estão desenvolvendo uma tecnologia que poderá antecipar com maior precisão, ainda experimentalmente, a ocorrência destes grandes acidentes naturais que afetam muitas localidades. As regiões onde as placas tectônicas se encontram, tanto no Japão, em Tokai, entre Shizuoka e Aiichi, onde vivem muitos brasileiros, como nos Estados Unidos, na região de São Francisco e Los Angeles, estão sujeitas a fortes terremotos. Estima-se que em Tokai, nos próximos oito a trinta anos, esta possibilidade está estimada em 87%, que é quase uma certeza. Esta notícia acaba de ser divulgada pelo importante jornal japonês Nikkei.
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5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: ainda não chegaram às atividades sofisticadas, aproveitando as liquidações, hordas de chineses pelo mundo
A notícia que os turistas chineses estão aproveitando as liquidações em París, Nova Iorque ou Londres está publicado no China Daily, que tem edições especiais para as Américas como para a Europa. Como no Hemisfério Norte as liquidações começam logo no início da temporada, os produtos voltados para o verão já estão em liquidação em todas as lojas, com os turistas chineses aproveitando tudo, inclusive nas lojas de grifes conhecidas. Superam o que os norte-americanos e os japoneses efetuaram nas décadas passadas, quando suas economias estavam melhores.
Como é natural neste início de ampliação dos conhecimentos do exterior, no primeiro momento procuram os produtos mais conhecidos na própria China. Mas como não dá para reconhecer os provenientes de diversas regiões, nota-se que mulheres elegantes, possivelmente de Hong-Kong, Cingapura e Taiwan, são confundidas com a massa de chineses mais modestos. A diferença é que, diferente dos japoneses, muitas famílias ou pequenos grupos fazem suas excursões, tanto pelas lojas e museus como em restaurantes.
Turistas chineses aproveitam as liguqidações no exterior. Foto: Nelson Ching / Bloomberg
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5 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: cuidados, reservas em águas internacionais, tecnologias para a extração, terras raras | 2 Comentários »
As notícias provenientes do Japão foram disseminadas rapidamente pelo mundo, pois as terras raras são minerais estratégicos cujas ofertas, no momento, estão concentradas em cerca de 90% nas produções chinesas, que restringem suas exportações e são utilizadas as altas tecnologias, principalmente voltadas para a microeletrônica. No entanto, os entendimentos para a sua exploração apresentam dificuldades de todas as ordens até se tornarem economicamente factíveis.
Os dados informam que os anúncios efetuados pelos técnicos japoneses, comandados pelo professor associado Yasuhiro Kato, da Universidade de Tokyo, numa pesquisa conjunta com uma agência governamental japonesa voltada para estes assuntos, foram transmitidos para a entidade britânica de credibilidade internacional, a Nature Geoscience. Os volumes potenciais são extremamente elevados, centenas de vezes maiores que as terrestres, mas devem exigir muitas pesquisas adicionais e tecnologias específicas, pois foram localizadas a grandes profundidades nas águas internacionais entre Havaí, dos Estados Unidos, e o Taiti, ainda dependente da França.
Terras raras localizadas no Japão
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4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: mesmo com as dificuldades, necessidade de melhoria da convivência
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, segundo notícias publicadas no jornal econômico Nikkei, encontrou-se nesta segunda-feira com o ministro Yang Jiechi, em Beijing, para tratar da melhoria da comunicação entre os dois países, a fim de evitar problemas de posição com relação à segurança regional no Extremo Oriente. Este site vem chamando a atenção para a necessidade imperiosa do Japão se entender com a China, evitando o agravamento de problemas entre estas duas potências no Extremo Oriente, até por falta de alternativas.
Além dos problemas que vem ocorrendo com acidentes com navios japoneses, disputas de ilhas por ambos os países, existem outras dificuldades maiores, como as relacionadas com a Coreia do Norte e Taiwan. Na medida em que se estabelecem mecanismos mais ágeis de comunicação entre os dois países, o agravamento das tensões pode ser evitado, resolvendo-os no seu nascedouro.
- Ministro japonês Takeaki Matsumoto durante encontro com o ministro chinês Yang Jiechi
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4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ampliação dos serviços no Japão, atendimento aos idosos, exemplos, problemas em todo o mundo | 1 Comentário »
Se existe um problema que está se ampliando em todo o mundo e precisa ser enfrentando, aproveitando experiências de países que convive com ele há décadas, este é o de cuidar dos idosos que estão aumentando rapidamente em todos os países, inclusive nos países emergentes como o Brasil e a China. O jornal econômico japonês Nikkei informa que serviços privados estão se ampliando naquele país com esta finalidade.
Não é somente nos países desenvolvidos que o percentual de idosos está aumentando, representando um custo importante que necessita ser arcado pelos jovens em idade de trabalho. Nos países que possuem maiores experiências no assunto, estão se ampliando os serviços onde os próprios idosos procuram ajudar uns aos outros, tentando levar uma vida normal, com responsabilidades que ajudam a retardar a deterioração de suas capacidades, principalmente a mental. O exemplo mais interessante que conheci foi na Áustria, onde um conjunto de cerca de 20 idosos, sozinhos ou em casais, convivem num conjunto arquitetonicamente adequado, cada um com responsabilidade de alguns setores como cultura, esportes, assuntos legais, problemas de contatos com os serviços públicos etc. retardando a esclerose natural.
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4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, webtown | Tags: aproveitamento da disposição popular, determinação política, Japão não aproveita o momento, nova estratégia econômica | 2 Comentários »
Os que observam o Japão de fora, torcendo para que encontrem uma nova estratégia que aglutine todas as suas forças disponíveis, reconhecendo as realidades limitantes atuais, acreditando nas suas possibilidades futuras com a solidariedade mundial, ficam ainda frustrados com o marasmo em que aquele país ainda se encontra como se estivesse perdido diante dos muitos problemas que enfrenta, mesmo não desejando conhecer mais que os próprios japoneses sobre suas dificuldades atuais.
As limitações parecem começar no campo político. com o primeiro-ministro Naoto Kan dando a impressão que pensa mais em salvar a sua pele, prorrogando o seu governo que se encontra desgastado no eleitorado japonês, e o seu partido não conseguindo efetuar uma reformulação desejável e aceitável pela maioria da população.
A oposição se mostra incapaz de impor mudanças que as circunstâncias exigem, inclusive para uma união nacional, sempre difícil de obter, mas que congregue no mínimo uma maioria clara concordando com um plano para o Japão.
Os líderes empresariais japoneses não se mostram determinados a assumir o comando da reconstrução nacional, passando de uma estratégia nacional que tinha como base o fortalecimento do seu setor de energia nuclear que encontra resistências em todo o mundo, depois dos acidentes em Fukushima Daiichi. A nova determinação de empenhar-se na ampliação do uso de energias alternativas e não poluentes ainda parece não ter se consolidado como consenso de todos. As medidas que estão sendo tomadas nas áreas energéticas parecem meramente paliativas, com restrições ao consumo que só podem ser temporárias.
Suas empresas parecem tentar somente a sua sobrevivência, procurando ampliar as suas atividades no exterior, onde seus custos possam ser competitivos e os mercados mais dinâmicos que dentro do Japão. Se desejarem adotar este tipo de orientação, precisa considerar que em outros países as condicionantes são diferentes das japonesas, exigindo utilizar dirigentes que estejam habituados com estes mercados, adotando a diretriz de “em Roma como os romanos”, inclusive no uso de consultores e executivos locais, com o necessário poder de decisão.
A oportunidade para a reformulação de sua política internacional, com ampliação de seus intercâmbios comerciais e tecnológicos, ainda não ganhou um desenho novo. O conjunto atual de medidas acaba dando uma ideia que todas as linhas estão sendo examinadas, não havendo uma clara prioridade e uma estratégia. De um lado, insistem-se nas alianças tradicionais com países que não contam com mais condições para contribuir significantemente na recuperação do Japão, precisando cuidar dos seus próprios problemas. As parcerias com seus vizinhos asiáticos, consolidando um bloco com a definição do papel de cada um, precisam ser explicitadas, ainda que todas elas sejam difíceis.
Os desenvolvimentos tecnológicos indispensáveis necessitam explicitar os setores onde o Japão conta com potencialidades competitivas, dando uma contribuição para o próprio país como nas negociações de parcerias com outros grupos internacionais.
As novas linhas para consolidação dos seus abastecimentos energéticos, de matérias-primas e alimentos com parceiros emergentes de todo o mundo precisam ficar claras, estabelecendo estratégias que sempre foram de longo prazo.
Verifica-se que a população japonesa está disponível para se engajar num programa de curto, médio e longo prazo, como mostram os seus empenhos voluntários, os sacrifícios a que estão dispostos, o forte engajamento na sua reconstrução nacional. Mas seus dirigentes políticos e empresariais parecem que não se mostram à altura das demandas nacionais, acabando por dar uma ideia de um arremedo de gestão pública e privada.
Aqueles que desejam colaborar com o Japão do exterior acreditando nas suas vantagens acabam ficando confusos com as dificuldades internas dos japoneses sem saber o que está se consolidado como prioridade nacional, mesmo que nada que já tenha avançado deva ser abandonado.
4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: adaptações que estão ocorrendo, rodízios nas indústrias, transtornos familiares
Ainda que os rodízios das atividades industriais e outras que consomem muita energia no Japão sejam necessários, de forma a evitar os picos de consumo, eles acabam provocando transtornos nas vidas das famílias, entre outros inconvenientes. Algumas pessoas estão sendo obrigadas a trabalhar nos horários noturnos, ou nos fins de semana, inclusive donas-de-casa que trabalham parte do tempo. Os seus maridos acabam escalados para cuidar dos afazeres domésticos, bem cuidar dos seus filhos menores.
Até agora não se observou reações importantes a estas medidas, com uma colaboração de toda a população para enfrentar a crise energética, principalmente em decorrência da suspensão do funcionamento de algumas usinas nucleares, bem como economia de algumas gerações de energias poluentes, mesmo com o calor intenso que se observa neste verão, chegando a se internar muitos idosos.
Usina de Fukushima Daiichi, afetada pelo terremoto e tsunami, é a mais importante do Japão
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