4 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: arroz e sua importância, formas para os festejos, mochi, outros usos
Na Expo Tsukuba 85, o principal Pavilhão do Japão apresentava uma exposição audiovisual, com o que de mais atualizado se dispunha na sua tecnologia, para mostrar a importância fundamental que o arroz desempenhava na cultura japonesa. Makiko Itoh, reconhecida autora sobre a culinária japonesa, publicou no The Japan Times um artigo mostrando o seu significado simbólico na passagem do ano. Ela considera que o Ano Novo (Shogatsu) é o feriado mais importante do calendário japonês, mas existem também outras semelhanças em países asiáticos, onde o arroz continua sendo o alimento principal.
O mochi (bolinho de um arroz especial conhecido como mochi-mai, mais glutinosa e levemente doce de grão curto) é a estrela maior destas comemorações. Uma forma clássica de apreciá-lo é envolto em alga (nori), com um ligeiro tempero de molho de soja adocicado (shoyu). No Ano Novo japonês, é consumido dentro de um tipo de sopa com diferentes ingredientes típicos da época (ozôni), ligeiramente grelhado, que variam regionalmente e por famílias. Como o mochi fica muito grudento, muitos idosos acabam engasgando, registrando-se todos os anos algumas lamentáveis mortes.
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4 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: o que provoca mais notícias, perspectivas, procurando entender o que está acontecendo, recuperação de algumas demandas
Muitas notícias publicadas nas mais variadas instituições de comunicação social de todo o mundo informam que o quadro econômico da passagem de 2011 para 2012 esteve ligeiramente acima das perspectivas pessimistas dos principais analistas. Nada que tenha superado a crise que abala o mundo globalizado, mas as indicações foram que as demandas registradas foram superiores às esperadas. Entender o que acabou acontecendo pode ser importante, pois tudo indica que existem alguns fatores que nem sempre são considerados pelos economistas, que também merecem atenções e poderiam ser aproveitados.
Nos Estados Unidos, na Europa e no Japão, que continuam sendo relevantes para o que acontece no resto do mundo, algumas notícias foram razoáveis, e os agentes financeiros relacionados com as bolsas de valores procuram o seu aproveitamento imediato. É evidente que o otimismo é mais construtivo que o pessimismo, mas se estas informações não forem utilizadas com a devida cautela, novas frustrações podem ser registradas, alongando a dura recuperação que vai continuar exigindo muita paciência e trabalho.
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3 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: algumas isenções ou reduções tributárias, competitividade da indústria brasileira, desenvolvimento das pesquisas, elevação das barreiras alfandegárias, o problema cambial
Toda a indústria brasileira e até segmentos do governo estão preocupados com o processo que alguns estão chamando como “desindustrialização” brasileira. Além de um câmbio desfavorável, alegam que o chamado “custo Brasil” seria tão elevado que não os permitem competir com os produtos importados, notadamente no setor de máquinas e equipamentos. Dentro deste “custo Brasil”, estariam às deficiências de infraestrutura, encargos salariais exagerados, juros internos elevados, um sistema tributário confuso e pesado, componentes locais onerosos etc.
O governo federal vem se preocupando com o assunto, pois entende que a economia brasileira continuará necessitando de um setor industrial competitivo para manter o seu desenvolvimento. Os tipos de empregos qualificados do setor industrial seriam diferentes dos proporcionados pelas atividades primárias como a mineração e a agropecuária que continuam sustentando as exportações indispensáveis para gerar as divisas externas necessárias. Ao mesmo tempo, preocupa-se com a invasão de empresas estrangeiras no setor, transferindo muitos controles das organizações que antes eram dos brasileiros. Uma parte destes assuntos aparece com frequência na imprensa brasileira, como hoje no jornal O Estado de S.Paulo.
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3 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: alternativas, alternativas ao etanol da cana de açúcar, napier, sorgo | 4 Comentários »
Ainda que o Brasil se considere o pioneiro no uso do etanol como combustível para mover os veículos, há um registro do inglês Joseph Needham que ele utilizou uma ambulância na China em torno de 1940, quando o petróleo era estratégico. No Brasil, utilizava-se, na época, o chamado “gasogênio”, que queimava carvão ou madeira, para mover os veículos. Somente com o Proálcool, em 2008, como forma de superar as limitações da crise petrolífera, é que se generalizou no Brasil o uso do etanol.
O etanol, ainda que produzido em várias regiões brasileiras, apresenta o inconveniente de sua safra ocorrer somente uma vez por ano, exigindo um elevado custo para a sua estocagem para uso durante o período da entressafra. Estudam-se alternativas, como o do napier, popularmente conhecido como o capim elefante. Tentou-se a produção do etanol a partir da mandioca, mas o seu cultivo em grande escala acabou provocando pragas insuperáveis. Agora, a Folha de S.Paulo de hoje noticia o estudo do sorgo como outra possibilidade.
Veículo movido a gasogênio, na década de 1940. Sorgo, que poderia ser uma alternativa para combustível
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3 de janeiro de 2012
Por: Monja Coen | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: criatividade, íntegra da entrevista no Folha.com, Joichi Ito, Midia Lab MIT, novas tecnologias
Muito interessante e provocativa a entrevista concedida por Joichi Ito, novo jovem diretor da Midia Lab MIT, para a jornalista Luciana Coelho que está em Washington, publicado na Folha de S.Paulo de hoje, e com a íntegra da mesma na Folha.com , com o título “Não há nada que não seja afetado hoje pela internet”. É preciso admitir que já ocorreu uma verdadeira revolução no mundo a partir dos trabalhos efetuados no Vale do Silício, liderado por alguns gênios, e que se generalizaram em todos os setores que envolvem a informática.
O estímulo à criatividade, fugindo dos padrões tradicionais da educação, acabou sendo disseminado e atividades humanas que exigem constantes inovações dependem, na sua eficiência, de sistemas que facilitem atividades fora da rotina do dia a dia, mesmo nas empresas. Constata-se que isto acabou ocorrendo em maior ou menor grau em todas as atividades humanas, acelerando o conhecimento de novas tecnologias em variados setores.
Joichi Ito em ação na Midia Lab MIT
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2 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no Yomiuri Shimbun, igrejas católicas, impressão de livros, marcas portuguesas em Amakusa
No popular jornal japonês Yomiuri Shimbun, o jornalista Shigeru Ueda relata a sua experiência em Amakusa, uma ilha da província de Kumamoto que preserva importante marcos que os portugueses levaram para o Japão no século XVI. Ele estava atrás de notícias relativas à presença de cristãos na ilha, mesmo quando eles foram perseguidos no final daquele século, mas foi surpreendido por outras informações sobre suas influências em outros importantes aspectos culturais locais.
Ele foi informado sobre uma edição das “Fábulas de Esopo”, impresso pelas técnicas desenvolvidas por Gutenberg naquela ilha, como relatado por Kenichi Miyashita, curador do Collegio Amakusa Center, que exibe documentos levados pelos portugueses para o Japão. O jornalista esperava informações sobre as presenças dos portugueses, mas nunca que Esopo tivesse chegado àquela ilha com seus ensinamentos.
Igreja católica de Oe e igreja católica de Sakitsu, em Amakusa, Kumamoto
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2 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Adam Davidson, desafios para todos, reações ao avanço chinês, The New York Times
Adam Davidson é um influente cofundador do NPR’s Planet Money, possui blogs e uma série de programas de rádio incluídos no Morning Edition, All Things Considered e This American Life. Ele publicou um artigo de grande interesse no The New York Times, engrossando um movimento norte-americano que procura estimular os Estados Unidos, deixando de simplesmente ficar criticando a China. O artigo começa com o exemplo da DuPont que, durante a Segunda Guerra Mundial e depois dela, transformou a empresa de produtora de materiais bélicos, como os paraquedas, para a produção de meias de nylon, chegando a orlon e lycra, sem ter desempregado nenhum operário e encontrando produtos que passariam a ser de consumo de massa.
Ele e outros analistas estão engrossando as pressões para a mudança da política norte-americana que se concentra na crítica à desvalorização do yuan, esquecendo-se que os Estados Unidos ainda lideram os investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que só poderá ser superada pela China em torno de 2022, no atual ritmo de aumento dos investimentos chineses nesta área.
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2 de janeiro de 2012
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: a crise econômica, dificuldades em todo o mundo, participação popular, problemas morais
Nesta passagem do ano de 2011 para 2012, diversos problemas afloraram no mundo, como as dificuldades relacionadas com a crise econômica que se generalizou por todo o mundo globalizado. No entanto, começaram a esboçar-se as manifestações populares expressando a inconformidade com os problemas da corrupção, como os que estão no fundo da Primavera Árabe ou do movimento Ocupação de Wall Street, e parece que a manifestação mais enfática de reação acaba ocorrendo na Índia. Noticiou-se que um indiano, de forma semelhante com Mahatma Gandhi, declarou-se em greve de fome contra a corrupção que também afeta o Parlamento Indiano. A presidente Dilma Rousseff vem se declarando disposta a fazer uma limpeza na política brasileira, mas ainda não recebeu o apoio popular indispensável para tal operação.
O jornal The Time of India registra que o primeiro-ministro Manmohan Singh divulgou a população a decisão do seu governo sobre “iniciativas de transformação” para capacitar as pessoas a combater a corrupção, listando os cinco desafios pessoais para o ano novo. Ele reconhece que tudo demandará um bom tempo, mas se comprometeu a trabalhar pessoalmente para transformar o seu governo em algo eficiente e honesto, procurando uma economia mais competitiva e robusta, e uma ordem mais justa social e politicamente.
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29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Asakusa, Kabuki, Kabuki-za de Ginza, tradição cultura
Entre os diversos tipos do tradicional teatro japonês, possivelmente o kabuki seja o mais conhecido não só no Japão como no exterior, mesmo que o nô também tenha os seus apreciadores. No kabuki, as peças e os artistas mais conhecidos são populares e fazem parte do patrimônio cultural nacional, sendo as pantomimas apresentadas somente por atores, havendo alguns consagrados e especializados na apresentação de somente personagens femininos. Alguns artistas utilizam o mesmo nome por gerações, sendo verdadeiros ídolos nacionais. No nô, os artistas se apresentam com máscaras típicas, acompanhados por músicas específicas, onde cada gesto é muito importante, tendo um significado diferenciado, menos movimentado. No kabuki, mais popular, os artistas se apresentam com maquiagens que exageram suas feições, sendo que alguns são conhecidos há séculos, inclusive por famosas xilogravuras.
O mais famoso local onde era apresentado o kabuki estava localizado em Ginza, tendo o nome de Kabuki-za, uma construção tradicional cuja original era de 1889, mas que foi destruída por um incêndio. A versão mais recente, dentro do estilo tradicional era de 1950, mas para a surpresa de muito estrangeiros foi destruída em 2010, estando sendo substituído por um novo e gigantesco edifício, atualmente em construção, que terá um espaço adequado para a prática do kabuki. O que em outros países seria “tombado” como um monumento intocável, os japoneses simplesmente os destroem, substituindo por um novo.
Fachada do Kabuki-za Ginza Tokyo
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29 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: balanços de final do ano, críticas ao desenvolvimento brasileiro, críticas ao desenvolvimento chinês, desacelerações para acomodações | 2 Comentários »
Apesar de aulas de renomados professores de desenvolvimento econômico, entre eles Antonio Delfim Netto, parece ser de difícil compreensão até para os economistas que este processo implica em constantes superações de problemas, que geram desafios que necessitam ser transpostos. Trata-se de um processo em que a superação de um obstáculo acaba criando outros que também precisam ser vencidos. Não existe, na história da humanidade, nenhum processo de desenvolvimento econômico que ocorreu sem nenhum problema, ou não estaríamos no mundo de recursos escassos onde o que se deseja sempre vai se multiplicando.
Apesar do espantoso desenvolvimento pelo qual vêm passando a China nas últimas décadas, muitos na mídia internacional procuram ressaltar as suas dificuldades e não as conquistas que vem superando. Que problemas ainda existem, ninguém duvida, ainda que uma massa de mais de um bilhão de chineses melhorou o seu padrão de vida nestes anos. Só não admitem os que não querem ver. Eles passaram a fazer parte importante dos produtores mundiais, a ponto de incomodar o resto do mundo, e ao mesmo tempo tornaram-se grandes consumidores que sustentam a atual economia mundial. A China tornou-se a principal parceira comercial da maioria dos países relevantes no mundo.
A China tem mais de 9,6 milhões km², sendo parte de desertos e montanhas inabitáveis, e mais de 1,4 bilhões de habitantes
Numa escala menos expressiva, destaca-se também o Brasil nas últimas décadas, que, mesmo sem a mesma expressiva taxa de crescimento econômico da China, vem impressionando o mundo com uma sensível melhoria na sua distribuição de renda, incorporando na sua classe média produtora e consumidora um segmento de sua população que impressiona o mundo. Consolida o seu regime democrático, com a sucessão de seus governantes desde o seu período de regime militar, com expressivo aumento de sua produção agropecuária e de recursos minerais. As limitações com que contam são públicas, notadamente na sua infraestrutura física e social, ao lado de sua desfuncionalidade na gestão pública e privada.
O Brasil tem mais de 8,5 milhões km² habitáveis, e uma população superior a 190 milhões de habitantes
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