1 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais | Tags: apartamentos, imobiliárias, instalações domésticas, revistas de decoração | 14 Comentários »
Um interessante artigo foi publicado no jornal japonês Asahi informando que a nova classe média chinesa está se interessando por tipos de apartamentos utilizados pelos japoneses que, mesmo tendo um espaço total de cerca de 80 metros quadrados, contam com todas as facilidades para acomodar melhor uma família que ocupa hoje um apartamento do tipo chinês de 100 metros quadrados, com confortos adicionais. Cita o caso de uma família chinesa que adquiriu um por cerca de US$ 300 mil, tendo uma renda anual de cerca de US$ 45 mil. Eles contam agora com uma toilet inclusive para banhos de imersão do tipo “furô”, além de um sistema de aquecimento no andar, que não era usual nos apartamentos chineses.
Além das imobiliárias japonesas como a Daiwa House, Marubeni, Sumitomo e Mitsui Fudosan, as empresas chinesas estão instalando conjuntos em diversas cidades. Eles já vêm com a decoração pronta, diferindo das chinesas que são entregues somente com as paredes e pisos que precisam receber acabamentos. Muitos chineses só utilizam o chuveiro, e os novos apartamentos contam com uma entrada onde os sapatos são depositados fora. A empresa chinesa Jingdou Heshi instalou lojas em Beijing, Tianjin, Shenyang, Wuhan e Xangai vendendo salas como as japonesas, com grande sucesso, inclusive com mesas retratáveis operadas por controle remoto no cento das mesmas, que podem ser utilizadas como salas de tatami, pisos utilizados sem calçados.
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1 de junho de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Política | Tags: Monsoon, o Oceano Índico, Robert Kaplan fotógrafo de 11 livros, seus depoimentos
A importante revista Foreign Policy publica um ensaio sobre “Monsoon” (Monções), o novo livro de Robert Kaplan, um consagrado profissional, fotógrafo e analista, e uma entrevista sua concedida a Benjamin Pauker. Segundo Kaplan, o Oceano Índico será em breve o novo centro do comércio, da energia e da política mundial. A região estratégica não seria mais nem o Atlântico nem o Pacífico, mas a Eurásia, que tem como grande desafio a ascensão da China.
Kaplan registra o lento declínio da influência Ocidental na região, e explora as ambições e rivalidades dos países do Oceano Índico, principalmente da China e da Índia, nesta área que envolve da África à Austrália. Ele aborda como a guerra no Afeganistão ajuda a China, a doutrina do caminho asiático da Índia e as alternâncias civis e militares do Paquistão. Segundo ele, os conceitos que foram elaborados durante a Guerra Fria ficaram ultrapassados, havendo uma nova realidade que vai do Cabo Horn na África, passando pelo Estreito de Málaga e Indonésia, até chegar ao Mar do Japão. O Oceano Índico liga o Oriente Médio com a ascendente China, abrangendo todo o arco da energia mundial. O artigo é uma coincidência com o assunto abordado neste site sobre a “Preocupante Evolução das Tensões Asiáticas”, ainda ontem.
USS Carl Vinson, porta aviões dos USA que fica no Oceano Índico
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31 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: depois de Paris, uma escala mundial de cidades, uma pesquisa internacional
Segundo o jornal japonês Nikkei, o Instituto de Estratégias Urbanas efetuou um levantamento internacional elaborando uma escala de cidades considerando um raio de cinco quilômetros e de 10 quilômetros, onde Tóquio aparece em segundo lugar, depois de Paris. Enquanto a capital japonesa é considerada a globalmente mais competitiva, ela é muito distante dos aeroportos internacionais.
Este Instituto já vem efetuando levantamentos desde 2008, mas agora só considerou o centro das cidades, considerando 20 fatores como determinantes para seu poder competitivo. Entre eles, o número de grandes empresas e de estações de trens. Paris conseguiu o primeiro lugar pelo número de escolas internacionais, teatros e salas de concerto, e hotéis de cinco estrelas.
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31 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: aproveitando as dificuldades, foco na onda verde, objetivo do conjunto de empresas | 10 Comentários »
O jornal econômico Nikkei publicou um artigo informando que um grupo de empresas japonesas anunciou que o foco de seus negócios está na onda verde. Ele pretende construir cidades limpas, inteligentes, utilizando tecnologias sofisticadas voltadas à preservação do meio ambiente. Estas cidades amigas da ecologia utilizarão redes inteligentes e outras tecnologias para o uso eficiente da energia, reduzindo os impactos ambientais das comunidades de residências.
Fazem parte deste grupo de empresas a Panasonic, a Nippon Steel e a Toyota, entre outras. A Panasonic construirá um conjunto de mil casas numa área onde se localizava uma de suas unidades industriais. A Nippon Steel e a Toyota também iniciaram projetos para construir cidades inteligentes, amigas do meio ambiente, em cooperação com outras empresas e industriais.
Smart Town da Panasonic e oito outras empresas em Fujisawa, na Prefeitura de Kanagawa
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30 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: alternativas para a governabilidade, origens dos problemas, soluções possíveis | 2 Comentários »
Muitos se queixam que o Brasil apresenta problemas graves de governabilidade, mas poucas análises são efetuadas sobre algumas de suas causas, que são muitas. Somos um país com grande extensão territorial, diversas regiões com acentuadas diferenças, uma história relativamente recente e uma cultura política ainda não consolidada. Copiamos a federação dos Estados Unidos, ainda que sejamos um país unitário sem estados consolidados nos seus interesses comuns, mesmo que houvesse algumas aspirações de independência regional no início da nossa república.
As diferenças regionais são acentuadas e conseguimos manter um país único, ainda que nossos vizinhos tenham se fragmentado em diversos países de origem espanhola. Do ponto de vista econômico, deveria ser uma vantagem, algo como um mercado comum. Mas não fomos capazes de consolidar um forte interesse único, havendo sempre aspirações por tratamentos diferenciados. Criamos um sistema tributário que é típico de um estado unitário, com base num tributo de valor adicionado, que agora está sendo utilizado como uma espécie de barreiras alfandegárias.
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30 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: aumento da presença militar chinesa, concessões no Paquistão, protestos vietnamitas
Enquanto o custo das manutenções das forças de segurança norte-americanas na Ásia está se elevando, notadamente na manutenção das rotas de transporte de importantes matérias-primas, veiculam-se notícias sobre o estabelecimento de bases navais chinesas no Paquistão. Ao mesmo tempo, o Viêt Nam News lança o seu protesto pela quebra de sua soberania do seu mar territorial, quando navios chineses interromperam cabos de embarcações da PetroVietnam que efetuavam estudos de prospecções na plataforma continental daquele país.
O conflito de interesses dos Estados Unidos e seus aliados na Ásia com a China emergente, que tem uma necessidade de maciços abastecimentos de matérias-primas, principalmente energéticos, tornam as rotas marítimas dos mares que cercam a Ásia áreas estratégicas de grande importância como zonas de elevado risco.
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30 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: aumento dos idosos, fenômeno universal, poupanças privadas, previdência social | 6 Comentários »
A Folha de S.Paulo publica hoje com destaque notícias que os idosos brasileiros não se preparam para a aposentadoria, num artigo do jornalista Paulo Muzzolin. Informa em outra matéria de Érica Fraga que, apesar da falta de planejamento, só 17% deles se mostram preocupados com a situação, baseado numa pesquisa da HSBC em muitos países, percentual que se iguala com o da China. Isto mesmo que a previdência social seja insuficiente para manter o mesmo padrão de vida dos aposentados, fazendo com que um terço deles continue trabalhando de uma forma qualquer, recebendo alguma remuneração.
O que vem acontecendo em todo o mundo é que a previdência social é insuficiente para manter o padrão de vida dos aposentados. Assim, nos países com o Japão, a população em idade útil poupa uma parcela do que ganha para atender suas necessidades futuras, contando com um patrimônio para tanto. Noutros, os investimentos são feitos em previdências privadas, para assegurar uma aposentadoria complementar.
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29 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: divulgados pelo China Daily, muitos livros publicados, os de Qiu Xiaolong, policiais e Xangai atual
Mais que natural que uma população como a chinesa conte com milhares de livros lançados constantemente, de mais variados autores. Mas poucos merecem uma referência do China Daily, o que atrai uma atenção especial, pois abrange um elevado número de leitores em todo o mundo. Num artigo de Zhang Kun, menciona-se que Qiu Xiaolong é poeta e tradutor que mora atualmente em Missouri, nos Estados Unidos, mas visita constantemente Xangai, onde nasceu e se criou. Ele recebeu o prêmio Anthony como autor da melhor novela sobre mistérios, e o seu personagem Inspector Chen Cao já ocupa seis livros. Ele é PhD pela Universidade de Washington, e seus livros merecem os mais efusivos elogios da crítica.
O seu livro mais recente, de 2010, “Years of Red Dust: Stories of Shanghai” (tradução livre, Anos da Poeira Vermelha: Histórias de Xangai) é uma coleção de histórias entrelaçadas sobre esta linha vermelha que separava setores em que estava dividida a cidade. Ele acompanha a evolução que vem ocorrendo na China, desde quando foi vítima da Revolução Cultural.
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29 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: Câmara de Comércio em Xangai, país de dimensões continentais, variados mecanismos
O jornal Folha de S.Paulo divulgou hoje uma matéria do jornalista Fabiano Maisonnave, enviado especial a Xangai, informando que se prepara uma câmara de comércio do Brasil na China, estimulado pelo cônsul geral em Xangai, Marcos Caramurú. A entidade reuniria muitas empresas brasileiras que atuam na China como a Vale, Embraer, Brasil Foods e escritórios de advocacia, somando cerca de 60 empresas. Esta providência estaria atrasada, quando comparada a Alemanha e Espanha que já contam com o mesmo tipo de entidade formal para representar os interesses coletivos no país.
Isto seria decorrente do Fórum Brasil, que foi criado em 2004, cujo coordenador atual é o Sérgio de Quadros, representante do Banco do Brasil no país. A decisão ainda não foi tomada, pois as matrizes no Brasil ainda não foram consultadas. Além da atuação governamental, haveria uma pauta de assuntos típicos do setor privado.
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28 de maio de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: aparecimento de perigosos líderes, campanhas em desenvolvimento, quadro propício no marasmo japonês | 2 Comentários »
Muitos reconhecem que o Japão passa por um período de falta de lideranças de estadistas que deem os rumos que devem ser seguidos num arrojado programa de reconstrução que o atual governo não está conseguindo galvanizar, o que parece estar acontecendo também no mundo empresarial. Há um sentimento que tudo ficou muito burocratizado, tanto na política, na administração pública, na cúpula do empresariado privado como até nas empresas. As decisões dependem exageradamente do consenso coletivo. O que se ouve falar é somente de iniciativas limitadas que podem minimizar as dificuldades de algumas empresas, ao mesmo tempo em que a população está disponível para trabalhos voluntários e construtivos.
Sente-se a ansiedade por fortes lideranças, como vem sendo expresso por alguns meios de comunicação social de grande importância, como os jornais Yomiuri, Asahi e até o Nikkei, entre muitos outros, que alcança muitos milhões de leitores. O Japão profundo parece esperar pelo surgimento de uma nova liderança ao mesmo tempo em que os jovens se mostram impacientes diante da lenta movimentação daqueles têm poderes para decidir.
Ao mesmo tempo, nota-se que algumas figuras difíceis de serem totalmente compreendidas, por não se enquadrarem totalmente nos padrões e na cultura japonesa, que parece capaz de liderar significativa parcela da opinião pública, lançam-se com gestos espetaculares e uma ampla utilização dos meios de comunicação, procurando capitalizar o atual clima que paira sobre o Japão. Transmitem ousadas posições relacionadas com as novas tecnologias, de amplo espectro, mostrando-se sensível aos movimentos de solidariedade social, que se confundem com promoções de caráter comercial. Podem empolgar, perigosamente, alguns grupos ansiosos por novas mensagens, mas tudo recomenda que muitas cautelas precisam ser adotadas, pelas impressões coletadas nos contatos pessoais com estas personalidades que são exuberantes, mas aparentam a falta de uma profundidade mais sólida.
Eles se referem a uma fase do Japão posterior ao do uso da energia nuclear, que certamente empolga a muitos, que já tinham resistências diante dos sofrimentos infringidos pelos bombardeios atômicos, e que se multiplicam diante da incapacidade de controle das radiações. Eles dizem que “viram uma luz”, algo que dá o calafrio de muito misticismo. Estaria baseado no intenso uso da energia solar e do sistema de transmissão pelo uso de cabos óticos.
Entre as muitas propostas concretas estão as necessidades de usinas nucleares que já venceram seus prazos de funcionamento razoável, que necessitam ser substituídas, por utilizarem tecnologias já obsoletas, que não deixa de ser uma verdade. Arrolam os exemplos que já acontecem na França e na Alemanha.
Com uma intensa movimentação junto a políticos, autoridades e empresários, ainda que sofram resistências, parece que já conseguem agrupar um núcleo significativo de pessoas, que ficam empolgados pelo empenho de suas fortunas pessoais bem como os seus discursos que envolvem muitos aspectos sensatos.
A Ásia, e principalmente o Japão, sempre foi campo fértil para personalidades deste tipo, que conseguem aproveitar boas ideias provenientes de diversas fontes, efetuando uma costura com aparência de um conjunto bem pensado e elaborado. No deserto de ideias acabam fazendo sucesso, criando um clima quase religioso.
Parece urgente que grupos acadêmicos e políticos sensatos gerem planos e estratégias sensatas, como já houve diversos lampejos, pois se não o fizerem com a máxima rapidez, as lideranças serão assumidas por aventureiros, como a história da humanidade é rica em exemplos. O Japão não necessita mais disso.