4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: aceleração das negociações, Alemanha, candidatos ao Conselho de Segurança, Índia e Brasil, japao
O Japão, a Alemanha, a Índia e o Brasil assinaram um pedido conjunto ao atual presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, Joseph Deiss, solicitando a aceleração das negociações para a reforma com aumento dos membros permanentes, bem como não permanentes do Conselho de Segurança, segundo notícias da NHK – televisão estatal do Japão.
Há um razoável consenso que estes países, dois derrotados na Segunda Guerra Mundial e dois emergentes importantes que ainda não fazem parte do Conselho de Segurança, pois dos componentes do grupo chamado BRICs, a China e a Rússia já são membros permanentes, devem integrar o Conselho com direitos de vetos. O Conselho de Segurança é que se reúne quando problemas importantes no mundo necessitam contar com a participação da ONU.
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4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Depoimentos | Tags: bases para comparações, evolução da Capital do Mundo para muitos, grandes mudanças
Diversas circunstâncias me permitiram visitar Paris com frequência nos últimos 50 anos, e acompanhar a sua evolução desde o final dos anos cinquenta do século passado, como vinha cerca de quatro vezes ao ano para Genève, na Suíça, onde ajudava voluntariamente uma organização internacional voltada para trabalhos sociais. Os voos mais fáceis do Brasil eram via Paris, quando tinha sido inaugurado Orly, e era uma oportunidade para conhecer a Cidade Luz, com tantas histórias e patrimônios mundiais. Era ainda jovem e tudo me encantava, e isto me permitia usufruí-la por décadas, ainda que modestamente do ponto de vista econômico.
Torre Eiffel, Arco do Triunfo e a Place de la Concorde
Não há nenhuma intenção de me gabar com estas notas, mas somente de informar que tenho um conhecimento mínimo para avaliar a evolução de Paris nestas décadas.
No final da década dos sessenta, quando exercia funções de direção no Banco Central do Brasil, muitos acordos financeiros internacionais efetuados na Europa proporcionavam oportunidades para o uso da agência do Banco do Brasil que tinha sido inaugurado em Paris, como uma das primeiras no exterior. O aeroporto de Charles De Gaulle foi inaugurado, e a Périphérique passou a ser utilizado de forma completa.
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4 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: acordos com os alemães, avanços chineses, Brasil, disputas japonesas com os chineses, trem rápido no mundo
As notícias atuais, como os publicados pelo jornal japonês Nikkei, mostram que a disputas sobre as patentes das tecnologias dos trens rápidos ficaram acirradas, depois da inauguração da linha de Beijing até Xangai, com a presença do premiê Wen Jiabao, preparando os projetos que estão sendo disputados no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na Rússia. Além dos que são construídos em volume expressivo na China, e no Japão que não dispõe mais de tanta agressividade.
O dirigente máximo da WIPO – World Intellectual Property Organization, Francis Gurry, onde se disputam as patentes entre os que se acham com direitos, decidiu que a organização não se envolverá nos problemas que envolvem os japoneses e chineses com relação aos trens rápidos, ficando por conta de cada país admitir as patentes que serão utilizadas.
Ao mesmo tempo, uma das grandes empresas europeias que também participavam de divergências com os chineses, como a Siemens, assinaram um acordo com eles, na presença da chanceler Angela Merkel. O acordo envolve os projetos na Califórnia, nos Estados Unidos. Os chineses, que já possuem mais de 7.000 quilômetros de trens rápidos, pretendem chegar a 16.000 nos próximos anos, sendo motivo de orgulho daquele país, ainda que sejam deficitários.
Eles disputam projetos em outros países com suas tecnologias, que afirmam ter aperfeiçoado mais que os dos japoneses, contando com custos mais baixos e financiamentos abundantes. O jornal japonês chega à conclusão que os japoneses também necessitam estabelecer acordo semelhante, pois sem isto ficarão fora do mercado mundial. Alguns dirigentes japoneses lamentam a situação, mas tudo indica que precisam ser pragmáticos se desejam permanecer no mercado internacional.
As disputas envolvem a japonesa Kawasaki Heavy e também a canadense Bombardier, mas somente os japoneses expressaram as suas contrariedades oficialmente, pois todas as demais desejam contar com fatias do mercado mundial, pois suas participações são sobre partes dos materiais rodantes que representam, no máximo, 30% do custo total dos projetos.
Lamentavelmente, ainda que os japoneses tenham desenvolvido tecnologias de qualidade, suas atuais qualificações não os tornam competitivos nos mercados externos, principalmente em fornecimentos de trens rápidos, necessitando de associações com empresas de outros países, como os que vêm negociando com os coreanos.
A dimensão mundial deste mercado é astronômica e a sua execução deverá demandar muitas décadas, generalizando-se por outros países, tanto de grandes populações concentradas como de dimensões geográficas expressivas.
1 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, webtown | Tags: diferenças entre a boa culinária japonesa, necessidade de um mínimo de qualidade
Um brilhante artigo de Robbie Swinnerton, publicado no The Japan Times, leva à reflexão que a sofisticada culinária japonesa precisa ser adequadamente conhecida, principalmente quando virou moda em todo o mundo, misturando alhos com bugalhos. O verdadeiro kaiseki ryori não só exige anos de treinamento dos chefs bem como cuidados nos detalhes, respeitando as estações do ano, e um preparo cuidadoso, só podendo ser apreciado pelos que sabem distinguir a qualidade do que está saboreando, exigindo horas para o seu consumo, na linha do que se conhece como slow food, contrastando com o chamado fast food.
Tanto no Brasil como na Europa, como em todo o mundo, a culinária japonesa tornou-se a moda atual, competindo com a pizza de origem italiana que pode ser encontrada em qualquer lugar, mas que também apresenta problemas de qualidade. Numa espécie de lanchonete especial na loja de departamento Lafayette de Paris, que continua de grande prestígio ainda que decadente, servia-se culinária japonesa, mas logo se constatou que a sua administração, certamente terceirizada, era de um grupo chinês, como se encontra em muitos lugares da França. A culinária japonesa ganhou fama por ser saudável, utilizando matérias-primas frescas, mas corre o risco de virar uma praga, com profissionais mal preparados distorcendo os parcos aprendizados que adquiriram, pouco conhecendo a verdadeira. Não basta se esforçar.
Iguarias delicadas: yakimono (prato grelhado) do Kaiseki / Arroz coberto com moluscos cozidos, para ser saboreado no estilo temaki sushi
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1 de julho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, webtown | Tags: américas, Ásia, cultura humanitária, mundo globalizado, outras culturas
Apesar das culturas asiáticas serem de muitos milênios em diversos países, como na China e na Índia, o mundo ocidental conheceu mais profundamente somente o que vai até o Oriente Médio, como a Mesopotâmia (hoje Iraque), a Pérsia (hoje Irã) e o Egito. Isto apesar de que os chineses tenham negociado com os fenícios usando a Rota da Seda. Só perto do século XIII, Marco Polo e os comerciantes venezianos organizaram informações sobre a China e a Ásia Central e seus povos, interessados na comercialização de seus produtos ainda considerados exóticos na Europa.
No Ocidente, a França tem historicamente a fama de alimentar maior preocupações humanística, com conhecimentos de culturas que não sejam de origem europeia. Com a inauguração do Museu do Braniy (Musée du Quai Braniy) há cinco anos, consolidou-se a preocupação com o diálogo com outras culturas, de forma inteligente e institucional, contando com o suporte do setor privado.
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29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: além das neves, comunidade de estrangeiros, convivência com a natureza, novos aspectos de Hokkaido
Todos que conhecem Hokkaido, a grande ilha no extremo norte do Japão, lembram-se dos seus amplos espaços, mas ficam marcados pelo intenso frio, com neves abundantes. Eu mesmo só conheço Sapporo, a sua maior cidade, pelo famoso evento do Festival de Gelo, onde as famosas esculturas são apresentadas, e as avenidas e ruas são ocupadas por carros habilmente dirigidos pelos motoristas. Eles derrapam, apesar do uso de correntes. No entanto, Kate Crockett publica no The Japan Times uma faceta pouco conhecida desta região, onde uma comunidade com muitos estrangeiros vive feliz, como numa localidade chamada Niseko, próxima às grandes plantações de girassol para produção de óleos de boa qualidade.
Hokkaido foi uma região colonizada por estímulo das autoridades japonesas um pouco antes da imigração para o Brasil, sendo que alguns vieram morar na Amazônia, pois lá existia um centro de pesquisa de agricultura tropical. Suas extensões territoriais se diferenciam do resto do Japão, havendo uma pequena pecuária e florestas soberbas em termos japoneses, mas que não chegam a ser comparadas com as Amazônicas. Muitos imigrantes japoneses que vieram para o Norte do Brasil acabaram se deslocando principalmente para São Paulo, pois as condições amazônicas eram demasiadamente rigorosas.
Durante o curto verão, Hokkaido se enche de flores
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29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: dados brasileiros, os problemas na Europa, outros fluxos
O jornal Valor Econômico informa que os registros da autorização da entrada de estrangeiros no primeiro trimestre deste ano acusaram um sensível crescimento com relação ao ano passado. Na maioria dos países desenvolvidos, principalmente na Europa, o nível de desemprego está elevado, até do pessoal melhor qualificado, provocando a volta de muitos que tinham emigrado para lá, principalmente do mundo menos desenvolvido, e até dos que se tornaram emergentes nas últimas décadas. O elevado desenvolvimento não só do Brasil demanda mais mão-de-obra qualificada, e é natural que parte dos desempregados se disponha a tentar a sua vida em novas terras.
O Brasil vinha sendo um país que tinha uma corrente emigrando para países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, Japão, países europeus e até os vizinhos como o Paraguai, que apresentavam boas oportunidades de emprego. No caso do Japão, a grande maioria era emigrantes temporários e legais, por causa de uma legislação especial que levava em consideração a qualidade de descentes de antigos imigrantes japoneses, enquanto em outros países o número dos ilegais era elevado.
Brasileiros que trabalhavam no Japão estão fazendo o caminho de volta
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29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, webtown | Tags: consumo de CO2, energia a partir da alga, METI e organizações privadas
Muitos esforços estão sendo desenvolvidos em todo o mundo para gerar energia de forma não poluente, e o jornal japonês Nikkei publica uma entrevista que traz uma novidade. Cientificamente, já se comprovou que a alga com a fotossíntese acaba provocando uma biomassa para a produção de etanol, ainda que no momento não seja economicamente interessante. O METI – Ministério da Economia, Comércio e Indústria estimulou a formação de uma Organização Ambiental Para a Criação Marinha (Marine Environmental Criative Organization – Kaiko Sosei), numa colaboração dos institutos de pesquisas com empresas privadas, chefiada pelo professor Takao Kashiwagi do Tokyo Institute of Technology. Os japoneses estão sendo obrigados a utilizar todos os meios para dependerem menos da energia nuclear, depois dos acidentes da Fukushima Daiichi.
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29 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: chineses requerem patentes no Brasil, disputas internacionais, japoneses alegam serem suas | 4 Comentários »
Todos sabem que os chineses estão absorvendo tecnologias provenientes do exterior que, aperfeiçoados, informam serem seus. É o caso da nova tecnologia dos trens rápidos que utilizam na nova linha que liga Beijing a Xangaii, mais rápida que os dos japoneses e dos europeus. Sua patente está sendo requerida em cerca de 20 países pelos chineses, inclusive no Brasil, onde pretendem disputar a ligação de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. A notícia está publicada no jornal econômico japonês Nikkei de hoje.
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28 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, webtown | Tags: Asean e Mercosul, interesse asiático, visita inusitada
O anúncio oficial da visita do ministro dos Negócios Estrangeiros do Japão, Takeashi Matsumoto, à reunião de cúpula do Mercosul a ser realizada no Paraguai, seguido de encontro com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota, mostra a mudança de atitude japonesa com relação à América do Sul. Na nota apresentada pelo jornal econômico japonês Nikkei, há uma menção explícita que o Mercosul tem uma dimensão maior que o Asean, que reúne os países do Sudeste Asiático, que vinha merecendo uma atenção especial da parte do Japão.
O objetivo principal é avançar nas negociações de um Acordo de Livre Comércio – FTA entre os dois blocos, mesmo que distantes geograficamente, pois no atual mundo globalizado, sem avanços globais e multilaterais no âmbito da OMC – Organização Mundial do Comércio, os diversos países estão tentando implementar mecanismos que facilitem o comércio internacional entre as regiões.
Ministro das Relações Exteriores do Brasil, Antonio Patriota
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