20 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Dilma Rousseff é capa do Newsweek, entrevista concedida em Brasília, matéria de grande destaque e consagradora
Merecer a capa do Newsweek quando se prepara para ser a primeira mulher a inaugurar a Assembleia Geral das Nações Unidas já é uma consagração. A entrevista concedida em Brasília para Mac Margolis, com citações de diversas personalidades, ao lado de uma ampla matéria que destaca que o Mundo é das Mulheres, excede as expectativas dos brasileiros, mesmo entre os que já a aceitam como uma grande líder ou até quem não notou nela nas últimas eleições.
Os títulos e os leades das matérias são quase apaixonados. “Presidente do Brasil, Dilma Dinamite” (tradução livre de Brazil’s President Dynamite Dilma). “Não brinque com a Dilma, a mulher Presidente do Brasil machista que está crescendo, e está chamando a atenção de todos” (tradução livre de Don’t Mess With Dilma, a woman is President in booming, macho Brazil, and she’s calling all the shots).
Reprodução da capa do Newsweek e a presidente Dilma Rousseff em foto de Luiz Maximiano
A matéria de capa, bem elaborada, relata uma história de um encontro dela com uma menina chamada Vitória, que perguntou a ela se uma mulher poderia ser Presidente, e ela respondeu que sim. O Newsweek entrevistou-a no seu gabinete em Brasília, cercada de trabalhos relacionados como com a preparação da Copa do Mundo, da eliminação da pobreza absoluta, criação de empregos, do combate à corrupção.
Relata resumidamente a sua vida, desde quando estudante e se engajou na Var Palmares na luta contra o autoritarismo militar sem o uso de armas, sendo capturada e sofrendo torturas, recebeu o diagnóstico de câncer, a vida com sua família em Brasília, a sua escolha como candidata pelo Lula da Silva, um líder carismático.
O artigo está recheado de declarações de personalidades que reconhecem as suas qualidades, que surpreende os que a consideravam uma mera burocrata, e que está dando a sua face para o seu governo, ampliando agora sua presença internacional.
Ela expressou na entrevista a convicção que o Brasil está preparado para enfrentar um mundo onde os Estados Unidos e a Europa lutam para superar as suas dificuldades, minimizando os efeitos da redução do crescimento da economia mundial. Um Brasil que também colabora para resolver os problemas europeus, junto com outros países emergentes.
Informou sobre os recursos que o país dispõe para acelerar o seu desenvolvimento utilizando o seu mercado interno, que vem melhorando a sua distribuição de renda, mostrando um domínio do que tem seu comando.
Mereceu uma declaração de Delfim Netto, qualificado como o czar da economia no período militarista, que afirmou: “Dilma tem a visão para o Brasil, e ela sabe também que não pode violar os princípios da contabilidade” (tradução livre de “Dilma has a vision for Brazil, but she also knows not to violate the principles of international accounting”. Ou seja, não pode gastar mais do que dispõe.
Informa-se que ela ficou satisfeita com a entrevista publicada que deve ser um importante estímulo para a luta que empreende, cujo cenário agora se amplia pelo mundo, ao lado de mulheres que marcaram com suas contribuições para a melhoria do bem-estar de toda a humanidade, com muito pé no chão.
20 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo no The Times of India, cálculo pelo poder de paridade de compra, estimativa da Crisil
O jornal The Times of India publicou um artigo de autoria de Rishi Shah informando que a economia daquele país, medido pelo chamado PPP – Poder de Paridade de Compra (ou seja, a cesta de produtos que pode ser adquirido com a moeda local em vez de usar o câmbio), estará ultrapassando a do Japão ainda neste ano de 2011, segundo Sunil Sinha, pesquisador-chefe da Crisil, uma organização da Índia que efetua estes estudos e elabora índices de rating. Evidentemente, está se falando no tamanho da economia global, pois, em termos per capita, a renda japonesa continuará bem superior à indiana.
A economia da Índia era a quarta do mundo em 2010, superada pelos Estados Unidos, China e Japão. O FMI estimava que a Índia e o Japão estariam quase juntos em 2011, mas os problemas de terremoto e tsunami prejudicaram a economia nipônica, enquanto a Índia deverá crescer de 7 a 8%. Se não fossem os desastres, estava previsto que a Índia superaria o Japão em torno de 2013-2014.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo do Valor Econômico, busca futura de parceiros, Nippon Steel assumindo o controle
O Valor Econômico, que costuma ser muito cuidadoso nas matérias que publica, noticia num artigo de autoria do Ivo Ribeiro que a Nippon Steel, diante do problema, que está colocado na Usiminas, procura se posicionar adquirindo inicialmente o seu controle, para depois procurar parcerias confortáveis. Como já foi amplamente divulgado, a CSN veio adquirindo ações no mercado da Usiminas onde a Nippon Steel é a maior acionista. Revelou a sua disposição de adquirir o bloco de ações de Votorantim e da Camargo Corrêa, que junto com a Nippon Steel tem o controle acionário da siderúrgica mineira, mediante um acordo de acionistas. Como se trata de um assunto cheio de detalhes, os que desejarem uma informação mais completa devem consultar diretamente o artigo mencionado.
A Nippon Steel está numa situação constrangedora, pois já teve diferenças de opinião numa mineração que tinha em conjunto com a CSN. Ao mesmo tempo, a tecnologia utilizada pela Usiminas é de origem na Nippon Steel que vem investindo para mantê-la atualizada, considerando a Usiminas uma empresa que poderá se expandir no futuro, pois as atividades siderúrgicas se tornam cada vez menos competitivas no Japão.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: alguns depoimentos, artigo no The New York Times, futuros, rivalidade
Um artigo publicado no The New York Times e reproduzido no suplemento semanal da Folha de S.Paulo relata algumas notícias sobre estes dois vizinhos asiáticos gigantescos que já tiveram, no passado, alguns conflitos fronteiriços, a China e a Índia. Ambos continuam com crescimentos econômicos a elevadas taxas, transformando problemas em soluções, com suas populações superiores a um bilhão de habitantes. Além de exportarem produtos industriais utilizando seus recursos humanos baratos, agora aproveitam os seus mercados internos no momento em que a economia mundial desacelera o seu crescimento.
O artigo escrito por Vikas Bajaj, de Mombai, recebeu subsídios de Xu Yan, de Xangai, e Joshua Frank, de Pequim, relatando que se existe uma rivalidade ela é unilateral. A China tem uma atitude de quase indiferença com a Índia, comparando-se sempre com os Estados Unidos e a Europa, enquanto os hindus são quase obcecados com o País do Meio. Mas alguns estudos demográficos indicam que, nas próximas décadas, a Índia que conta com uma estrutura populacional mais jovem poderá superar a China, cuja população envelhece rapidamente.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do The New York Times, identificação da população pela íris, projeto Aadhaar
Como é de conhecimento de muitos, a íris humana é que melhor permite a individualização dos seres humanos, e já vem sendo utilizada nos sistemas sofisticados de segurança em instituições que se preocupam com ela. Os conhecimentos da biometria avançaram mostrando que as íris são mais diferenciadas pelos muitos indivíduos. Um artigo publicado no The New York Times, reproduzido no suplemento semanal da Folha de S.Paulo, noticia que, com o projeto Aadhaar (que significa Fundação), a Índia esta utilizando um simples mecanismo que permite a identificação dos seus 1,2 bilhão de habitantes, ligando os desenhos das íris com um número de registro de sua identidade. Seria particularmente útil para que todos sejam beneficiados pelos programas sociais, reduzindo a possibilidade das corrupções que costumam acompanhar a implementação de projetos bem intencionados.
Existem sistemas que permitem a leitura das íris e seus registros mediante o uso da informática, de forma barata e segura. As carteiras de identidades dos indianos podem ter um custo de US$ 3 por habitante, que nada pagará por ela por ser um programa oficial. Muitos indianos não podiam receber os benefícios sociais diante das dificuldades para a sua identificação, pela falta de dados seguros, o que poderá ser superado por este projeto, que certamente poderá ser aplicado em outros países emergentes ou problemas, evitando os desvios que ocorrem com burocratas corruptos.
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19 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: dificuldades de compreensão, perdas no UBS, responsabilidades, tradições suíças
Ninguém deve apontar irresponsavelmente as razões das falhas que vêm ocorrendo em alguns bancos internacionais, mas todos acabam ficando apreensivos quando o tradicional UBS, cujo nome veio do centenário Union Bank of Switzerland – o maior banco suíço, que era considerado como das melhores instituições bancárias do mundo, informa que houve irregularidades na organização cujos prejuízos foram inicialmente estimados em US$ 2 bilhões, ainda que esta cifra não coloque o banco em risco. Hoje, o site da Bloomberg informa que a nova estimativa é de US$ 2,3 bilhões e seu CEO Oswald Gruel não cogita de pedir demissão. Para quem é do tempo em que os bancos suíços eram o símbolo máximo da segurança bancária, e tendo sido responsável pela fiscalização dos bancos brasileiros, portanto, não um simples leigo no assunto, estas informações são no mínimo surpreendentes.
Como a maioria dos bancos internacionais, quando da crise de 2008, o UBS teve que elevar o seu capital em US$ 46 bilhões dos seus investidores para fazer face às suas dificuldades, inclusive com recursos da Confederação Suíça, portanto, dinheiro público. Seus dirigentes, como a maioria dos grandes executivos responsáveis por instituições semelhantes, são remunerados regiamente, participando dos seus lucros ainda que potenciais, com cifras assustadoras. Atualmente, estes bancos necessitam ser assistidos pelas autoridades monetárias, novamente, diante das operações de elevado risco que vieram efetuando nos últimos anos, com devedores que não podem honrar os seus compromissos.
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18 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: considerações da autora, homenagem aos idosos, um artigo publicado no WebTown
Um artigo interessante foi publicado no site WebTown, muito utilizado pelos brasileiros residentes no Japão, de autoria da brasileira descendente de japoneses nascida Claudia Hirashima, que pode ser acessado pela internet. Segundo as informações que divulgou junto com o artigo hoje, depois de casada, ela passou a se chamar Dias e mora no Japão, com parte de sua família no Brasil. Ela utiliza uma antiga fábula, que tem algumas variações, onde uma idosa japonesa com suas limitações decorrente da idade mora com o filho, a nora e sua neta. Acaba sendo discriminada dentro da família nas suas refeições, pois provoca alguns inconvenientes com as dificuldades da idade e precisa usar uma tigela de madeira. A nora vê sua filha manuseando algumas madeiras e perguntada sobre o que estaria fazendo informa que está preparando os utensílios que a mãe deverá usar quando envelhecer.
Com base nesta lição mora,l ela faz uma série de considerações sobre a sua família e saudades que sente de sua infância na companhia de seus avós e pais, denotando uma saudade do Brasil e do passado já distante que se difere da fábula. Bem como a sua atual situação de avó, em que procura levar uma vida atualizada.
Ilustração publicada no blog Rosa de Hirashima
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18 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Parceria Trans-Pacífica, reaproximação com os Estados Unidos, tendências do novo governo japonês
Observando-se as primeiras iniciativas internacionais do novo governo japonês, comandada pelo primeiro-ministro Yoshihiko Noda, é possível identificar que, além da aceleração de sua reconstrução interna, estão sendo obrigado a optar por uma maior aproximação com os Estados Unidos. Uma notícia publicada no jornal econômico japonês Nikkei, além de outras que estão sendo divulgadas pela imprensa daquele país, dão indícios destas tendências. De um lado, a sempre desconfortável presença das tropas norte-americanas em Okinawa parece caminhar para uma solução adequada, no médio prazo, mediante um entendimento recíproco, usando parcialmente outra ilha no Sudeste Asiático, como Guam.
Os problemas enfrentados pelos japoneses com os recentes terremotos na sua região nordeste atrasaram as difíceis negociações que vinham sendo feitas para a sua participação no TPP – Trans Pacific Partnership, que visa um acordo envolvendo os Estados Unidos, Austrália, Brunei, Chile, Malásia, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Agora, tanto os Estados Unidos como o Japão necessitam intensificar os esforços para alavancar os crescimentos de suas economias, e uma redução tributária bem como intensificação da cooperação na bacia do Pacífico parece importante para todas as partes.
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18 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: fornecimento do etanol dos Estados Unidos para o Brasil, noticias do Nikkei, política do METI
Duas notícias publicadas no jornal econômico japonês Nikkei dão uma ideia do engajamento do Japão nas novas energias, pois não podem contar mais com a nuclear diante dos problemas que sofreram. Um artigo informa que o METI – Ministério de Economia, Indústria e Comércio Exterior do Japão realizou um painel deixando claro que devem perseguir a competitividade japonesa no mercado de novas energias que deverão triplicar nos próximos 10 anos no mundo, chegando à metade dos setores ligados à indústria automobilística. Numa outra, informa que a trading Itochu fornecerá para o Brasil etanol norte-americano para suprir algumas regiões de Minas Gerais e Tocantins.
O METI informa que as indústrias de energia solar, eólica e de baterias para a sua armazenagem no mundo devem passar de cerca de US$ 400 bilhões para mais de US$ 1 trilhão em 2020. A exportação de produtos e tecnologias destes setores deverá crescer no Japão, chegando a cerca de 30% de sua produção nacional. Eles consideram que os setores chaves devem ser seis: energia solar, energia eólica, energia termal, baterias para estocagens, células de combustíveis e edifícios comerciais e residenciais amigas do meio ambiente.
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15 de setembro de 2011
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: artigo de Kevin Short no Daily Yomiuri, colheita de arroz no Japão, setembro | 4 Comentários »
As dimensões das plantações de arroz no Japão, em tanques intensamente irrigados (polders inglês, ta em japonês) são pequenas. E no mês de setembro, quando se efetua a sua colheita, é preciso que os próprios proprietários o façam, normalmente com o auxilio de uma pequena máquina colheitadeira. São usualmente idosos, pois seus filhos não se dedicam mais à agricultura, preferindo empregos urbanos, nas indústrias e nos serviços. Kevin Short, um antropologista cultural e naturalista, professor da Tokyo University of Information Sciences, escreve sobre estes e outros assuntos do cotidiano japonês, com interessantes enfoques, no Daily Yomiuri Online.
Este tipo de cultivo do arroz já se faz no Japão há cerca de 3.000 anos, e depois da reforma agrária efetuada pelo general Mc Arthur durante a ocupação americana, quando o país foi derrotado na Segunda Guerra Mundial, todos os trabalhadores agrícolas receberam o correspondente a um hectare, um minifúndio. Com o tempo, de algumas formas, os japoneses conseguiram reaglutinar estas propriedades, mas elas continuam pequenas quando comparadas com outros países. São antieconômicas, e os agricultores acabam recebendo subsídios governamentais para manter a sua produção, considerada fundamental para a independência alimentar do Japão. São totalmente diferentes dos predominantes no Brasil, que são variedades plantadas em áreas secas, em escala muito maior.
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