7 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura | Tags: aprendendo no Oriente, habilidades comerciais, inocentes e jovens americanos
Quando se observa os comerciantes como do Grand Bazaar, de Istambul, imagina-se que muitos comerciantes sul-americanos, notadamente brasileiros, absorveram parte da cultura comercial destes povos milenares, como os turcos. Como os mascates que levaram seus produtos por todo o interior da América do Sul, e hoje ocupam as principais regiões comerciais das grandes metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro. Na realidade, o Oriente Médio veio negociando com os asiáticos, especialmente com os chineses, utilizando a histórica e milenar Rota da Seda, desde a época dos fenícios.
Istambul foi sempre disputada desde a época Bizantina, quando se tornou capital da Roma Oriental, pois era um ponto estratégico para o comércio, não só com o Mar Negro, Mediterrâneo como com o Egito. E daí para toda a Ásia. Acabou prevalecendo a sua cultura otomana, fortemente reafirmada no seu atual nacionalismo. Não só a cidade do ponto de vista urbano e de seus monumentos, como existe uma refinada cultura comercial que se expressa na habilidade no trato dos clientes. Ainda que tenham feito um péssimo negócio, os clientes saem como tendo obtido ganhos e satisfeitos.
Ayasofya, igreja transformada em um majestoso museu em Istambul
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7 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: APEC, Doha, esforços, limitações | 2 Comentários »
As declarações dos ministros de diversos países agregados na APEC – Associação dos Países da Bacia do Pacífico registraram que avanços foram alcançados, mas foram somente manifestações diplomáticas, afirmando serem a favor do avanço da Rodada de Doha. Na realidade, os discursos são todos a favor de avanços na maior liberalização do comércio mundial, mas metas não foram estabelecidas. Desta organização faz parte o México e o Chile, concorrentes do Brasil.
Lendo cuidadosamente os dados divulgados, nota-se que existem resistências de todos os lados. Como a tentativa de separar os entendimentos dos principais países asiáticos, como a China, o Japão e a Coreia do Sul com a Asean – Países do Sudeste Asiático, que tendem a acelerar algum tipo de acordo de livre comércio entre eles. Os Estados Unidos e os sul-americanos ficariam fora, pois as resistências americanas são conhecidas.
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6 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: de Istambul, demonstrações, noticiário
Estando em Istambul, é impossível ficar indiferente à crise que se desenvolve no mundo, relacionada ao bloqueio provocado por Israel ao acesso à Faixa de Gaza. Esta cidade, que parece muito com as grandes metrópoles brasileiras como São Paulo ou Rio de Janeiro, fica na fronteira da Europa com a Ásia, e foi de onde partiram os navios que tentaram romper o bloqueio de Israel ao acesso à Faixa de Gaza, pelo Mediterrâneo.
Taksim Place e cena noturna do famoso e agitado bairro de Taksim
Logo na chegada à cidade, passamos por uma demonstração com uma profusão de bandeiras turcas, na praça principal que fica em Taksim. É preciso lembrar que entrem os que foram mortos naqueles navios, que ainda estavam em águas territoriais internacionacionais, eram turcos. É impossível ficar indiferente a esta tragédia que está provocando uma indignação mundial. Os noticiários locais e internacionais invadem o cotidiano da população local, predominantemente de muçulmanos, mas que conta com uma forte influência europeia. Atingem também os muitos turistas estrangeiros que visitam a cidade, provenientes de todas as partes do mundo.
A Turquia, onde se respira as influências de diversas civilizações que por aqui passaram, é predominantemente de muçulmanos, apesar dos esforços para a ocidentalização, que significa o aumento da cultura europeia. As bandeiras turcas, representando o nacionalismo deixado pelo Império Otomano, tremulam por toda a parte, e as expressões das publicidades em outras línguas é mínima. Tudo é expresso em turco, mesmo os nomes das localidades, apresentando algumas dificuldades para os estrangeiros.
Para os brasileiros, que receberam muitos imigrantes turcos, quando o Império Otomano ainda tinha o domínio da Síria e do Líbano, muitas lojas aparentam os que se encontram no Brasil, desde o Acre até o Rio Grande do Sul, passando por Manaus, São Paulo ou Rio de Janeiro. Aparentam a região da 25 de Março, com seu comércio intenso e tráfego pesado. A influência dos “mascates” turcos no Brasil, pois todos os imigrantes árabes vieram com passaporte turco, foi descrito até por Jorge Amado, com seu personagem “Nassif”.
É natural que haja uma solidariedade com os palestinos. As diversas ONGs internacionais que participaram da tentativa de rompimento do bloqueio vieram de todo o mundo, e tudo aparenta que deixará consequências, pois as reações são profundas, rejeitando bloqueios desta natureza.
Mesmo que todos os países contem com radicais, tudo indica que uma negociação no âmbito da ONU terá condições para mudar o “status quo”, resultando num novo relacionamento, como desejado também por muitos israelenses, apesar do discurso do governo. O sacrifício destes turcos parece ter galvanizado o mundo.
4 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: combate à burocracia, mudança do governo, Naoto Kan, redução do déficit | 2 Comentários »
Após a queda do último governo japonês, foi eleito o presidente do DPJ – Partido Democrata do Japão, que se torna automaticamente primeiro-ministro, o ex-vice-primeiro-ministro Naoto Kan, com a esperança de algumas orientações novas, que devem ser limitadas.
Naoto Kan difere um pouco dos tradicionais líderes que vêm se destacando, pois não é de uma família tradicional de políticos que passam de gerações para gerações, e é formado em tecnologia. Mas tentará uma coalizão com novos pequenos partidos que se formaram, além de manter a que já vinha sustentando com o SDP – Partido Social Democrata. Ele foi sempre combatente do poder da burocracia pública japonesa, e seu maior desafio será a redução do déficit público, que é o mais elevado do mundo, chegando a 200% do PIB japonês. Portanto, bem superior aos dos países europeus em crise como a Grécia.
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4 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Empresas | Tags: empresas asiáticas, instalações em outros países, operação globalizada
Procurando acompanhar o comportamento de diversas empresas asiáticas, nota-se uma tendência cada vez mais acentuada na procura diversificada de suas presenças produtivas e operacionais em diversos países, notadamente na Ásia. Que continua apresentando um crescimento acentuado, com destaque para a China e a índia, mas se espalhando por outros vizinhos.
Comportam-se como se fossem indiferentes, e estivessem dentro de um mesmo país, com pequenas diferenças regionais. Ainda que as moedas sejam diferentes, observa-se que este comportamento é possível, pois seus juros e impostos costumam ser baixos, e as tarifas continuam caindo com o crescente estabelecimento de acordos de parceria econômica ou de livre comércio. As empresas procuram os mercados mais promissores, levando em conta os custos dos salários, que ainda apresentam diferenças, mas estão se atenuando.
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3 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: empresários, Guido Mantega, presença brasileira em Xangai, Vale
É verdade que o Brasil se esforçou levando autoridades, jornalistas e empresários a Xangai e contou com o forte suporte da Vale, a nossa maior exportadora para a China. Os jornais brasileiros destacaram o evento, mas para as dimensões chinesas os eventos não foram suficientes para despertar uma maior atenção, que merecessem manchetes na imprensa local ou internacional, causando um impacto apreciável.
A presença de empresários chineses interessados no Brasil superou as modestas expectativas dos organizadores e a visita dos brasileiros sempre é proveitosa, devendo provocar efeitos, principalmente para conhecimento do que ocorre naquela economia. Uma Expo 2010 é um evento para atrair visitantes locais, não se destinando a finalidades de intercâmbio econômico e comercial, como já reconhecido oficialmente pela diplomacia brasileira. Tanto que a participação brasileira acabou sendo patrocinada pelo setor privado.
Alguns salões do Pavilhão Brasileiro na Expo Xangai 2010
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3 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Intercâmbios | Tags: dimensão chinesa, Índia e Asean
O mesmo papel que a China desenvolveu nos anos recentes passa a ser desempenhado pela Índia, nos seus relacionamentos com os países da Asean – Associação dos Países do Sudeste Asiático. Com seu rápido desenvolvimento, a Índia procura incrementar o intercâmbio com os países próximos, para atender as suas necessidades de infraestrutura e abastecimento de alimentos, incluindo financiamentos, tecnologia da informática e matérias-primas.
Cingapura procura atender as necessidades financeiras da Índia, bem como energia elétrica e navios. A Malásia procura suprir a Índia com celulares e alimentos como o óleo de palma (dendê). Estes assuntos constam de um artigo do jornal econômico japonês, o Nikkei.
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2 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: criador do Butoh, influências no mundo, passamento de Kazuo Ohno
O mundo ficou mais pobre. O artista japonês Kazuo Ohno, criador do Butoh, que esteve no Brasil diversas vezes, faleceu. Ele inovou a dança, dando uma nova dimensão para toda a capacidade de expressão corporal. Apesar de sua idade, foi um criador que deixa muitos seguidores. Quem não se lembra de “Hanami, Cerejeiras em Flor”, onde uma personagem se expressa pelo Butoh? Os jornais repercutem em profusão, com expressões de profundo respeito e admiração, de respeitáveis personalidades, sobre o monumental trabalho deste artista. Muito trabalho, com exercícios que permitiam o seu corpo, e de seus seguidores, expressar os mais fortes sentimentos humanos.
Inovador, mas poderia ser considerado um clássico. Uma síntese de anos de observação do que a dança tinha de melhor. Gestos que pareciam econômicos, mas certamente muito estudados, que se tornavam como automáticos, incorporados no seu porte físico. Pantomimas incorporadas do Kabuki, atitudes do Noh, com novas leituras, algumas vezes chocantes aos que não eram do ramo. Mas que transmitiam até para os que não eram frequentadores de espetáculos de dança.
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2 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais | Tags: novas lideranças, PDJ, queda do premiê Yukio Hatoyama
Era previsível a queda do primeiro-ministro japonês Yukio Hatoyama, que contava com menos de 20% de suporte dos eleitores do Japão, como já postado neste site. Na realidade, as vitórias eleitorais do PDJ – Partido Democrata do Japão foram mais pelos desgastes do PLD – Partido Liberal Democrata que se manteve no poder na maior parte do tempo, desde o término da Segunda Guerra Mundial, do que pelos méritos da oposição.
O antigo líder do PDJ, Ichiro Ozawa, não pode se tornar primeiro-ministro, pois é acusado de escândalos políticos, na parte dos recursos financeiros das campanhas. Ele se livrou até agora das acusações, passando a responsabilidade para seu funcionário do setor, que foi punido. O mesmo aconteceu com Yukio Hatoyama, cujo tesoureiro foi condenado por motivo semelhante. Portanto, a sua queda não pode ser atribuída somente à questão da base militar de Futanma, em Okinawa. Seu curto governo não conseguiu avanços na superação da crise em que está envolvido o Japão.
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1 de junho de 2010
Por: Paulo Yokota | Seção: Notícias | Tags: agressividade chinesa, investimentos estrangeiros, privados e estatais
São frequentes as notícias sobre investimentos chineses no Brasil, notadamente voltadas a assegurar os seus abastecimentos, com base nos recursos naturais. Na sua coluna semanal, o professor Delfim Netto, no jornal Valor Econômico, registra as diferenças quando são privadas e benvindas com as cautelas que precisam ser tomadas quando se tratam de estatais.
Na China atual, confunde-se o que é privado, e que recebe forte suporte governamental, com o que é estatal. A presença dos chineses, interessados em recursos fundiários e minerais, apresenta algumas potenciais dificuldades de controle das autoridades brasileiras, pois estão totalmente voltadas ao seu abastecimento. Nem sempre obedecem aos mecanismos de mercado internacional, pois os preços de exportação podem estar vinculados aos interesses chineses, que podem diferir dos brasileiros.
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