20 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: Companhia Siderúrgica de Pecém, joint venture da Vale com as coreanas Dongkuk e Posco, Pecém no Ceará, Zona de Processamento de Exportação
Até que enfim. Apesar da legislação para a instalação de ZPE – Zonas de Processamento de Exportação estar aprovada há muitos anos, a sua efetivação tem demandado longas negociações no Brasil. A primeira foi a Zona Franca de Manaus há décadas, com o objetivo de iniciar a produção industrial na Amazônia, depois foi criada e instalada recentemente outra no Acre, na proximidade da capital Rio Branco. Agora, anuncia-se a efetivação da de Pecém no Ceará junto ao atual porto, começando com a instalação da Siderúrgica de Pecém, uma joint venture entre a Vale e as coreanas Dongkuk e Posco, esta última que ocupa a terceira posição no mundo atual depois da indiana AcelorMittal e a chinesa Baosteel, segundo os dados de 2010 e 2011. Há dados como da World Steel Association de 2011 informando que outra siderúrgica chinesa do Hubei Group que já teria superado mesmo a Baosteel. Deve-se seguir a instalação de uma refinaria da Petrobrás nesta ZPE, segundo notícias publicadas por Renata Veríssimo no jornal O Estado de São Paulo.
Informa-se que somente na siderurgia deverão ser investidos cerca de US$ 8 bilhões, para uma capacidade de produção de 3 milhões de toneladas de placas de aço, com início da operação em 2015, criando 4 mil empregos diretos. A Vale vai instalar também a Vale Pecém para processar 5 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Nesta ZPE, deverá produzir 80% para a exportação, sendo 20% para o mercado interno, que ficará sujeito à tributação.
Porto de Pecém no Ceará
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19 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: encontro das condições ideais, planos de expansão, produtividade impressionante, tecnologia adaptada
A produção de leite no Brasil e no mundo sempre passa por ciclos difíceis de serem corrigidos. Um empreendimento de um grupo de neozelandeses encontrou no interior da Bahia, na fronteira de Minas Gerais com Goiás, as condições ideais para o seu novo gado leiteiro que chamam de “kiwicross”, que suporta o calor do cerrado, tornando-se vitoriosos na produção de leite que encontra uma boa aceitação no mercado brasileiro, conforme artigo publicado por Bettina Barros no jornal Valor Econômico. Conseguem em Jaborandi, na Fazenda Leite Verde, produzir mais que nos Estados Unidos, os maiores produtores mundiais por hectare, e contam com dez vacas por hectare, quando na Nova Zelândia conseguem somente três.
Os neozelandeses David Broad e Simon Wallace conseguiram este milagre tirando partido da água, sol e pasto farto, adaptando a tecnologia que adquiriram na Nova Zelândia. Pensam passar para a produção de produtos de maior valor agregado, com foco no leite desnatado e creme de leite aproveitados a partir da nata descartada. A Nova Zelândia é um pequeno país próximo à Austrália, e o Brasil já aproveitou a sua tecnologia para a produção intensiva de gado, com a ajuda do Banco Mundial no fim da década dos setenta do século passado, quando tive o privilégio de comandar o Conselho Nacional da Pecuária.
Cruzamento de holandesas com jerseys, as vacas produzem leite de alta qualidade
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18 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo do China Daily, entrevista do Premier Li Keqiang, estratégia a ser adotada, reconhecimento das dificuldades
Depois da posse do presidente Xi Jinping, a figura executiva mais importante da China é do primeiro-ministro Li Keqiang, que foi escolhido pelo Partido Comunista Chinês para compor dois importantes segmentos da política chinesa. Com uma vivência no exterior, os dois são líderes preparados e procuram ganhar a batalha da comunicação, concedendo uma entrevista à imprensa, dentro dos parâmetros chineses, mas denotando desejos de avanços claros, ao mesmo tempo em que conscientes das dificuldades que devem enfrentar.
Desde o tempo em que foram designados até a aprovação formal pelo PCC, os dois principais líderes tiveram um tempo para consolidar os seus discursos, ao mesmo tempo em que compunham a equipe governamental que mostra um esforço para atendimento das diversas tendências políticas, inclusive dos que não foram devidamente contemplados nas etapas anteriores. Como já postamos neste site, não existe mais o fácil consenso na China e as reformas que deverão ser implementadas gerarão reações que precisam ser neutralizadas. No fundo, trata-se de um desenvolvimento sustentável, com a perseguição da diminuição dos seus problemas como a poluição e as desigualdades.
O primeiro-ministro chinês Li Keqiang durante a sua entrevista à. Foto: Wu Zhiyi / China Daily
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18 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: as ameixeiras menos conhecidas que as cerejeiras, diversas espécies, início da primavera no Japão | 2 Comentários »
Num artigo, mais um vídeo postado pelo parceiro deste site, no WebTown é possível conhecer a maravilha das ameixeiras chorão, conhecidas no Japão como Shidare Ume. Daquele país são mais conhecidas as cerejeiras que resultam numa explosão de flores, mas as variedades mais apresentadas se dispersam em poucos dias, salvo as do sul que são mais duráveis. O sakura expressa uma forma de sentimento da cultura japonesa, que é a rápida transitoriedade da vida, incorporada nos conhecimentos zens budistas.
Mas nos pequenos jardins japoneses sempre se encontra o ume, uma flor menos exuberante em quantidade, mais duradoura, que sempre é muito apreciada, pois suas árvores acabam dando a aparência de um arranjo como o do ikebana, ajudando a compor o conjunto que reproduz a natureza, numa forma aproximada de um bonsai, ou miniaturizada.
Neste caso do Shidare Ume está no Centro Agrícola de Nagoia, na região central do Japão, apresentando também cores brancas, diferentes das usuais rosas. Estas formas de chorões também fazem parte de uma das marcas da cultura japonesa, que pode ser interpretada como humildade, voltando seus ramos para baixo, que nem sempre é compreendida em outras culturas.
Nos países tropicais ainda não existe uma cultura para valorizar a extrema riqueza de sua biodiversidade, poucos conhecendo os nomes das plantas, das árvores e das flores, que também apresentam uma rica beleza, que sempre é mais admirada pelos visitantes estrangeiros, inclusive pesquisadores que deixaram muitos livros com seus registros.
Mas, vendo o que está se fazendo em todo o mundo, certamente vamos introduzir também na nossa cultura a valorização do meio ambiente que nos cerca.
17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: artigo de especialista no Project Syndicate, sinais de pequenos avanços na democracia chinesa, tendências esperadas, válvulas para evitar uma explosão
As informações disponíveis sobre todos os regimes politicamente fechados são precárias e muitos no exterior possuem conceitos distorcidos sobre China. Ignoram que mesmo antes de Deng Xiaping já havia um incipiente mercado, mesmo no período mais duro do período de Mao Tsetung, quando os pequenos produtores rurais entregavam ao Estado metade de sua produção e havia pequenas feiras locais onde eles comercializavam a outra metade de sua produção, fora das fazendas coletivas. As liberdades econômicas ganharam impulso com as reformas introduzidas por Deng Xiaping, e com ela as incipientes medidas que tinham que se ajustar à nova realidade, tanto para atender as necessidades dos mercados como até algumas manifestações políticas que fugiam a possibilidade do controle central.
Num artigo conjunto de Jun Zhang, professor de Economia e diretor do Centro Chinês de Estudos Econômicos da Fudan University de Shanghai e Gary H.Jefferson, professor de Economia e Escola de Negócios Internacionais e chair de estudos do Leste Asiático da Brandeis University de Boston, USA, publicado no insuspeito Project Syndicate, trata com muita ponderação o assunto. Eles colocaram com ponderação que esperam a aceleração da descentralização na China com os novos líderes.
Zhang Jun Gary H.Jefferson
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17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: aspectos positivos e problemáticos, bom balanço, livro de Daniel Tudor, resenha de Jeff Kingston | 6 Comentários »
Daniel Tudor é considerado um respeitado jornalista internacional especializado na Coreia e é sempre interessante conhecer um país do ponto de vista destes profissionais. Jeff Kingston, especializado em Ásia, fez uma interessante resenha sobre o seu livro, “Korea: The Impossible Country”, editado pela Tuttle, 2012, cuja compra estou providenciando. Como tive oportunidades de conhecer algumas coisas deste país, principalmente em três épocas diferentes, logo depois do término da Guerra da Coreia, em torno de 1985, quando supervisionei o escritório de uma empresa em Seul, e mais recentemente quando o meu embaixador Edmundo Fujita exerceu a representação do Brasil naquele país, tenho particular interesse na evolução da Coreia, que como todos apresentam suas qualidades e suas dificuldades. O “impossible” se refere a impressionante superação de suas limitações econômicas e políticas.
Logo após o “armistício” de Guerra entre as duas Coreias, que formalmente ainda se encontra em litígio separado somente por uma Zona Desmilitarizada, o país que perdeu cerca de 10% da sua população dizimada pelo conflito, que se seguiu à Segunda Guerra Mundial, estava literalmente destruída. Cooperando com o Comitê de Refugiados das Nações Unidas, ajudamos a trazer os primeiros imigrantes coreanos para o Brasil. Na ocasião, havia necessidade do ministro local autorizar a sua saída, que condicionou a decisão confidencial desde que seus familiares fossem incluídos. Apesar da recomendação de que lembranças do país fossem trazidas pelos imigrantes, quando o navio que os transportavam atingiram os limites das águas territoriais eles os lançaram ao mar, um sinal da desagregação do sentimento nacional daquela população naquela época.
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17 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: Abeconomics no Japão, os problemas de qualquer política econômica, problemas colaterais
Qualquer política econômica nos mais variados países provocam benefícios para alguns, mas também dificuldades para outros. No Japão atual, está se procurando adotar uma política visando à recuperação de sua economia, com uma política monetária mais flexível, que acaba desvalorizando o câmbio, perseguindo-se uma inflação de cerca de 2% ao ano, havendo possibilidade dos juros das poupanças populares contarem com juros negativos. Como as poupanças populares sempre foram altas no Japão, permitindo que seus recursos financiassem muitos programas, inclusive a pesada dívida pública do país, vai se mexer em algo importante, quando comparado com outras economias.
Um artigo no Japan Today, escrita pelos jornalistas Stanley White e Lisa Twronite, chama a atenção que os idosos japoneses chamados Silver Savers acabarão arcando com os custos da atual política que chamam na imprensa como Abeconomics. Cita o caso concreto de um casal, ela Kiyoko Kunigasa, de 74 anos, e o seu marido, de 76 anos, que continuam trabalhando produzindo um doce denominado doriyaki, que tem um recheio de feijão azuki doce. Eles se sustentaram nos últimos 49 anos com este pequeno negócio, poupando para quando não pudessem mais trabalhar, como um grande número de japoneses. Como as aposentadorias no Japão são de valores baixos, os japoneses poupam para poderem sobreviver na velhice condignamente, com os juros e recursos que acumularam que agora acabam reduzidas pela inflação.
Abeconomics põe em xeque os idosos japoneses
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16 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, Política, webtown | Tags: decisão de participação nos estudos, negociações difíceis, vantagens e desvantagens
Até recentemente, eram membros que estavam estudando a organização da TPP – Trans-Pacific Partnership onze países: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura, Estados Unidos e Vietnã. Agora, o Japão, por intermédio do seu primeiro-ministro Shinzo Abe, expressou oficialmente a solicitação de sua adesão, como noticiado nos principais jornais do mundo, o que se espera seja aceito até meados do ano. Até o momento, todas as conversas são preliminares, pois existem grandes obstáculos a serem superados. Segundo o jornal japonês Nikkei, os Estados Unidos teriam dificuldades na área automobilística, enquanto o Japão continua sendo pressionado para eliminar as tarifas sobre produtos agrícolas.
Ainda que a produção agrícola japonesa seja de pouca importância, o seu poder político ainda é grande, pois o sistema de eleição distrital faz com que nos distritos que contam com áreas rurais necessitem de menos eleitores para elegerem os seus parlamentares, do que os grandes centros urbanos, onde os votos necessários chegam a ser 100 vezes maior. Procura-se balancear as diferenças de importâncias econômicas com equilíbrios no poder político, como em muitos países. O ministro da Agricultura do Japão, Yoshimasa Hayashi, prometeu fazer os esforços possíveis para evitar a redução das tarifas sobre o arroz, o açúcar (que é de beterraba na maioria, mas de cana no sul do país), trigo, produtos lácteos, carnes bovinas e suínas.
O Japão solicitou adesão ao TransPacific Partnership, formado atualmente por onze países
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16 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Cultura, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: ampla cobertura de temas profundos, edição com grandes destaques, suplemento rico do Valor Econômico
Ainda que sempre existam matérias que atraem os leitores mais interessados em análises de profundidade, o atual número do suplemento deste fim de semana do jornal Valor Econômico merece um especial destaque. Os assuntos abordados começam com Donaldo Richie e os mais de quarenta livros deste norte- americano que chegou ao Japão em 1947 e se especializou naquele país, falecido recentemente. Não só publicou livros que constituem uma verdadeira enciclopédia sobre os mais variados aspectos daquele país, como incontáveis artigos que inspiraram artigos postados neste site. Ele chegou a ser comparado a Lafcadio Hearn que se tornou japonês, cujos livros sobre o Japão são considerados clássicos no mundo.
O suplemento aborda também Nicholas Geogescu-Roegen, o primeiro economista que falava também sobre ecologia, já em 1970. Sobre literatura brasileira apresenta uma longa entrevista com Lygia Fagundes Telles, escritora que completa 90 anos, bem como foram pesquisar em Palmeira dos Índios, em Alagoas, as origens de Graciliano Ramos, que se tornou o artigo de capa. Ainda trata de Natalie Nougayrède que assume o comando do importante jornal Le Monde, além de outros assuntos.
Graciliano Ramos
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15 de março de 2013
Por: Paulo Yokota | Seção: Economia, Editoriais, Notícias, webtown | Tags: BNDES, coordenação, efetiva participação do setor privado, estímulos aos investimentos no Brasil, Fundos de Pensões, riscos dos monopólios
Todos concordam que o Brasil precisa elevar o percentual dos seus investimentos com relação ao PIB para conseguir a aceleração do seu desenvolvimento. Mas, diante da falta de confiança do setor privado, o que não é privilégio brasileiro, pois está acontecendo em muitos países, o governo procura estimulá-lo utilizando os instrumentos disponíveis. Lendo as manchetes do jornal Valor Econômico, fica-se induzido a fazer algumas reflexões sobre monopólios que parecem exigir uma adequada coordenação do governo e se possível estimular mais algumas descentralizações.
Um dos artigos elaborados por jornalistas como Fernando Torres, Catherine Vieira, Flávia Lima e Francisco Góes fala das concentrações dos investimentos da BNDESPar em algumas grandes empresas, sendo que o BNDES já conta com o monopólio dos financiamentos de longo prazo. Num outro artigo de André Borges e Daniel Rittner, o assunto é que a União vai bancar 80% do trem-bala estatizando o empreendimento, utilizando os fundos de pensões de empresas públicas, Previ, Petros e Funcet, além da Empresa de Planejamento e Logística – EPL, que amplia a sua participação para 45%, somando ainda a cogitação da Empresa Correio e Telégrafos participar com 5%, para completar a soma, evitando novo fracasso no leilão. Ao mesmo tempo, Claudia Safatle informa que a presidente Dilma Rousseff autoriza o ministro da Fazenda a repassar os recursos do Tesouro Nacional para o sistema bancário público e privado, medida que está sendo criticada por alguns. Será que este conjunto de medidas está devidamente coordenado pelo governo?
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