8 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: dificuldades em muitos países, exemplos brasileiros, o problema da “accountability”
Observando-se os inúmeros problemas recentes nos mais variados países diante da crise que está se enfrentando em todo o mundo, que inundam todos os veículos de comunicação social a ponto de provocar uma saturação na capacidade da população em absorver tantas notícias restritivas, identificam-se alguns problemas que têm origem comum. As populações representadas não encontram um mecanismo eficiente no controle das decisões tomadas pelos seus representantes, processo que é conhecido em inglês difícil de ser traduzido adequadamente, como “accountability”. As eleições em muitos países estão mostrando a insatisfação da população com as medidas tomadas pelas suas autoridades, preferindo substituí-las por outros eleitos que devem enfrentar dificuldades semelhantes. No fundo, os recursos disponíveis não permitem atender todas as aspirações da população, mas em muitos países os dispêndios continuam sendo maiores que os suportáveis, gerando déficits indesejáveis.
No caso brasileiro, tanto o Legislativo como o Judiciário, bem como algumas instituições como as universidades, em nome de suas autonomias, decidem sobre suas próprias remunerações tendendo a aumentar as despesas públicas. Mas quem acaba sendo cobrado pelos déficits públicos são os membros eleitos do Executivo. Não há uma cobrança funcional da população e dos eleitores sobre os eleitos para o Legislativo ou sobre os membros do Judiciário que têm asseguradas elevadas vantagens em suas carreiras. Por exemplo, as aposentadorias dos membros do Judiciário no Brasil são muitas vezes superiores aos do Legislativo, que são bem melhores que do Executivo. E todos são bem superiores que os do setor privado. As responsabilidades por todas estas faltas de funcionalidades acabam se concentrando nos membros eleitos para o Executivo.
Palácio do Planalto, o Congresso e o STF
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8 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a complexa gestão, caso brasileiro, estratégias, países continentais
Todos que não tiveram experiências nas gestões de programas de grande magnitude como os exigidos pelos países de dimensões, principalmente emergentes como a China, a Índia, o Brasil e a Rússia, tendem a subestimar as gigantescas dificuldades existentes para tanto. O jornal O Estado de S.Paulo publica uma extensa matéria na edição de hoje, elaborada por Vera Rosa e Tânia Monteiro, informando que a presidente Dilma Rousseff deseja que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, comande o PAC – Programa de Aceleração do Desenvolvimento, considerado fundamental pelo governo federal, deixando o Ministério do Planejamento concentrado na elaboração do orçamento com a ministra Míriam Belchior.
Como todos estes programas envolvem muitos setores da administração pública, necessitando também da participação do setor privado, num país que não têm a tradição de planejamento e continuidade de muitos programas de envergadura, acabam ocorrendo problemas nas execuções de muitos programas. Prejudicam a manutenção do ritmo de crescimento da economia como um todo. Informa-se que os dispêndios nestes investimentos estão atrasados, por inúmeros motivos, contribuindo para o atual desaquecimento da economia brasileira. O governo tenta superar estas dificuldades.
Presidente Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e Miriam Belchior. Foto: Andre Dusek/AE – 15/09/2011
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8 de dezembro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: compulsão consumista, consumo ostentatório, geek, gyaru, nerd, otaku, youths spend more to show off-China Daily.
Os tempos de comemorar nascimento de quem pregava: “Amai-vos uns aos outros, não cobiçareis o alheio, e sereis providos com o pão vosso de cada dia”, tornou-se paradoxalmente época mor de consumismo, gastança e comilança. Desde quando o casal original incorreu no primeiro dos consumos proibidos e se percebeu despido e despojado de bens, não se parou mais de consumir: uma tanguinha aqui, outra sunguinha lá, um brinquinho Tiffany, mais gravatinha Hermès – tentações foram crescendo, mas como pagar tudo? “Comerás do teu trabalho, vestirás do suor do teu rosto”. As gerações seguintes caíram num círculo vicioso: produzir, consumir, exibir, e gastar mais do que têm. Surgem consultores financeiros para orientar consumo-adictos a não se perderem (Folha de S. Paulo, Folhainvest, Sobrou Dinheiro, 28/11/2011).
A consultora de moda e etiqueta Gloria Kalil ensina: “Chique é não ter dívida; usar o dinheiro extra (13º salário, abonos) para resolver esse problema é um presente que você se dá”. A outrora modelo e socialite carioca Danuza Leão, cronista do citado jornal, revela, “Para simplificar minha vida, não comemoro Natal há muitos anos. Nem telefonema eu dou. Quem me conhece bem, não me cobra por isso”. Mas é tudo que adoraríamos poder fazer! Porém, como despistar amigos e parentes próximos, distantes, agregados, postiços, ou falsos? Nem um telefonema? Como ela consegue? Já não nos sendo mais viável assumir tal atitude para este Natal, aí está: sugestão Danuza Leão de resoluções para 2012.
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6 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: impactos na demanda mundial, os atuns como notícia no Wall Street Journal, problemas ecológicos
No atual mundo globalizado, a junção dos problemas de suprimento de alimentos com os ecológicos levam até o sisudo The Wall Street Journal a publicar um artigo informando que as espécies de atum bluefin (honmaguro) sofreram danos restritos com os derramamentos de petróleo no Golfo do México. O National Oceanic and Atmospheric Administration – NOAA, dos Estados Unidos, estima, com base nas análises efetuadas, que podem ser atingidas em 4% da sua população, que tem como habitat este Golfo, onde muitos nascem.
Como é de conhecimento generalizado, o consumo de atum bluefin aumentou sensivelmente com a propagação da culinária japonesa pelo mundo, pois é o mais adequado para a produção do toro, a parte mais gordurosa apreciada pelos gourmets que passaram a consumir sushis e sashimis. Já há algumas produções feitas em cativeiro, em diversos países, mas ainda estes peixes que circulam por todos os oceanos continuam sendo a fonte básica para atender este crescente mercado.
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6 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: estimativas do ADB – Asian Development Bank, ligeiro decréscimo, principal foco do crescimento mundial
Ainda que nenhuma previsão do futuro da economia seja muito precisa, principalmente no mundo atual que enfrenta terríveis dificuldades como neste final do ano, a feita pelo ADB – Asian Development Bank para o Leste Asiático para 2012 aparenta ser razoável, podendo crescer 7,2%, com ligeiro decréscimo com o esperado 7,5% neste ano. O Leste Asiático definido pelo ADB compreende Brunei, Camboja, China, Hong Kong, Taiwan, Tailândia e Vietnã. Com isto, espera-se que seja uma das regiões que continuará apresentando um crescimento acima da média mundial, ajudando o resto da economia internacional.
Evidentemente, a recessão no mundo desenvolvido, o crescente protecionismo e a restrição do financiamento do comércio internacional, a persistente pressão inflacionária, as flutuações nos fluxos financeiros podem acabar enfraquecendo ainda mais as economias. Estas informações foram fornecidas pela Dow Jones e publicadas no Nikkei. Mesmo que estes impactos sejam aguardados, espera-se que sejam manejáveis, de forma semelhante com o que acontece em algumas economias como a brasileira.
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6 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, webtown | Tags: bispo auxiliar na Lapa, Capital, dom Júlio Endi Akamine, estudos e atuação no Paraná, natural de Garça SP, primeiro bispo nissei, SP
Apesar do elevado número de católicos descendentes de japoneses no Brasil, e mesmo as famílias que vieram como imigrantes do Japão já com esta opção religiosa, não se destacava uma figura pertencente à hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana. Informa-se que dom Júlio Endi Akamine, nascido em Garça, SP, descendente de família de imigrantes okinawanos e, segundo ele mesmo, que veio trabalhando no Estado do Paraná, onde estudou na sua Capital, Curitiba, foi o primeiro ordenado como bispo. Papa Bento XVI o nomeou bispo em 4 de maio último, e na Catedral da Sé em 9 de julho último o cardeal dom Odilio Pedro Scherer presidiu a cerimônia de sua ordenação episcopal, como novo bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, encarregando-o como responsável pela região da Lapa, desta Capital.
Tive a oportunidade de um primeiro encontro rápido, mas simpático com este bispo de somente 49 anos na missa que ele rezou como parte do centenário da Paróquia que tinha a denominação antiga de Imaculada Conceição de Maria na Lapa. Hoje, ela se chama Paróquia Nossa Senhora da Lapa. Mas não faltarão novas oportunidades, pois resido neste bairro, na sua confluência com do Alto de Pinheiros com o Alto da Lapa. Foi explicado que esta paróquia centenária assistia às tropas que vinham da antiga Estrada da Boiada, para ganhar o interior de São Paulo. Hoje, ela está situada no centro do bairro da Lapa, na parte ocupada por muitas lojas.
Bispo dom Julio Endi Akamine e seu brasão episcopal
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5 de dezembro de 2011
Por: Naomi Doy | Seção: Depoimentos, webtown | Tags: AIV - Ano Internacional do Voluntariado+10, Brasil Solidário-Japão, CCBJ-Revista Japão, Comúnitas, Faça Parte-Insituto Brasil Solidário, kodama deshôka, Pastoral da Criança, Pastoral do Idoso.
“…soshite ato de samishiku natte,
gomen ne te iuto, gomen ne te iu;
kodama deshôka, iie dare demo” (Misuzu Kaneko, 1903-1930)
(… então, sentindo-me triste e só, perdoe-me, disse; perdoe-me, respondeu. Será um eco? Não, quem sabe alguém).
“Kodama deshôka” (será um eco?), é a frase do poema repetida várias vezes em comercial de serviço público, produzido pela Advertising Council of Japan – que congrega órgãos de publicidade e comunicação no Japão. O jingle foi transmitido dia e noite por TVs japonesas nas semanas que se seguiram ao desastre de 11 de março: para dizer que pessoas respondem com gentileza quando tratadas gentilmente, que atos solidários se reproduzem como ecos.
Gente, organizações, países que acorreram para se solidarizar com o povo japonês foram unânimes: quando precisamos de ajuda, fomos socorridos incontinenti; agora é a nossa vez. Do Haiti, da Indonésia, da Nova Zelândia, das Américas, da Europa, de todo o Oriente. Nunca o mundo se organizou em tamanha cruzada de ajuda humanitária e voluntária – individualmente, em grupos, através de ONGs ou governos. Dentro do Japão, o desastre provocou uma consciência coletiva que o país não via desde a II Guerra Mundial.
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5 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: exame dos passados, os noticiários, poder do Legislativo, sistema presidencialista
Com as frequentes demissões de ministros acusados de corrupção, muitos eleitores acabam perguntando por que as pessoas nomeadas não tiveram seus passados antecipadamente examinados pelos que influíram nas decisões de suas admissões. E se os intensos noticiários correspondem efetivamente à realidade do que ocorre nos bastidores da política nacional. Por mais objetivos que sejam as análises efetuadas, não se pode assegurar que elas não estejam eivadas das convicções pessoais dos analistas, pois muitas podem apresentar divergências significativas entre elas, principalmente as mais divulgadas pela imprensa.
A arte da política exige muito mais do que está consubstanciada nas teorias políticas, e nos ensinamentos de Niccolò Machiavelli e de muitos sábios chineses como Sun Tzu. Acabam exigindo suplementações nos dias atuais, onde as informações, corretas ou não, acabam se propalando mais rapidamente por um universo mais amplo que no passado.
Gravuras de Niccolò Machiavelli e Sun Tzu
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5 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: a profundidade das dificuldades, entendimentos da Alemanha com a França, influências da crise no mundo, problemas que vêm desde a criação do euro | 2 Comentários »
Numa entrevista que concedi para o Ocidente Subjectivo, um site mantido por acadêmicos europeus, entre outros assuntos fui questionado sobre a minha opinião acerca das causas que provocaram os problemas atuais do euro. O meu ponto de vista de que as condições não determinavam uma zona ideal para uma moeda única acabou sendo confirmado por um dos que colaboraram na criação do euro, Jacques Delors. Numa entrevista concedida para o The Daily Telegraph, ele, que foi o presidente da Comissão Europeia entre 1985 e 1995, conforme consta do site da Folha.com sob o título de “Ex-chefe da Comissão Europeia diz que zona do euro nasceu defeituosa”.
Mesmo com a intensa preparação desde a anterior Comunidade do Carvão e do Aço, todos sabiam que as economias dos países da Europa apresentavam condições muito diferenciadas, havendo necessidade de uniformizar razoavelmente as suas economias, não só do ponto de vista monetário e fiscal, mas produtivo. Entre as comparações das vantagens e desvantagens, optou-se pela criação do Mercado Comum Europeu e da adoção do euro, admitindo-se que os países em melhores condições deveriam ajudar os mais desfavorecidos.
Um longo período de orientação predominante de economia do bem-estar social na maioria dos países europeus fez com que eles contassem com benefícios superiores aos correspondentes às suas diferentes produtividades e capacidade de arcar com os seus encargos. Margaret Thatcher já apontava, com sua posição sempre rigorosa, que os ingleses pretendiam salários de alemães com produtividades bem inferiores. E mesmo que no Reino Unido não tenha aderido ao euro, hoje, os efeitos das dificuldades europeias atingem aquele país.
Margaret Thatcher, Jacques Delors, Angela Merkel e Nicolas Sarkozy
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5 de dezembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Turismo, webtown | Tags: comparações, divulgação chinesa do Tangtze e Three Gorges, turismo pelo Amazonas
É famoso o ditado “a propaganda é a alma do negócio…”. Ainda que o turismo pelo Amazonas já esteja sendo explorado há décadas, com a qualidade para atender os turistas mais exigentes, os que desejarem um tratamento de nível internacional necessitam efetuar pesquisas cuidadosas utilizando diversas fontes de informações e agências especializadas. Existem navios de grande porte que efetuam viagens como para Manaus, e outros efetuando programas regionais a partir desta Capital do Estado do Amazonas, com durações variadas. Bem como hotéis de elevada qualidade que podem receber, ainda num número limitado, turistas de elevada renda, para conhecer parte das muitas realidades da maior floresta do mundo. E alguns estão instalados em plena floresta, nas beiras dos grandes rios, podendo se conhecer “in loco” sua ampla biodiversidade bem como muitas de suas atrações, como a Vitória Régia, encontro das águas, pororocas e milhões de atrações desta ampla região. A gastronomia regional começa a ser em parte conhecida internacionalmente, e suas frutas são cada vez mais apreciadas no exterior. Mesmo os brasileiros conhecem pouco da região Amazônica e sua realidade, iludidos por conhecimentos superficiais nem sempre corretos constantes dos livros didáticos, pois o turismo interno ainda não é estimulado.
Outras grandes atrações brasileiras como a Catarata do Iguaçu, que deixa envergonhada a norte-americana de Niágara e a Usina de Itaipu que rivaliza com a chinesa de Three Gorges são conhecidas por viagens não fluviais. O rio Paraná como o Paraguai, e mesmo o São Francisco, ainda que navegáveis por longos trechos por navios de porte, poucos são explorados para turismos internacionais de elevado nível. E eles podem ser geradores importantes de muitas divisas externas, por serem já conhecidas por muitos turistas internacionais desejosos de conhecê-los.
Encontro das águas do Solimões e Rio Negro, pororoca, Vitória Régia, Cataratas do Iguaçu, Usina de Itaipu e Barragem do Sobradinho
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