6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias | Tags: as percepções de certa confusão, evoluções deveriam ser estimulantes, os sentimentos de nostalgias
No mundo no qual vivemos é que fica mais evidente o sentimento filosófico do budismo da transitoriedade e efemeridade de nossas vidas. Estas mudanças que deveriam gerar ambientes estimulantes com as coisas novas que estamos descobrindo e experimentando estão sendo superadas, lamentavelmente, por uma mídia mundial presa aos sentimentos saudosistas dos privilégios que estão sendo derrubados. Angelo Ishii, no seu artigo mensal do Diário de Tóquio, publicado na Folha de S.Paulo, reflete parte deste drama, mostrando a discussão da disparidade social que se acentua na atual literatura japonesa, referindo-se ao que se processa na morna classe média nipônica, que deixa de lado os recordes mundiais de investimentos em pesquisa e desenvolvimento do Japão, que devem superar parte das dificuldades por que passam.
Os problemas enfrentados pelos Estados Unidos, de um governo e economia enfraquecidos, atingidos visceralmente pelas revelações do WikiLeaks, deixam a nação líder mundial nua. Os mais experientes sabem que todos os detalhes divulgados não podem culpar o site, e são usuais nas comunicações diplomáticas, mas quando ficam publicamente expostas criam constrangimentos, obrigando os norte-americanos a se humilharem nas suas solicitações de desculpas no exterior. O grave parece a fragilidade do sistema de sigilo, com vazamentos maciços, que continuarão sendo veiculados pela mídia ávida de escândalos que aumentam as suas audiências.
Angelo Ishii e Julian Assange, criador do WikiLeaks
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6 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: exposição dos seus trabalhos recentes, first lady das artes plásticas do Brasil
Muito se escreveu sobre esta excepcional personalidade que é Tomie Ohtake e sua obra nestas últimas semanas em todos os jornais importantes. Deixei de registrar imediatamente este extraordinário evento, os 10 anos do Instituto que leva o seu nome e a apresentação dos seus últimos trabalhos, até porque não tenho talento suficiente para me igualar aos demais. Críticos dos mais prestigiados foram unânimes no destaque de sua reconhecida contribuição para as artes plásticas no Brasil, lembrando sua bagagem cultural trazida do Japão e que ela enriqueceu nesta terra maravilho, elevando a qualidade dos seus trabalhos.
Tomie Ohtake e algumas de suas obras
Desejo registrar aspectos da nossa amizade pessoal que não são de conhecimento público. Que ela é uma simpatia, e apesar de sua grande presença, com toda a humildade e recato de uma japonesa de nascimento criado no fino ambiente de Quioto, continua dando a todos os seus amigos a atenção diferenciada que a caracteriza, mostrando que mais que uma artista ela é uma pessoa humana que enriquece todos que têm o privilégio de conviver com esta gigante de sabedoria e sensibilidade.
Permita-me a liberdade de contar alguns poucos contatos pessoais com ela, desde quando a conheci e ainda não era famosa. Da época em que participava ainda timidamente dos eventos do grupo Seibi. Na companhia de outros artistas como Manabu Mabe, Yoshiya Takaoka, Flávio Shiró, Tikashi Fukushima, Tomoo Handa, entre os que ficaram mais conhecidos, todos humildes, sem a vaidade que é freqüente nos meios artísticos. Ou outros que eram mais amigos do meu pai, igualmente importantes como Shigeto Tanaka e Yuji Tamaki. Como muitos artistas, ela era de falar pouco, em português ou japonês, mas precisa nas suas intervenções, como seus traços artísticos.
Antes dela, que era a única mulher que participava mais ativamente do grupo e surgiu tardiamente neste cenário, o grupo Seibi teve um intercâmbio ativo com o grupo Santa Helena, de pintores como Rebolo, Volpi, Penacchio, cujos ateliês, modestas salas desarrumadas, tive o privilégio de conhecer nos escuros corredores do Palacete do mesmo nome. Época em Tanaka e Mabe pintavam gravatas de seda vendidas na alfaiataria do meu pai para sobreviverem, e estes pintores deixavam suas obras como pagamentos nos restaurantes da região do bairro da Liberdade.
Uma lembrança inesquecível com Tomie Ohtake foi um jantar que tivemos em Tóquio, quando ela apresentou uma exposição no Japão. Num restaurante que ficava num edifício em frente ao parque Hibiya, na companhia de Ruy e Ricardo. Eu, que frequentava mais aquela Capital que ela, encomendei um jantar em que o tempurá vinha apresentado como uma escultura, ao lado de outra em gelo. A alegria quase infantil dela sensibilizou-me, e continua sendo objeto de nossas boas lembranças.
Ou quando íamos a uma exposição juntos e na tentativa de não cansá-la nos retraíamos, e ela perguntava até nas horas avançadas, “onde vamos agora”? Ou quando ela se encantava com um simples presente de um missô artesanal, pois ela sempre apreciou um bom missoshiru.
Ruy e Ricardo me honraram com uma consulta num almoço de como viabilizar um Instituto e eu tive a sorte de sugerir que ficassem associados a um patrocinador, verdadeiro parceiro, pois não era fácil sustentar uma instituição cultural. Já se vão mais de 10 anos, e eles, junto com Tomie Ohtake, conseguem manter esta obra com um excepcional trabalho e muito talento, que orgulha São Paulo, o Brasil e porque não dizer, também o Japão. Com a ajuda de dedicados admiradores, que viraram patrocinadores habituais.
Sou testemunha que ela trabalhou duro no centenário da imigração japonesa, mostrando os esboços e maquetes. Obras monumentais e permanentes foram deixadas pela sua dedicação ao trabalho de criação, mesmo com suas limitações físicas. Ela me autorizou o uso de uma foto delas na capa de um livro de minha modesta autoria, como símbolo do intercâmbio nipo-brasileiro, resgistrada por Ricardo.
Só resta dizer, parabéns a todos, pois ela é o cérebro de tudo isto que está aí. E recomendar aos que ainda não visitaram a sua exposição que o façam até o próximo mês de fevereiro.
3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Tecnologia | Tags: anúncio do Nikkei, início dos estudos modestos, participação da VBC, produção de semicondutores no Brasil
De forma muito cautelosa, quase arrastada pelas pressões, finalmente a Toshiba anunciou a assinatura de um memorando de entendimento para início dos estudos para a modesta produção de semicondutores no Brasil, que foi anunciado pelo jornal japonês Nikkei. Quando o governo brasileiro optou pelo uso da tecnologia digital de alta definição dos japoneses na televisão brasileira, o ministro de Comunicações local pressionou no sentido da instalação de uma fábrica de semicondutores dos japoneses no Brasil, uma velha aspiração. No entanto, as empresas japonesas sempre resistiram às estas pressões, alegando que o mercado internacional está com capacidade ociosa. No máximo, se comprometiam a estudar o assunto, o que vem sendo arrastado por um longo período.
Isto revela uma incapacidade japonesa de aproveitar as oportunidades políticas que lhes são oferecidas, prendendo-se somente aos aspectos da viabilidade econômica com estudos técnicos de escalões modestos. É mais que evidente que esta tecnologia já adotada em alguns países sul-americanos pela ação diplomática brasileira, e é uma questão de prestígio, pois venceu as pretensões norte-americanas e europeias. O fato concreto é que isto não parece se transformar em vantagens para os produtores japoneses, que não estão sendo capazes de oferecer equipamentos em condições competitivas, sendo superados por outros produtores asiáticos.
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3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Tecnologia | Tags: decisões chinesas, o que se cogita no Brasil, opções indianas, perspectivas de longo prazo
Este site vem insistindo que o futuro dos países emergentes depende da sua disposição em investir em tecnologias de ponta. Consultando os artigos de órgãos de comunicação social relevantes no mundo, nota-se que a China e a Índia tomam posições decididas, como noticia hoje o jornal Valor Econômico. Este utiliza nestas matérias informações provenientes de agências como a Reuters e Bloomberg, mas também revistas importantes como The Economist e jornais internacionais como a Financial Times, Wall Street Journal ou Nikkei contam com inúmeros artigos dando conta dos investimentos feitos em tecnologia pelos dois países, acompanhados por outros menores como a Coreia.
O que se sente é que no Brasil e na América do Sul também se fazem esforços, mas numa escala sensivelmente inferior, sem que haja um plano estratégico para tanto. É claro que os países desenvolvidos, como o Japão, os Estados Unidos e os da Europa, continuam mantendo expressivos investimentos, mas os volumes do que vêm sendo feito pelos países emergentes demonstram suas intenções de conquistar posições de destaque, até de liderança.
Trem rápido chinês e planta de complexo siderúrgico da Mittal na Índia
Esta parece uma corrida em que os que estão correndo serão atropelados pelos mais velozes que estão embalados por maciços investimentos de centenas de bilhões de dólares, contando já com muitos recursos humanos e centros de pesquisas ligadas às instituições como universidades, tanto públicas como privadas. Aproveitam o que já se desenvolveu no exterior e possuem horizontes de prazos longos, com suas milenares histórias.
Informa-se que a Índia vai consolidar “zonas econômicas especiais” que ajudaram a acelerar os recentes desenvolvimentos chineses. O Brasil, apesar de contar com alguns projetos desta natureza, eles foram bloqueados por restrições de grupos que não conseguiram ver num horizonte mais longo. Enquanto o setor financeiro comandar o processo, inclusive de formação da opinião pública, eles que atuam on time, visando resultados de curto prazo, não há como estabelecer um programa sério, elevando o nível de investimento em pesquisas e desenvolvimento, dominando setores pesados da economia, que determinam as perspectivas de prazo mais longo de um país.
O Brasil detém uma quantidade enorme de recursos naturais, uma biodiversidade ímpar no mundo, com limitado número de pesquisados de nível internacional, mas uma capacidade criativa invejável. Ou geramos condições para que eles permaneçam no Brasil efetuando os seus trabalhos, ou eles cuidarão de temas de outros interesses em países que os remuneram adequadamente, mas que pouco se relacionam com as problemáticas brasileiras.
O período de mudança de governo, com a elaboração de novos planos é oportuno para alterações de monta, que marquem as características da nova administração. Precisamos superar as picuinhas relacionadas às vantagens almejadas pelos partidos políticos, e escolher onde serão os setores aonde vamos priorizar os investimentos em pesquisas.
Já estamos avançando nas áreas agropecuárias, nas técnicas de preservação da vida e estamos pesquisando mais no crescimento sustentável, com o aumento de “papers” de nossos pesquisadores em credenciadas revistas internacionais. Mas precisamos fazer muito mais, criando muitos centros de excelência nas novas atividades como produção de equipamentos para a exploração do petróleo em grandes profundidades, aproveitamento da rica biodiversidade nacional, produção de ligas especiais com uso das terras raras e outros minérios, equipamentos pesados para a agroquímica, sensíveis melhorias nas comunicações, logística de um país com grandes extensões e bons portos, uso intensivo dos fatores de produção mais abundantes, economia dos fatores escassos e muitos outros setores estratégicos.
Já provamos que somos capazes, como nos trabalhos da Embrapa, da Embraer, com todas as limitações que são naturais em países emergentes. Já estivemos na ponta da tecnologia em obras de grandes estruturas como em Itaipu. Fomos capazes de implantar um complexo como Carajás. Ocupamos amplas terras aproveitadas extensivamente, e hoje temos uma agricultura competitiva. Mas hoje estamos com a infraestrutura sucateada, tendo que importar tecnologias até na construção civil.
O que estamos fazendo é vergonhosamente pouco diante do que fazem os outros BRICs, nem temos planos sustentáveis de prazo mais longo. Estamos comprometendo os nossos recursos humanos bem como o futuro deste país. Precisamos encarar os nossos desafios, aproveitando as melhores inteligências que dispomos, traçando um programa sério, ou continuaremos sendo produtores e exportadores de produtos de pouco valor agregado. Nossos concorrentes estão ativos, e a distância deles com relação ao Brasil está aumentando, tanto em ritmo de crescimento como na geração de novas tecnologias.
3 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: Complexo do Alemão, falta de confiança, os Estados Unidos, os problemas mundiais, outros casos, perspectivas da inflação
Os economistas tendem a achar que os agentes econômicos atuam numa sociedade com racionalidade, ou seja, tentam maximizar suas vantagens com o uso dos mecanismos de mercado. As suas teorias estão se tornando muito sofisticadas com modelos de todos os tipos, incluindo previsões de riscos e de expectativas com relação ao futuro, que entendem estar precificadas e antecipadas pelo mercado. Diante da realidade mais complexa, que vai além das hipóteses utilizadas, acabam constatando que existem fatores psicológicos, ideológicos, culturais e outros que acabam sendo mais fortes que os interesses econômicos, complicando as questões econômicas, que deixam de ser tratadas por uma ciência e acabam caindo no campo da arte política.
Os Estados Unidos passam por uma fase difícil, pois, apesar do aumento da sua liquidez, tanto os bancos como as empresas temem efetuar investimentos, ampliando sua capacidade produtiva que poderia ativar sua economia, criando empregos. A fragilidade política do atual governo, adicionando-se as incertezas relacionadas com o futuro, inibe as ampliações do emprego e da renda dos seus recursos humanos. Existem, infelizmente, problemas ideológicos, bem como prazo para a maturação dos investimentos, e eles não se sentem seguros sobre as perspectivas futuras.
As mudanças demográficas que ocorrem em todo o mundo aumentam, relativamente, as populações mais idosas e diminuem os jovens, sobrecarregando os que estão ativos. Os encargos previdenciários e de saúde aumentam a dívida pública, com riscos para a democracia social que procuravam, como na Europa.
Não havendo uma confiança adequada entre os parceiros de um projeto, sempre haverá necessidade de garantias adicionais como forma de reduzir os riscos assumidos. Ainda que o mundo entenda que a expansão está ocorrendo atualmente nos chamados países emergentes, como a China, a Índia, o Brasil e a Rússia, de grandes extensões geográficas e populações expressivas, teme-se sobre a continuidade dos resultados recentemente obtidos. Não adianta bradar que eles estão errados nos seus temores, mas oferecer as informações que os convençam, ainda que isto implique num trabalho cansativo.
A recente crise que começou no sistema habitacional dos Estados Unidos transformou-se em mundial, diante da perda de confiança nas instituições financeiras que paralisaram seus empréstimos para as outras, nas operações internacionais. Ficou evidente que os exageros do sistema financeiro na economia mundial precisam ser controlados, no que eles resistem, procurando disseminar agora o medo sobre a retomada da inflação, que seria combatido com juros mais elevados, ainda que exista deflação em alguns países. Parece ser mais uma questão a ser resolvida com o aumento da produção.
Um exemplo da frágil confiança de natureza diferente ocorreu no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Quando a população carioca sentiu que a ação coordenada das autoridades locais com o suporte das Forças Armadas era para valer, apoiaram maciçamente esta operação oferecendo com as denúncias muitos endereços onde atuavam os traficantes criminosos. Estabeleceu-se um importante elo de confiança que exige um longo trabalho detalhado e aperfeiçoado para ser consolidado. Mesmo dentro de pequenas organizações como um hospital, na medida em que não exista um mecanismo adequado para a convivência de grupos que pensam de formas diferentes, os projetos futuros ficam mais difíceis.
Parece que estes aspectos psicológicos coletivos são importantes de serem entendidos, onde a capacidade de comunicação social adequada torna-se importante. A hipótese de comportamento hedonístico dos seres humanos, na qual se baseia os economistas, pode ser questionada, no mínimo. No Brasil, internamente parece que se conseguiu estabelecer uma confiança razoável, apesar de aspectos que ainda podem ser corrigidos, mas parece que há necessidade de um intenso trabalho de convencimento de alguns grupos estrangeiros que podem ajudar em alguns projetos nacionais.
2 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: dentro da própria cidade de Tóquio, indicações interessantes, locais de visita no outono
Nos países de clima temperado, o outono costuma ser aproveitado para muitas e ricas atividades culturais, e Kit Nagamura escreve no The Japan Times algumas dicas fáceis de serem aproveitadas, nos chamados backstreets, ou seja, lugares menos conhecidos. Ela descreve Hakusan, servido pela estação de metropolitano do mesmo nome, região do parque botânico de Koishikawa, ou Koishikawa Shokubutsuen, que fica extremamente atrativo nesta época do ano, com seus coloridos outonais. Muitos preferem o outono à primavera, por expressar mais a alma japonesa.
Jardim Botânico de Koishikawa, com sua várias matizes outonais
A primeira dica dela é um Origami House, onde obras-primas de dobradura de papel de todo o mundo, junto com livros e tudo que ser refere a esta arte, são apresentadas ao público há mais de 21 anos. Tudo é cuidado por Makoto Yamaguchi, autor de muitos livros sobre o assunto e editor chefe de uma revista especializada.
Arcanjo Gabriel em origami
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2 de dezembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: Honda, Mazda no México, NHK-News, Nippon Steel, Nissan e Toyota na Índia | 4 Comentários »
Mazda investe maciçamente no México: A fim de impulsionar vendas no florescente mercado latino americano, a Mazda Motor (pronuncia-se Mátsudá) vai instalar fábrica no México. A empresa vai atuar com a Sumitomo Corporation e iniciar a produção dentro de três anos. Pretende montar 100.000 carros pequenos por ano, visando o mercado de países das Américas Central e Sul, incluindo México e Brasil. A Mazda escolheu o México aproveitando os recentes acordos comerciais concretizados pelo país com o Japão. Sem dúvida, trata-se de nova e audaciosa estratégia global da Mazda, depois que sua maior acionista, a Ford Motor, reduziu drasticamente sua parte.
Japoneses aprofundam laços com a Índia: O Japão aumenta investimentos na crescente economia indiana. Acordos comerciais bilaterais totalizaram, nestes últimos 12 meses, 11 bilhões de dólares, quase o dobro de sete anos atrás. O número de companhias japonesas atuando na Índia já passou de 700, o triplo de três anos atrás.
Entre as empresas de peso, a Nissan Motor começou sua produção na Índia em maio passado. A Nippon Steel, maior produtora de aço do Japão, planeja começar a produção de chapas de aço para veículos em 2012, através de uma “joint venture” com uma empresa local. Em Bangalore, sul da Índia, a Toyota Motor anunciou que a empresa lançou carros compactos no próspero mercado indiano. O Etios, com capacidade de 1.200 e 1.500cc bateu o mercado de carros na semana passada. A competição promete com os compactos da Nissan, enquanto a Honda anuncia que venderá compactos a partir do próximo ano, a preço aproximado de US$ 10.000. Prevê-se que este ano a venda de carros na Índia ultrapasse, pela primeira vez, dois milhões de unidades. Carros pequenos de até US$ 12.000 respondem por quase 70% do mercado.
Porém, não só companhias japonesas estão de olho no mercado indiano. Segundo a NHK-TV, a Coreia do Sul assinou um amplo acordo de parceria econômica com a Índia, para fomentar o livre comércio e investimentos. O acordo começou a prevalecer com força total no começo deste ano. Pressionado pelo empresariado, o governo japonês prepara-se para concluir efetivamente o acordo mais abrangente de parceria econômica bilateral com a Índia, que vem sendo negociado carinhosamente desde setembro deste ano.
1 de dezembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias, Tecnologia | Tags: automóveis elétricos, inovações
Carlos Ghosn, presidente da Renault/Nissan, nascido em Rondônia, no Brasil, e também treinado na Europa, publica uma inédita série de cinco artigos no principal jornal japonês Nikkei. O respeitável empresário que ganhou grande prestígio no Japão ao aceitar, como um estrangeiro, a missão de recuperar a Nissan, que todos achavam ser missão difícil dada às diferenças culturais e empresariais da grande empresa japonesa, com arraigada tradição. Ele tanto obteve sucesso que se tornou uma espécie de guru dos japoneses, conquistando a presidência da Renault, que atua em todo o mundo.
Ele tem autoridade no que fala a respeito das tendências futuras da indústria automobilística, e no primeiro artigo publicado destaca que a necessidade é a mãe da inovação, e o ceticismo, o pai, e de ambos derivam soluções para a vida. As indústrias automobilísticas produzem veículos que permitem aos seres humanos superarem distâncias, desafiando os terrenos. Mas eles estão numa fase de transição, pois utilizaram por 100 anos veículos movidos por motores basicamente de gasolina, apesar dos seus aperfeiçoamentos.
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30 de novembro de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Notícias | Tags: continuam superiores às brasileiras, informações do Financial Times, o impressionante crescimento da economia indiana | 2 Comentários »
Os ingleses são tradicionalmente relacionados com a Índia e acompanham aquele país que pertenceram ao seu domínio por um longo período. Uma relação como Portugal teve com o Brasil, até as independências destes países. Mas, mesmo depois de uma independência conquistada com imensas e pacientes campanhas como a de Mahatma Gandhi, os ingleses acreditam que deixaram as bases de uma democracia respeitável na Índia, e torcem para que ela ultrapasse a chinesa e mesmo a norte-americana.
O Financial Times, um dos mais respeitáveis jornais econômicos do mundo, acompanha o que acontece naquela economia, como o artigo publicado hoje informando que ela cresceu 8,9% no segundo quadrimestre, acima do anterior. A estimativa de Manmohan Singh, o competente primeio-ministro daquele país é que em 2010 cresçam 8,5%, quando no ano passado cresceram 7,4%. Como já informamos neste site, os indianos continuam obtendo estavelmente um crescimento superior a 6% ao ano nos últimos 30 anos, bem superior ao brasileiro.
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30 de novembro de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: capivaras em piscina aquecida, crianças em piscina de folhas, Lotte Marines em banho de papel picado, NHK-News
Capivaras ganham piscina a 40º: Roedores gigantes, quatro capivaras se tornaram atração no parque temático Izu Shaboten (parque de cactos), da cidade de Ito, sudoeste de Tóquio. Animais tropicais nativos da América do Sul, eles se ressentem do frio japonês. Nesta época, o parque providencia uma piscina aquecida a 40º. Ótimos nadadores, eles possuem membrana natatória entre os dedos das patas, e mergulham e nadam graciosamente ao redor da piscina. O banho quente deles poderá ser visto até março próximo, quando a primavera chegar.
“São tão lindos e fofos”, “Que simpáticos nadadores”, as crianças são as mais entusiasmadas. Não se divulgou como as quatro capivaras foram parar nesse parque. Tampouco sabemos como capivaras vieram parar nas margens dos poluídos rios Tietê e Pinheiros na cidade de São Paulo. Tornam-se notícia quando algum deles é atropelado nas avenidas marginais, mas aparentam estar felizes e de bem com a vida. Piscinas aquecidas no inverno? Nossas capivaras talvez se contentassem com muito menos.
Crianças ganham piscinas de folhas tingidas: O que fazer com as montanhas de folhas que caem nessa época, após o koyo? O aquário Aquamarine Fukushima, da cidade de Iwaki, Província de Fukushima, aproveitou e encheu uma piscina octogonal de 16 metros quadrados com folhas avermelhadas de bordos e carvalhos. Após visita ao aquário, crianças pulam ou são jogadas na piscina. Mergulham no meio das folhas, e atiram folhas umas nas outras.
“É macio como um sofá”, “Gostoso e quente”, comemoram. Um ou outro pai mais afoito se atira no ofuro de koyo, impregnado do cheiro de outono, pelo prazer de voltar à infância.
Chiba Lotte Marines ganha recepção de chuva de papel picado: O time de baseball da cidade de Chiba vizinha a Tóquio, sagrou-se campeão da “Japan Series”, equivalente ao Brasileirão de futebol no Brasil. Após sofrida campanha, o feito foi considerado heroico. O governador da Província de Chiba cortou a fita para abrir a parada festiva de homenagem ao time, que percorreu 1,6 quilômetros ao longo das principais ruas, em carros abertos e ônibus. Chuvas de papel de jornal picado foram jogadas de prédios e calçadas pela torcida enlouquecida, de quase 200.000 pessoas. E já recebiam críticas pela sujeira que provocavam. Assim que o cortejo passou, porém, dezenas de jovens, crianças e adultos apareceram com enormes sacos de lixo. Correndo em grupos, os fãs do Lotte cataram os papéis, picados em tamanhos não muito pequenos para facilitar a “colheita”. Em questão de minutos, as ruas estavam imaculadas, sem um único pedaço de papel no chão ou nos galhos das árvores.
Se o gesto obteve aprovação admirada dos que assistiam à transmissão da NHK pelo país, fãs de times rivais desdenharam o patético fanatismo da torcida do Lotte. Bem, se todo e qualquer fanatismo radical – ideológico, religioso, político, esportivo – terminasse em gestos similares, quiçá o Planeta seria um lugar um pouquinho melhor para se vegetar. E se começássemos pela Avenida Paulista?