22 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde | Tags: atitudes perante o inevitável, os hospitais japoneses nos cuidados com os doentes terminais
Num levantamento efetuado pelo jornal Yomiuri Shimbun em 53 hospitais, 15 declararam que pararam de utilizar meios heroicos para manter a vida com os usos de respiradores artificiais ou máquinas coração-pulmão para pacientes com mínimas chances de recuperação, o que representa quase 30% dos pesquisados. Os resultados sugerem que alguns hospitais estão aceitando os desejos dos pacientes ou de seus familiares para pararem com tratamentos que prolonguem a vida quando já não existem mais esperanças de recuperação. Também foram pesquisados 262 centros médicos de emergência para pacientes em eminência de morte, mediante questionários enviados, e 168 responderam que não adotam medidas heroicas para mantê-los vivos artificialmente, ou seja, 64%.
Muitos hospitais informaram que pararam de utilizar estes meios artificiais para prolongar a vida daqueles que não contam com possibilidade de recuperação. Todos estes levantamentos mostram que os japoneses são pragmáticos com relação à morte, que consideram um fato normal. Os prolongamentos artificiais envolvem diálises artificiais, com agentes hipertensores, os fluidos de suporte nutricional, além dos respiradores artificiais e máquinas pulmão-coração. Com o desligamento destes equipamentos, o passamento costuma ocorrer em poucas horas, ou em poucos minutos. Alguns hospitais só aceitam as medidas depois das paradas cardíacas definitivas.
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5 de outubro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: debate com especialistas em saúde pública, política de saúde em construção, Saúde no Eu & Fim de Semana
O jornal Valor Econômico vem mostrando rara sensibilidade para tratar dos complexos problemas da saúde no Brasil. Já postamos neste site sobre um suplemento setorial sobre Saúde. Agora, no suplemento Eu & Fim de Semana, aproveita o 25º aniversário do SUS – Sistema Único de Saúde para promover um debate entre especialistas como o ex-ministro da Saúde, médico José Gomes Temporão, atualmente diretor do Instituto Sul-Americano de Governo em Saúde (Isags-Unasul); Mário Cesar Scheffer, professor do Departamento de Medicina Preventiva da USP; Gonzalo Vecina Neto, médico que foi da Anvisa e é o superintendente do Hospital Sírio Libanês; e Bernard Counttolenc, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP, doutorado em economia da saúde pela John Hopkins University.
Consta também de um artigo elaborado pelo jornalista Luciano Máximo que o SUS, neste seu 25º aniversário, em que pese os problemas de recursos, já permitiu uma melhoria das condições gerais de vida, no centro dos principais avanços dos indicadores de saúde do país, como a redução da mortalidade infantil e elevação da expectativa de vida dos brasileiros.
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24 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, Saúde, webtown | Tags: as entidades beneficentes, as limitações existentes nos hospitais públicos, os recursos públicos crescentes, suplemento sobre saúde no Valor Econômico, uma ampla pauta de assuntos
Um dos assuntos cruciais brasileiros que são divulgados com frequência e constam das reivindicações públicas dos últimos meses, figura o problema de atendimento de saúde para a população brasileira, que está numa situação precária. Pesquisas efetuadas pela CNI – Confederação Nacional da Indústria indicam que 77% da população brasileira apontam a saúde como o principal problema. O suplemento Setorial do Valor Econômico sobre a Saúde procura abordar o assunto fornecendo uma série de dados sobre o assunto. Informa que o governo lançou o programa Pacto pela Saúde, investindo R$ 15 bilhões adicionais até 2014 na estrutura para os atendimentos relacionados com a saúde.
O total dos gastos totais do país na saúde está se elevando, tendo sido de 9% dos gastos públicos em 2010 do PIB, chegando a 10,7% de todos os gastos das administrações governamentais. Muitos países estão com percentuais mais elevados em saúde com relação ao PIB, como com relação aos seus gastos governamentais. São percentuais não desprezíveis, mas as necessidades continuam aumentando, tanto pelos avanços das tecnologias médicas como em decorrência da elevação da idade das populações. Numa comparação internacional, os gastos do governo, em termos per capita continuam relativamente baixos. O ministro da Saúde Alexandre Padilha está enfatizando a necessidade da medicina preventiva.
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11 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: diferenciações nem sempre compreendidas, pesquisas clínicas, resultados diferentes com medicamentos
Diante da intensa campanha mundial para evitar discriminações como as raciais, os cientistas procuram evitar explicitar que os resultados das pesquisas clínicas demonstram diferenças de eficácia dos medicamentos sobre etnias diferentes. Um artigo corajoso de Henry I. Miller, da Universidade de Stanford, acaba de ser publicado no site do Project Syndicate mostrando o que já se conhece, mas ficou pouco explícito com receio de que isto tivesse alguma conotação como a que foi enfatizada pela ideologia nazista. Muitos sabem que os medicamentos que podem ser utilizados no Japão necessitam de comprovações com exames clínicos efetuados com os que fazem parte da etnia japonesa, como também se sabe por pesquisas que existem efeitos diferenciados para populações com cores diferentes de pele e outras características genéticas. Sem que haja intenções discriminatórias.
O artigo informa que se sabe há décadas que certas drogas podem causar anemias severas em pessoas com deficiência genética de enzima conhecida como G6PD. Também os pesquisadores descobriram recentemente que certos medicamentos contra o câncer são ineficazes na luta contra tumores que contêm a variante mudada do gene conhecido como KRAS. Os pesquisadores constatam que existem estas diferenças que necessitam ser consideradas nas pesquisas científicas quando da montagem de suas amostras.
Henry I. Miller, da Universidade de Stanford
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6 de setembro de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: causadas concentrações e péssimas distribuições, desconhecimento do Brasil, intensas discussões pouco objetivas, limitações existentes, também em outros setores
Um assunto que vem sendo discutido, na minha modesta opinião, de forma muito emocional, pouco racional e corporativista é o problema dos atendimentos médicos em todo o Brasil. Os problemas semelhantes acontecem também em muitos outros setores como a educação, a distribuição da justiça, de todas as assistências sociais desejáveis para atendimento da população brasileira, que nem sempre são apontadas com a veemência que se observa atualmente no caso da saúde, principalmente sobre os credenciamentos dos profissionais habilitados para o seu exercício.
Sou economista e se obedecida à legislação existente que regulamenta esta profissão, muitos dos que opinam e atuam na área da economia não contam com credenciais legais para tanto. Isto não significa que eu seja favorável à restrição, pois entendo que todos acabam nas suas vidas tendo que atuar em alguns aspectos econômicos, imaginando que são fáceis, e criticando muito os meus colegas que contam, como todos, com suas limitações, principalmente com os seus muitos erros nas suas ousadas e inadequadas previsões. Se reduzida a discussão dos assuntos econômicos aos economistas, não acredito que a situação melhoraria.
Também sabemos que todos nós cuidamos de aspectos relacionados com a nossa saúde pessoal ou de nossos familiares, ainda que não tenhamos credenciais como profissionais desta área. Eu que trabalhei por todo o Brasil e tive oportunidade de visitar os mais afastados e pobres rincões deste nosso país, sou testemunha que fazemos o que podemos e não o que gostaríamos de fazer, notadamente nas tarefas relacionados com os cuidados da saúde, como na educação. Seria desejável que todo o país contasse, como está expresso na nossa Constituição, com o direito à saúde universal, com o padrão do que se dispõe nos mais consagrados centros médicos do país, como São Paulo. Entendo que o que está expresso na Constituição, como ocorre em outros países, é o desejo de chegarmos lá um dia, no futuro incerto.
Somos um país pobre, amplo, desigual. Vi escolas com professoras que mal sabiam escrever o seu nome, mas era o que se dispunha para cuidar das crianças nas regiões mais remotas do Brasil. Vi pessoas doentes serem atendidas por seus familiares baseados nos conhecimentos que herdaram dos seus antepassados, da forma que fosse possível, pois não se dispunha de alternativas. Vi instalações que deveriam contar com um mínimo de condições, mas lamentavelmente não se dispunham. E também vi pessoas heroicas com um espírito que se poderia dizer que fosse missionário, fazendo o que fosse possível para minorar os sofrimentos de muitos brasileiros.
Muitos religiosos se desdobraram para atender os doentes, mesmo que não dispusessem de diplomas para tanto. Dá-se o que é possível, mesmo que não seja a solução mais adequada. No mínimo, a solidariedade humana, talvez um pouco de amor.
Lamentavelmente, as limitações no Brasil, como em muitos outros países, ainda são maiores do que gostaríamos, e precisamos continuar lutando para que sejam minimizadas. E parte é função dos economistas, mas também de todos os brasileiros, para o que se dispõe seja utilizado com a maior eficiência possível. Não parece que se acrescente algo ficando lamentando sobre as nossas limitações, pois muitos estão se dedicando para superá-las, da forma que for possível, mesmo que não haja um consenso sobre os caminhos a serem perseguidos.
Ainda que a concorrência não resolva todos os problemas, a restrição a elas com o corporativismo em nada melhora a situação. Se tivermos alguns formados no exterior em medicina ou cursos de enfermagem ou assemelhados, brasileiros ou estrangeiros, que se dispõem a trabalhar nos lugares extremos deste país para minorar os sofrimentos dos doentes brasileiros, nada parece que se deva proibi-los.
Lembro-me do Dr. Albert Schweitzer, missionário alemão trabalhando na África para minorar os sofrimentos de muitos, nas condições de atendimento mais precárias.
Dr. Albert Schweitzer
Sou de opinião que este país deve ser livre e se atingimos um nível razoável com o qual ainda não estamos conformados foi em grande parte pela contribuição de muitos estrangeiros que nos vieram ajudar. Devemos consumir nosso tempo com outras discussões que nos possam ajudar, pois somos carentes de tantas coisas que precisamos com a máxima urgência. Faço esta afirmação com profundo respeito aos que pensam de forma diferente, mas parece que seria interessante que eles fornecessem formas alternativas para atendimento dos brasileiros necessitados.
21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: advertência russa, controle sanitário para uso interno e exportação, novos produtos a serem evitados
Um vasto país com a dimensão brasileira sempre enfrenta problemas relacionados ao controle sanitário dos alimentos que produz, tanto para proteção dos consumidores locais como para os produtos que são exportados. A luta contra a aftosa que afeta principalmente o gado bovino é longa e vem se aperfeiçoando em todo o país com sucesso, mas novas drogas passam a ser utilizadas para melhorar a engorda, o que não costuma ser aceito pelas agências reguladoras, diante dos seus riscos para a saúde humana. Um artigo publicado por Iúri Paniev, pulicado na Gazeta Russa, que tem uma edição comercial que acompanha a Folha de S.Paulo de hoje, alerta sobre o assunto, pois o mercado russo será o mais importante para os suínos brasileiros, quando problemas foram localizados no sistema sanitário para a carne bovina.
Segundo o presidente do Serviço Federal de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia, Serguêi Dankvert, se os mesmos problemas que suspenderam a exportação da carne bovina brasileira para aquele país em julho último for detectado na carne suína, a sua importação poderá ser embargada. Foi detectado um estimulador de crescimento muscular chamado ractapomina na criação bovina brasileira, havendo a possibilidade do mesmo ocorrer com os suínos. O problema foi apontado por uma missão russa que esteve no Brasil, constatando que os problemas detectados anteriormente não foram corrigidos.
Carnes bovina e suína brasileiras sob suspeita
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21 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: colaboração com uma universidade e com um laboratório de produtos farmacêuticos, testes para detectar câncer de cólon, trabalhos adicionais da Fujifilm, tradição na área da medicina
Ainda que seja conhecimento restrito aos meios médicos, muitos sabem que a Fujifilm trabalha tradicionalmente na área da medicina. Ela é pioneira e detém o monopólio da tecnologia de transformação das imagens utilizadas na medicina, como a de raio X para formas digitais que permitam ser utilizadas na telemedicina. Já prestou importantes colaborações para o Hospital Santa Cruz em São Paulo. Agora, num artigo publicado pelo jornal econômico japonês Nikkei, anuncia-se que numa colaboração com a Tokyo Medical Dental University e com a Eiken Chemical, que é uma grande indústria de produtos farmacêuticos do Japão, ela oferecerá testes para detectar câncer de cólon.
Como muitas empresas japonesas que atuam na medicina, a Fujifilm visa a expansão de suas atividades no Brasil, que certamente é o maior mercado da América do Sul. Ela já trabalha com este produto no Chile e no Equador, mas deseja ampliar suas atividades oferecendo os testes em dois hospitais públicos, um em São Paulo e outro em Porto Alegre. Os testes utilizam sangues que estão ocultos nas fezes, em pessoas de mais de 50 anos, para diagnosticar o câncer de cólon, que se mostrando positivos serão acompanhados por colonoscopia ou biópsia.
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15 de agosto de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: artigo no Estadão, preocupações explÍcitas, primeiro passo no Senado brasileiro, tramitação demorada
Um artigo da Débora Álvares foi publicado no O Estado de S.Paulo informando sobre uma primeira aprovação na Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal brasileiro estabelecendo limitações para a venda de alimentos não saudáveis nas cantinas das escolas. A matéria que terá que transitar pela Câmara Federal para ser sancionada pela presidente Dilma Rousseff necessitará ainda de regulamentações adicionais. Mas já é um primeiro passo mostrando que há uma preocupação com a saúde dos estudantes, notadamente nos que estão contribuindo no aumento da obesidade.
Todos sabem que os brasileiros possuem o costume de se alimentar com frituras que contêm grande quantidade de gorduras saturadas, como os pastéis, coxinhas e assemelhados. Também os alimentos industrializados com elevado teor de sódio e gorduras trans e os que contêm açúcar em excesso, inclusive nos refrigerantes. Eles estão aumentando a obesidade precoce, pois os esforços que são efetuados hoje pelos jovens, principalmente nos centros urbanos, diferem do período em que a maioria da população se encontrava no meio rural.
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29 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: aumento dos idosos e redução da população, o caso do Japão, utilização de robôs nos cuidados da enfermagem
Como é do conhecimento geral, a população japonesa está se reduzindo enquanto o percentual dos seus idosos aumenta, com a expressiva elevação da expectativa de vida, notadamente das mulheres. Para atendimento dos idosos dependentes, o Japão autoriza a imigração de populações asiáticas que tenham formação para atendimento das suas necessidades, desde que tenham o domínio do idioma local. No entanto, as dificuldades continuam aumentando, obrigando que utilizem robôs para estes serviços. Um artigo do Yomiuri Shimbun informa que estes robôs estão sendo submetidos ao ISO – International Organization of Standarization para estabelecer padrões globais de segurança para serviços de enfermagem, tanto para atendimento no país como para a exportação.
O governo japonês está estimulando este desenvolvimento industrial para que estes robôs tenham preços competitivos, algo como US$ 1.000 por unidade, que no momento experimental ainda custa cerca de US$ 200.000. O ISO é uma organização privada e tem atualmente 163 países membros, e, além de estabelecer estes padrões, proporcionaria a vantagem para a exportação de componentes de robótica, setor onde o Japão se destaca. A esperança dos japoneses é que o aumento da escala de produção ajude na redução dos custos.
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24 de julho de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Saúde, webtown | Tags: artigo de Kanoko Matsuyama no Bloomberg, discussão dura e inevitável das famílias, problema universal dos cuidados paliativos
Muitos evitam as discussões de assuntos difíceis relacionados com os idosos, que estão aumentando em todo o mundo, como se isto ajudasse a atenuar estes duros problemas que estão crescendo e são inevitáveis. Muitos idosos não podem opinar sobre o que os mais afetam no final de suas vidas. Um artigo longo e detalhado da jornalista Kanoko Matsuyama discute no site da Bloomberg sua experiência pessoal, colocando o delicado problema dos cuidados paliativos que preocupam tantos os geriatras, sem que os familiares antecipem pontos relevantes das discussões necessárias para atingir as soluções adequadas para cada caso, com a maior objetividade possível.
É evidente que o assunto envolve muitos aspectos emocionais e afetivos, bem como algumas convicções religiosas. Mas, parece que os próprios idosos devem contar com opções e participar dos debates enquanto têm condições para tanto, mesmo que não se envolva discussão como da eutanásia. Trataria do assunto como da mera preservação somente física da vida, com medidas consideradas heroicas, quando não existe mais nenhuma possibilidade de recuperação e os pacientes idosos não teriam mais condições mentais para optar sobre a qualidade de suas vidas.
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