Tentando aproximar a Ásia da América do Sul e vice-versa

Verão Japonês Com a Redução do Ar-Condicionado

15 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: mudanças de hábitos, novas roupas, outras medidas de redução do consumo de energia

Diante do desafio para a redução do consumo de energia elétrica por que passa a economia japonesa, diversas medidas inusitadas estão sendo adotadas, mostrando a capacidade da tecnologia nestas adaptações. Dado o elevado custo da energia, os equipamentos domésticos, industriais e os utilizados nos escritórios e loja já demandavam menos energia, principalmente quando comparados com os brasileiros. Lâmpadas elétricas, refrigeradores, ares-condicionados, televisões e tudo o mais chegaram a poucas dezenas de percentuais quando comparados com os ocidentais. Os consumidores estão lotando, também, as lojas que vendem ventiladores, que utilizam 10 a 20% da energia do ar-condicionado.

O ex-premiê Junichiro Koizumi já tinha introduzido a abolição do paletó e gravata até no seu gabinete, mesmo nas cerimônias oficiais, reduzindo o uso do ar-condicionado, que somente era utilizado para atenuar um pouco a temperatura e a elevada umidade de Tóquio. Era o chamado “Cool Biz” nos Estados Unidos. Agora o jornal Nikkei noticia outras surpreendentes inovações.

Paleto_artigo_nikkeiA cadeia de roupas masculinas Aoki lançou o chamado “the Premium air cool suit”, um terno em torno de 600 dólares norte-americanos, havendo uma versão feminina em torno de 350 dólares. Eles mantêm uma temperatura de 10 graus centígrados mais baixos que os convencionais. Eles desenvolveram um tecido com o departamento de Ciência e Tecnologia Têxtil da Universidade de Shinshu usando um solvente que bloqueia os raios infravermelhos e ultravioletas, não deixando o calor penetrar no tecido.

Além destes produtos, cerca de l,7 milhões de outros produtos estão sendo oferecidos, para atender todas as exigências desta campanha pela generalização do “Cool Biz”.

Informam que o terno como as demais roupas possuem elásticos que dão um grande conforto e mobilidade. Esta empresa prepara-se para lançar camisas que chamam de Deodorant Dry, que são camisetas que combatem os odores do suor.

Como sempre os desafios estão acelerando as inovações tecnológicas que permitem novos produtos, que poderão ser utilizados também nas regiões tropicais.


Avaliação Justa da Importância Industrial do Japão

15 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: a cadeia industrial globalizada, artigo do Wall Street Journal, expansões industriais nos outros países | 2 Comentários »

Um interessante artigo de Chester Dawson do The Wall Street Journal foi publicado no jornal Valor Econômico de ontem, inspirando esta nota, com os dados que foram possíveis de serem coletados nas fontes disponíveis internacionalmente. Ao mesmo tempo em que o artigo informa que o desastre japonês vai acelerar a reforma do seu setor industrial e sua modernização, mostra-se que a redução da importância de sua indústria foi sendo compensada, ao longo das últimas décadas pela sua expansão em outros países. As economias de alto nível de renda per capita foram ampliando o seu setor de serviços ou indústrias sofisticadas tecnologicamente, e as atividades manufatureiras mais simples foram transferidas para países como a China que apresentavam custo mais baixo da mão-de-obra.

O gráfico abaixo mostra a situação em 2008 de algumas economias.

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No caso japonês, no gráfico abaixo, verifica-se que desde 1980 vem ocorrendo uma redução da importância do seu setor industrial no PIB do Japão.

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Mas este outro gráfico abaixo mostra que as empresas japonesas estão realizando crescentemente suas produções no exterior, chegando próximo de 20%.

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Este tipo de dados mostra que, no atual mundo globalizado, não faz muito sentido utilizar somente os dados do PIB para dizer que uma economia está estagnada ou em expansão. Uma parte substancial do crescimento da economia chinesa recebeu a contribuição de investimentos industriais provenientes do exterior, onde a indústria japonesa tem uma participação elevada.

Mas muitas empresas procuraram se aproximar dos mercados consumidores, e os Estados Unidos atraíram muitas japonesas. Agora, a expansão está ocorrendo nas economias chamadas emergentes, e a própria China que já atingiu um estágio razoável no seu setor industrial, passa a fazer investimentos como no Brasil. Não se trata somente de assegurar matérias-primas minerais ou produtos agropecuários, mas utilizar componentes, produtos semielaborados e até alguns de tecnologia avançada para suprir as suas necessidades, que estão se sofisticando também nos consumidores finais.

Tudo isto vem aumentando a interdependência das diversas economias, fazendo com que desastres como os que ocorreram no Japão acabem afetando muitos países no mundo.


Comunicado Conjunto da Reunião dos BRICS

14 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: atuação conjunta nos organismos internacionais, eficiência e representatividade, inclusão da África do Sul, procura da eficácia, reunião de Sanya (China) | 2 Comentários »

Com a reunião dos chefes de Estado e de Governo do Brasil, Rússia, Índia, China e agora também da África do Sul, que passou a se chamar BRICS (ou seja, acrescentando o South Africa), em Sanya, na China, divulgou-se um comunicado conjunto que registra as decisões que foram tomadas. Esta reunião foi precedida por outra de ministros que chegaram ao tema: “Visão Ampla, Prosperidade Compartilhada” para os BRICS, que procurarão pelo fortalecimento da multipolaridade, pela globalização econômica e pela crescente interdependência.

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Presidentes de Índia, Rússia, China, Brasil e África do Sul participam de encontro em Sanya, na China. Foto de How Hwee Young

Eles se manifestaram a favor da reforma do Conselho de Segurança da ONU, bem como do FMI, para que tenham maior eficácia, eficiência e representatividade, aumentando a presença de representantes dos países emergentes.

Repassam as discussões sobre os problemas atuais, como os que afetam os países árabes, manifestaram condolências ao povo japonês e decidiram intensificar a colaboração recíproca para procurar uma regulamentação financeira internacional, preocupados que estão com os fluxos financeiros que podem prejudicar os emergentes. Também estão preocupados com a elevação dos preços das commodities, como energia e alimentos, procurando ampliar a sua oferta.

Mostram-se preocupados com o desenvolvimento sustentado, com o uso de energias renováveis, admitindo que ainda precisem da energia nuclear. Combinaram atuações conjuntas para reduzir as restrições ao comércio internacional, inclusive com o ingresso da Rússia na OMC.

Colaborarão no incremento dos esportes nestes países, bem como na ciência, tecnologia e inovações. Estabeleceram uma agenda das próximas reuniões em diversos níveis, para intensificar a troca de ideias e posições. Estabeleceram que novas cooperações fossem efetuadas na área das cidades irmãs, saúde, pesquisas conjuntas sobre economias, como atualizar a bibliografia dos BRICS.

Como novas propostas, resolveram cooperar na área cultural, esportiva e desenvolvimento verde. Vão promover reuniões de altos funcionários para promover a cooperação científica, tecnológica e de inovações no âmbito dos BRICS.


Mais Explicações Didáticas Sobre a Radiação

14 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: explicações da especialista da USP Emico Okuno, explicações do The Economist, radiações continuam elevadas em Fukushima Daiichi

Como as autoridades japonesas aumentaram o risco das radiações das usinas de Fukushima para o nível 7, equivalente ao desastre ocorrido em Chernobyl, todos se mostram preocupados com o assunto, naturalmente. Muitos veículos de comunicação respeitáveis estão dando elementos para uma avaliação mais clara, inclusive pelos leigos. A revista inglesa The Economist elaborou uma escala dos principais desastres atômicos, informando que esta escala da INES (International Nuclear and Radiological Event Scale) é subjetiva, classificando os incidentes como arte do que como ciência, sendo que a de Fukushima é significantemente menor ao meio ambiente do que a de Chernobyl, ainda que esteja no mesmo nível 7. A lista dos incidentes mais graves é a seguinte:

Nível 7 – 1986 – Chernobyl – houve uma explosão no centro do reator; 2011 – Fukushima – houve um derretimento num depósito de combustível provocando radiações flutuantes nas imediações da usina;

Nível 6: 1957 – Kyshtym – falha no resfriamento provocou uma explosão no tanque de lixo radioativo;

Nível 5: 1957 – Windscale – houve um incêndio no centro do reator, e sua fumaça depositou radioatividade nos arredores; 1979 – Three Mile Island – uma falha numa válvula provocou um derretimento na planta nuclear; 1987 – Goiânia – o roubo de uma cápsula radioativa de césio de um hospital abandonado expôs muitas pessoas à radiação.

O The Economist explica ainda que esta escala seja logarítmica, e em algum sentido, por exemplo, o 6 é dezenas de vezes mais danoso que o 5.

Procurando esclarecer o assunto segue também um vídeo de uma filmagem feita pela IPC TV, repetidora da TV Globo no Japão, com a especialista em radiação dra. Emico Okuno, que procura explicar o assunto de forma didática, esclarecendo que a radiação está presente até nas coisas mais banais, ainda que num nível baixo, que pode ser encontrado no: http://bit.ly/eopff5.


Encontro da Dilma Rousseff com Hu Jintao

12 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: encontro da presidente do Brasil com o presidente da China, principais itens do comunicado conjunto das reuniões de representantes dos dois países | 6 Comentários »

Como esperado, o contato direto entre a presidente Dilma Rousseff com o presidente Hu Jintao consolidou os entendimentos de um intercâmbio de longo prazo entre os dois países emergentes de grande importância no cenário internacional. O comunicado conjunto distribuído pelo Itamaraty confirma que, diplomaticamente, assuntos delicados também foram tratados, como o dos direitos humanos e o reconhecimento da China como economia de mercado, dando sinalizações positivas e relevantes.

O ponto central acertado foi o intercâmbio tecnológico visando o desenvolvimento futuro, mas resultados imediatos também foram alcançados, como as compras de aeronaves da Embraer e a construção na China do modelo Legacy. Na realidade, procurou-se consolidar mecanismos que permitam um intercâmbio mais intenso entre os dois países, evitando-se a propagação de problemas que possam ofuscar esta colaboração, que se dá de igual para igual. Tudo indica que está se realizando um ponto de inflexão, que permitirá acelerar o intercâmbio que já vinha se acelerando.

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Os chineses são hábeis negociantes, inclusive na área diplomática, e a leitura completa do comunicado conjunto dá uma nítida impressão que as demandas dos dois países foram acomodadas adequadamente pelos diplomatas, que se comprometem a estudar assuntos mais sensíveis, prometendo empenho nestes trabalhos. A leitura do texto em português mostra que o comunicado conjunto está redigido de forma clara, mais que os usuais deste tipo de encontro. Espera-se que o mesmo esteja acontecendo no elaborado em chinês, que por utilizar ideogramas possui uma capacidade de traduzir o conteúdo de forma precisa, mais que nos idiomas ocidentais.

Muitos acordos foram estabelecidos e seus conteúdos devem ser examinados com atenção, pois o comunicado conjunto costuma ser somente um resumo dos tópicos principais que foram firmados. Existem mecanismos para acompanhar a sua execução. Há uma grande amplitude nas questões tratadas, abrangendo os principais pontos da agenda entre os dois países, não se referindo diretamente ao problema do câmbio. O que se questiona é o que acabando ficando de fora destes entendimentos.

O comunicado conjunto tem 29 itens, destacando-se os relacionados à política e mecanismos de fomento do intercâmbio, inclusive mundial, cooperação dos bancos centrais, investimentos recíprocos, defesa fomentando o já existente de cooperação espacial, ciência e tecnologia procurando inovações nas tecnologias de informação, recursos hídricos e outros renováveis, inspeção de produtos e quarentena, esportes e eventos mundiais citando a Copa do Mundo e as Olimpíadas, educação e intercâmbio de estudantes, professores e pesquisadores, intercâmbio cultural, fomento do turismo recíproco, agricultura com referência direta à Embrapa, energias em geral e elétrica especificamente, telecomunicações, aeronáutica citando especificamente a Embraer, e outros como os relacionados com as atuações nos organismos internacionais.

Pode-se afirmar, portanto, que as bases para um intenso intercâmbio bilateral foram estabelecidas.


Efeitos de políticas estrangeiras sobre o Brasil

12 de abril de 2011
Por: Samuel Kinoshita | Seção: Economia | Tags: CED, exportação, FED, importação, taxas de juros

Nos últimos dias, diversos representantes do Banco Central americano revelaram-se contrários a uma rodada adicional de compra de títulos. Destarte, o chamado QE2 deve finalizar a alocação programada de 600 bilhões de dólares em junho próximo. Alguns membros do FED vão além e sugerem a necessidade de imediata reversão da política laxista adotada atualmente. Um aperto súbito da política monetária nos países mais importantes representará uma mudança radical de paradigma, com consequências potencialmente graves para o Brasil.

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O presidente do FED, Ben Bernanke

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Continuam as Dificuldades dos Residentes no Japão

12 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: abalos psicológicos, banalização das dificuldades, contínuos terremotos fortes, dificuldades nas usinas de Fukushima Daiichi | 6 Comentários »

Está se noticiando amplamente que as autoridades japonesas elevaram o grau de risco atômico na região das usinas de Fukushima Daiichi, que foram atingidas novamente por fortes terremotos, providenciando a ampliação das zonas de segurança da população, ainda que não se registre agravamento. O grau 7 é equivalente ao que ocorreu na usina de Chernobyl, ainda que a atual radiação em Fukushima seja inferior a dela. Lá ocorreu uma explosão atômica na usina da Ucrânia, diferente da japonesa, onde a explosão foi provocada pelos gases.

Ainda assim, os residentes no Japão, inclusive alguns brasileiros, informam que está ocorrendo uma banalização dos terremotos, e dos seus danos, dada a elevada quantidade dos tremores que estão ocorrendo acima de 6 graus na escala Richter. Mesmo que estes abalos estejam causando estragos materiais nas residências, bem como afetando o estado psicológico dos estrangeiros, não acostumados com o mesmo treinamento e cultura sobre os terremotos como os japoneses. Os indivíduos são desiguais e o medo não pode ser explicado pela lógica.

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Presidente da Tepco Masataka Shimizu. Novos tremores causam danos em residências

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Concerto de Lançamento do SOS Japão na Sala São Paulo

12 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Notícias | Tags: concerto transcorreu normalmente, destaques | 2 Comentários »

O concerto de lançamento do SOS Japão na Sala São Paulo, com a especial participação do Coro da OSESP, regida pela maestrina Naomi Munakata, e da Orquestra de Cordas da mesma orquestra, regida por Wagner Polistchuk, transcorreu conforme o programado pelos seus organizadores. Começou com o triste Réquiem, de Toru Takemitsu, três peças de Heitor Villa-Lobos e uma interessante Suíte Borboleta, de Yoshinao Nakata, que ficou restrita em dois movimentos.

OSESP

A surpresa acabou sendo a fala da Monja Coen, que vai postada a seguir:

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Poema de Monja Coen

11 de abril de 2011
Por: Monja Coen | Seção: Depoimentos | Tags: compreensão, monja Coen, tempo de renovação, ternura | 4 Comentários »

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Desastres Naturais

Violências Humanas

 

O tornado nos Estados Unidos destrói casas assim como tsunami no Japão.

Os suicidas enlouquecidos matam em escolas, mesquitas, shopping centers, igrejas, ruas.

Há desastres naturais: a Terra é um planeta vivo.

Há movimento de ventos, de águas, de terras.

Movimentos internos, sutis, que nos parecem tão fortes e violentos.

Há violências humanas: ódios, traumas, vinganças, poder, descontrole.

Movimentos internos dos ventos nos corpos, nas mentes. Movimento dos líquidos, dos sólidos.

Movimentos grosseiros, fortes, violentos.

Mas há a ternura, há o cuidado, há o sol suave no céu azul e nas plantas verdes brilhantes.

Cada gotícula de orvalho se dissolve. Os pássaros cantam, voando amarelo, azul canário, verde periquito.

Nuvens brancas passageiras se movem e as folhas dos coqueiros, das goiabeiras, mangueiras balançam suavemente.

Há praias mansas, de águas translúcidas.

Há praias bravas de águas revoltas.

Depois do tsunami, o mar do nordeste japonês está calmo. Os escombros amontoados são aos poucos transformados, remexidos, preparados para a renovação.

Depois da violência no Realengo, no Rio, há uma calma tristonha pelos corredores e salas de aulas. Alunos, alunas, professores e professoras precisam continuar seu aprendizado. Há uma reflexão, talvez, sobre acolhida e rejeição.

Os noticiários procuram entender os assassinos.

Pesquisam suas vidas, suas casas, seus textos e interesses.

Queria pesquisar também as vítimas – as meninas que eram lindas e tinham suas vidas, suas casas, seus textos e seus interesses.

Queremos sempre saber as causas para evitar que os acidentes ocorram.

Há sismógrafos, há seguranças, há sistemas de proteção e prevenção. E se tudo falhar, como falhou? A lágrima é de água e sal.

O que fazer do vento a mais de duzentos quilômetros por hora?

O que fazer das águas a mais de oitocentos quilômetros por hora?

O que fazer do descontrole emocional, da loucura a milhares de quilômetros por hora?

Países em lutas internas. Humanos matando humanos. Humanos matando a natureza. A vida destruindo a vida.

Renova ação.

Recupera ação.

Nos sentimos irmanados no sofrimento e na dor.

Assim como no Japão, norte-americanos fazem uma fila e passam sacos de areia tentando minimizar a invasão dos rios nas casas, nas ruas, nas almas dos seres.

Podemos, sim, fazer muitas coisas.

Podemos nos unir e reconstruir casas e cidades.

Podemos nos unir e descobrir como controlar a radioatividade.

Podemos nos unir e descobrir como funciona a mente humana.

Podemos nos unir e cultivar um bem muito maior do que as limitações das religiões mal compreendidas, das filosofias não entendidas, dos propósitos mal acabados, das economias mal articuladas, das ambições desenfreadas.

Um mundo de ternura.

Masaru Enomoto, que fotografou moléculas de água, nos pede a orar pelas águas de Fukushima.

Perdoem-nos águas, pela nossa ignorância e pela poluição radioativa. Nós amamos você, água sagrada que permeia toda a Terra.

Pensamentos de amor, de cuidado, de ternura.

Circulando.

Acreditando.

Chega de violências humanas. Já nos bastam as da grande natureza. Esta sim, não com raiva, não por rancor ou vingança. A Terra se move, o pluriverso está vivo.

Sentimentos humanos precisam ser entendidos, transformados, cultivando o pensamento maior de fazer o bem a todos os seres.

Isso é treinamento, prática incessante.

Nas escolas, nas casas, nas televisões, nas internets. Um processo coletivo, emergencial.

Por que divulgar tanto o mal?

Por que não divulgar o bem?

A alegria do nascimento, a renovação de Kobe, de Hiroshima. As plantas, os pássaros, as crianças correndo livres.

Cabe a nós, a cada um e cada uma de nós, a nos religarmos à beleza da vida.

Cabe a nós, a cada um e a cada uma de nós, a construir uma cultura de paz.

Comecemos com humildade em atitudes simples, como as pessoas do Japão dividindo alimentos, tristezas e esperanças.

Há tanto a ser feito.

Faça o seu melhor em cada momento.

Perceba as emoções prejudiciais – inveja, ciúmes, raiva, rancor.

Despeje sobre elas algumas gramas de amor, compreensão, sabedoria e compaixão.

Seja a transformação que quer no mundo.

Menos armas, menos munição, menos medo, menos reclamação.

Vamos colocar nossa energia de vida em bem da própria vida?

Sorria, o coelhinho está na lua, trabalhando, suando, batendo o motchi (bolinho de arroz especial).

Confie e aprecie a vida.

Mesmo na dor, mesmo na perda, há sempre uma nova partida.

Que os méritos de nossas práticas se estendam a todos os seres e que possamos todos e todas nos tornar o Caminho Iluminado.

Mãos em prece

Monja Coen


Um Brasil Desconhecido Mesmo dos Brasileiros

11 de abril de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais | Tags: abastecedora mundial, agroindústria no Piauí e Maranhão, mudanças nas economias emergentes

Um dos grandes problemas mundiais continua sendo o seu abastecimento com alimentos e o Brasil se mostra como um dos países onde a expansão da produção agroindustrial apresenta as melhores perspectivas. Até o passado recente, o Piauí era considerado o maior exemplo de uma região problemática, com baixo nível de renda. Mesmo os brasileiros que conhecem o meio rural brasileiro se impressionam com a rapidez do seu atual desenvolvimento. O jornal Valor Econômico traz hoje um importante artigo do jornalista Fernando Lopes com o título “Produção de grãos avança nas chapadas do ‘Mapito’” (Maranhão, Piauí e Tocantins), que pode ser acessado pelo: http://www.valoronline.com.br/impresso/agronegocios/105/410921/producao-de-graos-avanca-nas-chapadas-do-mapito

A matéria traz para os incrédulos fotos de uma fazenda de 24.000 hectares de área plantada no Estado do Piauí, bem como os equipamentos que estão sendo utilizados, que pode ser verificado parcialmente no site acima indicado. Em função dos cargos que exerci no governo federal brasileiro, tive a oportunidade de visitar cuidadosamente muitas destas áreas, que apresentavam condições semelhantes aos melhores do sudeste brasileiro, conhecido pelo seu desenvolvimento rural. A fronteira agrícola chegou lá, que apresenta uma topografia conveniente para grandes e racionais explorações rurais, das melhores do país.

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