12 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: corrupção de políticos, particulares e partidários, punições
Lamentavelmente, enquanto os seres humanos existirem parece que as atividades políticas acabam se associando com as ilícitas em qualquer parte do mundo. Distinguem-se os que só se ligam com os que utilizam o poder para enriquecer, com os custeios das atividades eleitorais, sendo que mesmo nas democracias costumam ser caras, em qualquer país. Em muitos casos, as duas atividades se confundem.
Em alguns países, mesmo os mandatários máximos acabam sendo atingidos pelas punições. Noticia-se que a Alta Corte de Taiwan condenou o ex-presidente Chen Shui-bian e sua esposa a 20 anos de prisão, como Alberto Fujimori do Peru continua preso.
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12 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: criatividade para superar dificuldades, Nippon Steel, Oji Paper, produção de etanol
Quem não tem cão caça com gato. Duas grandes e tradicionais empresas, como a Nippon Steel, pela sua subsidiária de engenharia, estabeleceram com a Oji Paper, uma gigante do setor de papel, um projeto conjunto para aproveitar resíduos de papel e de celulose para produzir etanol. Estas empresas já operam no Brasil. Normalmente, o etanol vem sendo produzido da cana ou de cereais como o milho, produtos escassos no Japão, com maior eficiência.
As dificuldades estão forçando as empresas a usar de todos os seus conhecimentos para aproveitar tudo o que é possível, utilizando os conhecimentos e as matérias-primas que dispõem, para produzirem energias limpas.
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11 de junho de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: ceviche, coentro, nattoh, queijos da Normandia, tofu fedorento frito | 2 Comentários »
“Por que tem gente que odeia tanto o coentro?” pergunta Harold McGee, do New York Times, suplemento da Folha de S.Paulo, 17/05/2010. “Por que tanta gente ama o coentro?” replicaríamos nós.
Hoje em dia, o coentro é erva fina da culinária do Nordeste brasileiro, da Ásia, de Portugal, da Espanha, do Peru e alhures. Estudos indicam que predisposição genética pode explicar a rejeição. Ou, simplesmente, talvez seja falta de aventura e boa vontade que nos faz rejeitar de cara certos sabores e odores de comidas que não nos são familiares.
Na verdade, diz-se que o coentro lembra o sabor de sabão para algumas pessoas (que já lamberam sabão?). Para outras, suscita o aroma de roupa de cama infestada de… percevejos. Não sem razão. Segundo Harold McGee, quimicamente, o coentro é composto de fragmentos de moléculas chamados aldeídos, do mesmo tipo dos encontrados em sabões e loções, e em insetos da família de percevejos. Argh!!
Ceviche de corvina e coentro in natura
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11 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: construções, diferenças na história, tráfego, turistas estrangeiros
Sempre existe a pretensão de considerar a cidade em que algum comentarista mora como umas das melhores do mundo, e os paulistanos exageram na regra. Acham que a nossa cidade é capital mundial da gastronomia, uma das maiores miscigenações étnicas e culturais conhecidas etc. São Paulo tem suas qualidades, mas também muitos defeitos que precisam ser reconhecidos.
Comparando com Istambul, ela possui oito mil anos de história, enquanto São Paulo tem pouco menos de 500 anos. O tamanho de ambas as metrópoles pouco difere quando considerados os seus arredores. O que parece comum é o tráfego terrível, com motoristas pensando que são pilotos de Fórmula 1. Em pontos turísticos e número de visitantes estrangeiros, Istambul supera em muito. Variedade de restaurantes, São Paulo ganha, mas em qualidade tanto de hotelaria quanto de instalações ela perde.
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10 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Gastronomia | Tags: ampla disponibilidade, castanhas, frutas, saladas, vegetais | 2 Comentários »
Certamente, a gastronomia popular em Istambul, que é boa, vem sofrendo naturais mudanças com as influências que recebe de todo o mundo, ajustada à ampla disponibilidade local de matérias-primas e as culturas locais. Como em muitas outras grandes metrópoles do mundo, notadamente no Mediterrâneo, percebe-se a sua evolução, mas continuam sendo os “kebabs”, os assados, os que estão mais à disposição da clientela popular. Não só dos locais, como da multidão de turistas vindos de todo o mundo, com ênfase nos que possuem tradições árabes e muçulmanas de todas as matizes. Malaios, indonésios, iranianos, da Ásia, do Sudeste Asiático com as mulheres vestidas de formas mais variadas, desde toda coberta de preto, cabeças e rostos protegidos como até as mais modernas com vestimentas ousadas.
Verifica-se a ampla disponibilidade de saladas, com vegetais e legumes frescos de boa qualidade, intensamente produzidos no país. O “messe”, um conjunto de entradas, oferece uma ampla variedade de pratos frios e quentes, a que se seguem assados com amplas opções, desde carnes dos mais variados tipos e frutos do mar, tudo consumido com muito vagar, e conversas animadas. O que atrai muitos turistas é a produção do pão árabe, preparado na hora por senhoras, que já sofre influências como dos “crepes” franceses, e já vem com variados ingredientes. Uma evolução clara é o menor uso do sal no preparo, que fica disponível na mesa para os clientes, junto com o óleo de oliva, mais usado no preparo. Nesta época, início do verão, impressiona a oferta de frutas e castanhas na rua.
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9 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: alguns casos de lutas, marginalizados que receberam Prêmio Nobel, o delicado problema das nacionalidades
Uma das questões da Humanidade que mais incomoda a muitos é o da nacionalidade. Quando jovem, tive a oportunidade de contribuir com trabalho voluntário no chamado Advisory Committee on Technical Services, do World Churches Council, com sede em Genebra, na Suíça. Muitos trabalhos eram efetuados em conjunto com o Comitê de Refugiados da ONU, que procura atender os muitos que ficam sem pátria pós qualquer guerra. São os chamados apátridas, cujos países desapareceram, e só possuem documentos precários da ONU, sem terem um país ou passaportes. É muito triste a situação de um ser humano que não pode fixar as suas raízes em algum lugar.
Orham Pamuk, Prêmio Nobel da Turquia, foi exilado deste país por defender os curdos e os armênios que passam por esta situação. Aung San Suu Kyi, Prêmio Nobel de Myanmar (antiga Burma), está presa na sua residência por mais de uma década, por suas convicções políticas e democráticas, num país controlado por militares obtusos.
Vista noturna do atual Museu de Ayasofya, em Istambul
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8 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Depoimentos | Tags: do neolítico até hoje, exposição de peso, obras de 59 museus
Uma exposição imperdível acontece em Istambul, no Museu Sakip Sabanci da Universidade de mesmo nome desta família. Ela conta com mais de 500 obras excepcionais reunidas em todo o mundo, de 59 museus de 17 países, sendo 19 instituições da Turquia. Faz parte do chamado “Istambul 2010 – Capital Europeia da Cultura”. Inclui desde os que foram descobertos pelos arqueólogos, do período neolítico até hoje, que se encontram em Portugal até a Rússia, da Irlanda até o Catar. Já vi muita coisa boa mundo afora, mas com esta o meu queixo continua caído.
A cidade de Bizâncio, que passou por ocupações dos persas, dos gregos e troianos, transformou-se na capital do Império Bizantino, chamando-se Constantinopla, capital de Roma do Oriente, quando os romanos foram divididos em duas metades. Os bizantinos e romanos deixaram importantes marcas que ainda existem. Com a queda dos romanos, o Império Otomano durou sete séculos. Seu território expandiu-se e contraiu-se ao longo do tempo. Incluiu a Síria e o Líbano. Outras importantes etnias da região perderam seus países, como os armênios e os curdos. Ainda vamos postar mais coisas sobre esta exposição.
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8 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: atividades culturais, design, mangá, serviços
O governo japonês, por intermédio do seu Ministério de Economia, Indústria e Comércio Exterior, anuncia que vai dar suporte para atividades culturais no exterior. Envolveria “design”, “fashion” de toda natureza como serviços, o que pode parecer estranho, pois melhoraria a compreensão da cultura daquele país, mas teria um impacto baixo na promoção de sua economia interna.
É evidente que para os envolvidos em atividades culturais é uma boa notícia, e ainda que possa promover o intercâmbio comercial, seu poder multiplicador aparenta ser baixo. Pode estar envolvendo a prestação de serviços como já vem sendo efetuado no Brasil, na área do saneamento. Ou mais recentemente na Índia, onde está se propondo cooperar nos estudos de projetos de infraestrutura e suas avaliações, como foi feito no passado.
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7 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: importância dos salários, primeiros sinais de melhoria | 2 Comentários »
O que costuma ser de difícil compreensão até para os economistas é a importância dos salários reais, comparativamente aos de seus parceiros comerciais, para determinar o que está acontecendo de relevante num país específico. Se algumas empresas estrangeiras sentem as primeiras greves na China, fazendo com que os salários dos seus operários se elevem, como na indústria automobilística, algo de muito importante está acontecendo. Deve reduzir a sua capacidade de exportação, como se o seu câmbio tenha se valorizado.
O câmbio, por incrível que pareça, quando desvalorizado, provoca redução nos salários reais, aumentando a capacidade de aumento das exportações e redução das importações, vis a vis seus parceiros comerciais. O inverso também é verdadeiro. O Japão, ainda a segunda economia do mundo, segundo os japoneses, vem registrando aumentos dos seus superávits comerciais, como noticiado no seu jornal econômico Nikkei. Isto significa que, depois de muita insistência, sua economia começa a dar sinais de recuperação, ainda que de forma incipiente.
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7 de junho de 2010
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos | Tags: carisma de Xangai, conflitos de gerações, mudança de valores, Shanghai Dreams, Wang Xiaoshuai
Anos 1960-1976: sob a doutrina do Pensamento de Mao, Xangai, como outras metrópoles chinesas, teve grande parte da sua população desalojada e enviada para zonas rurais do vasto interior chinês, para aprender com os camponeses. Famílias estabelecidas tiveram suas propriedades confiscadas nas cidades, como relatam as escritoras Xinran e Jung Chang. Outras foram para os campos por livre e espontânea vontade. Perseguindo o ideal marxista/maoísta, os chineses abraçaram a causa comunista experimentado os valores da vida comunitária rural, de igualdade e justiça social. Jovens mães deixaram filhos aos cuidados do Estado ou dos avós. Como no caso das mães das duas escritoras.
O rápido desenvolvimento industrial e a ascensão econômica global da China a partir de 1980 trariam de volta o êxodo dos campos para as cidades. Xangai, então hub da região que mais crescia, no delta do poderoso Yangtsé, era a que mais seduzia jovens em busca de oportunidades.
Vista parcial de Xangai à noite e cartaz de divulgação do filme Shanghai Dreams
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