16 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: diversos países e setores, notícia no Financial Times, os chineses nos agronegócios latino-americanos
Um artigo publicado por Naomi Magstone no Financial Times informa sobre a nova ofensiva dos chineses na América Latina procurando oportunidades nos setores de agronegócios. Entre eles estão a farinha de peixe do Peru, o vinho do Chile e a soja do Brasil. Estes interesses são evidentes, pois a China conta com uma grande demanda e a América Latina é capaz de fornecer muitos produtos agrícolas, além de petróleo e minérios.
O artigo menciona como um dos entrevistados, Luis Gomez Cobo, da SinoLatin Capital, que vem se dedicando a estas atividades a partir de Hong Kong. Pelo menos 26 empresas chinesas fizeram investimentos nos agronegócios, inclusive adquirindo participações nas empresas locais, sendo que 90% deles se referem aos ativos na agricultura, alimentos, fertilizantes e pesca.
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16 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: novas siderurgias no Brasil, Pacém no Ceará, participação dos coreanos
O site do Valor Econômico publica uma notícia proveniente da Dow Jones informando que a Posco Engineering & Construction Co. conseguiu um contrato de US$ 4,34 bilhões para construir uma usina integrada no Brasil. Seria a da Companhia Siderúrgica de Pacém e, segundo a notícia, a joint venture contaria com 50% da Vale, 30% da Dongkuk Steel e 20% da Posco, e sua capacidade chegaria a 3 milhões de toneladas, devendo estar completa em 2015 no Estado do Ceará.
As informações correntes entre os mais informados é que os chineses também cogitam estar presente no mercado brasileiro, possivelmente por intermédio da Bao Steel. Como já existem unidades da AcelorMittal e da Nippon Steel (participação na Usiminas), as gigantes mundiais do setor siderúrgico estarão todas com unidades no Brasil, acirrando a concorrência.
Novas tecnologias do setor devem estar nestas unidades que serão construídas no futuro próximo, fazendo com que o Brasil se torne um dos países importantes neste segmento, dentro da orientação governamental de elevar o valor adicionado dos minérios disponíveis. Além do mercado interno, estas unidades deverão estar voltadas para o mercado internacional.
15 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as dificuldades das generalizações, diferenças regionais, setores diferenciados | 2 Comentários »
Se o Brasil é considerado como detentor da maior biodiversidade no mundo, o grande continente asiático apresenta acentuadas diferenças nas agriculturas praticadas nas suas variadas regiões. O Valor Econômico publicou um artigo de Michiyo Nakamoto, do Financial Times, falando das dificuldades dos pequenos produtores de arroz do Japão, que devem se acentuar com as negociações que estão se efetuando no TPP – Transpacific Partnership Agreement. A agricultura japonesa ainda detém um expressivo poder político pelo sistema de voto distrital do Japão, mas sua importância econômica é declinante, deve ceder maior espaço as conveniências dos demais setores da sua economia.
Mas, considerando-se o conjunto da agricultura asiática, existem alguns países onde as dimensões das explorações agrícolas são de porte médio maior, e que, auxiliado por intensivas pesquisas, permitem que algumas de suas produções sejam competitivas internacionalmente. Mesmo no Japão, muitas sofisticadas produções efetuadas em “vinil houses”, para produtos de alta qualidade e valor de mercado, podem competir com os importados, pois alguns consumidores destacam suas diferenças de sabor. Nos mercados japoneses, notam-se as amplas diferenças de preços de cogumelos, algas, frutas, flores e algumas produções onde a escala não seja tão significante quanto à qualidade.
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15 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aumento da presença brasileira na África, comparações com a China, condições favoráveis | 2 Comentários »
A Folha de S.Paulo publicou um artigo de Luciana Coelho proveniente de Washington informando sobre o aumento da influência brasileira na África. Todos sabem que a China vem investindo pesadamente neste continente, tanto para assegurar o fornecimento de matérias-primas como aumentar a sua influência política. O governo brasileiro, há anos, também aumentou suas representações diplomáticas em diversos países africanos. O que se constata é que, além dos benefícios econômicos, existem outros fatores que favorecem o Brasil, ainda que sua capacidade de investimentos na África seja sensivelmente menor dos que o da China.
A África já conta na sua longa histórica com experiências pelas quais parte substancial do seu território esteve sob domínio de metrópoles europeias, que mesmo com as independências que ocorreram em diversos países, as suas fronteiras atuais não respeitaram as realidades tribais daquele continente. Temem, com razão, domínios ainda que sejam econômicos, sem compreenderem adequadamente suas condições tribais que acabam provocando alguns conflitos violentos. Algumas experiências políticas também não foram positivas, como a dos cubanos em Angola. Assim, é natural que prefiram seus relacionamentos com países nos quais não sentem estes riscos.
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15 de dezembro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: arte namban, cristianismo no Japão feudal, Light and Shadows in Namban Art - Suntory Museum of Art - Editora Nikkei Inc.-2011/2012, Oda Nobunaga.
“Nakanu nara koroshite shimae, hototogisu” (senryu anônimo)
(Não quer cantar? Matem-no duma vez, infeliz rouxinol).
Estes versos senryu (haikai de cunho satírico) referentes à pessoa de Oda Nobunaga (1534-1582) serviram, ao longo dos tempos no Japão, para exemplificar a personalidade brutal e sanguinária do daimyô (senhor feudal). Filho de governador militar de Owari-no-Kuni (atual região da província de Aichi, castelo de Nagoya), Nobunaga se sobressai, em meio a lutas sangrentas, dentre os pares de seu clã e de feudos vizinhos, fortalecendo-se como poderoso chefe militar a partir dos anos 1560 – quando o país estava mergulhado em disputas por terras e pelo poder: Sengoku jidai, era de reinos em guerra, de instabilidade social, intrigas políticas e conflitos militares.
O enfraquecimento do bakufu (governo central) e a ascensão de daimyôs, grandes proprietários de terras, fizeram que estes aspirassem à centralização do poder. Faziam-se alianças e conluios, traições e vinganças ocorriam até no seio de famílias do mesmo clã. Os vencidos tinham seus castelos incendiados com todos dentro, vassalos e herdeiros dizimados. Hábil estadista e estrategista militar, adepto de modernos armamentos bélicos (lanças de longo alcance e armas de fogo negociadas com europeus), Nobunaga inovou a cultura marcial japonesa; redistribuía terras conquistadas entre seus vassalos fiéis para que estes fiscalizassem os menos fiéis; abafava dura e cruelmente qualquer tentativa de sublevação, e consolidou sua posição de soberano supremo, estabelecendo-se em Nagoya, e depois em Quioto – construiu o vasto e suntuoso castelo de Azuchi, à beira do lago Biwa (atual província de Shiga), testemunhado por missionários europeus como edificação de luxo e pompa jamais vista (após a queda de Nobunaga, o castelo seria incendiado e vandalizado).
Retrato dos unificadores Nobunaga, Hideyoshi e Ieyasu
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15 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: depoimentos respeitáveis, Estados Unidos e China tomam iniciativas, perspectivas
Muitos ficaram frustrados com os resultados objetivos alcançados na COP-17, a recente conferência do clima em Durban, África do Sul. Ainda que para 2020, pela primeira vez os Estados Unidos e a China, os maiores poluidores do planeta, assumiram o compromisso que não tinham feito no Protocolo de Kyoto de 1995. Um artigo publicado no Foreign Affairs, que não pode ser considerado apaixonado, por J. Julio Friedmann, que é o líder insuspeito do Carbon Management Program at Lawrence Livemore National Laboratory, informa sobre os esforços que os chineses estão fazendo, inclusive cooperando com os norte-americanos. A China está investindo US$ 50 bilhões anuais em pesquisa e desenvolvimento para obter energia limpa, tornando-se o principal centro mundial de inovação na área.
As cifras chinesas, como sempre, são impressionantes. Todos os anos, a China produz cerca de 100.000 megawatts mais que o ano anterior, mais do que o total gerado pela Califórnia ou Texas. Com isto, veio poluindo para crescer 11% por ano em PIB, e gerar 20 milhões de novos empregos, utilizando muitas usinas de carvão mineral poluentes. Uma lei de 2007 estabeleceu que o país devesse ganhar quatro por cento ao ano em eficiência energética até 2012, fechando minas de carvão de baixa eficiência e fábricas de cimento, fazendo novos investimentos em energia solar, eólica e outras renováveis.
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14 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: formação de referências, mercado em expansão, notícia na Bloomberg, títulos do Tesouro em Yuan
O site da Bloomberg noticiou hoje que o Tesouro Nacional Brasileiro poderá lançar os primeiros títulos chamados “dim sum”, por serem denominados no Yuan chinês no mercado de Hong Kong. Segundo Paulo Valle, vice-secretário do Tesouro, o objetivo seria formar uma referência (benchmark) para o lançamento de outros títulos num mercado que se encontra em expansão. No ano passado, foram lançados 35,7 bilhões de Yuan e já chegaram a 148 bilhões (cerca de US$ 23,2 bilhões) neste ano.
Segundo a notícia, o governo brasileiro está procurando colocar títulos cujas taxas sejam fixas, para ficar com menos de 30% com taxas flutuantes. Os títulos deste tipo, em dólar norte-americano com vencimento em 2019, já estão sendo colocados com rendimentos de 2,97% ao ano, quando eram de 3,07% há um ano.
Informa-se ainda que a America Movil SAB, operadora de celular controlada pelo bilionário mexicano Carlos Slim, pretende ser a primeira empresa privada da América Latina a lançar estes títulos “dim sum” no mercado chinês de Hong Kong.
Este tipo de operação brasileira já ocorreu no passado. Ainda que não se necessitem de recursos no momento, é importante que se formem mercados, inclusive em moedas que estão ganhando importância no mundo. Para a possibilidade de lançamentos de títulos de empresas brasileiras, os do Tesouro acabam sendo uma referência a partir dos quais existem alguns acréscimos.
Com as dificuldades por que está passando o dólar norte-americano que sofre uma acentuada desvalorização, o euro que enfrenta problemas com os países que o adotaram, com a importância crescente da economia chinesa no mundo, acabará sendo inevitável que algumas operações comerciais sejam denominadas em Yuan, sendo conveniente que as operações financeiras também sejam diversificadas nestas moedas.
13 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades do curto prazo, Europa e Ásia, perspectivas de longo prazo
Se o futuro próximo é difícil de ser esclarecido, quanto mais o que vai acontecer até 2050. Dois artigos publicados recentemente, um relacionado ao encontro dos primeiros-ministros do Japão e da China, Yoshihiko Noda e Wen Jiabao, respectivamente, e o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, para a formação de uma equipe conjunta para a discussão de um FTA – Acordo de Livre Comércio entre os três países, publicado no Nikkei. E outro divulgado pelo Project Syndicate, de Chandran Nair, do GIFT – Global Institute for Tomorrow, de Hong Kong, levam a pensar sobre o que acontecerá na Ásia comparada com a Europa nas próximas décadas.
Todos acompanham as dificuldades enfrentadas atualmente pela Europa que indicam que as soluções possíveis demandam muito tempo, paciência e uma grande determinação de populações de países em situações diversas, tarefas nada fáceis. E de outro lado, uma tendência de aceleração dos entendimentos entre a China, o Japão e a Coreia do Sul, visando a formação de uma poderosa zona de livre comércio na Ásia, até para enfrentar os problemas que se agravam pelo mundo.
Chandran Nair / Wen Jiabao, Yoshihiko Noda e Lee Myung-bak
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12 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: deleite dos paulistanos, Museu da Casa Brasileira, quinteto Vento em Madeira, valorizando o que temos
Nestes tempos em que muitos não encontram na mídia motivos para despertar maiores entusiasmos, parece interessante destacar que a maioria da população continua usufruindo no seu cotidiano de fatos que lhe proporciona satisfação. Nunca se constatou que o pessimismo contribui para a melhoria do quadro geral e a capacidade de manter-se otimista, olhando os fatos deste ângulo positivo, pode contribuir para uma vida mais feliz para muitos. Neste fim de semana, por exemplo, muitos paulistanos tiveram a oportunidade de deleitar-se com um inusitado espetáculo no Museu da Casa Brasileira que aproveita uma antiga mansão da família Fábio Prato numa parte privilegiada da Capital paulista. O local conta com um grande jardim com muitas árvores e um esplêndido gramado onde as crianças aproveitavam o sol acalentador com inocentes brincadeiras acompanhadas de seus pais, espaço que pode ser aproveitada pela população gratuitamente.
Lá se apresentou o excepcional quinteto chamado Vento em Madeira, comandado pela fabulosa flautista e compositora Léa Freire, e que conta com Teco Cardoso (flautas, sax e também compositor), com Tiago Costa (piano), Edu Ribeiro (bateria), Fernando Demarco (baixo), contando com a participação especial da renomada cantora Mônica Salmaso, num fabuloso espetáculo com entrada franca. Léa Freire explicou que a música brasileira que fazem há décadas está no limite do popular com o erudito, com fortes influências do jazz, com seus improvisos. Com que alegria que todos tocam contagiando um público que vai das crianças, jovens e até idosos cadeirantes, sendo da essência brasileira. Tudo num ambiente descontraído, familiar, com crianças correndo, pessoas passeando pelos jardins, mas com sons e equipamentos profissionais da melhor qualidade, afinadíssimos.
Quinteto Vento em Madeira, com Mônica Salmaso
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9 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Gastronomia, Notícias, Saúde, webtown | Tags: assuntos do cotidiano, diferença no Ocidente e no Oriente, pitadas sobre assuntos que afetam as pessoas
Mesmo num site que pretende contribuir para uma interação maior entre o Oriente com o Ocidente, além dos assuntos econômicos, políticos e sociais, existem diferenças que afetam diretamente o cotidiano das pessoas, que poderiam auxiliar nestes intercâmbios. Entre os objetos que são usados diariamente pela maioria das pessoas, estão os instrumentos para auxiliar na alimentação usual. No Ocidente, desde o século XVII, vieram evoluindo os talheres, que se inicialmente eram símbolos da riqueza, passaram recentemente a ganhar contribuições de designers que, além de suas formas, se preocupam com suas funcionalidades e adequações ergométricas.
No Oriente, os chopstick em inglês e os hashis em japonês foram encontrados nas escavações chinesas, datadas próximos aos 12 séculos antes de Cristo, como suas citações estão nos escritos de Han Fei (280-233 AC). Também vieram evoluindo, dependendo das regiões da Ásia, podendo ser encontrados de vários materiais, desde o marfim até os de madeiras ricamente trabalhadas, bem como os que vêm sendo condenados como os conhecidos como wari-bashi (descartáveis que consomem florestas de madeiras).
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